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Minha Esposa Pecada

Capítulo 1

Após um dia extremamente cansativo, Beatrice saiu do trabalho por volta das onze e meia da noite e decidiu passar em uma cafeteria para poder comprar um café.

Essa foi a única coisa que lhe veio à mente que é capaz de fazê-la permanecer acordada por mais algumas horas. Até porque ainda precisa ver se Ethan está bem e se está precisando da sua ajuda em algo.

Apesar dele ser completamente grosseiro com ela, Beatrice não tem outra escolha a não ser cuidá-lo. Isso se quiser ver sua filha mais uma vez. Todo esse tempo que está sem vê-la tem a afetado bastante e ela tem ocupado sua cabeça nesse seu novo trabalho para que não surte.

Mas apesar de todo esse esforço, não tem um dia sequer que ela não pense nisso.

Xxx: Isso é hora de uma mulher casada chegar em casa, Beatrice?

A voz de Maya a fez respirar fundo ao terminar de trancar a porta de entrada.

Maya é madrasta de Ethan, seu marido, e desde que soube do acidente que deixou Ethan parcialmente paralisado, ela sempre a tratou mal. Não que Beatrice esperasse ser tratada de uma forma diferente, até porque ela é rica e esnobe.

...Como se dinheiro fosse tudo. -Pensou....

Maya possui os cabelos ruivos tingidos e no mínimo umas 3 cirurgias plásticas no rosto que a deixou do jeito que é hoje. Ela deve estar em torno dos 55 anos e mesmo que tenha feito as cirurgias com o intuito de parecer mais jovem, isso não funcionou muito bem.

Beatrice: Estava no trabalho. -Respondeu simplesmente conforme tirava seu blazer, o colocando no porta casacos.

Maya: Trabalho, trabalho… -Revirou os olhos e cruzou os braços. -Acho que está na hora de você procurar uma desculpa melhor, não acha, querida?

Beatrice: Olha, eu estou extremamente cansada. -Olhou para ela e começou a desamarrar seu salto alto. -A gente pode falar sobre isso amanhã?

Maya: Você pensa que eu não sei que você possui outros casos, não é? Se casou com o Ethan apenas para lhe roubar toda a fortuna.

Beatrice saiu andando com os pés descalços pelo piso frio e sem lhe dirigir qualquer palavra, começou a subir as escadas de mármore branco, indo até o seu quarto. Assim que abriu a porta, tentando fazer o mínimo de barulho possível, encontrou Ethan deitado sobre a cama e a televisão ligada no canal 12, onde está passando hóquei. Ele sempre adorou jogar hóquei.

Ethan: Olha só quem acabou se lembrando de que possui um marido e uma casa para onde tem que voltar todos os dias. -Disse sem sequer virar a cabeça para a olhar diretamente.

Beatrice foi até a sua mesa de trabalho e colocou o copo de café já vazio em cima.

Beatrice: Oi. -Falou para ele e foi caminhando para perto da cama.

Ethan: Por que voltou?

Ela respirou fundo novamente e começou a desabotoar sua blusa.

Beatrice: Para cuidar de você. -Respondeu e pegou em sua testa para ver se ele está com febre. Aparentemente está normal.

Ethan não sai de casa já faz dois anos. Dois anos que Beatrice sai do trabalho e vem direto para cá. Ela nem se lembra quando foi a última vez em que saiu para algum outro lugar sem ser do trabalho para casa, de casa para o trabalho. De vez em quando vai apenas para comprar alguma coisa para comer ou beber, igual fez hoje.

Ele tem aprendido aos poucos como é que faz para andar novamente. Três vezes na semana após o trabalho, Beatrice o ajuda a dar alguns passos pelo quarto. Até que têm progredido bem em comparação a como ele estava há dois anos atrás.

Ethan: É claro. -Falou com um sorriso sem ânimo no rosto. -Após foder a minha vida me atropelando, a consciência tem pesado.

