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O CEO IMPIEDOSO

CAPÍTULO 1

Mansão Empire

Nina sente seu corpo letárgico, enquanto a temperatura se mostra a cada instante mais quente.

Seus ouvidos captam o movimento de passadas pesadas e impacientes ao seu redor, demonstrando que não se encontra sozinha.

— Onde estou? — Sua voz quase não pode ser ouvida e um suave pigarro é tentado para limpar a voz. — Onde estou? — Ela repete.

— Finalmente resolveu despertar, desgraçada! Estava prestes a queimar você enquanto dormia.

— Queimar? Quem é você? — Nina mal poderia captar a imagem do homem, mas a voz determinada causou-lhe arrepios. Sua hostilidade é nítida, mesmo para quem está com a lucidez e os sentidos entorpecidos.

Sorriu ao finalmente conseguir vê-lo, seus cabelos negros como a noite penteados de forma que o deixa ainda mais másculo do que a sua natureza demonstra. E os olhos azuis parecem tragá-la viva, fixos nela quase em uma atitude de desafio.

— Eu conheço você? Parece-me familiar...mas não consigo... — Nina se vê seminua e tenta, em vão, esconder-se.

— Não precisa se esconder, mulher, pois já conheço cada detalhe debaixo desse lençol.

 Assim que ergue a cabeça e seus olhos o fitam novamente, um revólver é apontado em sua direção, de forma violenta e ameaçadora, fazendo-a tapar a boca pelo susto.

— Onde está o meu filho? — O homem questiona, as sobrancelhas formando-se um vinco com o franzir do cenho e a ferocidade que a faz tremer traduzindo-se na clara ameaça de que ele não está brincando.

Dominic Byron jamais brincaria com uma mulher que considera tão vil. Ele conhece a verdade e tem provas de cada detalhe de sua mentira.

— Que filho? Não sei do que você está falando? — A voz que antes era falha ganha vigor para defender-se, apesar de nada compreender acerca daquele que a ameaça.

— Há três anos você engravidou de um filho meu! — Ele grita, fazendo-a saltar da cama e encostar-se à parede, protegida sobre um fino lençol.

Nina espera o momento em que sua vida acabará sem ao menos compreender o motivo, mas o homem não parece querer ceifá-la, senão, de fato, saber onde está o filho que ela teria dado à luz.

Mas sua mente apenas grita uma e outra vez que ela jamais foi mãe.

Ela insiste em pensar que se recordaria se o seu corpo fosse tocado por aquelas mãos altivas ou se sua boca fosse beijada pelos lábios desenhados, porém indelicados do homem que demonstra fúria diante dela.

— Você deve ter cometido algum equívoco! Eu nunca engravidei e sequer conheço você! Certamente você sabe que nós dois nunca tivemos nada... Pelo amor de Deus, você nem sabe quem eu sou!

— Nina D’Ávila, 28 anos, escritora de uma editora de baixa categoria, sua chefe é Jojo Medeiros, irmã da influencer digital Dora e mora na Rua Dom César de Assis...Posso falar da sua família inteira, da sua infância... O que mais precisa saber para entender que eu sei exatamente quem você é? Posso te dizer sobre cada pessoa que atravessou o seu caminho até hoje.

— Eu nunca estive com você!

— Não se faça de idiota! Dê-me o meu filho agora!  — O cenho franzido de Dominic demonstra a determinação.

— Você pode confirmar com qualquer um que eu não sou a mulher que você procura! Eu nem sei quem é você, por favor... Nós jamais estivemos juntos! Para que haja uma criança, no mínimo, eu deveria conhecer você.

— Confirmar? Não me faça de tolo, Nina! Você não deveria ser tão descuidada ou tão esquecida...

A arma dança sob os olhos da mulher, enquanto ele parece divertir-se por finalmente tê-la em suas mãos.

— Por favor, afaste-se! — O delicado corpo da jovem trêmula em ansiedade e uma expectativa, enquanto olha para todos os lados em busca de qualquer chance de fuga.

— Quer que eu confirme? Perfeitamente! Faço questão de mostrar sua própria mentira e provar que negar é inútil diante dos fatos, Nina! É impossível você negar o que aconteceu!

Ele a segura pelos braços e a lança furiosamente sobre a cama, logo se jogando sobre ela, sentindo o calor contra o seu próprio. Suas mãos alcançam a base de sua blusa e a levanta de forma rude até que seu abdômen possa ser visto.

