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Caçadora De Dragões — Os Sete Reinos

。* Capítulo 1 *。

Quando era criança,ouvia histórias de um passado de paz.

De que em toda as sete terra, havia bonança e as pessoas podiam ir e vir sem nenhum medo.

Aprendi a ter medo da escuridão e o que havia nela, monstros horríveis cheios de ódio e sede de sangue.

Mas hoje sei que a escuridão é apenas uma pessoa, amarga e sem amor.

Minha mãe sempre contava que sua avó Meredith havia rejeitado sua forma de dragão e se casado com um príncipe do reino de Abalon.

Isso desencadeou um declínio nos nossos genes, fazendo que os dragões de fogo fossem extintos.

Minha família ainda governa o Reino Unido, um dos sete reinos.

Porém nossos inimigos nem imaginam, que nós os dragões do fogo não podemos nos transformar.

Para que você entenda melhor a minha história vamos voltar um pouco no tempo.

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Quando era mais nova, amava ficar nos jardins do castelo, observava os passaros e as folhas cairem dos galhos. Em um destes dias, um rapaz de cabelo negros se aproximou de mim em meio as árvores. Como estava próximo ao castelo, não tive medo algum daquele rapaz. Seus olhos eram como duas pedras de âmbar reluzentes a luz do sol, ele se agachou me entregando um galhinho de urze, uma flor delicada e que cresce por toda nossa terra, com um aroma bastante atraente.

— Boa noite linda garotinha. Por que está sozinha aqui fora?

— Estava vendo os passarinhos, não tem muito o que fazer no castelo. — Ele sorri se levantando.

— Mas e sua irmã? Ela poderia brincar com você por todo o castelo. Você não gosta de brincar?

— Claro, mas Norah não gosta de passar tempo comigo. Por isso, meus amigos são os pássaro. — Ele sorri acariciando meu rosto.

— Qual o seu nome?

— Freya... E o seu?

— Freya ..... Onde se meteu ? — Brigitte me grita pelo meio do campo.

— Preciso ir, minha babá está me procurando.

— Tudo bem, não conte a ninguém que me viu aqui, será nosso segredo. — Assenti e corri em direção ao castelo.

— Onde estava garota? Te procurei por todo o castelo.

— Estava vendo as folhas caírem das árvores .— Cruzo os braços emburrada.

— Se a sua mãe ver sua situação vai mandar me castigar. Venha logo criança, vamos trocar suas vestes. — Ela me puxa pela mão.

— Mas babá não me sujei. Olhe bem para mim, veja como estou limpa. — Ela suspira.

— Já vai anoitecer, a mesa está sendo posta. Venha logo, você está cheirando a grama molhada.

Depois de um banho , ela me enfeitou como uma boneca, com um vestido cheio de laços. Particularmente nunca gostei de me vestir daquela forma, mas uma princesa precisava sempre estar enfeitada.

— Não entendo pra quê tanto tecido.

— Uma princesa tem que estar sempre bem aparente Freya. — Ela escova meus cabelos.

— Eu só queria um amigo babá, pra poder brincar comigo.Me sinto muito sozinha.

— Mas eu brinco com você...

— Não é a mesma coisa, você é velha e tem afazeres. — Ela me vira olhando em meus olhos.

— Um dia você irá perceber que não precisa de ninguém. Que amigos é bobagens.Entendeu? — Concordo com a cabeça— Agora vamos descer, o rei deve estar te esperando.

Em partes ela tinha razão, mas sozinha não conseguimos alcançar nossos objetivos.

— Como está linda hoje querida.— Disse meu pai enquanto me sentava em frente minha mãe.

— Obrigado papai.

— Não deve deixar o rei esperando Freya. Da próxima vez seja pontual assim como sua irmã.

— Me desculpe mãe, foi minha culpa, não castigue a Brigitte.— Minha mãe a olha de cenho franzido.

— Com ela me resolvo depois.

Minha mãe sabia ser cruel, sempre castigava Brigitte por minhas artimanhas. Brigitte sempre cuidou de mim, dês de muito nova, a tinha como da família, ela quem me dava atenção e me ensinava a maioria das coisas.

Minha irmã era quatro anos mais velha que eu, eramos diferentes em muitos aspectos.

