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Minha Psicóloga

01

...josh pov's...

Tomo outro remédio pela terceira vez no dia e me jogo na cama fechando os meus olhos. Minha vida desde quando meu pai morreu pelas mãos de minha mãe e a mesma ir internada por problemas mentais acabavam comigo mesmo depois de 2 anos do acontecido,eu me sentia fraco por não ter feito nada para ajudá-los,por não perceber que minha mãe estava doente e que precisava da minha ajuda.

Eu era um inútil

Todas as vezes que eu parava para observar um porta-retrato de todos nós três juntos eu me perguntava

Como tudo se desmoronou na frente dos meus olhos?

Eu era tão imbecil e imprestável a ponto de não perceber mesmo oque acontecido diante dos meus olhos?

Meu pai era incrível,45 anos,dono de uma lanchonete mais famosa da nossa cidade e o meu melhor amigo,sempre foi presente em todos os momentos da minha vida,desde os triste aos felizes,andávamos sempre juntos jogando ou conversando sobre tudo.

Minha mãe era totalmente o oposto,mesmo tendo alguns momentos de fotos e sorrisos ela era distante,se preocupava em ser a melhor médica do hospital em que trabalhava e quase nunca dormia em casa fazem um dos seus plantões de 24 horas ou 48 horas.

Sempre foi assim a minha vida inteira,mais eu os amava com todo o meu coração e os queria aqui,mesmo minha mãe indo para o trabalho toda vez e não ligando pra gente.

Me perguntava por qual motivo ela adoeceu,e ao ponto de matar seu próprio marido?oque tinha acontecido para que ela chegasse a tal ponto?

Eu não conseguia entender.

Só oque eu sabia era que tudo aquilo havia acabado de todas as formas comigo,sozinho,sem amigos,sem meus pais e com a depressão.

Eu realmente era um de um inútil.

••

Me sento no sofá sem a menor vontade de trabalhar,eu era dono da lanchonete em que meu pai era dono,mais eu não ligava mais para nada,parecia que nada mais importava naquele momento.

Repórter: as ruas de Los Angeles estão cada vez mais perigosa - diz séria com um microfone na mão olhando para a câmera - um homem é visto estrup - mudo de canal na mesma hora,tudo bem que era um jornal e era feito para falar sobre oque acontece no mundo mais porra era sempre aquilo? Sempre tragédias e tragédias?minha vida já era uma merda então eu não precisava ouvir mais desgraça que acontecia pelo mundo.

Aquilo era um pesadelo sem fim.

Me jogo para trás me deitando no sofá e olho para o teto,parecia que eu via tudo em preto em branco,era como se nada mais tivesse cor, quase como se estivessemos na época em que as imagens não tinham cor alguma. Nada tinha sentido,nem de viver tinha mais.

Pai morto,mãe louca e sem companhia nem para falar um a.

Suspiro tristemente e cruzo os meus braços ainda olhando para o teto branco,era uma porra aquela situação,ainda mais quando eu tinha que passar por ela sozinho,sem receber uma abraço de alguém e ouvir aquela pessoa te dizer que tudo ficará bem e que independente de tudo ela estaria ao meu lado

Mais eu não tenho mais ninguém,era apenas eu por mim mesmo.

Pra muitas pessoas a melhor companhia e amigo era nós mesmo mais pra mim aquela frase não tinha valor algum quando eu já estava afundado.

Muitas pessoas achavam que era algum drama ou um disfarçe que eu fazia para receber atenção e porra como podem achar isso depois de tudo que eu passei?

Ver minha família se desmoronando bem na sua frente e perdendo pessoas que amam era horrível,era uma dor imensa.

Eu odiava e amava minha mãe ao mesmo tempo, odiava a mesma por ter arrancado de mim o meu melhor amigo a sangue frio mesmo sem consciência dos seus atos e por ter se auto prejudicado assim e acabado tanto com sua vida quanto a minha e de meu pai,e a amo por que apesar de tudo ela ainda era minha mãe.

Eu queria entender seu lado mais era difícil pra caralho tudo aquilo.

Mais do que adianta ela me dizer do porque tudo aquilo? de qualquer forma o vazio no peito pela saudade do meu velho nunca iria embora.

Eu queria só um abraço e de poder chorar sem que ninguém se incomode com o barulho dos meus soluços e súplicas perguntando do porque a vida tinha feito algo assim comigo.

O amor era algo imaginário,que você acha que está acontecendo ali naquele momento,mais ele é o culpado por todas as desgraça que acontece,pois ele nunca existiu mais sempre arruma um único momento de afeto para iludir as pessoas,ele acaba com você aos poucos e o pior é que descobrirmos sempre tarde demais.

Eu nunca acreditei de fato no amor, exceto pelos meus pais,mais nunca de fato cheguei a amar alguém porque aquilo tudo era um passatempo destruidor.

E espero nunca amar alguém...

Me assusto com uma batida na porta de entrada me tirando do meu tempo de desabafo comigo mesmo e me levanto calçando os meus chinelos. Vou até a porta e franzio o cenho ao ver que não tinha nenhum ser humano por ali,esse prédio as vezes me dava medo.

Será que era um fantasma querendo me levar de uma vez? Se for por favor me leve.....

Olho para a baixo e vejo um cartaz branco,curioso o pego e fecho a porta novamente,não sabia quem havia o colocado ali mais naquele momento não me importava muito.

Suspiro ainda o segurando e me sento no sofá olhando para frente,oque quer que fale naquele cartaz estava me deixando nervoso e ansioso,como se eu precisasse ver e não ver ao mesmo tempo.

O dobro sem ler e o coloco na mesinha da sala,suspiro olhando para ele e me levanto indo até o banheiro.