Uma suave cicatriz encontra-se exposta e ele logo sorri como quem a pegou em flagrante, desafiando-a a negar que deu a luz a uma criança.

— Se o meu filho não esteve aqui e não foi gerado por você, explique essa cicatriz da sua cesárea? Explique! — Seu rosto está próximo ao dela, impedindo-a de virar para o lado e ocultar o seu medo.

— Eu fiz uma cirurgia, mas não foi um parto! Você precisa acreditar em mim! Por favor, acredite!

— Então você quer dizer que o seu parto foi natural? Tudo bem, Nina, se foi um parto natural, eu serei obrigado a verificar, já que insiste em negar os fatos.

— Afaste-se! — Nina se debate, mesmo que sem forças, tentando esgueirar-se à beirada da cama e fugir, mas seu captor demonstra força e muito mais vontade em mantê-la sob seu jugo e logo a imobiliza completamente.

— Nina D’Ávila eu ainda não estou perto o suficiente. Apenas estarei perto o bastante quando estiver dentro de você, como você mesma fez há três anos, não se lembra? Não se lembra de ter me sentindo dentro de você, enquanto se aproveitava da minha própria torpeza?

— Do que está falando?

— Eu recordarei você. — Ela não consegue sua resposta, pois o homem de cabelos coloridos pela escuridão logo cobre sua boca com a dele mesmo em um beijo que a silencia.

A renda negra logo jaz ao chão e as mãos possessivas apertam e a tomam para si.

Ela sente os dedos alcançando-a em suas zonas erógenas, possuindo-a.

Sua mente pesa e logo ela se entrega à completa escuridão.

CAPÍTULO 2

Nina abre lentamente os olhos, piscando-os confusos e encara o ambiente tentando confirmar que está no lugar devido e não diante da loucura que a assomou pela noite.

Assim que se levanta, descobre-se dolorida em seu corpo, sua pele ardida e sua intimidade igualmente sensível.

— Céus, Nina! Você anda tão desesperada assim por um homem, por uma noite tórrida que até sonha com algo tão... errado? Meu Deus, os sinais da loucura devem ser esses. Sonhar com sexo de forma tão real... Porque sinto dores?

Ela reclama consigo mesma e logo tropeça em uma revista largada no chão. Assusta-se quando encara o homem de cabelos de noite na imagem, como se a estivesse encarando e toma-a nas mãos para ter certeza do que vê.

— Dominic Byron. — Diz, testando o nome em sua boca. — Eu sabia que ele era familiar... Mas por que você habita meus sonhos? — Questiona retoricamente. — Claro! Eu estava lendo antes de dormir, estou carente e minha mente extraordinária fantasiou ao invés de se tornar útil para os livros que eu deveria escrever. — Reclama para si mesma. — Dominic, o grande CEO da Byron Enterprises da Inglaterra, dominante no setor de tecnologia e finanças. Construiu um império ainda jovem e agora se consolida como o número um das empresas mais rentáveis do mundo. E além disso tudo é solteiro. Quem será a afortunada a conquistar seu coração?

Nina joga a revista sobre a cama e anda de um lado para o outro, imersa em pensamentos.

— Ele existe e é como se fosse um super herói no mundo dos negócios. Eu li ontem a noite e minha mente perversa o fez protagonista... daquilo. Mas eu não tenho ideia do porquê estou toda dolorida.

Arrumada, prepara-se para a reunião com sua editora, que deseja debater sobre seu novo livro e, no trajeto, tem a sensação de ser observada, olhando ao redor. Quem a observa?

— Meu Deus, estou ficando paranoica. Foi um sonho, bem real, mas um sonho. Que loucura alguém simplesmente me exigir um filho...

— Falando sozinha, Nina? — Jojo, sua editora, logo a interrompe, na entrada da sede da empresa.

— Jojo! Que bom que chegou. Sim, tive um sonho tão real, que ainda estou um pouco atordoada. Minha mente não despertou...

— Bem, então vamos acordá-la com um café bem forte, porque precisamos do seu novo livro para ontem!

— Não seja cruel a essa hora. — Reclama.

— Quero apenas colocar comida na mesa. Na minha e na sua. Anda!

Jojo é a única pessoa que existe na vida de Nina, cuja lealdade e amizade pode realmente contar. Conheceram-se há cinco anos, quando Nina finalmente conseguiu um emprego no qual se sentisse realizada, ainda que não fosse na editora mais renomada.

— Acha que preciso... você sabe. Arrumar um encontro?