Norah era loira, eu tinha cabelos castanhos, seus olhos cor de turmalina brilhantes e intensos, como os de meu pai, os meus tinham cores diferentes um era como a pedra turquesa o outro como Jasper. Sua pele chara era como seda e se via vida nas maçãs de seu rosto, nariz levemente empinado e lábios que parecia pêssegos.

Confesso que sempre tive inveja da beleza de Norah , mas seu temperamento era rude e forte demais.

Conforme os anos se passavam, me sentia cada vez mais sozinha. Norah quase nunca falava comigo, minha mãe a colocava em um pedestal inalcançável até mesmo pra mim.

Quando completei dezessete anos, meus pais precisaram ir até as terras de Hermeron , o reino dos dragões de gelo.

Pra isso precisavam atravessar o temido mar Negro, o fato dos outros reinos não saberem sobre nossa transformação sempre nos deixou a beira da morte. E desta vez não foi diferente.

Foi uma viagem sem volta, o navio foi consumido por redondinho em meio a tempestade.

Me tranquei por uma semana no meu quarto, Norah se quer foi me ver. Minha mãe era difícil mas passávamos as tardes lendo comigo e meu pai , ele era meu único amigo, fiquei completamente devastada.

Mesmo minha mãe me chamando de aberração constantemente, eu a amava muito, mas nada se comparava ao amor que sentía por meu pai. Aquele homem era quem fazia meus dias melhores, eu não tinha nada fisicamente em mim que lembrava meu pai, simplesmente nada que pudesse me olhar no espelho e recordar de seu rosto. Meus cabelos castanhos eram como os de minha mãe e um dos olhos, o mais claro também. Os olhos de meu pai eram como de Norah, que herdou também a cor de seus cabelos.

Era olhar para Norah e lembrar de nosso pai, mas ela não gostava de minha companhia.

— Bom dia. — Brigitte entra no quarto abrindo as cortinas. — Chega de ficar no quarto, Freya. O dia está lindo lá fora. — Suspiro me sentando na cama.

— Não quero Bri, estou desanimada. Não vejo beleza nem nos pássaros mais.

— Você precisa de um banho e se arrumar. — Ela para a minha frente.

— Teremos visitas?

— Um duque irá trazer novos cavalos. Talvez possa fazer amizade. — Sorrio pulando da cama.

— Isso é ótimo. Mas não seria inapropriado? Uma princesa ser tão ousada.

— Ele tem sua idade, vocês são jovens, irão se intender

— Um banho rápido e roupas apropiadas para montaría por gentileza. Não quero parecer uma princesa fútil e mimada. — Falo enquanto retiro minhas vestes.

— Como preferir.

Logo após terminar de me vestir e trançar meus longos cabelos, segui até o estábulo. Havia de fato um jovem conversando com Hanger, nosso ferreiro e tratador dos cavalos.

— São meus melhores cavalos senhor Hanger.

— Posso ver lord Kilian... — Hanger percebe minha presença. — Princesa Freya, que honra vê-la.

O jovem Kilian se vira revelando seu lindos olhos verdes. Seus traços são bem fortes, cabelos loiros acobreados em um tom de ferrugem , sardas por seu rosto e um sorriso de tirar o fôlego. Ele sorri fazendo reverência.

— Princesa Freya.

— Não precisa tamanha cordialidade lord Kilian. — Ele se apruma sorrindo.

— A princesa está linda está manhã. Pretende cavalgar? — Me questiona Hanger.

— Sim, por favor sele meu cavalo por gentileza.

— Sim senhora...

— Talvez possa me acompanhar lord Kilian, gostaria de ter uma companhia para conversar.

— Seria ótimo, meu dia está livre e seria uma honra poder acompanhar a princesa.

。* Capítulo 2 *。

Seis anos depois ....

Conforme avançamos em direção a imensa campina, lord Kilian ficava a minha traseira, provavelmente por ser de um título maior, ele sempre me deixava ganhar as corridas do castelo até a campina.

— A cada dia que passa você me supera Freya. Confesso que não dava nada por você a alguns anos atrás.

— Não é justo, você é quem me deixa ganhar. — Nossos cavalos ficam lado a lado.

— Nada disso princesa, apenas a deixei ganhar no dia em que nos conhecemos, não menospreze sua habilidade em montaria.

