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Um Destino... O Amor! "Amor Indeciso"

01

Victoria andava apressada rumo à banca de jornais. Era comum haver anúncios de trabalho nessas mídias e poderia estar ali, sua chance de encontrar uma ocupação.

Para sua surpresa, havia um único exemplar e rapidamente ela foi pegá-lo. Quando sua mão tocou o papel, seguidamente uma mão masculina também o fez.

-                        Me desculpe, mas preciso deste. – Falou elaolhando a pessoa que também segurava o jornal. – O homem a observou de cima a baixo, deixando-a constrangida.

-                        Quanto quer por ele? – Perguntou sério. – Preciso de um artigo que está aqui.

-                        Sinto muito, mas eu o peguei primeiro.

-                        Eu preciso deste jornal. – Respondeu ele calmo.

-                        O que o faz pensar que você precise mais doque eu? – Também procuro algo. – Ela não tinha a menor intenção de dizer a um completo estranho que procurava uma vaga de emprego.

-                        Moça! Acredito que sua necessidade seja menor que a minha e poderá encontrar outro mais a frente. – Falou ele olhando-a novamente como fizera antes.

-Pode ser para o senhor, mas não é para mim, e como peguei primeiro, ele será meu e ponto final. – Victoria não deixaria por menos a falta de respeito com que fora tratada. Ele não sabia nada sobre ela, como poderia pensar que era mais merecedor?

-                        Se esta e sua resposta final, não há o que eupossa fazer. – O homem cumprimentou rapidamente o vendedor e saiu, deixando Victoria ainda furiosa.

-                        Me desculpe o ocorrido. – Falou ela quandofez o pagamento e seguiu pelo caminho aposto.

“Procura-se modelo para publicidade. Não precisa ter experiência, mas deve ter carisma e disposição”. – Victoria leu o jornal e ficou intrigada com as exigências do anúncio. Não fosse ela, tão avessa aos holofotes e a necessidade contínua de se manter em forma e bem trajada em todas as circunstâncias sociais, poderia se candidatar ao cargo, já que estava desempregada e tinha dois belos cachorros para sustentar, além dela, claro.

Quando decidira deixar Caiapônia, sua cidade natal, para se aventurar não imaginava que viveria tantas desilusões. Seu ex-namorado a havia convencido de ir morar com ele em Rio Verde, após sua formatura, alegando que na cidade onde vivia com os pais, não teria boas oportunidades. Sem pensar, ela se deixou convencer e o seguiu. Marcos era um excelente namorado a distância. Namoravam desde a juventude e quando foi fazer faculdade, preferiu sair da pequena cidade, vindo visitá-la uma vez ao mês, e nas férias universitárias que eram os momentos em que mais se curtiam e que Victoria podia conhecer um pouco mais sobre o namorado. Devido ao pouco contato, ela acreditava que seria uma boa ideia viver com ele, afinal as coisas pareciam ir bem.

Victoria mudou-se três meses após sua formatura em publicidade e propaganda, mas foi quando começou a dividir o mesmo teto com ele, foi que conheceu realmente Marcos. Ele era um homem, completamente sem futuro. Vivia de festas e diversões, sem nunca ter um tostão, em caso de necessidade. A boa vida que demonstrava ter, assim como o controle sobre as finanças e gastos, era ilusória, e ela pôde perceber nas primeiras 24 horas que chegou a casa dele. Embora tenha ficado chateada com o que vira, Victoria procurou não se deixar levar pela primeira impressão, mas não obteve resultado por muito tempo.  Logo conseguira um bom trabalho desviando sua atenção dele, sem se incomodar muito com as infantilidades do namorado.

2

Após alguns meses ajudando-o com as despesas fixas, e também, com as desnecessárias, Victoria percebeu que precisava colocá-lo no mesmo foco de vida e objetivo que o dela, ou teria que seguir sozinha.  Não poderia continuar com um homem que não possuía perspectivas de vida, cuja única ambição, era se divertir e comprar coisas de forma inconsequente. O que chamava muito a atenção, quando ele a visitava, sempre com trajes elegantes e de grandes marcas, dando-lhe a impressão que a vida que tinha era imensamente melhor do que quando vivia na pequena cidade.  Agora ela estava sozinha vivendo em uma confortável quitinete, com dois amigos à custa de seu pai, que lhe enviava uma mesada mensal. O trabalho que conseguira em uma agência de publicidade, ela perdeu juntamente com o namorado.

