Ana fazendo a limpeza do corredor quando é chamada por sua avó Dandara.
— Filha venha pra cozinha, o príncipe Felipe chegou com os soldados de uma caçada e quer comemorar.
— Sim vó, vejo que teremos muito serviço essa noite.
Na cozinha várias mulheres trabalhando rapidamente, e ela segue ajudando Alceu o chefe de cozinha.
— Coloque esses temperos naquela panela.
Ele ia dando as instruções e ela seguia com precisão.
Lina sua amiga chega perto dela após servi os pratos.
— Aqueles soldados são uns nojentos, por favor Ana vai servir eles no meu lugar.
— Eu não sei é que o senhor Alceu precisa de mim na cozinha. — “Por eu ser a melhor ajudando o senhor Alceu livro-me desses infortúnios, mas fico com dó de Lina, ela é muito fofa e meiga.”
— Ei deixe minha neta trabalhar, vamos eles estão pedindo mais vinho, sirva pra eles. — Com voz rígida.
No salão Dalila fleta com o general Herbert, mas ele a ignora pois está de olho na jovem Lina, Ela tem 15 anos olhos verdes e de grande formosura.
— Ei moça quero que você me sirva. — Com postura imponente.
— Tudo bem. — Caminha até ele com a postura toda dura, e evita o contato visual.
— A jovem tem os olhos tão bonitos, quero que olhe pra mim.
— Senhor eeek! Eeek! — Começa a soluçar.
— Vai tomar uma água. — Um pouco desconcertado.
Na cozinha Dalila a intimida.
— Não quero te ver de volta ao salão, fica se insinuando por general Herbert.
Ela fica aliviada, mas um pouco irritada.
Já tarde da noite na hora de dormir, a vó de Ana conversava com ela, seu quarto era escuro e minúsculo.
— Ana você já está com 17 anos e é o meu anjo, porque esta sempre me ajudando, eu só lhe desejo o seu bem...
Ela entende o que a vó queria dizer.
— não pense muito nas coisas vó, estou feliz na condição que estou, sem problemas nem incertezas, pense que não é uma necessidade eu me casar, vamos só viver nossas vidas da melhor forma possível!
No dia seguinte varrendo as folhas na frente do castelo, Lina lhe conta sobre o que aconteceu.
— E olha que é ela a oferecida. — Diz com raiva.
— Quais são seus planos pro futuro Lina?
— Bom, eu queria me apaixonar viver o amor! — Com os olhos brilhando.
— “ A vida da minha mãe não foi fácil, ela se apaixonou e depois viveu a desilusão de ser largada grávida, ela morreu quando eu tinha 7 anos a imagem que eu tenho dela é de uma mulher amargurada e que sempre me olhou com desprezo, por eu ser parecida com o meu pai”.
— A não tem que me ajudar, é o general Herbert vindo pra cá. O que eu faço? — Se encolhe na sua frente.
O general Herbert tinha a fama de ser cruel e de ficar com várias mulheres, mas era ótimo para comandar as tropas.
— Sai correndo que eu já sei o que dizer se ele perguntar sobre você.
Ela obedece, e Herbert acha a situação estranha, Ana continua seu trabalho normalmente.
— Aquela moça é muito grosseira saiu correndo ao me vir chegar. — comenta a si mesmo.
— Me desculpe senhor. — Fala com a cabeça baixa.
— O que foi? ... Fale.
— É que a moça já estava reclamando de dor de barriga comigo, antes de sua chegada.
— Ah entendi... Ela sempre é assim?
— Sim, — Lhe olha com olhar de pena. — Ela sempre passa por momentos constrangedores coitadinha.
— Tudo bem. — Fica sem jeito ao ver sua reação inesperada.
— Com sua licença. — Se retira e volta a varrer.
Ele a olha por uns instantes e segue seu caminho.
— Acho que ela ficará em paz por um tempo.
Ana gostava de observar as pessoas, e aprender com elas, uma vez aos 10 anos numa festa que o rei dava ela viu uma mulher agir como vítima para se desculpa com outra senhora, com expressões bem exagerada.
