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A Babá- Minha Segunda Chance

Apresentando os fatos

23 de dezembro de 1998

oi me chamo Blake Shelton, tenho 32 anos e por mais estranho que possa parecer , sou um pai de dois filhos, e viúvo recente.

o mais velho tem 11 anos e chama se Nicolas Shelton, razão constante das minhas maiores dores de cabeça infernais.

A mais nova , tem 6 meses , e apesar de ser apenas uma bebê , não me dou bem com ela pois toda vez que a vejo, meus olhos e meu coração a culpam pela morte de minha esposa que segundos após dar a luz a ela, morreu. Seu nome? Elisa Shelton.

Moro sozinho em uma casa gigante , sim, sempre gostei de conforto e foi por isso que alcancei o maior cargo da empresa na qual trabalho, sou o CEO mais valioso de toda a empresa.

Para conseguir trabalhar e manter o conforto dos meus filhos ,eu conto com a ajuda de uma pessoa que deveria viver para sempre ..ela é um anjo em minha vida desde que nasci.

Seu nome é Glória Dawson , ela é a minha governanta .

É ela quem cuida e administra todos os funcionários de minha casa assim como as rotinas dos meus filhos tambem.

Sabe , para que vocês possam entender um pouco de minha vida e o que me deixou assim , segundo todos os que me conhecem , um homem frio, rude, e sem coração, vou contar a vocês..

"Quando conheci Julliane, pensei que estava no paraíso e que ela era um anjo que veio me buscar..Ela era simplesmente linda..tudo. aquela mulher era perfeito..eu me senti o homem mais idiota , bobo, e palhaço do mundo..de fato isso são as consequências quando nos apaixonamos de verdade por alguém..Não sei se foi seus 1'70 de altura, seus cabelos ruivos da cor de fogo ou seus olhos azuis da cor do mar , talvez tenha sido sua doce voz que para mim soava como melodia , mas enfim, me apaixonei...e fui abençoado por ter tido a sorte dela ter me escolhido também.

Na época dos fatos , eu ainda não era ninguém, não tinha prestígio, contas bancárias, roupas caras e afins, nem mesmo a reputação de carregar um nome nas costas. Eu era apenas Blake, aquele Blake que nas horas vagas da faculdade curtia sair com os amigos mas que também por muitas vezes gostava de ficar em seu quarto .

Julliane entrou no último ano do curso da faculdade. De cara criamos uma afinidade incrível, e em menos de seis meses , quando se concluiu o curso, já estávamos namorando e a um mês depois de formados eu a pedi em casamento e ela aceitou.

Pronto, tinha tudo para ser o típico final feliz de todos os filmes românticos e das séries românticas by Netflix, só que na prática nada terminaria assim.

Com um mês de casados ela me presenteou com a melhor notícia do mundo..foi durante um simbólico jantar aonde estavamos sentados no tapete comendo macarrão instantâneo.

Entre uma garfada e outra, ela tirou um pequeno pacotinho que estava atrás da almofada e me deu.

Assim que o abri , quase engasguei..nele continha apenas um pé de sapatinho de bebê na cor azul, o que de fato revelava que ela estava grávida de um possível menino..

Assim que Nicolas nasceu, tudo estava a mil maravilhas, como dizem por aí..

Nossa vida mudou..meu amor por ambos só aumentou, ela parou de trabalhar para cuidar intensamente de nosso garotinho , mas em contra partida , meu trabalho na empresa somente aumentou....Nesses onze anos , idade atual de Nicolas, foram abertas mais 5 filiais da empresa em cinco cidades diferentes então na maior parte do tempo eu vivia de ponte aérea entre as cidades. Os poucos minutos em que estava em casa, chegava morrendo , querendo cama e mal tinha tempo para passar com meu filho quanto mais com minha mulher..Entre uma noite em casa e cinco ou seis fora em algum quarto de hotel por aí, tivemos uma intensa noite de amor , aonde tanto para mim e quanto para ela , não imaginávamos que seríamos pego de surpresa novamente.

