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Apenas Uma Noite Casual Ou Muito Mais.

1. Marie

Marie era uma mulher independente e decidida, uma adulta centrada, seus 29 anos de experiência lhe provam isso, pelo menos era o que ela achava.

Professora Inglês na Collegiate School vivia para as crianças e para seu amado noivo, com quem estava a 6 longos anos. Eles estavam com tudo praticamente pronto, casa, móveis empregos estáveis e comprando seu primeiro carro, Marie imaginava um futuro feliz.

Faltando apenas 4 meses pro casamento algo de estranho começou a surgir, ele não atendia, não ia com tanta frequência em sua casa e quando ia chegava muito cansado, passava várias noites na casa do seu amigo, que era mais próxima ao trabalho dele.

Marie sempre foi muito perceptiva e observadora, não queria se deixar preocupar com paranóias da sua cabeça imaginativa, mas mesmo entre muitos avisos de suas amigas de "que quem procura acha" ela insistiu... Fuçando nas redes sociais do noivo um nome sempre estava em evidência, alguém que ela não conhecia, sempre curtia e comentava as fotos do seu futuro marido eram só emojis ou um muito bem, felicidades, sucesso, nada de muito íntimo. Mesmo assim, ela sabia que tinha algo errado e fez o que nunca, jamais pensou em fazer, criou um fake com a foto de um amigo e começou a seguir a tal sujeita. Não demorou muito Marie achou... tantas fotos juntos postadas e tantos comentários dele feitos, tantas datas e datas coincidindo, porque ninguém havia lhe contado, não sabia, mas isso nem importava mais...

Passados dois meses da descoberta Marie tinha mudado sua visão do mundo, quando decidida acabou seu relacionamento, devolveu presentes e reembolsou os gastos meio a meio , logo depois viu de que cilada tinha se livrado.

A família dele estava bem ciente do que o sacana fazia, e ainda dizia ser normal, "todo homem é assim". Seus pais insistiram pra que perdoasse, "ainda não estavam casados" ele não vai fazer isso depois das bodas, mas quando pois fim ele ainda teve a audácia de no dia seguinte postar foto comemorando os 2 anos de namoro com a outra. Depois de longos anos num relacionamento não sabia ser solteira, mas não ia se abater, chorar por traste? Jamais!

Marie que estava há anos querendo começar uma nova formação decidiu investir em si, pegou seu reembolso e foi fazer sua segunda graduação, sentindo-se estranha pois seus tantos colegas de turma eram bem mais novos que ela. Mas foi bom conhecer novos ares e ver novas pessoas.

Passados um mês da sua nova fase de vida Marie fez alguns amigos, aprendeu coisas novas e ainda em sua vibe solteira decidiu ir devagar, se inscrever em aplicativos de relacionamento e sair em baladas iria esperar um pouco, não fazia isso a muito tempo, mas optou por tentar depois de muita insistência de sua nova amiga Brenda que era 11 anos mais nova

Ela não sabia mais ser assim como a amiga linda, Maria só usava roupas largar, mal colocava maquiagem as únicas pessoas que diziam que ela era bonita eram seus ex-alunos.

No físico ela era alta, estava em forma com 1.77 metros de altura, magra, cintura fina, seios e quadril medianos e uma cabelo preto avermelhado que batia em meados da cintura, tinha alguns tatuagens e buracos de piercings que escondia pois seu Ex achava vulgar e depravado. A tanto tempo sua auto estima estava abalada que em momento de auto apreciação lhe fazia justificar o noivo a ter traído...

Pedro

Pedro era uma cara sem igual, assim todos diziam, sofreu na adolescência por sua altura: era a girafa magrela da sala, ninguém queria dar bola para aqueles posto horrível, mas os anos brilhantes de Pedro enfim surgiram...

Aos seus 27 anos de idade ele estava na sua melhor fase, formado em arquitetura estava empregado em uma das maiores construtoras de Nova York, tinha carro e moto próprios, sua altura hoje era desejada e seus muitos anos na academia lhe renderam bons e grandes frutos.

Ele não tinha preocupação com mulheres, conseguia encontrar várias lindas e gostosas nas baladas e pra ele esse arranjo estava muito bom.

Pedro tinha dois grandes amigos, Marcos e Willian, os conhecia desde da escola primária, todos os três eram filhos das mais prestigiadas famílias da sociedade Novaiorquina.

