A Descoberta De Nanda.
Quem sou eu?
Fernanda Adler
Oi eu sou a Nanda, Fernanda Adler, essa história que conto pra vocês hoje, aqui, dessa mesa de escritório, aconteceu a alguns anos atrás, para mergulhar comigo nesse romance, quero que me conheça, farei parte da sua imaginação, por isso, utilizo algumas ilustrações minhas durante a escrita para que vocês não se percam em minha aparência.
Na época dos fatos eu tinha 19 anos, não tinha muitos planos, tinha poucas ambições, acredito que por ser mais careta, a vida não tinha lá tantas coisas para se fazer. Eu morria de medo de ficar bêbada e cigarro então nem pensar! Gostava mesmo dos meus livros e do meu vídeo game, que desde novinha jogava bem pra caramba.
22 anos atrás...
Fernanda Adler
Senhor! olha a hora!
Nanda se apressa para a entrevista de emprego, como o emprego não exigia experiência, foi uma das melhores opções encontradas nos recortes do jornal, "recepcionista", ela só teria de saber mexer no computador e ter boa aparência.
Nanda era magra delicada, tinha pele bem clara e cabelo longo comprido de cor castanha, os seios pequenos o corpo adequado a uma moça da idade dela e as unhas eram meia roidas de ansiedade, mas tinha olhos grandes e verdes como esmeraldas, uma bela moça campestre digamos assim.
Ela se veste de modo modesto, uma blusinha polo sem decote, jaqueta jeans e calça, um tênis comum muito limpo por sinal, os cabelos estavam amarrados de rabo de cavalo, no rosto branco e ingênuo um brilho labial de cor rosa dava um tom saudável aos lábios.
Rafael Spence
Fernanda Adler?
Nanda se levanta de pressa e entra no escritório, ela não vê ninguém na sala mas se atreve a sentar na cadeira disposta a sua frente.
Fernanda Adler
Já estou me arrependendo desse lugar. (come as unhas)
Rafael Spence
Desculpa, precisei atender o telefone. Você é a Fernanda Adler correto? (marca algo no papel)
Antes de continuarmos, deixa eu explicar quem era Raphael.
A 22 anos atrás Raphael tinha 31 anos, médico psiquiatra da 5 geração de sua família os Spence. Quase todos os homens de lá eram médicos, os que não eram, tinham carreiras brilhantes gerenciando hospitais.
Raphael era o digno carma do mulherio, tinha o cabelo meio crescido, a barba desenhada e os olhos da cor mel, o queixo quadrado, um corpo definido e se vestia sempre de modo organizado.
No dia da entrevista, ele vestia uma calça branca daquelas mais sociais, camisa branca de botão dobrada no braço, e um broche na gola da camisa com o brasão dos Spence.
Fernanda Adler
Sou (responde se levantando e esticando a mão).
Rafael Spence
(corresponde e aperta a mão dela) Este é meu consultório, como pode ver um consultório de psiquiatria e apoio psicológico integral.
Nos trabalhamos com diversos pontos de apoio mental mas também fazemos terapias.
Fernanda Adler
(eu acho que estou entrando em pânico nesse momento). (Aperto minha pasta de documentos e começo a ficar surda)
Fernanda Adler
Não! Ops! Senhor, não prestei a atenção na última parte, terapia ok, e o que eu faço?
Rafael Spence
(ele ri discreto) Recepcionista. Mas quero que se concentre na entrevista e não em mim pode ser?
Fernanda Adler
Mas espera (levanta) eu não estava prestando a atenção em você não, eu estava tendo um pensamento longe apenas, mau começou e você acha que eu prestei a atenção na sua aparência? Está acostumado com tanta mulher lhe elogiando assim? Está entrevistando pedindo aparência para que mesmo? Eu acho que não sou eu quem fica de olho na aparência dos outros.
Rafael Spence
(senta) Será que a gente pode continuar ou você vai dar lição de moral em mim? Olha eu não sou um pervertido. E se concentrar na entrevista é por que preciso te conhecer melhor.
Fernanda Adler
(pega a pasta) Tudo bem (se senta novamente) eu tenho ansiedade e acontece isso as vezes.
Rafael Spence
Eu vou cuidar de você tudo bem? Pode começar na segunda? (ele assina um ok na ficha dela).
Fernanda Adler
Começar? Quer dizer que eu tenho um emprego? YESS! Obrigada! (da uns pulinhos).
Rafael Spence
Tudo bem, (ri de canto).
Fernanda Adler
Demorou! (sai toda feliz)
Ele encosta a porta do consultório... termina algumas anotações, tem medo dos sentimentos que Nanda lhe causaram nessa primeira entrevista. Ele tinha medo de retornar ao passado e ser assombrado pelos fantasmas que o cercaram.
Enquanto Nanda caminhava ela se sentia madura por estar entrando no primeiro emprego, repetia e repetia, Quem sou eu?
A primeira vez sempre dói?
Chego no primeiro dia de emprego e um silêncio no consultório tira a minha paz logo de cara.
Rebeca
Oi eu sou a Rebeca. Hoje ele está um nojo viu, boa sorte. (ri e entrega os papéis pra ela)
Fernanda Adler
Oi tudo bem? (ri) Mas na entrevista ele parecia ser tão da paz.