••

Me jogo em minha cama com a respiração ofegante,estava tendo crise de ansiedade e mais uma vez estava tendo que passar por ela sozinho. Aperto o travesseiro tentando não me machucar na tentativa de calma e grunhi de raiva lembrando das imagens do meu pai morto no chão da sala a 2 anos atrás.

Flashback on

Acordo com gritos escandalosos no andar debaixo mais ignoro,com certeza era minha mãe brigando com meu pai porque ele não ajudava na casa,era sempre assim,minha mãe reclamava que meu pai não ajudava em casa mais ela em si não fazia nada,mais era algo normal sempre foi assim.

Me levanto indo ao banheiro e lavo meu rosto e escovo meus dentes,meu pai começa a gritar mais de novo eu reviro os olhos terminando de escovar meus dentes. Os gritos se prolongaram por longos e demorados minutos até tudo ficar em um total silêncio

derrepente alguém bate na minha porta e eu dou de ombros secando minhas mãos e minha boca.

Caminho até a porta devagar e dou um pulo para trás quando vejo minha mãe me olhar com um sorriso em meio as lágrimas enquanto suas mãos e seu vestido preto estavam manchados de sangue

Paula: seu pai querido - diz e sorri,olho para suas roupas sujas de sangue e os gritos de minutos atrás de meu pai ecoam pela minha cabeça.

Oque você fez? - pergunto com a voz trêmula e a mesma ri e olha para o teto - onde está o meu pai? - pergunto mais firme e ela apenas aponta para as escadas,vou até ela correndo e desço rapidamente indo até a sala. Minha respiração se torna rápida assim que vejo meu pai jogado no chão,cheio de sangue.

Oque você fez mãe?

Droga,droga - grito indo até ele e me ajoelho em seu lado,coloco sua cabeça em meu colo sujando minhas mãos de sangue - pai - o chaqualho - pai fala comigo pai - imploro sentindo lágrimas descerem de meus olhos - pai por favor acorda - imploro o sacudindo mais nenhum movimento é dado - por favor - imploro ainda o chaqualhando - por favor - grito mais nada acontece,os risos de minha mãe são dados lá em cima enquanto eu olhava para frente totalmente perdido.

Flashback off

Se eu não tivesse ignorado os gritos de meu pai na primeira vez que eu escutei nada daquilo teria acontecido,eu fui o culpado,eu fui o culpado,eu fui.

Minha mãe estava ficando louca mais nem eu sabia o motivo para ela ter adoecido,mais devia ter corrido atrás para saber se não nada disso teria acontecido,eu teria a ajudado a tempo de ter perdido meu pai.

Eu não sabia o motivo da briga deles que levou a morte de meu pai,e também não estava afim de saber,aquilo me machucava ainda mais toda vez que eu parava pra pensar naquilo.

Tento respirar embusca de estabilidade e depois de muito sacrifico consigo,me ajeito em minha cama deixando apenas as lágrimas molharem meu rosto enquanto fechava meus olhos.

••

Preparo meu café antes de sair para trabalhar e me viro para trás olhando para a sala,o cartaz que havia recebido ontem ainda estava dobrado ali,eu não havia o lido e sinto que não era a hora de abri-lo,era estranho mais sentia que alguma hora seria certo para abri-lo.

Isso é realmente estranho

Suspiro decidindo deixar aquilo de lado e a cafeteira apita indicando que meu café estava pronto,pego o copo e assompro um pouco meu café o esfriando e dou um gole logo em seguida, não sentia muita fome de manhã então apenas bebia alguns goles do meu café e já estava satisfeito.

Assim que me dou por satisfeito,deixo o copo na pia e vou até a sala pegando minha carteira,meu celular e as chaves do meu carro.

Já atrasado saio de casa e vou até meu carro abrindo a porta do mesmo,entro deixando minhas coisas no banco ao lado e ligo o carro saindo dali rumo ao meu trabalho,como dono da lanchonete do meu pai eu gerenciava tudo,ou seja,eu ficava com a parte mais burocratica e chata do lugar.

Depois de 20 minutos no trânsito,chego em frente a lanchonete,suspiro querendo minha casa e pego minhas coisas saindo do carro o trancando. Aceno para alguns funcionários e vou até o elevador apertando para o 6 andar.

Entro no mesmo assim que ele o abre e fico parado vendo a porta se fechar e logo o elevador subir. Abaixo a cabeça lembrando de quando vinha com meu pai aqui, conversavamos sobre tudo mais do que trabalhávamos.

Assim que saio do elevador vou até minha sala,uma das principais e entro fechando a porta. Franzio o cenho ao ver edina,minha secretária, sentada sobre minha mesa, passando as mãos em suas pernas em um ato malicioso.

Edina? - ela sorri,com o cenho franzido fecho a porta e cruzo os braços - oque faz na minha sala? - pergunto sério e ela desce da mesa lentamente vindo até mim.

Edina: vim para te ver antes de me sufocar em contas naquele computador - choraminga e eu suspiro me afastando dela que me olha confusa.

Sai da minha sala e vá ao seu trabalho por favor - peço de costas viradas para ela.

Edina: mais eu achei que - me viro novamente para ela mais sério ainda.

Vá para seu trabalho senhorita edina - falo mais firme e a mesma bufa me olhando feio,ela firma seus olhos em mim e vira as costas saindo da sala batendo porta - se quebrar algo será descontado do seu salário - resmungo e vou até mim mesa me sentando em minha cadeira.

[....]

Suspiro cansado enquanto entro em meu apartamento e fecho a porta jogando meus pertences no sofá,me sento no mesmo passando as mãos pelo rosto e meu olhar cai várias e várias vezes naquele cartaz.

Eu deveria o ver....

Mais não vou

Me levanto do sofá e subo as escadas indo até meu quarto,sorrio fraco ao ver aquele maldito porta retrato em família e abaixo a cabeça.