Depois ela vai ajudar as mulheres a lavar roupas no Rio, o tempo estava agradável.
— Hoje ainda teremos muito serviço, pois ainda haverá festa. — Diz Zélia desanimada com a situação.
— Eu gosto de estar na presença dos soldados, o pior é ter que fazer esse trabalho aqui. — Comenta Dalila que sempre retruca o que as outras dizem.
— Diz isso mas fica sempre de corpo mole. — Fica emburrada.
— Velha insuperável! — Dando de ombros.
— “Nossa vai começar uma briga”! — Carmen fica animada.
— O que disse? — Se levanta exaltada.
— Senhora Zélia não dê importância, seja superior. — Ficando em sua frente.
— Ana você viu que ela me ofendeu.
— Fique calma não vale a pena e eu que fiquei sabendo que o circo está para se apresentar na cidade. — Muda de assunto.
— É mesmo. — Diz Selena animada. — Onde ouviu isso?
— No mercado outro dia, quando estava comprando mantimentos.
As mulheres ficam animadas por ser um evento que qualquer pessoa pode ir ver.
— “ela sempre consegue apaziguar as brigas, Ana é tão chata.” — Pensa Carmen.
Paulina uma jovem de família rica, ao ir à igreja com sua mãe se desprende, e vai na parte de trás onde fica uma fonte.
— Antônio fico feliz que veio! — Vai até ele e põe a mão em seu rosto.
Ele pega a sua mão e dá um beijo.
— Eu lhe trouxe um presente. — Pega de seu bolso um broche com uma pedra azul e lhe entrega.
— É maravilhoso a cor de meus olhos, mas deve ter sido muito caro para você? — Fica receosa.
— O preço não é importante, eu queria te dar algo, para que quando usasse lembra-se de mim.
— Por que isso soa como uma despedida?
— Eu estive pensando no que me disse que gosta de mim e que quer fica comigo, mas... sou apenas um filho de um comerciante, se insistimos nisso posso até arruinar sua vida, você entende? podemos continuar como amigos?
Seus olhos ficam lacrimejando.
— Eu só entendo que você não me ama, é um covarde e não quer enfrentar os problemas para ficar comigo. — Lhe empurra e sai.
— Acho que preciso desabafar com o padre de novo. — Se sentindo triste.
Na igreja ele pede para se confessar com o padre Luiz.
— Me conte o que foi dessa vez, Seguiu o meu conselho meu filho?
— Sim, mas pelo jeito que acabou, eu me sinto péssimo, ela me odeia agora.
— Mas foi o melhor para essa moça, que disse que é de família rica, você não fez nada que a desrespeitasse não é?
— Eu nem si quer lê dei um beijo, — Suspira um pouco arrependido. — eu só conversei com ela, já ficava feliz vendo à falar, o modo dela de agir com graça... eu só não queria ter problemas, e se as coisas continuassem como iam, podia se tornar algo maior, e como o senhor disse, nós poderiamos pagar caro depois.
O padre sempre ficava um pouco confuso com o rapaz, que pra qualquer dúvida ou problema que tinha, vinha falar com ele.
— Jovem com o tempo isso passa, vá e faça seu trabalho bem, seu pai dever estar te esperando.
Ao chega de volta ao mercado, sua família vendia vários cereais e frutas.
Gustavo seu irmão lhe dá um tapa nas costas.
— Por que demorou esse tanto?
— Estava na igreja só isso, vamos trabalhar que temos muito clientes, oi senhora o que vai ser hoje?
— Eu queria um pouco de trigo. — Diz com voz rouca.
— Ótimo! é pra já, e como está de saúde?
— Ah, eu estou um pouco melhor, que amável.
— Eu guardei umas ervas para a senhora. — “Meu pai disse que eu nasci com o dom pra ser comerciante, sempre consegui interagir bem com qualquer tipo de cliente e fazer boas vendas, conheci Paulina a três meses, quando ela estava passando pela rua fazendo compras com a mãe, eu a vi desanimada, e só senti uma vontade grande de lhe fazer se sentir bem, e então lhe chamei atenção com um truque com as frutas, foi aí que começou tudo.”