Mais uma vez , Julliane engravidou porém o que era para ser motivo de festa desta vez culminou na pior tragédia de minha vida...

Entre suas consultas periódicas após o nascimento de Nicolas , seu médico havia lhe dito que ela não poderia mais engravidar pois havia adquirido um problema no útero que poderia gerar má formação do feto ou até em caso extremo culminar em sua morte.

Julliane saiu arrasada do consultório pois sabia que o meu maior sonho de vida era ter a casa cheia de filhos e temendo que eu fosse deixa- la por conta disso ela se calou e não me disse nada . O silêncio dela resultou em um desfecho trágico no qual para sempre irei carregar e que me trouxe Consequências devastadoras e impossíveis de se esquecer...

o dia do triste acontecimento

Assim que soubemos de sua segunda gravidez inesperada, muito mudou.Eu estava em um período que quase toda semana tinha de viajar para as filiais, portanto não pude curtir cada passo desta gestação tal como fiz na primeira vez .

Julliane sentia se radiante..estava feliz..desde o primeiro dia até os momentos finais, ela seguiu todas as recomendações médicas com exito.

Fez todas as consultas de ore natal, seguiu todas as orientações médicas, tudo trancorria normal.

Era noite do dia 23 de dezembro de 1998.

Eu havia acabado de chegar no meu quarto de hotel. Estava exausto tinha sido uma reunião bem complicada. Tudo o que eu mais queria era um banho e uma cama onde finalmente eu pudesse me desligar, para que no final de tarde do dia seguinte eu pudesse voltar para o aconchego do meu lar.

Assim que entrei no quarto, joguei minhas coisas sobre o sofá que havia ali já arrancando a gravata e o terno deixando em cima da poltrona. Logo fui até a cama e me joguei chutando meus sapatos pra longe..Após abrir minha camisa foi que peguei meu celular e liguei para minha doce mulher.

liguei para Julliane que mesmo com a diferença de seis horas de fuso horário me atendeu de primeira e disse que estava tudo bem. Ela contou me normalmente como tinha sido seu dia , falou também da reunião da escola que foi por conta de Nicolas , e disse que não havia sentido nenhum sintoma aparente de que indicasse o momento de nossa Elisa nascer .

Me despedi dela dizendo o quanto eu a amava e não via a hora de estar em seus braços novamente, e as últimas palavras que eu ouvi dela foram.."Blake, não sei o que seria de mim sem você...eu te amo ..volta logo "

Pronto..missão cumprida ...agora eu podia descansar.

levantei da cama , tirei o resto de minhas roupas e tomei uma ducha rápida.Tao cansado eu estava que nem me dei ao trabalho de abrir minha bolsa de viagem e pegar uma roupa para dormir, enrolei a toalha em minha cintura e aos tropeços cai na cama apagando quase que instantâneamente.

A escuridão me embalava ao som da forte chuva que caia do lado de fora do hotel, quando de repente a uma certa longa distância eu ouvi um som semelhante a um toque de celular. De olhos fechados estiquei meu braço até alcançar a poltrona e o peguei entre minhas roupas, coloquei ele no ouvido e falei..

- alô? minha voz saiu arrastada e muito sonolenta ainda..

Quando ouvi a voz ao outro lado me chamar pelo meu nome, parece que inexplicávelmente meu corpo adquiriu uma força imensa, e meu coração de tal rápido que batia parecia querer sair pela minha boca..

- Blake meu filho...está acordado? Blake??

Sentei na cama em sobressalto e esfreguei meus olhos pesados . Somente aí olhei em meu relógio e vi que eram quase 4 da manhã.

- mãe??

- oi meu filho...desculpe se o acordei mas preciso que venha logo..

- mãe aconteceu alguma coisa?

- Blake venha o mais rápido possível..sua filha é linda..meu amor tem seus traços e os olhos de Julliane..

Lembro me que nem sequer despedi me de minha mãe ou até mesmo desliguei o celular....

