Um Acidente
Prólogo!
Queria que minha vida não fosse assim. Minha mãe sempre me ensinou o que era certo, e cá estou eu, Arthur. Meu sobrenome? Pouco importa agora, só sei que estou roub@ndo mais uma vez para não morr3r de fome.
Desta vez estou rondando essa fazenda a alguns dias, e nesta noite finalmente ela se encontra vazia. O caseiro saiu e talvez ele só volte amanhã de manhã. É a minha oportunidade de atacar.
Entro na varanda da casa, está um completo breu, ainda bem que eles não têm cachorros ou câmeras, pra minha sorte. Pena que está tudo muito bem trancado, e a única coisa que encontrei pra comer foi um pão velho e duro, não é muito, mas vai me servir por hoje.
Pego um copo e irei fazer algo muito estúpido agora. Vou tentar pegar um pouco de leite, o medo é grande, mas a fome é maior. Sigo na direção do pasto, vejo uma vaca perto de uma árvore, e vai ser essa mesma. Me aproximo devagar do animal, espero não levar uma chifrada na bund@.
Passo a mão em sua cabeça, ela parece gostar do carinho. Vou deslizando a mão em seu lombo, é uma vaquinha bem gorda. Dá pra fazer um belo churrasco.
Quando estou prestes a tirar seu precioso leite, se é que conseguiria a essa hora da noite, escuto um estrondo muito forte. Olho em volta e vejo as outras vacas... Seria possível? Elas estão sendo puxadas por uma intensa luz. De repente, sinto algo também me puxando.
O que está acontecendo? Sinto meus pés fora do chão. Alguém me ajuda!
Cá estou eu, Dante, mais uma vez no planeta Terra, para levar um rebanho de gado. Estou vigiando esta fazenda a alguns dias. E esta noite de céu encoberto por nuvens será perfeito para ninguém notar minha presença por aqui.
Não levarei muitos animais, apenas uma dúzia de fêmeas e uns dois machos. Os proprietários nem irão notar que estão faltando estes animais. E se acaso notarem, já estarei bem longe daqui.
Está tudo tranquilo, como eu havia planejado. Agora só preciso de mais uma, vou pegar aquela que está perto da árvore. Puxo o animal para dentro de minha nave e saio o mais rápido possível deste planeta.
Meu plano saiu perfeitamente bem, agora só preciso voltar pra casa. Nada poderia dar errado. A não ser por um minúsculo detalhe...
Cap.1(Na Nave)
Aquela imensa luz me cegou de tal forma, que só sinto que estou sendo puxado pra cima. Seguro firme minha mochila pra não cair, pois tudo o que eu possuo de valor está dentro dela. Sinto uma pontada de dor no meu braço e o sangue escorre. O chifre da vaca deve ter me acertado, porque ela não parava de se debater.
Arthur
Se aquieta, Mimosa!
Quando finalmente pude colocar meus pés no chão, percebo que haviam vários animais confinados em uma espécie de sala com uma fraca iluminação. Tem água e comida pra eles.
Saio dali, andando devagar e observando os detalhes daquilo que parece ser uma nave que saiu de algum filme. Havia uma pequena janela no meio daquela coisa, então me aproximo para ver o que veria do lado de fora, e percebo que estávamos bem longe do solo e nos distanciando rápido.
Começo a ver as nuvens, e logo após estrelas, e quando me dou conta, estou vendo o planeta Terra se afastando na imensidão. Ou melhor, eu é que estou me distanciando cada vez mais dele. Agora a Terra está pequenininha, parecendo uma bolinha de gude.
Enquanto me desespero internamente, esbarro em um botão vermelho na parede, e luzes começam a piscar freneticamente, com um som ensurdecedor. Tento me esconder em algum lugar.
Robô
"ALERTA DE INTRUSOS! ALERTA DE INTRUSOS! ALERTA DE INTRUSOS!"
Uma voz robótica berra sem parar. Ah... Sua coisa idiota e fofoqueira, se tivesse uma cara, eu te dava um tapa. Desse jeito vão acabar me achando.
Encontro umas caixas empilhadas por perto e me enfio lá atrás. Se eu tiver sorte, ninguém vai me encontrar aqui, ou seja lá o que for o dono dessa nave. Seriam ETs verdes?
Meu coração dispara quando vejo uma porta se abrindo e adentrando na sala um homem muito alto, com quase 2 metros de altura, com uma arma de mira lazer na mão, procurando por algo, provavelmente EU.
Então eu penso comigo mesmo: "Vixe, agora eu tô Ferrado!"
Robô
"ALERTA DE INTRUSOS! ALERTA DE INTRUSOS! ALERTA DE INTRUSOS!"