Fico assim por um tempo até decidir tomar meu banho. Vou até meu closet pegando uma peça de roupa e uma toalha limpa e vou até o banheiro fechando a porta.

Penduro a roupa e a toalha no suporte na parede e me olho no espelho observando minha própria fase.

"Eu estou tão orgulhoso de você meu filho,meu pequeno beauchamp"

Meus olhos começam a se mostrarem molhados pelas novas lágrimas do dia e eu fecho os meus olhos.

Aperto a lateral da pia com a raiva me apossando enquanto mais e mais lágrimas desciam de meus olhos.

"Voce é meu menininho josh,pode sempre contar com o papai pra tudo"

Aperto a pia com mais força e levanto a cabeça para cima.

"Que tal um passeio? vamos nos divertir junto"

Grito de raiva dando um soco na pia causando um barulho e começo a chorar sentindo meu peito apertar.

"Que letrinha é essa filho"

"É a letra A papai"

"Muito bem meu garotinho esperto,por causa disso você ganha um chocolatinho"

Me sento no chão abraçando meus joelhos e choro mais alto não me importando com mais nada.

"Vamos cantar a músiquinha do garotinho desobediente porque o senhor foi muito desobediente papai"

A lâmina no chão em baixo da pia aparece em meu campo de visão e eu enxugo minhas lágrimas me inclinando para pegá-la

A pego em minhas mãos sentindo a ânsia por usá-la afim de diminuir minha dor e a aproximo perto de meus braços.

O primeiro corte é fingado em meu braço me arrancando um suspiro, lágrimas ainda caiem de meus olhos.

Outro corte um pouco mais forte que o outro na lateral no meu pulso é dado por mim e eu não me mexo,eu não sentia mais a dor,ela já era mais do que familiar por mim.

Outro corte

Mais um corte

Um mais forte e meu braço já estava fraco,deixo a lâmina cair no chão e encosto minha cabeça na parede fechando os olhos apenas sentindo o sangue escorrer dos meus braços.

________________

02

...Josh pov's...

Já se passaram alguns dias e eu estava pior do que nunca estive antes,meus cortes se tornaram frequente,a dor mental me corroía ainda mais e a minha vontade de morrer se tornava cada vez maior.

Se eu já era fraco antes agora estava a ponto de cair,meu estômago já não conseguia reconhecer a última vez que eu comi, dormir? nem um pouco,se eu fechava os olhos aquela maldita cena pairava em minha cabeça como filmes de terror que lembramos quando vamos dormir.

Eram frequentes e perturbadores,as risadas da minha mãe no andar de cima,os gritos do meu pai antes do acontecido,das minhas mãos sujas de seu sangue enquanto eu implorava para que o mesmo abrisse seus olhos indicando de que ainda estava vivo e comigo me assombravam.

Me sento no sofá da sala decidindo por não ir trabalhar hoje,eu não estava nada bem,mal conseguia me levantar,eu estava fraco,de coração aperto e sozinho,eu não tinha mais forças para nada.

Além de quase ter ido para o hospital com o braço saindo cada vez mais do meu sangue.

Eu jurei que aquela seria a hora exata em que eu finalmente morreria e descansaria em paz,mas Deus não foi muito generoso comigo e me deixou vivo e infeliz.

Pego o controle decidindo por assistir um filme para me distrair e coloco 'como eu era antes de você,eu gostava de assistir romances mais não acreditava neles.

Apoio meu cotovelo no braço do sofá e começo a assistir. O filme vai rolando mais eu fingia para mim mesma de que eu estava prestando atenção em cada segundo dele,mais minha mente mais uma vez arrumou seu método de me atormentar.

Fecho os meus olhos virando a cara para outro lugar e coloco minhas mãos em meu colo, minha cabeça doía,meu estômago doía pela falta de comida e meus braços feridos em um curativo mal feito por mim.

Me encosto melhor no sofá e suspiro tentando não me importar em como eu me sentia.

"Vamos cantar de novo, repete para o papai repente... dó, ré,mi,fa,fa,fa"

"Dó.. dó,ré... papai eu não consigo"

Não de novo não por favor - falo colocando as mãos na cabeça mantendo meus olhos fechados.

"Você consegue,papai vai te ajudar"

Suspiro chaqualando a cabeça de um lado para o outro tentando expulsar tudo o que me fazia mal ao lembrar embora.

"Papai amanhã o senhor me leva para o parque de diversões e chama a mamãe para ir com a gente?"

"Filho..ela vai fazer outro plantão no hospital"

"Ah...tudo bem"

"Nós podemos ir nós dois juntos oque você acha? Vamos nos divertir muito juntos?"

"Sim papai"

Me inclino para a frente apertando as mãos em minha cabeça enquanto fechava meus olhos com mais força.

"Filho você não acha que está muito cedo para trabalhar? ainda tem 17 anos"

"Não pai,eu quero que o senhor tenha orgulho de mim me vendo trabalhar tão bem quanto o senhor"

"Você não precisa me mostrar nada,eu tenho orgulho de você desde que você nasceu"

Lágrimas caiem novamente de meus olhos e eu os abro olhando para cada canto daquela sala,punhos fechados e a raiva me fervilhando me faz levantar.

Grito com toda as minhas forças chutando o sofá o empurrando para longe,chuto o sofá mais uma vez e grito em meio ao choro fechando minhas mãos em um punho.

"Eu tenho que ir trabalhar Josh"

"Mais mamãe e a minha apresentação do dia das mães,eu ensaiei o mês inteiro para você me ver dançando"

"Eu não tenho tempo pra isso,mande seu pai ir ao meu lugar"

Esse dia eu chorei como nunca,minha mãe nunca ia na escola para nada,nem no dia das mães.

Meu pai me convenceu a ir quando eu disse que não queria ir mais,e depois de várias negações eu aceitei ir e meu pai foi comigo.