- meu deus minha filha nasceu porra...disse a mim mesmo em meio as lágrimas.

Num misto de alegria e também um certo receio, eu já saí vestindo tudo o que vi pela minha frente, calça, camisa, sapatos e por fim prestes a deixar o quarto de hotel, o lado Blake CEO responsável ativou em meu cérebro e fez eu ligar para Stuart, meu sócio para comunicar o meu retorno imediato para Chicago e também pedir que ele assumisse a reunião e fechasse os contratos me passando tudo depois.

Desci as escadas do hotel correndo , acertei minha conta , e peguei um táxi que me levou direto ao aeroporto.

Cerca de quase seis horas depois , lá estava eu desembarcando finalmente no aeroporto de Chicago.

Assim que deixei o saguão Jonh , meu motorista já me esperava. Ele me lançou um olhar nunca lançado a mim antes , mas como eu estava num misto de sensações, de cara não me atentei ao seu estranho olhar.

Em Chicago já eram dez horas da.manha...

- bom dia senhor Blake..

- bom dia Jonh..me leve ao Chicago hospital center por favor .

- sim senhor

Durante o trajeto que era para durar apenas 10 minutos, para meu stress se estendeu por quase meia hora por conta do trânsito na cidade.

Finalmente consegui relaxar um pouco quando vi que o carro se aproximava do estacionamento do hospital.

Ao descer do carro e olhar a frente foi que o início de meu pesadelo estava só começando...

A primeira pessoa que me viu e já veio em minha direção foi meu pai.

Ele nada disse e apenas me abraçou..

- oi meu filho..

abraçado a ele , respondi..

- oi pai..

Em seguida olhei a minha frente e vi..meu irmão Jeremy e sua esposa Stella, que há anos eu não o via, A tia Mary, o tio Charlie, e até mesmo a Mia que a última vez que tive notícias ouvi dizer que estava em Paris. Ela por sinal foi a outra pessoa que correu em minha direção me abraçando em meio a lágrimas .

- ah Blake que saudades.,.

Soltei me do abraço dela e olhei a todos ali parados a minha frente, mas para mim o início de um mal pressentimento foi quando vi Nicolas abraçado a minha mãe chorando...

Confesso que aquela imagem esmagou meu coração , e como pai deveria ter exercido o meu real papel que era ir até lá e abraça- lo, mas algo em mim simplesmente me impediu de agir e permaneci no mesmo lugar aonde estava.

Foi aí que minha mãe pediu que Mia ficasse com Nicolas e veio até ao de eu estava parado sem entender nada..

Era para ela ter me dado a pior notícia de minha vida só que nao foi ela quem falou...

- oi meu filho..

- mãe o que está acontecendo? olhei desçonfiado para ela que tinha lágrimas no olhar.

Uma sensação estranha começou a se instalar dentro de mim..

- eu quero ver Julliane, e minha Elisa..

Dei uns passos em direção a entrada do hospital quando Jeremy segurou em meu braço.

- Blake, espere...

Ali naquelas palavras proferidas por ele , senti que algo tinha acontecido..

- Jeremy me solta quero ver minha mulher..

Soltei me dele e fui até a entrada do hospital novamente quando prestes a abrir a porta eu levei meu golpe fatal, a punhalada mais dolorosa que um ser humano podia sentir , e o pior eh que foi dito por quem eu jamais poderia imaginar..

- não dá mais ...

Ao ouvir a voz de Nicolas eu parei e me virei em sua direção . Ele soltou se de Mia e correu em minha direção..

Olhando friamente em meus olhos , ele apenas disse .

- a mamãe morreu papai ..eu sinto muito.

Com a mão no trinco da porta deixei a mesma cair sobre meu corpo.

Faltou me o ar, as palavras, e em uma fração de segundos vi tudo girar em minha frente , e logo um buraco enorme se abriu por debaixo de meus pés . Eu sucumbi a escuridão que me tragou de uma forma muito cruel..

Ao ouvir tais palavras, meu corpo me traiu.. abriu um abismo e simplesmente me virei e cai.