-                        “Minha mãe vivia me dizendo que eu poderiaser uma modelo, quem sabe eu possa fazer esse anúncio e conseguir um capital, até que surja algo que não me exponha muito. Falou ela para si mesma. – Victoria não tinha ambições para trabalhar diretamente com imagem, se achava muito comum. Gostava de chocolates e doces o que, certamente, uma modelo não poderia comer quase nunca. Sua maior preocupação era com o rosto e cabelos, destes, ela tinha grande prazer em zelar. Por conta disso, ela preferia trabalhar em eventos

Precisava se adiantar, a seleção seria no dia seguinte e não haveria outra ocasião para as entrevistas.  Decidida, ela foi para casa planejar sua apresentação.

Como sempre acontecia quando chegava à sua casa, Victoria foi recebida pelos seus adoráveis animais, alegres e atirados. Paloma, sua pequena pincher, era a mais barulhenta. Já Deodoro, o poodle, era bagunceiro, porém, discreto, não tanto quanto Victoria gostaria, mas era menos entusiasmado que Paloma. Eles sempre a recebiam com alegria, o que lhe dava grande prazer quando chegava à sua casa, mesmo depois de horas à [1] procura de   um trabalho.

-                        Estão com fome? – Perguntou Victoria, tendocomo resposta, rabinhos acelerados para todos os lados. – Tudo bem, sirvo vocês. – os dois cães a seguiram até a varanda onde seria servido o alimento. Após encher suas vasilhas, Victoria foi tomar seu banho a fim de descansar o corpo para o dia seguinte.

Conforme foi anunciado, o horário seria às 9 horas. Victoria chegou 15 minutos antes, para se localizar e ver as possíveis concorrentes ao cargo. Todas, assim como ela, eram bonitas e sem experiência, como fora pedido. Certamente, a ganhadora teria algum tipo de aula de postura, posicionamento ou algo semelhante, acreditou Victoria, vendo que havia mais de duas pessoas no processo seletivo. Às 09h10min, estavam todos a postos. Esperavam por alguém, e quando ele chegou, despertou os olhares de todas as candidatas, inclusive, de Victoria.

Era um homem alto de aproximadamente 1,80m, pele morena, 36 anos. Físico aparente e beleza clássica. A idade dele, Victoria ouviu uma das candidatas sussurrar para outra.

-                        Desculpem-me. Eu estava em uma reunião oque me causou o atraso. – “ele certamente não se permite um pequeno atraso que seja.” – pensou Victoria, observando o provável contratante da selecionada.

-                        Este é o Ricardo, o proprietário da marca queirá ser representada por uma de vocês. – Ele as cumprimentou da mesma forma polida de quando chegara. Seus olhos captaram uma a uma das moças presentes e quando encontraram os de Victoria, seu corpo gelou, causando uma aceleração forte em seu coração. Aquele era o homem que discutiu no dia anterior pelo último exemplar na banca de jornal. Agora, para sua surpresa, o informativo que a ajudou a se inscrever para a vaga, poderia ser o responsável por sua eliminação. Assim que seus olhos se cruzaram ficou claro para ela que o homem a reconheceu. O olhar sério com sobrancelhas arqueadas era a confirmação de que fora descoberta. Victoria respondeu com um cumprimento polido, não iria se deixar diminuir em lugar algum. Seria bom ele a encontrar no processo de recrutamento, assim ele perceberia que ela não desejava apenas ler a coluna de modas, conforme deu a entender, quando lhe disse que a leitura seria mais bem aproveitada por ele. Não fosse a arrogância, Victoria teria lhe dado a preferência para evitar o constrangimento do senhor da banca, mas como seu amor próprio fora profundamente atingido, preferiu não ceder. Agora estava ali, diante dele. Sua vontade era de sair o mais rápido possível daquele lugar, mas não seria correto fugir sem nada dever. Respirando profundamente, ela permaneceu onde estava. Caso quisesse tirá-la da seleção que o fizesse, porque Vitoria não facilitaria para ele.