— Você é um cavaleiro Kilian, não iria fazer uma desfeita desta a sua princesa. Me deixar ganhar seria uma afronta. — Ele sorri, afagando o pescoço de seu cavalo.

— E como anda o relacionamento com Norah? — Suspiro.

— Ainda difícil, ela se quer troca duas palavras comigo durante o jantar. Não compartilha nada em relação ao reino e quando a questiono ela diz que não entendo de política.... Mas eu sinto que cada dia que passa ela me exclui cada vez mais de tudo, me sinto mal por ela não me deixar ajudá-la.

— Não fique, é uma escolha dela. Você é inteligente e determinada, seria uma ótima rainha nestes tempos difíceis.

— Do que está falando? — O questiono curiosa.

— Ouvi rumores no vilarejo ao sul, de que o Lord da Escuridão pretende atacar quatro dos reinos.

— E você acha que ele seria capaz de fazer isso assim em uma única vez?

— Não sei, mas nosso reino é um deles, Enola, Abalon e Tesdas. Estamos no mesma zona de ataque, ele poderia começar pelo Reino Unido e prosseguir até Tesdas tranquilamente.

— Norah tinha que ter me contado sobre isso, onde ela estava com a cabeça? Ela é a rainha, mas eu sou a irmã dela, tenho direitos assim como ela.

— Me desculpe, Freya, mas Norah ainda não é a rainha. Ela está sobre a autoridade do concelho real.

— O que não muda em nada, Kilian, eles fazem e aprovam tudo o que ela sugere.— Respiro fundo. — Não importa, vou questiona-la durante o jantar.

— Vamos esquecer isso, quero te levar em um lugar. Me segue....— Ele bate os tornozelos no cavalo. — Ha.... Ha...

O sigo até a cachoeira dos cristais, me apaixonei por aquele lugar dês da primeira vez que ele me levou. As águas azuis cintilantes, brotam de dentro da imensa montanha, as águas são tão transparentes que é possível ver o fundo do lado que ela desagua. E pra completar , por debaixo da cachoeira há uma câmara com vários cristais cravados em sua extremidade.

— Tenho um presente pra você.Mas terá que nadar até a caverna. — Tombo a cabeça para trás suspirando.

— Não acredito que terei que... Olha não vim preparada, não estou usando drawers e chemise. — Ele me olha molhando os lábios.

— A senhorita está me dizendo que está nua debaixo de suas vestes. — Ruborizo olhando para o chão.

— Exatamente. — Desço do cavalo. — Então terei que nadar de roupa e tudo.

Ele sorri enquanto me olha mergulhar no lago, atravesso a cachoeira entrando na caverna, saio da água retirando o excesso de água sobre meus cabelos.

— Eu sabia que você era louca, mas não desta forma.

— Você foi direto, eu precisava estar aqui dentro pra receber minha surpresa. — Ele sai da água.

— Tem razão, mas escolhi este lugar, por ser seu lugar favorito. — Sorrio ajeitando minhas vestes.

— E então? O que é minha surpresa? — Olho ao redor não vendo nada.

— Não é assim que funciona. Primeiramente gostaria de pedir a donzela que fechasse os olhos.

— Ahh... Ok, vamos fazer do seu jeito. — Fecho os olhos. — E agora o que faço?

— Agora a princesa deve estender as mãos como forma de preces aos deuses.— Aos risos estendo as mãos. — Perfeito. — Ele coloca algo sobre minhas mãos.

— Já posso abrir os olhos? — Ele não responde. — Kilian? — Sinto seus lábios molhados tocarem meu rosto.

— Feliz aniversário princesa. Abra os olhos. — Abro os olhos me deparando com uma linda caixinha em madeira. — A caixa é apenas um detalhe, o presente está dentro, abra.

— Eu havia me esquecido que amanhã já era meu aniversário. — Disfarço o laço em cetim que a envolve. — Dês que meu pai se foi, não vejo motivo para comemora-lo.

— Mas eu nunca me esqueceria seu aniversário minha princesa.

Há um colar de ouro, com um pingente em forma de uma ave em chamas, lindo e delicado de certa forma.

— É uma fênix em chama, como gosta de pássaros achei que iria gostar. — Sorrio o beijando no rosto.