Ao abrir meus olhos lentamente me deparei com um homem de meia idade trajando um jaleco branco e uma mulher segurando algo em suas mãos que parecia ser uma bolsa de soro. Tentei me mexer mas meu corpo não me ajudava.. não tinha forças, eu me vi deitado em uma cama..olhava para o teto..e aos poucos a cruel e pior realidade de minha vida voltava a tona, o que emfatizava que de fato tudo aquilo era mesmo real.

Como assim ela se foi? Era tão simples assim? não..não podia ser..me debati algumas vezes, talvez por isso agora minhas mãos e meus pés estavam amarrados na cama .

Gritei com toda a força de meu peito e o ar dos meus pulmões...

- naaaaaaaoo....

minha mãe entrou no quarto e tentou me acalmar..nada fazia meu corpo parar de tremer , de chorar de gritar.. eu só queria ver ela uma última vez, queria sentir ela pela última vez , dizer que a amava, mas de repente tudo foi arrancado de mim , tal como levaram junto a minha alegria e vontade em viver.

Mia aproximou se de onde eu estava e disse...

- Blake sua filha eh linda..

- eu sinto muito Blake..você é forte..vai superar...disse Jeremy com certo pesar em sua voz.

Passado o desespero imediato por conta dos sedativos que me infundiram, eu me dei conta de que fazia quase três horas que eu estava ali e nem sequer tinha visto o rosto da verdadeira culpada de tudo isso, aquela que a tirou de meu convívio,aquela que a levou, tomando seu lugar.

Eu ainda não tinha visto o rosto de Elisa ..a nossa filha...

A porta do quarto se abriu e dela surgiu Nicolas que em seu mais puro silêncio e vazio no olhar aproximou se de mim e numa cena que até os médicos e alguns enfermeiros que ali estavam , juntos de todos meus familiares se comoveram, ele simplesmente veio até mim, abraçou me e disse..

- vai ficar tudo bem papai...vamos superar isso juntos...

Ali pela primeira vez em anos eu não resisti... O abracei para perto de meu peito o mais forte que pude e feito pai e filho de verdade, choramos juntos um consolando o outro pela nossa irreparável perda.

os anos seguintes sem ela

Os primeiros anos sem minha esposa foram os piores em minha vida . Parece que desde que ela se foi , eu perdi a sustentação que me mantinha em pé e me fazia se sentir o melhor dos homens .

No trabalho, pelo menos tudo parecia ir de vento em polpa ...contratos assinados, clientes satisfeitos, reputação lá em cima mas para se ter tudo isso requer empenho e dedicação. e foi assim que consegui aos poucos bem lentamente começar a enxergar minha nova realidade com outros olhos.

comecei a dar meus primeiros passos tal como um bebê pela primeira vez..só que ao mesmo tempo reconheço que a cada dia que se passava mas distante ficava minha relação com meu filho e a dele comigo também era recíproca.

Nicolas foi crescendo, calado, fechado, sozinho e de poucos amigos..um temperamento rebelde e agressivo..

cansado de tudo o que me cercava foi aí que um dia em que estava na sala de academia que tinha aos fundos de minha casa que tive uma ideia..

Talvez ele precisasse se distrair .Desde que a minha doce Julliane se foi, a única referência feminina que havia na casa era a de Glória, porém ela era bem mais velha do que ele e de fato parecia estar cansada também.

Então foi aí que eu tive a fatídica ideia de contratar uma babá ..assim ela poderia dar a atenção devida ao Nicolas e também ajudar a glória a cuidar de Elisa que já estava tentando da dar seus primeiros passinhos.

desde esse trágico dia em que tomei a decisão em contratar uma babá para cuidar de NIcolas , e olha que isso só tem apenas 3 meses, desde que perdi minha esposa , já se passaram por aqui 5 candidatas e nenhuma aguentou a ira e os ataques de fúria que Nicolas fazia contra elas.