— Obviamente, como dois mais dois são quatro. Nina, você escreve sobre o amor, mas nunca mais o viveu desde... você sabe. Mas o que isso tem a ver com seu sonho?

— Eu estava com alguém. Enfim, não importa.

— Posso te arrumar aquele encontro agora?

— Pode.

— Você não vai reclamar, espernear e dizer que sou louca?

— Não. Arrume o encontro, pois eu Nina D’Ávila reconheço que preciso movimentar minha monótona vida. — Ela brinca, pousando a mão no peito e levantando a outra como se fosse um juramento. — E concedo a você, Jojo Medeiros, o poder de marcar o primeiro.

Entre suas colegas de trabalho, o assunto nada inédito que predomina é o que Nina menos esperava.

— Mulher, se eu encontro Dominic Byron na minha frente, eu sentava até ficar dormente!

— Luciana!

— O que? Estou errada?

— Eu ouvi dizer que ele mandou construir uma mansão na cidade e o nome é Mansão Empire. Ele deu o nome de Império! Ele é praticamente o dono do mundo!

— Vocês já repararam naqueles olhos?

— E a boca?

— Gente, a voz dele arrebata qualquer uma e...

A mente de Nina voa longe, enquanto todas ressaltam a beleza do Imperador das tecnologias que acaba de ganhar mais um prêmio.

Recorda-se de uma voz rouca próxima do ouvido dizendo-lhe o quão próximo ele estaria. A boca quente tomando sua pele como se fosse um manjar e seu interior invadido uma e outra vez à exaustão.

Ja em casa, arruma-se para seu encontro, vestindo-se com um tecido claro, que deixa-a parecendo uma fada e arruma seus cabelos, deixando-os lisos com pequenas ondulações nas pontas. Seu melhor amigo Carlos, costumava dizer que a imaginava como uma fada e assim se sentiu desde a infância até seis anos atrás, quando o perdeu.

Encara Tony, seu pequeno gato vira-lata, que se enrosca em seus pés e faz um afago, para logo alimentá-lo.

— Onde você estava, bichano? Não o vejo desde ontem! Eu cheguei...

Nina paralisa, quando percebe não recordar-se de seu retorno para casa, mas logo ignora o fato quando nota estar atrasada.

— Ando um pouco esquecida, Tony. Acho que preciso realmente ver pessoas. Fique quietinho e não saia caçando nos aquários da vizinhança!

Infelizmente, seu encontro ocorre de forma terrível, levando-a de volta para casa mais cedo que o esperado.

Quando se aproxima de seu pequeno prédio, um homem esbarra em Nina, quase levando-a ao chão.

— Oh! Me desculpa! — Pede, mas logo estremece ao perceber que o homem é aquele que a encarava dias atrás na rua.

— Venha comigo. — O homem sinistro ordena, fazendo-as querer fugir. — Fugir será pior.  Dominic Byron espera você!

CAPÍTULO 3

Assim que entra em sue prédio, diversos homens vestidos como seguranças a encaram e parecem felicitar o primeiro.

— É ela? — Um deles pergunta para o outro.

— O que? — Nina questiona, dando passos suaves para trás, buscando alguma rota de fuga.

— Sim. — Eles a ignoram e continuam interagindo entre si. Ela tenta fugir para seu apartamento, mas eles a impedem.

— Não pode passar, senhorita D’Ávila. O senhor Byron deseja vê-la, já disse!

— Que aguardar o que? Deixe-me subir agora! Vocês não podem invadir a casa de alguém dessa forma!

— Nina. — aquela voz ecoa em seus ouvidos e penetra muito além dos seus sentidos, alcançando suas memórias, acendendo o fogo escuro que a recorda daquilo que acreditou ser sonho.

— Você? — Seus olhos se encontram com o céu azul infernal dos olhos de Dominic e ela logo se encolhe de medo. — Aquela noite...

— Cada detalhe foi real. — Ele afirma ironicamente. — Aconteceu e não tente se enganar afirmando o contrário, pois é inútil.

— Não posso acreditar... — Seus olhos marejados encontram-se perdidos na lembrança e na dor que tinha certeza ter sentido.

— Levem-na para cima. — Dominic ordena e quando a tomam em suas mãos ela reage furiosamente.

— Você é um desgraçado, Dominic Byron!

Ele finge ignorá-la e determina que todos saiam, deixando-os a sós no pequeno apartamento.

— Eu vou embora! Se quiser ficar, ótimo, a polícia saberá onde te encontrar.