Mimado, nunca lhe faltou nada, mas ao completar seus 24 anos e terminar a sonhada faculdade foi feito lhe um ultimato: ou casava ou saia de casa, com nada mais a fazer Pedro saiu da casa dos pais.

Três anos depois era muito feliz com sua decisão, hoje em dia vivia muito bem com as próprias pernas, não devia satisfação a ninguém e o máximo que fazia por seus pais era ama-los e visitá-los com frequência, mas desde que não lhe forneciam o sustento não precisava dar nenhuma informação.

Era filho único, mas seu pai o tinha tido muito novo e não queria abandonar o negócios pelos próximos 30 anos, então ele estava bem tranquilo.

Num dia corriqueiro da semana Pedro estava em disputa com seus dois grandes amigos pra saber qual deles ficaria com a licitação de uma grande obra e pra tornar tudo mais divertido decidiram fazer uma aposta, quem fosse ficar responsável pela obra iria escolher entre os dois outros um que jogasse a roleta em um aplicativo de encontros.

O jogo seria o seguinte inscrever-se em um aplicativo, colocar suas melhores fotos e curtir as cinquenta primeiras mulheres sem distinção de idade, físico ou condições financeiras e aquelas que por ventura dessem uma combinação na hora deveria ser cortejada e convidada para uma noite quente e tudo teria que ser confirmado com provas.

Como os três nunca imaginaram sofrem as consequências de seus atos nada honrosos não se sentiam nenhum um pouco intimidados em brincar com os sentimentos da mulher sorteada na "brincadeira" nada sadia.

Ao chegarem no escritório foram as pressas na sala do CEO afim de saber quem havia ganhado a oportunidade de ouro.

Pedro chega dizendo:

- Bom dia, Mr. Smith, gostaríamos de saber quem entre nós poderá ser responsável pelo desenho e gerenciamento da obra do shopping Sweet Dreams?

- Bom dia, Pedro, Marcos e Willian, é muito satisfatório ver tão jovens arquitetos empenhados e dispostos a fazer seu trabalho, me alegra em dizer que o responsável pela obra será o Marcos e o William será seu assistente direto, por ser uma obra grande me agrada que os dois sejam os responsáveis.

Pedro então questiona:

- Sendo assim senhor, poderíamos então nós três sermos os responsáveis pela obra? Acredito ser uma valiosa oportunidade de aperfeiçoamento.

- Sinto muito meu caro, mas devo negar-lhe o pedido, tenho motivos pra te deixar na reserva, tenha paciência, sua oportunidade vai chegar.

Os três saindo da sala meio desconfiados aceitaram a decisão, Willian ao chegar na sala de Marcos já foi declarando:

- Meus caros amigos já chegamos a uma conclusão sem ao menos precisar de decisões do nosso arquiteto chefe, certo? Nosso novo felizardo que entrará em uma nova fase de conquista será o Pedro, passe o celular, meu amigo!

- Não vou discutir, sempre cumpri com minhas apostas e missões, só espero que a sorte esteja do meu lado dessa vez.

Marcos se pronúncia:

- Creio que alguns critérios antes das formalidades necessitem ser pré estabelecidos, somos cavalheiros.

Primeiro não será permitido nada sem consentimento, espere que a premiada diga que quer ok? Segundo, não vamos impor limites de idade, mas ficamos entre fora da cadeia e do asilo? 65 anos, tá bom. Terceiro, primeiro um jantar social e um encontro em um motel mas depois disso nada, fotos no local, após o encontro fica a seu critério um date novamente ou não. De acordo, senhores?

Pedro: - De acordo.

William: - Só vamos.

Marcos: - Que comecem os jogos...

O aplicativo

Naquele ano uma das tendências era o uso de aplicativos de encontros em que ambos os lados precisavam ser curtir para assim ter um combinação perfeita e começarem a conversar.

Marie sempre achou que os aplicativos de encontros de modo geral eram coisas pra pessoas deprimidas e sem amor próprio, e acima de tudo: pessoas abertamente superficiais. Ela estava cansada de ver reportagens e boatos de pessoas que haviam sido enganadas e levadas a fins trágicos nesses apps e não queria se imaginar submetendo a tal, embora a alguns meses atrás nem precisasse.

Brenda como uma boa amiga e júnior que era decidiu insistir que Marie se inscrevesse em um app que estava em alta, o Anonimus.