A primeira durou apenas 3 dias, a segunda 2, a terceira se fez persistente mas desistiu no terceiro dia quando Nicolas encheu o travesseiro dela com baratas e a pobre coitada tem pavor desses insetos...

A quarta por ser uma senhora mais velha que as demais, se fez de durona no início e até agora foi a veterana de todas pois durou exatamente sete dias desistindo no oitavo, quando Nicolas espalhou manteiga no piso do quarto dela e a pobre coitada quando foi entrar em seu quarto escorregou, e acabou se machucando..

já a quinta e última parecia uma mistura de minha mãe com todas as outras, mas também acabou perdendo a batalha contra Nicolas pelo fato dela ser religiosa e um belo dia pegar o Nicolas entrando no banheiro com. uma. revista erótica na qual ele disse a ela que foi eu quem deu a ele. Ela achou eu um pervertido e me largou nem sequer voltando para receber pelos seus dias trabalhados .

lá se foi a chance de eu pelo menos poder ir trabalhar um dia ao menos sem ter de tomar algum analgésico para dor de cabeça aguda, ou desligar meu celular com medo de novas reclamações.

ÉPOCA ATUAL..

Finalmente havia chegado o domingo ..O dia em que em casa de pessoas normais, era o típico dia de descanso aonde eu poderia dormir até mais tarde, talvez tomar meu café da manhã com calma, e até mesmo um relaxante banho de piscina que afinal faz muito tempo que eu não tomo, mas eh como disse se aqui fosse uma casa normal..mas a minha não eh...

Estava em meu quarto ainda de olhos fechados em minha cama quando de cara ja ouvi Elisa gritar..

Seu choro parecia ser regido por um maestro pois tinha uma sincronia incrível..Glória saiu correndo entre os calcanhares e foi até o quarto dela e quando abriu a porta já viu o porque ela estava chorando.

A pobrezinha havia feito cocô, e sua fralda estava aberta , o que a fez pensar em como ela havia conseguido abrir a fralda ou até mesmo na pior das hipóteses , alguém que pudesse ter aberto a fralda sabendo com certeza o que a pobrezinha faria depois..

Assim que abri meus olhos pesadamente , senti um vento gelado bater em meu corpo..Ao colocar meus pés no chão, pude perceber que alguém cujo nome é Nicolas havia passado por aqui pois o piso estava todo molhado. Eu acabei me desequilibrando e cai próximo a poltrona .

- ah moleque dos infernos ...você me paga...

Fui até a janela, a tranquei a após secar meus pés e calçar meu chinelo.

Em seguida abriu a porta num acesso de fúria tão grande que Glória que vinha logo em seguida até se assustou..

- bom ..bom dia senhor Blake..

Olhei para ela e minha vontade era de gritar..Respirei fundo, travei meu maxilar e lancei meu olhar mais raivoso...

- bom dia glória...aonde ele está?

- senhor Blake o que foi que ele fez desta vez?.

- não adianta tentar poupa- lo, desta vez ele não me escapa...

A passos rudes passei pelo extenso corredor que isolava meu quarto dos demais e ao chegar de frente a porta do quarto dele que por sinal exibia uma placa de "proibida a entrada " e simplesmente abri a porta e entrei.

Temendo o que iria encontrar , eu já armei a minha melhor defesa e com uma cara fechada me aproximei da cama aonde ele estava .

Puxei lentamente seu cobertor e o vi ali encolhido numa atuação típica de Oscar..

Ele foi abrindo os olhos lentamente ele com uma voz de sono disse:

- oh..eh você? o que faz aqui?

Eu o encarei.. confesso que não sabia como manter um diálogo com um menino de 11 anos no qual não gostava nem um pouco de mim.

- Quantas vezes mais eu já disse que não quero que entre em meu quarto sem a minha autorização?

- do que você está falando Blake?

A arrogância e desprezo na qual ele chamava meu nome me dava até náuseas no estômago..Ele havia adquirido um poder sobre mim com seus míseros 11 anos que eu não podia ousar sequer demonstrar a ele.