Frustrada, Beatrice se levantou da cama ao não conseguir mais escutar sobre isso e foi em direção ao banheiro, arrumou a cadeira de rodas de Ethan ao lado da banheira e ligou a torneira em temperatura média. Aproveitou também para terminar de tirar sua roupa do trabalho e colocou uma camisola antes de voltar para o quarto.

Beatrice: A água já está pronta. -Foi para o seu lado da cama e pegou em pontos estratégicos do seu corpo para conseguir colocá-lo sentado. Quando enfim conseguiu, o levantou da cama e o colocou sentado na cadeira de rodas que estava no banheiro.

Ethan não olhou para ela em momento algum e apenas ficou olhando para frente. O empurrou em direção à suíte e assim que entraram, começou a retirar suas peças de roupa. Assim que ficou completamente nu, Beatrice pegou a água da banheira e jogou por todo o seu corpo.

Essa não é a primeira vez que têm que fazer esse processo. Desde quando ambos se casaram, contra a vontade de Beatrice, ela tem feito absolutamente tudo o que está ao seu alcance para compensar o estrago que sua irmã fez no momento em que bateu o carro em Ethan.

Ou se casava com ele, ou ela nunca mais veria a sua filha. Que escolha tinha?

A única coisa que Beatrice sabe é que Ethan nunca, nunca poderá ficar sabendo que ela possui uma filha. Isso acabaria com os seus planos e ela nunca mais a veria.

Ethan: Que enrolação que está hoje. -Resmungou. -Desaprendeu a dar banho?

Beatrice: Desculpa. -Falou e pegou sua toalha, secando cada parte do seu corpo. Em seguida pegou sua roupa que já havia deixado separado antes de ir para o trabalho e começou a vesti-lo.

Após terminar tudo, voltaram para o quarto e o jogo de hóquei já havia terminado.

Ethan: E no final de tudo ainda me fez perder o jogo.

Novamente o colocou deitado na cama e foi até o closet para pegar um cobertor novo. Ele sempre foi muito exigente quando se trata de cobertores.

Pegou um branco onde o tecido parecia ser de pelo de animal e o colocou sobre o seu corpo, o cobrindo até o tronco.

Beatrice: Vou ir tomar um banho também. Se precisar de alguma coisa é só me chamar.

Dito isso, saiu.

...****************...

Assim que Beatrice se deitou na cama ao lado de Ethan, olhou para o relógio em cima da escrivaninha e viu o horário. Meia noite e quarenta e dois. E pensar que ela tem que estar de pé logo cedo.

Ethan já está dormindo, então isso a deixou bem mais tranquila, de certa forma.

Ela se virou para o seu lado oposto e assim que começou a pensar em como foi o seu dia, lágrimas brotaram em seus olhos. Beatrice odeia saber que todo esse pesadelo vai demorar a passar, até porque ainda tem que se acostumar com a ideia de que agora ele é seu marido e sua responsabilidade. Eles terão mais alguns anos pela frente dessa rotina cansativa em que ela não teve culpa alguma para ter que estar aqui pagando por uma coisa que nem fez.

Uma lágrima involuntária escorreu em seu rosto, mas ela não se importou de secá-la, pela primeira vez.

Beatrice está tão cansada disso tudo que se pudesse sumir por pelo menos um dia, ela iria sem nem pensar muito no assunto.

Com os olhos já ardendo por conta do cansaço e das lágrimas, fechou e o sono logo chegou, nem a dando tempo de protestar.

...****************...

Maya: Mas é uma irresponsável mesmo!

Beatrice acordou assustada durante a madrugada assim que escutou vozes aqui dentro do quarto e se deparou com Maya de pé ao lado de Ethan.

Beatrice: O que está acontecendo? -Se sentou e puxou o cobertor para tampar seu corpo, já que está apenas de camisola.

Maya: Como você não percebeu que ele está extremamente quente!? -Gritou conforme foi tirando o cobertor de cima dele. -E esse edredom que você colocou nele? Você pelo menos sabe que estamos no outono e não no inverno?