— Eu amei, é lindo.

— A chama representa nosso lado dragão, mesmo adormecido. Espero que sempre que olhar pra ele, lembre de mim. — Ele desvia o olhar.

— Não preciso de nada pra lembrar de você Kilian, você é meu melhor amigo. Tudo me faz lembrar você. — Ele sorri pegando o colar.

— Erga os cabelos. — Os junto com as mão, ele coloca o colar, beijando minha cabeça em seguida. — Fiz um poema pra você. Posso ler ou prefere lê-lo a sós? — Me viro para olha-lo.

— Claro que gostaria de ouvir neste exato momento. — Ele pega a caixa de minha mãos retirando um pedaço de pergaminho dobrado de dentro.

— Certo. — Ele limpa a garganta. — "Tu es a flor que desabrochou na manhã mais doce de outono. Simplesmente em um azul cintilante como as mais lindas estrelas.

Estampada com uma Lua turquesa prateada, como se derretesse as cores reluzentes mais intensas.

Cortando o vento como se estivesse voando eternamente, crescendo mais forte a cada tempo,

Luz, dor e raiva.

Escolhida entre as pedras mais preciosas dentre milhares, com pureza e esplendor.

Para quem você quer entregar tudo isso? Ele é digno de tamanha formosura? você não tem que saber com clareza, apenas sinta.

Não importa quão obscura seja sua emoção, não importa quanto tempo você lute, apenas grite até que sua voz seja ouvida.

Não importa se está à sua frente, em vez de dar desculpas, mantenha seu peito erguido com fervor.

Você simplesmente tem que seguir todas as luzes

do seu sonho, você não veio tão longe para fugir dele.

Se você não for escolhido, você só tem uma única escolha. Gritar até que voz, doce e melódica como uma flor ardente, brilhe na escuridão, mostre a eles a intensidade de seu brilho.

Mesmo o obscuro responda, transforme-o em uma partitura musical.

Como se você contasse as noites e sonhasse com as manhãs.

Deixe o som claro ressoar, não importa o quão alto seja seu grito, mostre a eles sua grandeza." — Ele dobra o pergaminho. — É isso.— O olho admirada.

— Foi intenso e surreal, obrigado. — Ele acaricia meu rosto.

— Você me inspira Freya. Gostaria que Norah a visse como eu vejo.

— Ela apenas enxerga a si mesma. — Seus lábios tocam mais uma vez meu rosto, sinto meu coração pulsar mais rápido.Por um instante pensei que ele fosse me beijar os lábios.

— Você é incrível. — Ele segura meu rosto fixando os olhos nos meus. — Perfeitamente linda. — Ele sussurra.

— Obrigada... — Ficamos em silêncio por um longo tempo, apenas nos olhando. —Acho melhor voltarmos, não posso me atrasar para o jantar. — Ele se afasta.

— Tem razão, Norah te mataría se a deixasse esperando. — O puxo em um abraço.

— Mais uma vez, obrigada.Foi o melhor presente que recebi em toda minha vida. — Ele retribui o abraço afagando meu pescoço com o rosto.

— Você merece minha princesa.

。* Capítulo 3 *。

Me preparo para o jantar, já que irei confrontar Norah, preciso estar da forma que a agrada. Visto um vestido azul real, com mangas levemente bufantes e pedraria em seu corpete. Norah adora este estilo de vestido, creio que chamarei sua atenção esta noite.

Brigitte faz uma trança nas laterais do meus cabelos deixando todo restante solto, me adorno com jóias e desço para o salão de jantar.

Assim que passo pela porta, seus olhos me analisam de cima a baixo, vejo que ela segura um sorriso.

— Estava me perguntando se atrasaria para o jantar. — Me sento na segunda ponta da mesa de doze lugares.

— Creio que isso não agradaria vossa alteza. — Ela me olha com desconfiança.

— Certamente... Posso saber o motivo de tamanha formosura? — Sorrio. — O que pretende Freya?

— Apenas vamos jantar minha irmã. Após o jantar falaremos. — Ela respira fundo.

— Salina, pode nos servir por gentileza.

A criada assenti, nos servindo em seguida.Enquanto jantamos, Norah não para de me observar. Vejo sua curiosidade aumentar a cada colherada de sopa.