Ouço os alarmes soarem, avisando que havia algum intruso por aqui. Aciono o piloto automático, pego minhas armas e saio em busca do tal. Irei matá-lo sem dó, nem piedade, pois ninguém invade minha nave desta maneira e sai impune.
Abro o compartimento onde se encontravam os animais, fruto de meu furto. Provavelmente o que ou seja lá quem for que esteje andando em minha nave, veio juntamente com eles por engano.
Saco a arma e desligo as luzes. Pois enxergamos muito bem na escuridão, o que para mim seria uma vantagem se o ser não enxergasse bem no escuro. Ouço um barulho detrás de algumas caixas e vou averiguar em silêncio.
Tem algo escondido ali e aquilo está tremendo, não sei se de frio ou de medo. Acendo as luzes novamente e miro na coisa, que se levanta num pulo quando me vê e começa a correr.
Dou voz de comando, mas nada daquilo parar. Corria como um animal perdido, prestes à ser abatido.
Então percebo do que se trata. É um macho humano do planeta Terra, que para em minha frente e me aponta uma barra de ferro.
Arthur
Fi-fique longe de mim!
Ele diz com voz e mãos trêmulas.
Dante
Calma. Podes abaixar isto, eu não irei lhe machucar.
Digo me aproximando dele, tentando ser o mais amigável possível e abaixando minha arma.
Arthur
N-não. O-o quê é você? Onde é que eu tô?
Aquela criatura fala apontando o ferro pro meu lado
É evidente que ele está com medo. O que é óbvio, pois está preso com um desconhecido e a esta altura, se encontra bem longe de seu planeta.
Noto que há um corte em seu braço. Possivelmente feito ao entrar na nave, pois o sangue tem cheiro de fresco.
Dante
Hey, deixe eu tratar deste seu ferimento.
Digo me aproximando e ele grita para eu não me aproximar, arremessando o objeto em mim. Pego com uma só mão e o entorto, jogando ao chão logo em seguida.
Ele fica imóvel quando vê a cena, e se desmancha em lágrimas. Com certeza o assustei com tal ato, mas não foi minha intenção.
Arthur
Não chega perto de mim. Eu não preciso de ajuda.
Ele murmura com a mão em cima do corte.
Pego ele no colo, e o levo até a enfermaria de minha nave. Ele começa a esbravejar e me dar socos nas costas, porém sua força é inútil contra a minha.
Arthur
Me solta seu troglodita gigante do espaço.
Ele diz esperneando. Como ele é irritante.
O coloco sentado na mesa e peço para que se aquiete. Fecho a porta e pego meu regenerador celular e aplico em seu braço.
Dante
Pronto, totalmente restaurado.
Ele olha pra mim, olha pro objeto em minha mão, e com o rosto confuso fala:
Arthur
-O-obrigado. Nossa. Não ficou nem cicatriz. À propósito, meu nome é Arthur.
Ele diz com mais calma, e pude notar que sua voz é suave e graciosa.
Falo guardando minha pequena máquina de cura em uma gaveta.
Arthur
Bom... DANTE, você poderia me levar de volta? Não quero saber o que ou de onde você é, não vou contar pra ninguém que EU vi um ET. Afinal, ninguém acreditaria. Então, só quero ir embora pra casa.
Ele fala descendo da mesa.
Dante
Não será possível, criatura. Não temos combustível o suficiente para voltar.
Ele começa a me estapear novamente.
Arthur
Você me trouxe pra cá por engano e agora não quer me levar de volta? Quem você pensa que é? Seu... Seu ladrão de meia tigela!
Dante
E o que VOCÊ estava fazendo naquela fazenda? Também estava roubando, não?
Arthur
Isso NÃO é da sua conta!
Ele fala gritando e me dando um chute na perna.
Como essa raça humana é agressiva.
Cap.2(Olhar exótico)
Acabo dando um chute na perna do ETsão. Mas acabo ficando com medo do que meu ato irresponsável poderia causar. E se ele ficar com raiva e querer me matar? Afinal, eu não valho nada para ele.
Arthur
Desculpe por ter te chutado. É que você me deixou nervoso. Não sei quanto à você, mas eu tenho meus motivos para estar roubando.
Dante
- Hum... Talvez em uma outra ocasião me contes. E quanto ao chute? Não foi nada. És um humano muito fraco.
Me sinto ofendido com suas palavras. Mas ao ver ele falar, passando a mão em seus cabelos negros com seu olhar hipnotizante, me fez esquecer e paralizar por alguns segundos. Seu sorriso com dentes perfeitamente brancos e alinhados é a coisa mais linda que já vi na vida.
Dante
Olha... Você deve estar com fome, não é? Venha, vamos comer algo, pois eu também estou.
Puxa, a nave dele realmente é enorme, já tinha contado umas três salas.