Rebeca
É só quando a mulher dele dorme de calça jeans. (ri alto).
Fernanda Adler
Ela dá 3 sapatos pra ele né? Dois nos pés e um na bunda então? (ri alto).
De repente Rebeca muda a fisionomia mas Nanda não para de criar piadinhas e continua rindo. Raphael estava atrás dela....
Rafael Spence
Então eu sou uma piada pra você? Já vi mesmo que a língua não para dentro da boca.
Fernanda Adler
Me desculpa apenas entrei na onda.
Rafael Spence
Eu estou começando a mudar de ideia sobre você.
Fernanda Adler
Eu mereci esse emprego! Eu também passei pela entrevista você não fez nenhuma caridade ok?
Rafael Spence
(ri debochado) Acha mesmo que não foi pena, ou esse currículo com somente a porcaria do seu nome ia te levar em algum lugar?
Rebeca
Ei doutor calma. Não foi nada.
Rafael Spence
Você faça sua parte. Só não te tiro daqui por que seu filho precisa de pelo menos um responsável pra sustentar.
Fernanda Adler
Você é um nojo! (enche os olhos de lágrimas).
Rafael Spence
A vida nao é colorida igual seu tênis de menininha não.
Fernanda Adler
Quer saber fica com essa porcaria de salário. Eu acho que quem precisa mais dele é você mesmo.
Rafael Spence
Se sair não volta... (ri de canto).
Rafael Spence
Você precisa de mim e tem razão eu preciso de vocês. Agora não me peite como uma valentona, amadureça.
Rebecca vai até o banheiro para se recompor das patadas.
Fernanda Adler
Você não deveria ter falado assim com ela, você não sabe como é a vida dela. Infelizmente nem todo mundo nasce com os mesmos privilégios DOUTOR SPENCE.
Rafael Spence
(ri e sai) Eu tenho o que eu quero e quando quero.
Rebeca retorna do banheiro cheia de raiva, senta em sua cadeira e continua o trabalho.
Fernanda Adler
ele é sempre esse filho da mãe?
Rebeca
Você não viu nada... mas tem dias que ele é incrível, é doce, é o homem mais bondoso do mundo. A rumores de que o casamento dele não vai bem por isso ele anda muito estressado, sabe?
Fernanda Adler
Isso não é motivo, tudo bem que eu zoei a cara dele, mas acredito que isso não foi suficiente.
Rebeca
Logo ele melhora você vai ver.
Fernanda Adler
Será que toda primeira vez dói? Primeiro emprego, sexo, piercings (ela ri).
Rebeca
É a vida te f%dendo (ela ri alto) bem vinda ao primeiro dia.
A fruta da fruteira.
Minha mãe cozinha tão bem, penso eu enquanto termino de devorar as últimas asinhas de frango com molho que ela preparou. Com as mãos sujas e a boca lotada de comida olho pela fresta da porta e...
Fernanda Adler
Você quer sentar? (empurro a cadeira com o pé).
A copa não é só minha doutor (ela ri).
Rafael Spence
(ele ri) Eu sei moça.
(ele senta e pega uma fruta da fruteira e começa a comer).
Fernanda Adler
Olha eu até te ofereceria comida mas como pode ver já era tudo. (mostra a vasilha).
Rafael Spence
Você é única sabia, acho muito legal esse seu jeito de moleca.
Fernanda Adler
Sempre fui assim (levanta indo em direção a pia) minha mãe diz que é mais fácil de levar a vida sabe... com alegria.
Quando ela termina de lavar a marmita e se vira, dá de cara com ele, que a segura.
Rafael Spence
Cuidado (ele ri) também eu deveria ter avisado, não dá pra chegar nas pessoas assim por de trás.
Fernanda Adler
(ela fica vermelha de vergonha) A não tem nada não, tá tudo bem, você quer companhia para terminar de comer? As vezes é ruim comer sozinho.
Enquanto ela termina o diálogo, o cheiro amadeirado do perfume dele incendeia as narinas dela, um cheiro que marca memória, que fica guardado, cheiro atrativo o cheiro dele.
Rafael Spence
Não tudo bem. E só uma fruta. Meu almoço só vem mais tarde.
Fernanda Adler
Sua mãe cozinha pra você?
Rafael Spence
Não (ele ri) ela não bota as mãos na cozinha já tem uns 30 anos.
Fernanda Adler
Caramba ela tem deficiência?
Rafael Spence
(ele ri alto) Não, ela não gosta de cozinhar.
Fernanda Adler
(ela ri) Desculpa meu cérebro é assim mesmo as vezes. Agora tenho que voltar. Aprecie a fruta da fruteira.
Enquanto ela saia da copa, ele retornava a sentar na cadeira solitário e pensativo.
Rafael Spence
(respira fundo) Ela é tão inocente, tão bonita, tão delicada, aqueles cabelos meio soltos, por que eu não paro de pensar nela, quero proteger ela, quero ser seu amigo, quero que ela confie em mim, o perfume simples de cheiro de roupa limpa, tão minha... (ele debruça na mesa).
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