-                        Como foi anunciado, preferimos uma modeloque não seja pronta com manias e outros aspectos das veteranas, se é que podem me entender. – Falou a simpática senhora olhando rapidamente para o belo homem. – A resposta para tal exigência é menos estrelismo, já que nossa marca sendo forte como é, pode ter o privilegio de colocar um rosto desconhecido em sua mídia, acreditamos, não irá nos desfavorecer em nada. –Terminou ela.

3

-                        Vitoria abriu o caderno de questões e leu a primeira pergunta. Eles queriam saber se as candidatas tinham pretensões de seguir carreira de modelo. Era óbvio que todas, menos ela, queriam. Eram lindas e certamente viam aquela, como uma oportunidade de mostrar seu rosto ao mundo da beleza. As perguntas seguintes foram menos questionáveis, porém, Victoria não gostava de falar sobre sua intimidade para estranhos, apenas para ter um trabalho temporário e que, certamente, cheio de cobranças ligadas à beleza.

Quando todas terminaram, foi recolhido os cadernos de avaliação. A senhora que parecia a única capaz de falar de igual para igual com o seu superior, tomou a palavra mais uma vez.

-                        Agora iremos à sala ao lado para a prova prática, avaliar a simpatia de cada uma para fecharmos as avaliações. Lembrando que o resultado será fornecido via telefone e que não precisarão nos procurar, pois telefonaremos a todas, independente do resultado. – As jovens a seguiram caminhando elegantemente.

 Foram fotografadas e passaram por uma dinâmica em grupo, onde se pôde ser revelada, as personalidades e simpatia das candidatas. Victoria acreditou ter se saído bem.  O que a deixou animada para a resposta que seria no dia seguinte. Claro se o dono da empresa não dificultasse. Embora ele não se mostrasse muito interessado em quem ela fosse, pelo que acontecerá entre ambos, ainda tinha dúvidas se mesmo estando apta a exercer a função, ele a contrataria. Poderia acreditar que ela se portava normalmente daquela forma, não sabendo ele que se tivesse sido mais amistoso teria ficado com o folheto embora ela estivesse necessitando muito pesquisar um novo emprego.

Quando estava saindo do prédio, ela sentiu ser observada, mas preferiu não procurar de onde vinha o responsável por aquela sensação, podiam estar testando seu alto controle e como se portava diante de olhares. – Tolice ou não, ela continuou com passos firmes, embora a curiosidade a estava torturando, já que tinha uma grande certeza de que era o homem que as contrataria, que a observava. Teria ele lido suas respostas e as concluído como tolas?

Ao receber a luz do sol em seu rosto Victoria soltou o peso que tinha sobre si e caminhou lentamente pensando em qual seria o resultado. Várias candidatas se mostraram aptas ao cargo, e seria muito difícil ela ganhar, mas teria que acreditar, pelo menos até o dia seguinte.

Em sua casa, Victoria foi recebida novamente por uma platéia animada e feliz. Sorrindo, ela foi servir o almoço aos seus cães, que ao contrario de maioria das pessoas, estavam sempre felizes e amorosos quando a recebiam.

- Devíamos ter aprendido com vocês sobre a arte de receber bem a quem amamos e não que aprendessem conosco. – Falou Victoria\, acariciando a pequena Paloma. – Ainda bem que não aprenderam a ser mal humorados como nós. – Com o pacote de ração\, ela serviu seus pequenos amigos e foi preparar algo para ela.

A tarde pareceu maior que de costume, deixando Victoria entediada pela demora em saber do resultado. Suas chances podiam ser menores que as das outras candidatas, ao contrario delas, Victoria havia discutido com o dono da empresa e certamente ele não tinha boas lembranças dela. Recordando de quando o viu entrar na sala, Victoria acreditou que tratava-se de um homem solitário, e esse tipo de homem, ela já conhecia bem e sabia que, na maioria das vezes, traziam muitos problemas com eles.  Caso ela fosse a selecionada, procuraria se lembrar disso.

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