Não recuso seu convite, pois estou morrendo de fome. Meu estômago ronca alto, pois não consegui uma gota de leite das benditas vacas, e meu único pedaço de pão que tinha achado pra comer, perdi por aí. E além do mais, confesso que fiquei curioso em saber que tipo de comida esse alien come.
Ele não tem nada de pele verde, anteninhas, tentáculos ou coisas do tipo, como nós sempre imaginamos. Ele parece um ser humano normal, a não ser pelos olhos, que são diferentes porque mudam de cor uma vez ou outra.
Pra um ET, ele é muito bonito, muito mesmo. Pra se ter uma ideia, ele é tipo os 10 homens mais lindos do mundo fusionados em um só, depois multiplica essa beleza por mil. Pronto, esse é o Dante. Talvez eu tenha exagerado um pouquinho, mas que ele é lindo, ele é.
Ele abre um pequeno compartimento, semelhante a uma geladeira, e retira algumas coisas de dentro, colocando tudo em cima da mesa e me explica o que é cada prato.
Opto por algo que seja familiar, como algumas frutas. Frutas essas um tanto quanto estranhas, por exemplo uma maçã de coloração azul, bananas cor-de-rosa, morangos roxos e umas uvas verdes brilhantes como vagalumes.
Frutas tão lindas que dava até dó de comer, e ao mesmo tempo pareciam algo extremamente radioativo.
Havia uma garrafa prateada contendo água também. Que ótimo, pelo menos de sede eu não morreria.
Ele fala segurando uma cápsula vermelha, do tamanho de um comprimido, e me entregando.
Arthur
- O que é isso? É veneno? Você quer me matar?
Dante
E por que raios eu iria lhe matar? Você vai me valer bem mais se eu lhe vender em um leilão no planeta mais próximo.
Digo e ele me fuzila com os olhos.
Arthur
Se vai me vender, pra que está me dando isso?
Ele fala me encarando com olhar furioso.
Dante
Essa é a cápsula da linguagem universal. A substância contida nela se adere às suas células cerebrais, onde poderá entender e falar qualquer idioma do universo.
Arthur
Sério? Que legal! Porquê não existe uma dessas no meu planeta? Teria me dado bem nas aulas de inglês e espanhol.
Ele toma com um pouco de água.
Arthur
E por que você entende o que eu falo, ETsão?
Eu não gostei de ser chamado por esse nome, mas mesmo assim respondi-lhe à altura.
Dante
Porquê em minha nave existe um tradutor interno. Se você sair lá pra fora, não entenderia mais nenhuma palavra minha. Humano minúsculo.
Arthur
Ah, bom. Hey, não me chame assim, eu tenho nome e 1,62 de altura, tá? Rhum...
Ele fala cruzando os braços.
Dante
Ah... Mil perdões, senhor gigante. Por favor, não me esmagues com toda a sua grandeza.
Digo caçoando da criatura pequena.
Arthur
Chega de conversa. Posso comer? Já que vai me vender, tenho que estar bem apresentável, não?
Ele fala pegando algumas frutas.
Arthur
Tem alguma masmorra pra eu ficar e dormir?
Questiono sem entender direito e ele sorri mordendo a maçã.
Arthur
Um quarto, dormitório, aposentos, casinha do cachorro, sei lá como vocês dizem por aqui.
Dante
Ah sim. Um quarto. Não costumo receber visitas, mas podes ficar no meu, por enquanto.
Conduzo a coisinha irritante pelo corredor e abro a porta para ele.
Dante
Podes ficar aí, só não toques em nada.
Arthur
Obrigado, ETsão. Ops... Quer dizer, DANTE.
Ele fala com deboche, me mostrando a língua. Juro que não entendi o que tal gesto significava.
Dante
Só mais uma coisa. Ali tem um banheiro e se quiseres tomar um banho, sinta-se à vontade. Você precisa pois está fedendo e não quero sentir seu cheiro insuportável em minha cama.
Digo fechando a porta, deixando-o sozinho.
Eu menti. Ele possui um cheiro estranhamente doce, mesmo misturado ao dos animais. Havia dito aquilo apenas para provocá-lo, pois gosto de vê-lo irritadiço. Imagina só que cabeça a minha, ceder meu quarto, minha cama para um macho desconhecido do planeta Terra. Devo estar ficando louco.
Li em algum lugar que os humanos não possuem os sentidos apurados como os de nossa espécie. Como por exemplo, nós possuímos a habilidade de enxergar no escuro e eles não, e nossa espécie é mais forte fisicamente também.
Preciso encontrar aquele manual que fala sobre a raça humana. Onde será que deixei? Preciso saber mais dessa espécie, principalmente na parte em que se fala dos machos. Quero entender melhor cada detalhe sobre ele, Arthur...
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