— Pare. — Ele a ordena, cessando seus passos quando segura seu braço e a impede de continuar.

— Solte-me!

— Nina D’Ávila, acha que pode sair daqui sem dizer uma palavra que seja?

— O que tivermos que falar, diremos nos tribunais.

Dominic acha graciosa a mulher que fala sobre tribunais, quando o primeiro crime ela cometeu.

— O que diremos ao juiz? Sobre seus crimes? Mulher, eu não irei à prisão por uma cadela como você!

— Por que continua falando sobre uma criança? Se há algo que alguma Corte cuidará será da minha violação!!!

— Se realmente deseja ingressar em juízo garanto-lhe que não viverá o suficiente. — A voz gélida parece dar muito mais do que um aviso, oferecendo-lhe um a promessa.

— Solte-me! — Ela força seu braço tentando ver-se livre de seu algoz, ignorando a dor que a pressão dos dedos lhe provocam.

— Não se chama violação, se diz fazer amor. Pode chamar de foder e gritar aos quatro cantos que eu comi você. Anda! Grita que Dominic Byron te fez amante e fodeu você por uma noite inteira! Eu sei que você desfrutou... seu corpo aqueceu e sua pele ansiava meu toque, cadela. Eu me lembro perfeitamente o quanto você estava molhada e...

— Cale a boca!

—E me recebeu de bom grado, centímetro por centímetro até que não restasse espaço dentro de você!

— Me solta! — Nina puxa com força e ele a solta propositalmente, fazendo-a  cair — O que você quer seu cretino desgraçado?

— Te dei uma semana para pensar e decidir me contar onde está o meu filho e o que você fez, Nina? Saiu com cada homem que encontrou por aí, estou errado?

— Estava me observando, seu maníaco?

— Percebeu? E mesmo sabendo que eu estava de olho, seguiu oferecendo-se por aí como a cadela que é.

— Deixe-me ir!

— Você finge uma candura que não condiz com você. Há três anos, lembra-se? Você foi muito persuasiva ao se meter na minha cama...

— Essa é a segunda vez que nos vemos!

— Não me conhece? Que bom que estou disposto a te oferecer mais uma oportunidade para que me conheça, Nina.

Dominic apenas encara o olhar de culpa, mentiras e segredos, além do delicioso corpo que um dia se submeteu a ele livremente e agora nega como se nada fosse.

— Você é realmente muito boa tentando ser santa, vadia! Excelente, devo afirmar. Mas não se preocupe... Vou lembrá-la de muitas coisas agora, para que não tente me enganar mais uma vez!

— Por favor... — Nina choraminga, implorando a misericórdia que o seu acusador não possui.

Dominic é visceral, quando a toma para si mais uma vez, lutando contra a farsa que enxerga em Nina e contra seu corpo macio, que ele tem certeza que ora luta, ora ondula e cede debaixo do seu.

— Eu disse que você não sabe fingir, vadia. — Diz aproveitando-se do vai e vem do seu corpo. — Não sente como eu preencho você com facilidade?

Exausto, Dominic levanta-se, terminado o ato, enquanto Nina encolhe-se no canto, joelhos unidos e cabeça baixa, sem saber o que fazer.

A humilhação, a raiva e a vergonha a inundam completamente, enquanto sua mente debate se deve ou não buscar ajuda junto à polícia.

Mas as ameaças de Dominic e a sua certeza de que nenhuma justiça recairia contra um homem que é dono de um Império, impedem o próximo passo.

— Cubra-se agora! — Ordena para, segundos após, seus homens entrarem.

— Senhor, tem uma ligação urgente.

— Tudo bem. Levem-na ao Império.

— Infeliz. — Ela diz em voz baixa, quase balbuciando.

— Dê-me a criança e tudo será mais fácil para você. Do contrário, você viverá um inferno. — Ameaça-na, encerrando o assunto.  — Quando eu chegar dou-lhe as boas vindas à Mansão Império, Nina. Aproveite a estadia.

Diz, enquanto Nina é levada mais uma vez cativa, agora consciente, pelo poderoso CEO, seu algoz.

Ela se rende àquele que se coloca como senhor de tudo e, principalmente, de sua vida, não deixando qualquer escolha que não seja pagar pelo crime que não cometeu.

Prepara-se corajosamente para encarar e, talvez sobreviver, aos mandos e desmandos do homem mandão, cruel e prepotente que atravessou o seu caminho.

Nina submete-se ao Presidente impiedoso e psicótico Dominic Byron.

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