Ele sorria a cara passo da coreografia que eu dançava junto com as crianças da minha sala,ele batia as mãos uma na outra e cantava a música enquanto sorria me olhando.

Chuto a mesinha de centro e suspiro,vou até a cozinha em passos largos sentindo meu peito subir e descer em uma velocidade totalmente rápida,eu estava descontrolado e mal conseguia parar eu mesmo de fazer qualquer movimento.

Abro a torneira e molho um pouco minhas mãos passando elas pelo meu rosto,olho para a esquerda e observo a faca de carne no armário,vou até ela devagar suspirando enquanto tentava respirar com normalidade.

A pego em minhas mãos trêmulas de sentimentos misturados ao mesmo tempo dentro de mim e a direciono até a frente do meu peito.

Minha mãos começam a tremer com mais força mais não faço nenhum movimento com a faca para frente,começo a chorar com mais precisão e fecho os meus olhos por um segundo.

Olho para a faca e a aproximo perto de meu peito encostando nele em seguida,olho para cima totalmente perdido.

Era só afundar a faca,era só afundar...

Olho para o lado e aquele cartaz de dias atrás estava jogado no chão, provavelmente caiu assim que eu chutei a mesinha de centro. Olho para a faca novamente e com uma respirada funda a afasto de mim a colocando lentamente no lugar onde estava e vou até a sala lentamente como se eu fosse uma tartaruga.

Me agacho no chão perto do cartaz e o pego em minhas mãos,penso várias vezes se o desdobrar seria o correto naquele momento mais algo me fazia agora,de forma estranha,querer que eu o abrisse.

O desdobro com cuidado e olho com atenção.

A.g? - pergunto curioso e continuo olhando para o papel em minhas mãos,de certa forma aquilo me acalmou,o motivo? desconhecido.

Continuo por ler até acabar e abaixo o papel olhando para qualquer canto da sala. Suspiro o jogando no chão novamente e pego meu celular entrando no Google.

Procuro pela sigla A.G e uma clínica de psicologia aparece na primeira reposta, observo curioso e abaixo estava algumas informações sobre a clínica e onde ficava.

Exatamente a 2 ruas do meu prédio.

Não tinha mais nada a respeito abaixo apenas frases de motivações para quem quer que lesse.

Jogo meu celular no sofá e passo as mãos pelo meu rosto.

Eu realmente iria fazer aquilo se eu não tivesse olhado novamente para o cartaz?

Olho para as minhas vestimentas e fecho os meus olhos respirando fundo,pego novamente meu celular e minha carteira jogada no chão e guardo no meu bolso,penso se era uma boa ideia ir até aquela clínica.

Mais oque eu tinha a perder?

Nada

Vou até a porta e a abro devagar,ainda dava tempo de desistir, reviro os olhos para mim mesmo e saio do meu apartamento fechando a porta e a trancando.

Aperto o botão do elevador para o primeiro andar e espero impacientemente batendo os pés no chão. O barulho do mesmo se abrindo ecooa e o olho se abrindo,a senhora pilar moradora do apartamento ao lado da meu sorri de forma doce assim que me vê.

Entro no elevador mais a mesma continua no mesmo, penso em perguntar se ela não iria sair mais resolvo ficar calado,não queria parecer rude.

Pilar: como esta menino Josh? - pergunta sorrindo e eu suspiro.

Estou bem - minto sem a encarar.

Pilar: certo - seu tom baixo me deixa curioso mas outra vez fico calado - onde vai com toda pressa? - pergunta curiosa e eu olha para ela.

Ah..eu vou para um lugar chamado A.G - falo sem importância e ela sorri largo mais parece tentar esconder.

Pilar: não conheço - diz virando a cara para o lado mais ainda consigo ver seu sorriso.

Tem certeza? - pergunto desconfiado e na hora que ela iria responder o elevador se abre no primeiro andar - é...tchau senhora pilar,tenha um bom dia - falo baixo e ela sorri e acena para mim continuando no elevador.

Porque ela não saiu quando ele chegou lá em cima? ela por um acaso ficou lá apenas para falar comigo?

Deixo isso de lado e aceno para a porteira que sorri fraco ao me ver e logo volta sua atenção para o computador.

Saio do prédio e sigo até o estacionamento mais abaixo e pego as chaves do meu carro que sempre estavam comigo,destravo o meu carro e entro nele me acomodando no banco,fecho a porta e coloco o endereço da tal clínica no GPS,era a duas ruas da minha casa mais eu não sabia bem como chegar.

Fico o caminho todo pensando se era uma boa ideia ir até esse lugar,por um lado eu queria,seria bom conversar com alguém,mais eu podia confiar na pessoa que eu conversaria?

Um pouco mais de 10 minutos chego em frente a uma clínica grande,ela era toda vermelha e em cima dela continha a inicial A.G

Saio do carro o trancando e depois de pensar mais um pouco sobre se devia entrar ou não finalmente dou passos a frente em direção a clínica,entro timidamente no local colocando as mãos no bolso e algumas pessoas sentadas no banco de espera me olham curiosamente.

Avisto um homem no balcão da recepção e vou até o mesmo ainda tímido.

Olá - chamo sua atenção e o mesmo me olha de cima a baixo.

Xxx: em que posso ajudar? - pergunta seco e eu arqueo uma das sobrancelhas,ele era asiático,cabelos escuros,alto e magro,era estiloso também mesmo com seu uniforme não muito bonito e pelo crachá se identificava por krystian wang.

Gostaria de marcar uma sessão - falo baixo e ele revira os olhos.

Krystian: com qual psicóloga? - pergunta sem ânimo e eu fico confuso,eu não conheci nenhumas.

Quais vocês tem aqui? - pergunto timidamente e mais uma vez ele revira os olhos.