Beatrice: Me desculpe, eu…

Maya retirou o termômetro debaixo do braço de Ethan e olhou para o visor.

Maya: 39 graus de febre. -Olhou para Beatrice.

Beatrice: Ele não me chamou. Eu não sabia que ele estava se sentindo mal e…

Maya: Essa é sua função! -Gritou mais uma vez. -Quem tem que fazer isso é você, e não eu. Se todas as vezes que ele passar mal, precisar me ligar porque você não acordou quando ele te chamou…

Beatrice: Isso não vai se repetir. -Garantiu. -Irei ficar mais atenta.

Maya: É o mínimo. -Jogou o termômetro em cima dela e se virou para sair do quarto. -Faça o seu papel de esposa, Beatrice. -Bateu a porta e isso a fez respirei fundo, olhando para Ethan.

Beatrice: Eu sinto muito. -Falou e se levantou, indo até sua gaveta de remédios e pegou um para diminuir a febre. -Aqui, toma isso. -Colocou o comprimido em sua boca e ele a abriu, sem sequer reclamar. Em seguida pegou o copo d’água e o colocou em seus lábios. -Isso. -Falou e ficou observando para ver se ele engoliu ou não.

Ethan é um cara muito bonito. Muito, muito bonito mesmo. Sua barba cheia combina perfeitamente com o design do seu rosto que é milimetricamente correto. Seu cabelo que antes eram cortados todas as semanas, agora estão um pouco maiores, não que isso tenha o deixado mais feio, de alguma forma. Porque pelo que Beatrice está vendo não tem como isso acontecer.

Mas o que adianta ser tão bonito assim e ser tão canalha?

Capítulo 2

O dia não demorou muito para amanhecer e logo Beatrice e Ethan foram chamados pelos empregados para descerem para o café da manhã. Agora todos estão sentados ao redor da enorme mesa na sala de estar. Há tantas opções de alimentos que nem é possível visualizar tudo de uma vez.

Hoje é terça-feira, dia em que todos da família de Ethan estão presentes aqui na casa. Apesar de não concordar muito com isso, Beatrice não tem escolha a não ser aceitar que as coisas são assim.

Xxx: Que história é essa de que meu primo estava com quase 40 graus de febre nessa madrugada? -Anabela perguntou no momento em que entrou batendo a porta de entrada.

Beatrice ergueu seu olhar do prato e arqueou uma sobrancelha tentando imaginar como é que ela já sabe de tudo. Maya, é claro.

Anabela: Escuta aqui, você está tentando matar ele? -Se dirigiu a Beatrice. -É claro que todo mundo daqui sabe que você se casou apenas pela fortuna que nossa família carrega, mas você não tem o direito de sequer pensar em matá-lo para pegar o nosso dinheiro antecipadamente, me entendeu?

Beatrice olhou para Ethan, que está sentado ao seu lado em sua cadeira de rodas enquanto toma um suco de laranja, completamente despreocupado com o que está acontecendo.

Xxx: Não acha que está muito cedo pra começar a pegar no pé da Trice, Belinha?

Logo atrás de onde Anabela está parada, apareceu Tyler, irmão de Ethan e cunhado de Beatrice. Ele é uma das únicas pessoas daqui dessa casa que é gentil com ela e não a trata como se a todo momento ela quisesse apenas o dinheiro da família.

Assim como Ethan, Tyler também é CEO.

Tyler: O dia está tão bonito para começar ele assim tão estressada. -Deu a volta nela e pegou uma maçã na mesa, a mordendo em seguida.

Anabela: Você ao menos sabe o que ela fez dessa vez antes de vir defendê-la? -Colocou a mão na cintura fina.

Tyler: Febre é uma coisa imprevisível. -Deu de ombros. -Não tinha como ela imaginar que isso iria acontecer.