Esse programa tinha uma peculiaridade, você tinha a opção de não colocar fotos, fazia uma áudio-descrição ou um texto falando do seus interesses e singularidades, ou poderia colocar apenas as fotos sem nenhuma informação adicional, eram opções bem restritas e misteriosas, Marie não gostava nada disso.

Pedro já havia se decidido a pagar sua dívida na aposta mas não imaginava que seus amigos seriam tão sacanas. Esse tal de Anonimus que estava na moda era uma roleta de loucas e ia pra outro nível de sadismo, além de colocar fotos suas não poderia por mais nada, e os amigos optaram por não ver fotos das mulheres, apenas ler suas informações, como ele iria saber com qual doida ele teria o azar de combinar? Não fazia ideia, mas sabia que eles estavam cuidando de tudo e que tinha em torno de 13 mulheres lhe dando corda.

Marie não fazia ideia do que estava acontecendo, só queria saber porque diabos Brenda tinha lhe ligado eufórica às 2 da manhã falando que Marie tinha tirado a sorte grande, uma gato maravilhoso e aparentemente rico tinha dado combinação com ela e que ela precisava dela hoje sem falta pra passar as informações obtidas durante o papo.

Então, estava ela esperando no início da tarde numa cafeteria a sua louquinha aparecer.

- Amigaaaaa, não vou nem te dar esperanças porque não sei se o boy é fake ou não, mas parece ser real então, marquei com ele qualquer coisa só conversar não arranca pedaços, né? Disse Brenda.

- Primeiramente, boa tarde Brenda, tudo bem? Eu dormir bem, obrigada, e você? Não, não tenho nada pra fazer no sábado, então podemos nos encontrar sim, não precisa de cerimônia.

- Ah Marie, você pode ser até uma velha, depressiva e uma solitária eterna, mas meu projeto de vida é te fazer brilhar como você era nas fotos do tempo da Rainha Elizabeth novinha, poxa, eu sei que você só quer viver em paz, mas uma diversão leve é muito bem aceitável, não?

- Por que me ofender, bebê? Eu posso ser mais velha mas não sou uma barata, não precisa ofender. Vai me mostra as fotos desse cara aí pra ver se eu vou na sua ou vou pra casa.

- Não precisa disso, estamos só conversando, ele deve ser meio louco ou muito problemático, mas ele parece ser real, na conversa me passou só o primeiro nome mas quando pedi uma foto numa pose meio louca ele mandou, então confirma minha suspeita de ser uma pessoa real, e pelo tempo de resposta não foi Photoshop.

- Ok. Você perguntou idade, altura, gostos qualquer coisa?

- Você vai tirar as teias de aranha, não pegar currículo, vai encontrá-lo hoje na 15 E 7th St, às 21:00.

- Por que tão tarde? Sou coruja não em...

- Por favor mulher, você tem como dormir amanhã de manhã, vai ser domingo, e lembre-se use proteção, leve o celular e me mande a localização de 10 em 10 minutos, ok?

- Pode me lembrar porque vou fazer isso mesmo? Ainda acho que vou aparecer no noticiário amanhã com o meu corpo numa vala...

Caramba! Pedro só pensava em como ele era idiota, seus amigos não perguntaram nem idade nem nada e ainda marcaram num pub conhecido e caro, velho se fosse pra gastar ele poderia pegar uma das modelos ou mulheres que encontra no bar, ele não sabe nada da garota, só que ela vai reconhece-lo.

Ter que vir de camisa vermelha foi o golpe, mas ia engolir essa, ele ficava bem em qualquer roupa mesmo.

No horário marcado Pedro entregou suas chaves ao frentista e foi pra sua mesa, pelo menos ele agora sabia, depois de protestos que ela estaria de cabelo em coque e uma casaco vermelho. Só torcia pra não ser uma velha, não que não gostasse de coroas, mas uma mulher que se descrevia como na média não lhe parecia nada bem.

Marie tinha pelo menos o privilégio de escolher a própria roupa, e não iria ir bagunçada, longe disso, mas não iria se arrumar toda pra um estranho, não colocou saltos, mas uma sandália rasteira bem linda que sua mãe dará no ano anterior, um dos seus vestidos largos e longos lhe pareceu confortável, não soltou o cabelo pois era o que havia combinado, uma casaco vermelho e uma maquiagem leve, pronto, estava produzida e aceitável, não faria ninguém passar vergonha.

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