Krystian: novato? - pergunta sem ânimo e eu assinto - pois bem,temos a Angélica, psicóloga da sala 13 do terceiro andar e olha eu não te recomendo ela,digamos que a mulher é meio doidinha - sussurra para mim dando um pequeno sorriso mais logo volta a postura séria - temos a rosa da sala 6,ela é uma das melhores daqui,temos a Barbara da sala 9 que eu também não recomendo - ele continuou falando de todas as inúmeras psicólogas que tinham aqui e eu já estava cansado - e por fim temos a psicóloga any Gabrielly,ela inclusive e dona de tudo aqui mais também trabalha como todas as outras - diz dando de ombros e eu suspiro.

Pode ser essa mesmo,eu apenas quero uma sessão - falo fazendo pouco caso e ele assente.

Krystian: preciso que assine aqui para mim - ele me entrega uma ficha e eu assinto pegando um caneta do canto do balcão,assino tudo prestando atenção para não escrever algo errado e o entrego assim que termino de assinar - preciso da sua identidade por favor - diz sério e eu assinto pegando minha carteira,eu costumava deixar meu r.g nela.

Assim que o mesmo me avisa de que estava tudo certo,me sento em um dos bancos de espera e suspiro cansado,eu serei um dos últimos.

[.....]

Krystian: Josh Beauchamp você é o próximo - diz ainda sem ânimo e eu me levanto,restava apenas eu e mais duas pessoas que seriam atendidas por outras psicólogas - a sala de any e no segundo andar na sala 10 - diz sem me olhar e eu assinto.

Vou até o elevador e o aperto para o segundo andar,assim que ele se abre entro me encostando na parede e o observo se fechar.

Porque eu vim para cá? - pergunto para mim mesmo me arrependendo de ter vindo,foi uma péssima ideia ter vindo aqui.

O elevador se abre e eu saio do mesmo olhando em volta, procuro pela sala 10 mais não acho,ando mais um pouco para frente e avisto a sala 10 um pouco mais ao fundo do corredor,paro em sua frente e depois de pensar mais um pouco inclino minha mão para frente e dou duas batidas na porta.

Depois de uma voz baixa e suave permitir minha entrada eu giro a maçaneta para o lado abrindo a

porta.

Uma mulher de estatura média,de cabelos cacheados volumosos,olhos cor chocolates,morena e com um sorriso animado me olha e eu fico parado a olhando.

Ela era linda...

Oi - falo timidamente e ela sorri vindo até mim.

Any: olá Joshua Beauchamp,seja bem vindo - diz sorrindo e eu acabo por sorrir um pouco com sua animação - eu sou a any - diz animada e vai até sua mesa novamente - pode se sentar aqui - aponta para uma poltrona parecendo ser confortável ao lado da sua,vou até ela e me sento olhando em volta.

Any: então, você virá com mais frequência? - pergunta colocando seus olhos e amarra seus cabelos cacheados em um rabo de cavalo frouxo,fico a observando perdido - Josh? - me chama rindo fraco e eu balanço a cabeça de leve.

Ah.. é...sim - falo incerto e ela assente.

Any: eu vou ser sua psicóloga daqui em diante então,e para a nossa primeira sessão vamos começar apenas com perguntas aleatórias,isso é uma forma de eu o conhecer melhor ...isso irá ajudar nas nossas próximas sessões - diz seria e eu assinto olhando para baixo - tudo bem então,quantos anos tem? - pergunta segurando uma agenda.

22 anos - falo simples e ela assente.

Any: sempre morou aqui em Los Angeles ou já foi para outro lugar? - pergunta me olhando e eu nego - gosta de morar aqui? - pergunta voltando sua atenção para a agenda e eu observo seu rosto.

Não - falo baixo e ela me encara por um tempo.

Any: certo...como foi seu dia? - pergunta voltando a sorrir e eu suspiro frustado.

Normal - minto sem a encarar e ela me analisa.

Any: preciso que seja sincero comigo Josh,além de sua psicóloga eu quero ser sua amiga... olha - ela se ajeita melhor em sua poltrona e segura minha mão,fico tenso por alguns segundos mais relaxo sentindo suas mãos pequenas e meio quentes segurarem as minhas - sei que vai demorar muito para que confie em mim mais não precisa mentir,pode falar tudo o que quiser,tudo oque sente,eu não estou aqui pra te julgar,estou aqui pra te ajudar e te entender - diz apertando de leve minhas mãos e eu respiro fundo assentindo.

Certo,tudo bem - falo olhando para baixo e ela solta nossas mãos voltando a pegar sua agenda - meu dia foi ruim..eu meio que tive um surto,comecei a ter lembranças boas mais que me fazem mal,eu...comecei a chutar as coisas e quase.. quase - falo sentindo minha respiração querendo se acelerar,ela deixa sua agenda na mesinha a nossa frente e vem até mim.

Any: não precisa falar - diz agachando em minha frente e segura minhas mãos - tá tudo bem - diz acariciando a palma de minha mão com o polegar e eu respiro fundo - não precisa me contar isso se você não quiser,vamos continuar com algo que você queria falar - diz sorrindo fraco e eu assinto,ela se levanta e volta a sua poltrona - oque você gosta de fazer? - pergunta voltando a sorrir e eu penso um pouco.

Eu não sei na verdade,eu não faço nada do meu dia além de...de ficar em minha casa sem fazer nada - falo sincero e ela ri um pouco.

Any: então você é uma pessoa desocupada - diz rindo fraco e eu sorrio assentindo - porque não experimenta fazer algo,mais como uma distração? isso é uma das coisas que mais nós ajuda,e em diversos momentos - diz olhando para sua agenda.

Eu não gosto muito de sair de casa - falo baixo - só saio às vezes para trabalhar - falo sincero e ela assente.