Beatrice olhou para ele no momento em que seus olhares se encontraram e ela sorriu levemente, grata por ele a entender.

Ela nunca entendeu muito bem o motivo para ele sempre tentar demonstrar interesse em ver o seu lado da história. Talvez seja porque Tyler já conhece a família que tem e sabe muito bem do que eles são capazes.

Anabela: Eu não estou entendendo essa sua mudança de lado, Tyler. -Anabela falou indignada. -Você é da família ou não?

Tyler: Eu apoiar a Beatrice nesse caso não me faz menos da família. -Sorriu e jogou o miolo da maçã de volta na mesa, arrumando sua gravata azul em seguida. -Na verdade me faz um ser humano melhor.

Beatrice olhou para baixo quando sem querer deixou escapar um pouco o som de sua risada e isso atraiu a atenção de todo mundo em sua direção.

Beatrice: Desculpa. -Falou tentando ficar séria.

Ethan: Acontece, meu caro irmão, -Se assustou no momento em que Ethan passou seu braço por cima do seu ombro. -que essa é a minha função, não a sua. Ou você já se esqueceu de que sou eu quem sou o marido dela e não você?

Beatrice virou lentamente sua cabeça em sua direção, tentando entender o que é que está acontecendo. Ethan conseguiu erguer o braço em uma altura relativamente alta, é um avanço muito grande em comparação a como as coisas estavam na semana passada.

Tyler: Então aprenda a fazer o seu papel de marido, irmãozinho. -Tyler sorriu de lado, o provocando. -Porque nem pra isso você está servindo ultimamente. -Dito isso ele saiu e a sala de estar ficou em um silêncio absoluto.

Ethan: Que merda você pensa que está fazendo!? -Gritou assim que seu irmão saiu de casa. Ela se afastou dele assustada.

Beatrice: O que? - Beatrice questionou.

Ethan olhou ao redor e encontrou todos os membros de sua família os encarando.

Ethan: Vamos conversar. -Se levantou da cadeira de rodas e foi andando, ainda precisando se apoiar em alguns lugares até a cozinha. Beatrice foi atrás e fechou a porta, assim sobra pelo menos um pouco de privacidade. -O que é isso agora? -Começou a falar. -Vai dar em cima do meu irmão, Trice?

Beatrice: Eu não estava dando em cima dele. -Negou.

Ethan: Ah, não? Então o que foi tudo aquilo?

Beatrice: O que? Ele ter me defendido quando esse era o seu papel? -Cruzou os braços e ele passou as mãos no cabelo, os jogando para trás, facilitando para ela olhar em seus olhos.

Ethan: Com quem pensa que está falando? -A olhou de cima a baixo. -Eu sou seu marido.

Beatrice: E é exatamente por esse motivo que você deveria ter me defendido e mostrado para sua madrasta e sua prima que não foi minha culpa eu não ter acordado ontem para te dar assistência. Ou você não se lembra de todas as outras vezes em que eu fiz isso? Agora, por causa de apenas um dia em que eu não acordei porque estava extremamente cansada, tenho que ficar escutando todo esse showzinho?

Ethan: Eu acho melhor você abaixar um pouco a sua bola para falar comigo. Ou será que já se esqueceu de quem eu sou?

Beatrice ficou em silêncio, sentindo toda raiva a consumindo por dentro e apenas concordou com a cabeça.

Beatrice: Tudo bem. -Falou. -Eu vou para o trabalho. -Disse e saiu, deixando Ethan sozinho na cozinha.

Capítulo 3

Após Beatrice chegar em frente ao prédio em que trabalha, chamou o elevador e ficou aguardando-o descer até aquele andar.

Beatrice se pega imaginando o que seria dela se não tivesse esse emprego. Só de imaginar ter que ficar em casa durante o dia todo escutando Maya… Ela faz uma careta.

É claro que ela tem a opção de não precisar trabalhar, até porque é muito fácil de se viver com o dinheiro que Ethan possui, mas até parece que ela faria isso para ficar escutando o restante da minha vida o quanto suga todo o dinheiro dele. Então é por isso que optou por trabalhar aqui no Jornal.