Alceu Ana e Lina com outros ajudantes iam andando no mercado fazendo compras.
— Ana vamos comprar ali uns temperos recém chegados de outras terras. — Diz ele apontando e indo rapidamente, pois era fascinado com eles.
— Sim senhor. — O acompanha mudando a macha.
Lina ia carregando um saco de sal, quando tromba em alguém e a faz derrubar.
— Aí não, o senhor Alceu vai me matar, o que vou fazer?
— senhorita, eu vi o que aconteceu, posso te ajudar? — já ajudando a recolher o que podia.
— Obrigada, mas só sou uma serva e é claro que serei punida por isso. — Já quase chorando.
— Eu vou lhe dar o tanto que perdeu e aí não haverá problemas.
— Não por favor é muita bondade. — Se posta.
— Pra mim não vai fazer falta sou comerciante, e vamos rápido se não vai se perder do seu senhor.
Ela fica calma e olha para o jovem que estava sendo tão bom com ela.
— “Ele é um anjo!” — Põe a mão no coração.
— Aqui, acho que isso vai dar. — Lhe dar outro saquinho.
— Muito obrigado! — Faz referência.
Ana olha a cena e à chama.
— Vamos já estar na hora de irmos.
O que Lina ganhava como serva, ela ajudava seus pais e irmãos, não sobrava.
A noite na casa de Paulina sua família jantava.
— Filha estava conversando com seu pai nós irremos fazer uma festa para que você seja apresentada na sociedade. — Diz Katie sua mãe a duquesa de Elba.
Ela estava tão triste que só consentiu com a cabeça.
— Vai ser a oportunidade de arranjar um bom partido para você já está na idade. — Diz seu pai, o Duque Bill de Escobar.
— Por favor me deem licença, eu não estou me sentindo bem, gostaria de ir deitar mais cedo.
Eles consentem com a cabeça.
Paulina era filha única, e seus pais não se importavam com os seus sentimentos, o momento que Antônio deu atenção à ela foi a melhor coisa que aconteceu em sua vida, ter alguém que realmente a escuta-se e fosse gentil, acabou se apaixonando.
Carmen e Dalila arrumando os quartos.
— Como eu te disse no verão passado o General Herbert estava louco de amores por mim agora nem quer saber de mim está de olho na oferecida da Lina. — Comenta Dalila.
— “Ela não se toca que é só uma diversão nas mãos dele, ou faz de conta”.
Ela tem uma ideia, para fazer inferno na vida de Lina.
— Que tal você colocar seus sentimentos em uma carta!
— Como assim? Eu não sei escrever, e não vejo o que isso pode ajudar. — Diz intrigada.
— Podemos pedir que alguém escreva, uma carta de amor expressando seus sentimentos o general vai ficar comovido.
Ela aceita a ideia e vão procurar Ana que estava na cozinha.
— vocês querem que eu escreva uma carta! — fica surpresa.
As pessoas que tinham condições de pagar os estudos, ou treinavam para o exército recebia uma instrução, quando criança o padre Luiz viu o interesse de Ana por querer aprender, quando viu ela com um livro na mão curiosa.
— “Quando o padre me viu com o livro que ele ensinava, perguntou o que eu queria, eu disse que queria saber qual era o sentimento de colocar o que se falar em um papel, ele disse que estava admirado comigo e que ia me ensinar a ler e escrever.” — O que querem que eu escreva?
— Os sentimentos da Dalila para o general Herbert! — Diz animada.
Ela pedi um papel e lápis a Alceu, que os usava para fazer lista, e as três se sentam em volta da mesa.
— Bom, me diga como se sente?
Dalila começa a falar sobre os seus desejos, de como ele era um homem viril e de como foi feliz em seus braços, Ana acha aquilo tudo muito vulgar e ameniza as coisas.