Any: mais você pode fazer algo em sua casa,algo que sempre gostou de fazer - diz me encarando e eu abaixo a cabeça.

Eu gostava de conversa ou jogar com uma pessoa...mais ela não está mais aqui - falo tenso e ela suspira tristemente.

Any: eu entendo - diz baixo mais eu não a encaro - e te garanto que a melhor coisa que podemos fazer diante dessa saudade e angustia que sentimos no peito e ocupar a mente com algo produtivo,calmo...e como eu disse pode ser na sua casa,jogando ou conversando consigo mesmo,a melhor forma de fugirmos de pensamentos e sentimentos assim são lutando contra eles com alguma distração - diz sorrindo e eu fico pensativo.

Derrepente seu sorriso se desfaz e eu sigo o seu olhar que encarava algo,ela olhava meus cortes em meu braço ferido e eu tento os esconder.

Ela se levanta rapidamente indo até a sua mesa maior no canto da sala e a vejo tirar um kit de primeiros socorros. Fico confuso mais permaneço calado,ela tira alguns medicamentos de lá e vem até mim rapidamente,quase correndo,a mesma se agacha em minha frente e toca meu braço.

Fico a encarando por um tempo e a mesma olha para meu braço e para meu rosto logo em seguida.

Any: posso? - pergunta sorrindo fraco e eu assinto tímido,ela puxa a manga da minha blusa para cima e sorri tristemente para meu ferimento.

Ela pega os medicamentos que havia pegado na maleta e começa passando em meu braço,faço careta com a ardência de algo que ela passa nos ferimentos maiores.

Depois de alguns minutos passando várias e várias coisas em meu braço a mesma pega algo branco não identificado por mim e começa a embrulhar a onde se localizavam os machucados.

Any: isso vai ajudar a não inflamar - diz terminando de enfaixar meu braço e logo se levanta - espero que não se machuque mais Josh..vamos trabalhar nisso.

____________

03

...Josh pov's...

Saio daquela clínica um pouco confuso,a forma como ela cuidou do meu braço e foi paciente me fez bem,mais me deixou em plena confusão.

Não sei ao certo se iria voltar,não era tão fácil aceitar que precisa de ajuda médica,eu me sentia um doente,um problemático.

Talvez eu seja realmente um problemático.

Durante esses últimos 2 anos eu aprendi a me acalmar sozinho,desabafar comigo mesmo,não era tão fácil saber que precisava de algum médico tendo que me ajudar

Entro em meu carro e dou rumo ao meu prédio novamente,eram por volta das cinco da tarde,havia realmente demorado para que eu seja atendido,mais any havia dito que na próxima vez eu seria atendido assim que chegasse,mais não teria uma próxima vez.

O caminho foi rápido então quando dei por mim já estava em meu prédio,saio do carro o trancando e vou em direção a portaria.

A senhora pilar estava ali conversando com a porteira animadamente e a mesma apenas fingia estar prestando atenção no que ela falava.

Olá - as comprimento brevemente e passo por elas indo até o elevador,escuto passos apressados em minha direção e me viro de costas vendo a senhora pilar atrás de mim.

Pilar: Josh er...como foi na tal A.G? - pergunta curiosa e eu arqueo a sobrancelha.

Até que foi bom...porque? - pergunto a encarando e ela me dá um sorrisinho nervoso,o barulho do elevador novamente atrapalha nosso diálogo e eu suspiro - até mais senhora pilar - ela acena e eu entro no elevador,o observo se fechar e suspiro encostando minha cabeça na parede.

"Lute pelo que o deixa na mão,lute para ser livre"

A frase ao final do cartaz me deixa intrigado,era um tipo de complo as coisas estarem me deixando confuso hoje?

Suspiro em meio a uma revirada de olhos e saio do elevador assim que seu barulho de parada ecooa. Destranco a porta do meu apartamento e franzio o cenho ao ver tudo oque antes estava jogado no chão pelo meu surto estava arrumado e limpo. Fecho a porta do apartamento e ando devagar até a sala,um papelzinho branco no sofá me chama atenção e eu vou até o mesmo curioso.

"De senhora pilar"

"Eu me dei a liberdade de entrar em sua casa e limpar tudo,ouvi alguns barulhos de algo se quebrando e pedi a porteira para me dar a chave reserva para limpar aqui,espero que não se importe menino Josh"

Olho mais uma vez ao redor e fico um pouco incomodado,estava tudo limpo e arrumado,mais não gostava nem um pouco de pessoas entrando na minha casa.

Suspiro frustrado e ponho o papel de volta no sofá me sentando ao lado,apoio os cotovelos na minha coxa e coloco minha cabeça em cima das minhas mãos.

"mais você pode fazer algo em sua casa,algo que sempre gostou de fazer"

A voz animada da psicóloga cacheada ecoa pela minha cabeça.

"preciso que seja sincero comigo Josh,além de sua psicóloga eu quero ser sua amiga.."

Sorrio fraco e mais uma vez suspiro,olho em volta e penso em algo legal para fazer. Me levanto indo até meu quarto e no canto do guarda roupa avisto meu violão,eu tocava junto com meu pai quando tinha meus 18 anos,amávamos tocar e cantar juntos,mais depois que ele morreu tudo oque gostávamos de fazer juntos morreu também.

Vou até o violão e o pego sorrindo tristemente.

Flashback on

Ron: toca e canta um trecho de alguma música para mim - pede juntando as mãos e eu rio assentindo,pego meu violão do estojo e me sento no sofá ao seu lado. Penso em uma música que ele gostava muito e sorrio levantando meu olhar para ele que me esperava.

Toco a primeira corda soltando a melodia e vou seguindo assim até começar a tocar de uma vez o som da música escolhida.