É uma coisa que ela gosta de fazer e tem bastante experiência na área.

O elevador enfim chegou e Beatrice entrou nele, já encontrando mais duas pessoas dentro.

Beatrice: Bom dia. -Cumprimentou e ambas gesticularam com a cabeça.

Xxx: É ela? -Uma delas perguntou baixo.

Xxx: Sim, foi ela quem atropelou o marido e deixou ele em estado vegetativo. Fiquei sabendo também que ela se casou apenas para roubar toda a grana dele assim que ele partir para outra. -Sussurrou em resposta.

Beatrice se remexeu no lugar em que está e permaneceu encarando a entrada do elevador.

Comentários assim são bem comuns de se escutar por aqui. No começo ela se incomodou bastante, mas agora já não dá mais a mínima. Beatrice está cansada de tudo isso. Tudo é motivo de fofoca nesse prédio, ela já devia imaginar. Até porque é com isso que todos eles trabalham diariamente.

Assim que chegou em seu andar, saiu do elevador o mais rápido que conseguiu e tentou agir como se não estivesse de saco cheio desse povo fofoqueiro.

Beatrice: Bom dia, Sarah. -Cumprimentou a secretária do seu andar. -Tem alguma coisa para mim hoje?

Sarah: Beatrice, oi. -Sorriu para ela e olhou em sua agenda. -Sim. O senhor Duarte pediu para agendar uma reunião com você. -Continuou olhando. -Para hoje às oito e meia.

Beatrice: Oito e meia? -Olhou em seu relógio de pulso. Oito e vinte e sete. -Preciso correr. Até mais, e obrigada! -Gritou conforme começou a andar rápido até sua sala. Assim que chegou na porta, avistou seu Editor-Chefe já sentado na cadeira de frente para sua mesa. -Meu Deus. -Respirou fundo e ajeitou seu blazer, entrando em seguida. -Chefe. -O cumprimentou conforme foi chegando cada vez mais perto.

Sr. Duarte: Beatrice, que bom que chegou. -Se levantou e estendeu a mão. -E bem a tempo, não?

Beatrice pegou em sua mão e se sentou em seu lugar, logo após.

Beatrice: Sempre, senhor. -Sorriu nervosa e ele se sentou novamente, se encostando na parte de trás da cadeira.

Sr. Duarte: Bom, vamos falar de negócios. -Cruzou a perna. -Não é sempre que eu dou oportunidades para jornalistas recém contratados, porém eu tenho uma oferta especial a você. E dessa oferta você só possui duas escolhas: ou faz o que eu vou pedir, ou está na rua.

Concordou ainda sem entender nada mas permaneceu em silêncio.

Sr. Duarte: O lance é o seguinte, como você já deve estar ciente disso, todos aqui vivem comentando sobre o caso do seu marido que se acidentou há dois anos atrás. E o que eu quero que você faça é uma simples entrevista. -Se inclinou para perto dela. -Quero que você o entreviste para sabermos mais coisas sobre ele. Iremos publicar a matéria no mês que vem.

Beatrice: Está brincando, né? -Falou assim que ele ficou quieto. -Não pode estar falando sério.

Sr. Duarte: Estou com cara de quem está brincando? -Arqueou a sobrancelha por cima do seu óculos de armação grossa.

Beatrice: Não, não. É claro que não. -Negou. -Mas chefe… ele é meu marido. Isso é totalmente anti profissional.

Sr. Duarte: A escolha é sua. -Deu de ombros. -Se não quiser é só me avisar que eu trago as caixas pra você empacotar as suas coisas hoje mesmo.

Beatrice passou a mão em suas têmporas e respirou fundo.

Beatrice: Até o mês que vem, né? -Perguntou para confirmar mais uma vez. -Tudo bem, eu vejo o que posso fazer.