— Certo. — Ela limpa os lábios delicadamente com seu guardanapo. — Me diga o que está acontecendo imediatamente. — Limpo meus lábios me colocando ereta sobre a cadeira.

— Como preferir. Chegou a meus ouvidos que brevemente seremos atacados. — Ela ajeita seu guardanapo enquanto falo.

— E? — Ela ergue os olhos a mim.

— Você não acha que eu deveria saber de situações como estas, Norah? O Lorde da Escuridão preste a atacar todas as provincias e reinos e você não compartilha comigo? — Ela respira fundo enquanto repousa a taça sobre a mesa.

— Não cabe a você estas informações. Eu sou a rainha, sou eu quem decide as coisas por aqui.

Me recordo das palavras de Kilian, de fato ela ainda não é a rainha, não tem o direito de me excluir dos assuntos do Reino.

— Você ainda não foi coroada Norah, ainda é apenas a princesa. Então cabe a você compartilhar comigo, mesmo que isso não a agrade. — Seu cenho se franze enquanto posso ver seus lábios tremerem.

— Retire o que disse Freya. — Balanço a cabeça negativamente. — Freya não teste minha paciência.

— Não disse nenhuma mentira. — A encaro sem pestanejar. — Só quero que me respeite pelo que sou, e que me trate com o devido merecimento,minha irmã. — Norah relaxa os ombros se encostando no encosto da cadeira.

— Esse é o motivo da afronta então. — Ela sorri sem mostrar os dentes. — Você sempre foi uma criança mal educada, desobediente e diria até rebelde. Típicamente como os camponeses ignorantes, ou diria como os porcos. — Desvio o olhar, ela ri. — Já não basta seus defeitos físicos e cicatrizes ainda tinha que agir como os pobres.

Fecho os olhos e me recordo do ataque que sofremos quando ainda era criança, eu corri tanto naquela tarde, fugindo pela floresta que acabei me perdendo em um convexo de túneis cheios de musgos. Me lembro que senti muito medo, fiquei escondida alí por um tempo, agachada abraçando minhas pernas. Não percebi a presença de um urso negro gigantesco, apenas me dei conta quando ouvi sua voz atrás de mim grunhindo que estava faminto. Me lembro de olhar pelo ombro e ele me puxar pela perna rasgando minha carne, mas a dor maior foi suas garras fincando sobre minhas costas. O tempo todo ouvia ele dizer que estava faminto, quando ele me virou, pude ver seus olhos laranjados quase em um vermelho vivo.Ele apoiou as duas patas ao redor de meu rosto grunhindo em seguida deslisou uma de suas garras no meu lábio o cortando do lado direito. Quando ele estava preste a abocanhar minha cabeça, fechei os olhos aguardando a morte.Mas ela não veio, apenas ouvi a voz do meu salvador dizendo: " Não toque nela, ou terá que se tratar comigo... Ela pertence a mim e somente a mim. Vá Puka e coma quem quiser, mas nesta nem ouse tocar novamente."

Tentei abrir meus olhos e ver o rosto do meu salvador, mas minhas vistas estavam embaçadas e só pude perceber seus cabelos negros e pele clara.Nada mais.

— Deveria ter morrido aquele dia Freya, você sempre deu desgosto a nossos pais. — Seguro as lágrimas,fechando os punhos debaixo da mesa, não quero que ela perceba que sua rejeição me fere tanto.

— Por favor Norah, apenas me conte as coisas. É tudo que peço. — Minha voz sai como sussurro.

— O que você quer saber Freya? — Ergo meus olhos a seu rosto. Ela respira fundo. — Tudo bem... O concelho está me obrigando a escolher um marido. Segundo as leis uma mulher não pode governar sozinha. — Ela vira a bebida. — Salina mais vinho.

— Sinto muito por isso. — Apesar da forma que ela me trata, eu realmente sinto por ela.Ninguem deveria ser obrigado a fazer algo que não deseja.

— Não sinta, faz parte de minhas obrigações como rainha... Não se preocupe com o ataque, enviei um mensageiro ao Reino Shadowsdusk.

— Não acredito que mandou um dos nossos soldados pra morte. — Ela ri me olhando com a cabeça tombando para esquerda.