Caught me off guard, I wish that I'd been sober

Pegou-me desprevenido, queria estar sóbrio

Still, here we are, back in Hanover '99

Ainda assim, aqui estamos nós, de volta a Hanover '99

Just like old times all over

Bem como nos velhos tempos

Under the exit lights, as beautiful as ever

Sob as luzes de saída, tão bonitas como sempre

I really wish that I dressed up a little better

Eu realmente queria ter me vestido um pouco melhor

No regrets is what we said

Sem arrependimentos, foi o que dissemos

We can't go back again

Nós não podemos voltar novamente

Darling,nobody Said It would last forever

Querida, ninguém disse que duraria para sempre

That doesn't mean we didn't try to get there

Isso não significa que não tentamos chegar lá

I never said that we would die together

Eu nunca disse que iríamos morrer juntos

That doesn't mean it was a lie

Isso não significa que foi mentira

That doesn't mean it was a lie

Isso não significa que foi mentira

Remember, nobody said that it would last forever

Lembre-se, ninguém disse que iria durar para sempre

Head in my hands,cold coffee on the table

Cabeça em minhas mãos, café frio na mesa

Wish you the best, I would If I was able

Desejo a você o melhor, eu gostaria, se eu pudesse

Morning light,It stings a little

Luz da manhã, dói um pouco

Termino de cantar o trecho da música que ele gostava muito e o mesmo sorria largo me olhando com admiração.

Flashback off

Me sento em minha cama e o posiciono em meu colo,começo a dedilhar as cordas apenas pensando em alguma música agradável.

Uma música da qual eu estava escutando algumas semanas atrás percorre em minha mente e eu sorrio fraco começando a tocar a melodia da música

I don't wanna keep you waiting

Eu não quero deixar você esperando

That's why you're blaming on me, oh

É por isso que você está me culpando, oh

You're just giving me your secrets

Você está apenas me dando seus segredos

And I want it too, yeah

E eu quero isso também, sim

'Cause this was on you, baby

Porque isso era por sua conta, baby

And it's only true, yeah

E é apenas verdade, sim

I'm gonna feel it, feel it so strong

Eu vou sentir isso, sentir isso tão forte

This is making me alive

Isso está me deixando vivo

We don't even have to say goodbye

Nós nem temos que dizer adeus

I wanna you, you

Eu quero voce voce

This is tryna making me alive

Isso é tentar me fazer viver

We don't even have to say goodbye

Nós nem temos que dizer adeus

Uhm, even if I wanna play this

Uhm, mesmo se eu quiser jogar isso

That's what they're expecting from me, yeah

Isso é o que eles esperam de mim, sim

I will never let you go now

Eu nunca vou deixar você ir agora

This is about you

Isso é sobre você

Cause this was on you, baby

Porque isso era por sua conta, baby

And it's only true, yeah

E é apenas verdade, sim

I'm gonna feel it, feel it so strong

Eu vou sentir isso, sentir isso tão forte

This is making me alive

Isso está me deixando vivo

We don't even have to say goodbye

Nós nem temos que dizer adeus

I'm gonna feel it, feel it so strong

Eu vou sentir isso, sinto é tão forte

This is tryna making me alive

Isso é tentar me fazer viver

We don't even have to say goodbye

Nós nem temos que dizer adeus

I wanna you, you

Eu quero voce voce

This is making me alive

Isso está me deixando vivo

We don't even have to say goodbye

Nós nem temos que dizer adeus

I want you, you

Eu te quero voce

This is tryna making me alive

Isso é tentar me fazer viver

We don't even have to say

Nós nem precisamos dizer

Termino de cantar e encerro a musica com um pequeno e fraco sorriso,deixo o violão na cama ao meu lado e olho para a parede por um tempo,como se tivesse pensando em algo que nem mesmo eu sabia.

Me levanto após ter uma ideia do que podia fazer e vou até a cozinha,eu amava cozinhar coisas novas então indo até o armário pego os ingredientes para fazer uma lasanha,comidas brasileiras sempre foi meu aperitivo preferido depois de provar feijoada com o meu pai no dia das crianças algumas vezes.

Preparo tudo na ordem certa de acordo com a receita que eu lia em meu celular,faço tudo certinho e levo até o forno.

Assim que já estava no forno assando me encosto no balcão da cozinha e olho para as minhas mãos e logo dou um sorriso.

É senhorita psicóloga cacheada...até que não foi uma má ideia me distrair - murmuro pra mim mesmo e olho para o forno - não demora muito pelo amor de Deus - choramingo olhando para o forno e suspiro.

[....]

Acordo às 10 horas da manhã e olho para o lado pegando meu celular,a sessão com a cacheada animada seria as 11 então daria tempo,sim eu iria novamente e sim os apelidos para ela eram sempre algo com 'cacheada.

Rio fraco comigo mesmo e me levanto indo até o banheiro. Após escovar meus dentes e lavar meu rosto,saio do quarto após pegar meu celular e preparo meu café matinal.

Enquanto a cafeteira preparava meu café eu olho para minhas vestimentas e faço careta.

Josh quer assustar a coitada? - pergunto para mim mesmo,estava com uma calça cinza meio rasgada e uma camisa regata branca um pouco velha. Tomo meu café rapidamente assim que fica pronto e corro até meu quarto.

Vou até meu guarda roupa e o abro olhando para todas as minhas roupas,pego uma calça jeans e uma camisa de manga comprida preta e me visto rapidamente.

Suspiro e olho para baixo vendo que eu também estava com um misero chinelo.

Reviro os olhos e pego um tênis também preto e o calço sem pressa dessa vez,saio do meu quarto depois de pronto e pego minha carteira a guardando em meu bolso.

Saio de casa rapidamente quando vejo que já eram 10:30,vou até o elevador apressadamente e o aperto para o primeiro andar. Bato os pés no chão enquanto esperava o elevador abrir.