Para um garoto de 11 anos tenho que admitir que Nicolas tinha ,até que muita coragem em me enfrentar e não temia as consequências que isso podia lhe trazer .

- em primeiro lugar quer você goste quer não, meu nome é. Blake para os demais, e para você é pai.Em segundo lugar quero que saiba que hoje a noite a senhorita Megan vira jantar conosco e não quero nem sonhar em hipótese nenhuma que você possa vir a destrata- lá de alguma maneira pois se isso ocorrer seu destino será um só.

- bla bla bla .já acabou? Será que posso ir tomar meu café já que você teve a audácia em me acordar?

Eu respirei fundo e me virei para sair de seu quartel general..Um dia quem sabe eu descobriria de onde ele havia puxado esse gênio tão forte já que Julliane era tão doce.Seria de mim talvez?

Ah não..posso até ser um pouco rude sim, mas ao ponto de Nicolas ninguém ganha.

Voltei para meu quarto e apenas vesti uma bermuda e uma camiseta, afinal era domingo , o dia em que finalmente não precisava vestir meu terno e gravata.

Usando algo mais a vontade, desci para tomar meu café.

- bom dia senhor Blake...

Sentei me a mesa e notei que Gloria estava feliz.

- percebo que me parece feliz hoje Glória..Aconteceu alguma coisa em especial?

- ah sim senhor Blake..minha sobrinha distante está vindo ficar comigo por uns dias .

- que bom glória na verdade eu nem sabia que tinha uma sobrinha...

- sabe eh que na verdade não são para muitas pessoas que conto sobre a minha vida pessoal senhor Blake

- entendi, aproveitando quero quer faça um jantar especial hoje , a srta Megan vira jantar conosco...

-pode deixar..

Terminei meu café e ao passar pela porta da cozinha dei uma breve espiada no carrinho aonde estava Elisa .

Assim que meus olhos se encontraram com os dela, aquele rostinho mucho sorriu pra mim.

Senti algo estranho brotar dentro de mim e logo aquela velha sensação em meu estômago de novo.

olhando para mim ela estendia seus bracinhos pedindo por um colo que desde que nasceu nunca existiu, e que possivelmente jamais existiria...ou não...

O decorrer do dia foi passando normalmente até que por volta do meio dia Glória recebeu uma ligação que dizia que sua sobrinha havia acabado de chegar..

A mesma desligou o telefone e foi até a área externa da casa aonde Blake estava deitado tomando sol e disse..

- Com licença senhor Blake mas sera que eu poderia me ausentar por no máximo uma hora?

Ergui meu olhar e vi que já era próximo do meio dia..

- esteja de volta antes das quatro glória. quer que jonh a leve em algum lugar?

- não.. imagine senhor Blake .não precisa se incomodar não..não irei demorar muito...obrigada.

Glória virou para se retirar do local quando Blake a chamou novamente.

- ei glória?

- sim senhor?

- aonde está a peste?

- senhor Blake..não fale assim..no fundo Nicolas é um bom menino...ele está em seu quarto..

- ufa...menos mal pelo menos ganhei alguns minutos de paz..quer saber?vamos tentar de novo..

-oh meu deus, senhor Blake de novo outra babá?

- desta vez glória espero que encontre uma que tenha armadura contra garotos rebeldes e bebes cagões...

Pela primeira vez desde o trágico dia em que tudo lhe ocorreu, aquele teria sido o primeiro momento que Glória viu Blake sorrir.

- senhor?

- diga..

- devia fazer isso mais vezes..

- fazer o que glória?

- sorrir senhor Blake..tudo fica mais fácil e menos doloroso quando sorrimos mesmo nos momentos mais difíceis...até mais tarde..

Glória saiu da área externa, e eu aproveitei o calor escaldante que estava e dei um mergulho na piscina.

Somente após emergir na piscina e olhar para cima que vi que no alto por detras de uma janela em uma pequena fresta havia um par de olhos me observando...e esses olhos pertenciam a ninguem.menos do que Nicolas.

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