Sr. Duarte: Não, você não vai ver. Você vai fazer pra mim. -Se levantou da cadeira. -Quero a matéria pronta para ser publicada, Beatrice.

Beatrice: Sim, senhor. -Falou e ele saiu de sua sala, a deixando aqui sozinha e completamente perdida.

Como é que ela vai fazer para Ethan responder às suas perguntas?

...****************...

As horas passaram voando e agora Beatrice já está indo direto para casa. Conseguiu terminar seus trabalhos no horário, então está indo embora mais cedo. É quase um milagre isso acontecer, porém acontece de vez em quando.

Ao estacionar seu carro na garagem de casa, notou que havia outro carro parado. Quem será que decidiu vir fazer uma visita às oito e meia da noite?

Abriu a porta com um certo receio ao escutar vozes vindas da sala. Realmente há visita…

Amber: Olá, minha querida irmã. -Disse Amber.

Assim que a viu sentada em seu sofá com seu ex namorado ao lado, a primeira coisa que pensou em fazer era se atirar em cima dela e descontar toda essa raiva guardada dentro de si. O problema é que se ela fizer isso, Amber vai sumir pra sempre com a sua filha.

Beatrice: Amber. -Falou e tentou não demonstrar sua surpresa. -O que está fazendo aqui? -Deixou sua chave do carro em cima da mesa e caminhou devagar até a sala, atraindo o olhar de Miguel também.

Amber: Isso é jeito de receber a sua irmãzinha, Beatrice? -A provocou. -Bom, de qualquer forma, esse aqui é o Miguel, meu noivo. Mas acho que você já deve conhecer ele, não é?

Miguel: Oi, Bia. -Ele sorriu para ela.

...Espera, ele sorriu mesmo para mim? Mas que filho da p… - Beatrice pensou....

Beatrice: Miguel. -Cumprimentou com a cabeça. -Então quer dizer que vocês vão se casar? -Perguntou com seu olhar sobre Amber novamente. -Meus parabéns.

Amber: Deixe as festividades para o dia do nosso casamento. -Pegou alguma coisa dentro de sua bolsa e estendeu em sua direção. -Viemos até aqui para te entregar o convite. Espero te ver lá nesse dia tão importante para mim.

...Como é sínica. - Beatrice pensou novamente....

Beatrice: Obrigada, mas já tenho compromisso no dia. -Lhe devolveu o convite. -Espero que sejam felizes. Eu envio o presente depois.

Amber pegou o convite de sua mão, mas se aproximou de seu ouvido em seguida.

Amber: É melhor você falar direito comigo se quiser ver a sua filhinha novamente. -Sussurrou e Beatrice fechou a cara, tendo dificuldades de engolir a saliva. -Ou vai me dizer que desistiu de ver a Alice viva?

Ela tomou o convite da mão de Amber e se afastou.

Amber: Que bom que decidiu comparecer, irmã. -Sorriu como se nada estivesse acontecendo e pegou sua bolsa em seguida. -Pode levar o Ethan, eu aposto que ele vai adorar ver a cunhada dele no altar.

Amber saiu caminhando em direção a saída e Miguel foi logo atrás, igual um cachorrinho. Tem que ser muito burro para não perceber o tipo de pessoa que ela é.

Amber: Até logo. -Disse no momento em que passou na porta. -A propósito, ela está crescendo cada dia mais, sabia? -Fechou a porta e Beatrice permaneceu parada.

Beatrice: Desgraçada. -Falou com todo o ódio que está sentindo e se recusou a deixar as lágrimas descerem.

...Ela ainda me paga por tudo o que tem feito comigo. -Pensou....

No momento em que pisou seu pé no primeiro degrau da escada, olhou para cima e encontrou Ethan sentado na cadeira de rodas observando tudo aqui embaixo.

...Droga, espero que ele não tenha escutado nada dessa conversa. Ele definitivamente não pode ficar sabendo que eu tenho uma filha! -Pensou nervosa....

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