Escuro um barulho de papel sendo jogado no lixo e me viro para trás vendo a senhora pilar jogando vários papéis amassados no lixo que ficava ao lado da sua porta,ela acena para mim e entra em seu apartamento novamente,olho para os lados vendo se tinha alguém por ali e curiosamente vou em direção ao seu lixo e franzio o cenho ao ver algo semelhante com o cartaz que recebi.

Inclino a mão na intenção de pegar o papel amassado mais o som do elevador se abrindo me impede,suspiro frustrado e deixo a ideia de vasculhar o lixo alheio de lado.

[.....]

Olá - comprimento o asiático que me olha desanimado como ontem.

Krystian: oque quer? - pergunta grosso e eu faço careta.

Tenho uma sessão marcada com a any Gabrielly - comprimo a vontade de dizer o apelido que eu havia dado a ela e ele assente verificando seu computador.

Krystian: pode ir direto para a sala dela,ela só tem você de paciente neste período - diz baixo com a típica cara de uma pessoa mal humorada e eu reviro os olhos acenando para ele que me ignora. Vou até o elevador e o mesmo prontamente se abre.

Entro logo em seguida e ponho as mãos no rosto nervosamente.

Assim que chego no andar certo,saio do elevador e vou até o final do corredor onde ficava a sala 10,dou duas batidas na porta e como ontem a sua voz suave e baixa me permite entrar.

Oi - a comprimento baixinho e ela sorri ao me ver.

Any: Joshua que bom que veio..achei que não iria vir - diz vindo até mim e me surpreende com um abraço acolhedor, sorrio fraco e envolvo meus braços em sua cintura.

Me atrasei um pouco - falo tímido e ela sorri se afastando de mim.

Any: bom mais agora vamos começar com a nossa sessão - diz indo até sua poltrona e eu vou até a poltrona ao lado me sentando - então Joshua - a interrompo fazendo careta.

Me chame apenas de Josh - peço me ajeitando na poltrona e ela assente.

Any: então Josh - ela da ênfase em meu nome - como foi o resto do seu dia ontem? - pergunta pegando sua agenda e sua caneta que continha um enfeite igual tinha em canetinhas de crianças,rio com isso e ela segue meu olhar - ei não ri,eu gosto de canetas assim - diz fazendo bico e eu rio assentindo - então como foi? - volta a pergunta.

Foi bom...e-eu segui o seu conselho de me distrair com algo que eu gosto - confesso e ela sorri mais.

Any: e como se sentiu? - pergunta curiosa e eu mordo os meus lábios nervosamente,seu olhar cai em minha boca mais disfarça olhando para sua agenda.

Me senti melhor..eu não pensei muito sobre oque sempre me faz mal e me concentrei naquilo que estava fazendo - falo animadamente e ela anota algo em sua agenda.

Any: fico feliz que tenha feito isso,te garanto que fazendo pelo menos alguma coisa que goste todos os dias lhe fará muito bem - diz e pisca voltando a olhar a agenda, apenas olho para seu rosto e observo os detalhes.

Porque eu tô fazendo isso?

Any: certo...agora quero que me fale algo importante e que seja sincero comigo tudo bem? - pergunta baixo e eu mesmo confuso assinto - como realmente se sente vindo aqui? sei que as vezes procurar ajuda não seja algo que muitas pessoas gostam e bom...eu posso tentar adivinhar que você seja uma dessas pessoas - diz incerta e eu suspiro.

Sim eu sou uma dessas pessoas - falo desviando meu olhar do seu - não é tão fácil descobrir que somos tão fracos ao ponto de não sabermos lidar com nossos próximos problemas sozinhos - confesso abaixando a cabeça e escuto um barulho.

Olho para o lado e vejo a mesma se levantar e parar em minha frente

Any: não saber lidar com os problemas não torna nenhuma pessoa fraca,muito pelo contrário,nem sempre vamos saber lidar com todos os nossos problemas tranquilamente,mas nos tornamos fracos quando nos afundamos neles,nos tornamos fracos a partir do momento em que deixamos que nossos problemas entrem em nossa mente nos deixando a beira de momentos frustrantes - diz sorrindo de lado e eu a escuto com curiosidade - oque eu quero dizer é que não somos fracos por não saber lidar com os problemas e sim se deixarmos eles nos atingir - diz firme e eu desvio o olhar do seu.

Com um suspiro a mesma volta a sua poltrona e se senta pegando sua agenda e a caneta enfeitada de volta. Ela anota mais algumas coisas e se vira para mim novamente.

Any: me diz uma coisa Josh - diz e eu a olho - você disse que teve um surto ontem....aquilo já aconteceu antes? - pergunta cautelosa e eu nego - tem certeza? - pergunta novamente e eu assinto - então o seu surto de ontem foi sua mente se esgotando - diz e eu franzio o cenho - sua mente está sobrecarregada de tudo oque se passa nela,o seu surto foi uma forma que sua mente achou de se acalmar, acalmar você.... - diz baixo e eu fico meio intrigado com aquilo.

Isso é algo normal? - pergunto mesmo sabendo da resposta que eu receberia.

Any: não,isso vai te prejudicando aos poucos,você vai ficar esgotado junto da sua mente e te garanto que o resultado é o pior - diz como.um sussurou e eu olho para minhas mãos - bom a nossa sessão acabou,tenho um compromisso daqui a pouco - diz chateada e se levanta, suspiro frustado e me levanto logo em seguida - Josh você...você pode me prometer apenas uma coisa? - pede vindo até mim e para em minha frente.

Posso - sussurro olhando seus olhos e ela suspira.

Any: apenas lute contra por aquilo que te faz mal,não pense demais e não...não machuque a si mesmo no intuito de calma - diz olhando para suas mãos e eu sorrio fraco.

Eu prometo  - falo chamando sua atenção de volta ao meu rosto e ela sorri novamente.

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