— Você prefere a morte de vários no lugar de uma única alma. — Ela suspira.— Você é mesmo patética.

— E o que dizia na carta? — A questiono curiosa.

— O Lorde da Escuridão nos ofereceu um acordo e eu aceitei. — Ela ergue a sobrancelha, mas seu olhar recai no meu pescoço.— Que colar é este?

— Um presente — o seguro o ajeitando. — , nada demais.

— Interessante. — Ela parece pensativa. — Preciso me retirar, tenho assuntos de suma importancia para tratar. — Ela se levanta.

— Mas não terminou... — Ela me interrompe.

— Não me ouviu? — Apenas assinto, ela vira as costas e sai do salão.

Respiro fundo olhando para Salina que olha para o chão.

—Salina, poderia me servir um pouco de vinho? — Ela me olha timidamente.

— Claro senhora. — Ela sorri.— Me perdoe o atrevimento, mas, como a senhora permite que sua irmã a trate desta forma?

Salina é uma jovem de aproximadamente dezesseis anos, chegou a pouco tempo no castelo e não sabe nem um terço do que já passei aqui.

— A vida toda foi assim Salina, já me acostumei a ser desprezada pelas pessoas que amo.Antes por nossa mãe, agora por Norah, nada mudou. — Tomo um gole do vinho.

— Que os deuses me perdoe senhora ao dizer isso, mas ela não merece ser a Rainha, e sim a senhora. — Sorrio para Salina.

— Obrigada, mas as coisas não são como esperamos, não é?

Ela sorri voltando a seu lugar, termino o vinho me retirando da mesa. Subo para meus aposentos e Brigitte está na porta me aguardando.

— Por seu semblante as coisas não foram como esperava. — Entramos no quarto.

— Como sempre ela foi ríspida como nossa mãe. — Suspiro. — As vezes me dá vontade de fugir e deixar tudo pra trás. — Brigitte desamarra o corpete.

— Não diga bobagens Freya, está é sua casa seu lar. É onde cresceu e pertence tanto a você como a Norah.

— Há momentos que sinto que até mesmo a terra me rejeita Bri, vejo pelos olhos dos outros quando vou até os vilarejos.

— Eles apenas te acham forte por sobreviver aquela Puka maldita do Reino de Car... — Ela faz uma pausa — do Lorde da Escuridão.— Retiro o vestido me jogando na cama.

Ninguém ousa a pronunciar o nome dele, pois é uma forma de o convocar e trazer a morte para o lugar.

— Ela deveria ter me devorado aquele dia, não sei se devo agradecer ou matar quem me salvou.— Fecho os olhos. — Ainda lembro o cheiro dele,ele exalava um doce perfume de Dama da noite ao desabrochar, misturado com cravo.— Suspiro.

— Como, você era tão pequena. Como pode se lembrar?

— Apenas senti este cheiro duas vezes, no dia que fui salva e anos depois no bosque. Mas ficou marcado na minha memória. Posso não ter visto seu rosto, mas lembro de sua fragancia. — Olho para Brigitte. — Meu cheiro é bom Bri?

— Claro minha garota, coloco óleos perfumados no seu banho todos os dias.— Cheiro a pele de meu braço.

— Cheiro a frutas cítricas, nunca havia notado. Também, meus dias são tão caóticos que estés detalhes passam despercebidos.

— E lorde Kilian, você gosta de seu aroma? — Mordo o lábio.

— Ele sempre está cheirando a grama molhada e a cavalos. — Brigitte ri.— Não me importo, adoro seu cheiro de qualquer forma.

— Você gosta muito dele, não é? — Suspiro segurando o colar. — Acho que o amo, ele é quem torna meus dias melhores.

— Ele também gosta muito de você minha menina. — Me levanto indo até a janela.

— Mas acho que ele nunca olharia para mim como uma amante. O afeto dele é de um amigo, ele merece uma mulher normal, sem defeitos.— Ela segura meus ombros.

— Você é perfeita meu amor, seus olhos são lindos, suas cicatrizes a torna especial. — A olho sorrindo levemente.

— Obrigada. — Apoio minha mão sobre a dela. — Vá jantar e descansar. Eu farei o mesmo.

— Claro, bom descanso princesa. — Ela beija minha testa.

— Obrigada.

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