“General Herbert sinto em meu peito o calor do amor, fico ansiando pela sua presença e sofro ao pensar que possa rejeitar o carinho que lhe dedico, espero que os meus sentimentos sejam compreendidos por essa carta e venha sentir a felicidade que só uma mulher apaixonada pode lhe ofertar.”
Ela ler a carta e elas ficam admiradas.
— Que ótimo trabalho estou emocionada! — Os olhos de Dalila ficam cheios de lágrimas.
— Fico feliz em ajudar. — Com um sorriso no rosto.
— Agora a melhor oportunidade de entregar essa carta vai ser no espetáculo do circo, todos costumam ir. — Diz Carmen.
A noite nas ruas se ouvia a música alegre, as luzes coloridas e alguns artistas se apresentando chamando a atenção para o espetáculo que estava pra começar.
Dandara, Zélia e Selena iam caminhando juntas, Ana e Lina logo atrás, elas compram as entradas e entram.
— O que me impressiona mais é o espetáculo do mágico, como ele consegue? Parece até ser magia de verdade. — Diz Lina com os olhos brilhando.
— É só um truque, eu gosto daqueles que ficam saltando e se segurando no ar. — Argumenta Selena.
— Eu gosto mesmo é dos palhaços. — Diz Dandara.
Depois Ana compra duas maçãs e da uma a Lina.
— Obrigado, que bom que você tem dinheiro sobrando. — Diz agradecida.
Ela avista o general Herbert junto com outros soldados mas a frente, e se encolem atrás dela.
— Que medo todo é esse? Ele não parou de te incomodar?
— Depois do que você disse sim, mas por via das dúvidas.
— Entendo... Mas acho que isso vai mudar. — Diz ao ver Carmen e Dalila se aproximar
— Boa noite. — Ela cumprimenta.
Lina se recompõe e as outras olham feio.
— O general está logo ali, você vai entregar a carta Carmen? — Pergunta Dalila ansiosa.
— Sim. — Já indo.
— Agora as coisas serão diferentes! — Comenta Dalila ao ver Herbert lendo a carta.
Os soldados ao redor ficam em empolgação.
— General posso ler a carta depois? — Um deles pergunta.
— Não isso é assunto meu. — “Que caligrafia bonita, e são lindas palavras.” — Quem escreveu essa carta?
Ela aponta para Lina, e seus olhos se iluminam.
— Ana o que está acontecendo? — Pergunta Lina confusa.
— É que o general Herbert está lendo a carta que escrevi para ajudar Dalila.
— E parece que funcionou! Ele esta vindo até aqui. — Diz Dalila ajeitando o cabelo.
Oi meu amor! — Ela diz a ele, que a ignora e pega nas mãos de Lina.
— Lina sou todo seu para receber o seu carinho.
— O que? Eu não estou entendendo. — Balança a cabeça.
Dalila a empurra e Lina acaba fugindo com ela indo, atrás.
Carmen ri da situação e Herbert se sente com raiva ao se sentir envergonhado.
— O que foi isso tudo que acabou de acontecer? — pergunta entre os dentes.
— “Meu Deus ele estar furioso.” — Ana fica assustada e tenta sair de fininho.
Ele percebe e a chama.
— Eu me lembro de você, a serva que me respondeu outro dia...
Ela se ajoelha.
— Meu senhor peso perdão pela atitude de minhas companheiras, Dalila está com ciúmes de sua afeição por Lina pois morre de amores em seu coração, e não consegue agir com a razão, e Lina é só uma menina assustada e muito inocente que não sabe ter uma conduta certa frente a sua excelência, por favor não fique com raiva de minhas colegas.
Os outros soldados se aproximam.
— Senhor essa serva o ofendeu, podemos lhe dar um castigo?
Essas palavras lhe fazem sentir um aperto no peito.
— Não... Ela não tem nada haver com isso. Saia logo daqui. — Dando as costas.
Ela se levanta.
— obrigada. — Já se retirando e indo atrás de sua vó.
— “Será que a Dalila conseguiu pegar Lina? — E a chata da Ana que quase foi castigada, que sorte ela teve”. — Pensa Carmen comemorando.
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