Capítulo 1
Nada na vida de Sasuke era como ele desejara.
Aos vinte anos, quem olhasse podia achar que o rapaz tinha tudo o que alguém tão jovem pudesse sonhar.
Afinal ele era parte de uma família importante e influente, estudava em uma das melhores faculdades do Japão, possuía uma beleza invejável e de tirar o fôlego de qualquer um, além de claro, tudo o que o dinheiro podia comprar.
Era simplesmente perfeito.
Mas mesmo com tudo isso, Sasuke estava muito longe de ser feliz.
E estava a cada dia mais cansado de representar aquele papel exigido ao se carregar o sobrenome Uchiha.
Não que tivesse sido assim sempre.
Apesar de toda frieza que o moreno parecia carregar nos olhos, houve um tempo em que ele nada mais era do que uma criança doce e muito carinhosa.
Sua mãe e seu irmão mais velho o enchiam de amor e carinho. E como toda criança cheia de amor, ele era feliz e sorridente.
Apenas seu pai não era muito de demonstrar afeto, mas sua mãe dizia que Fugaku também o amava muito.
Até que no dia do seu aniversário de sete anos, após sua mãe buscá-lo na escola e prometer comprar um delicioso bolo, eles sofreram um acidente de carro.
Mikoto morreu na hora, mas Sasuke sobreviveu com apenas um braço quebrado.
Desde então tudo mudou.
Tinha passado a ter mais contato com o seu pai, mas ao contrário do que imaginou, Fugaku nunca havia dado nem mesmo a mais remota demonstração de carinho.
O homem, parecendo sentir em muito a perda da esposa, tinha passado a exigir demais de Sasuke, reclamando sobre ele ser um garoto fraco e que nunca seria brilhante como seu irmão mais velho, Itachi.
Dizia que Sasuke iria acabar sendo a vergonha para os Uchiha com aquele jeito sensível e frágil. Além do mais, quando estava realmente irritado, fazia questão de jogar na cara do garoto que preferia que sua esposa tivesse sobrevivido ao invés dele.
O garotinho chorava quase todas as noites, mas conforme foi crescendo foi aprendendo a se portar como era esperado de um Uchiha: sempre o melhor da turma, de uma frieza glacial, nunca deixando seus sentimentos atingirem a superfície para os outros, nunca demonstrando fraqueza.
Mesmo assim nada disso parecia ser o suficiente para seu pai.
Fugaku ainda conseguia enxergar seu eu verdadeiro: frágil, carente, submisso.
Aguentava tudo calado e sempre tentando fazer as vontades do seu pai.
Mas quando se trancava em seu quarto, pegava a pequena navalha escondida entre suas roupas em uma gaveta e fazia a única coisa que por alguns segundos mandava todos aqueles sentimentos ruins para longe.
A lâmina deslizava devagar por sua pele branquinha e ele quase sorria satisfeito quando o sangue brotava, maculando-o.
Como amava a sensação... a dor causada pelos cortes em seus braços.
Era sua única salvação ou era o que pensava.
Até o dia que ele surgiu em sua vida.
-
Sasuke terminou de arrumar sua camisa e checou rapidamente seu reflexo no espelho do banheiro. Estava perfeito, como sempre. A roupa sem nenhum amassado e a manga longa da camisa social escondendo os cortes em seus braços.
Suspirou e se apressou. Seu pai detestava que se atrasasse para o jantar. Ainda mais hoje que receberiam uma visita importante.
Desceu as escadas da mansão em que morava e foi para a sala, como sabia que seu pai queria que fizesse.
Quando conseguiu ser aprovado na faculdade, Sasuke achou que finalmente poderia sair dali. Iria morar no campus, assim como Itachi havia feito quando ingressara na Toudai. Mas seu pai não tinha permitido isso.
Fugaku o detestava, mas queria Sasuke constantemente por perto só para esfregar isso em sua cara todos os dias. Ele nunca deixaria o filho mais novo ir assim tão facilmente.
Assim que chegou na sala viu seu pai conversando com um homem alto e loiro. Devia ser o tal empresário que faria negócios com as empresas Uchiha, do qual Fugaku tanto falara durante os últimos dias.
- Ah, Sasuke, finalmente você desceu. – Seu pai reclamou, naquele tom frio e olhar severo. – Minato, esse é meu filho mais novo, Sasuke.
Sasuke viu o homem loiro se virar para cumprimentá-lo com um gentil sorriso. Ele o cumprimentou acenando educadamente com a cabeça e viu o outro homem alargar ainda mais o sorriso.
- Namikaze Minato. – O loiro se apresentou. - Soube que você estuda na mesma faculdade que meu filho, Sasuke-kun. – Disse, parecendo contente com aquela coincidência. – Você é o melhor da turma de Administração, não é mesmo?
O Uchiha mais novo apenas concordou, não esboçando reação alguma. Já estava cansado dos amigos do seu pai o bajulando.
- Deixe-me apresentá-lo ao meu filho Naruto... Ele está na biblioteca do seu pai junto com a minha esposa. Kushina adora livros. – Pegando Sasuke completamente de surpresar, Minato o segurou pelo braço, levando-o até onde ficava a biblioteca como se conhecesse bem a casa.
Sasuke estranhou aquilo e lançou um olhar rápido ao seu pai, achando que o mais velho se incomodaria com toda aquela intimidade e invasão, mas o homem sequer ligara, concentrado em acender um charuto.
Eles entraram na biblioteca e o moreno por muito pouco não paralisou ao se deparar com aqueles imensos olhos azuis mais adiante. Achou até que tinha parado de respirar brevemente, mas nem por isso deixou de sustentar aquele seu semblante distante e um pouco esnobe.
- Veja, Naruto... Esse é Sasuke, ele também estuda na mesma faculdade que você. – Minato disse, empolgado, só então soltando o moreno.
- Eu sei, otou-san... – O rapaz chamado Naruto se pronunciou sem disfarçar o pouco caso em seu tom de voz. – O melhor da turma, o perfeito Uchiha Sasuke... – Comentou com certo deboche e um sorriso de lado.
- Naruto... – Minato parecia que iria repreendê-lo, mas sua mulher interferiu.
- Deixe que os garotos se entendam, Minato. – Ela disse, se aproximando do homem ao lado de Sasuke e sorrindo para o rapaz moreno. – Vamos lá conversar com Fugaku-san sobre o contrato. – Falou, já puxando o marido para fora da biblioteca.
Minato ainda tentou interferir, mas acabou se deixando levar por Kushina, achando que a sós os dois poderiam conversar melhor e se tornarem bons amigos. Quem sabe assim, Sasuke sendo o garoto responsável que era, colocaria um pouco mais de juízo naquela cabeça teimosa e temperamental do seu filho.
Quando notou que estavam a sós, o Uchiha olhou para aquele loiro com certo desprezo. De fato, muitos na faculdade pareciam odiá-lo, já que o Uchiha não se misturava com absolutamente ninguém e mesmo assim era o mais brilhante do curso. Naruto deveria ser mais um daqueles idiotas perdedores que sentiam inveja dele.
- Se soubesse que era com a sua família que meu pai iria fechar negócio, nem tinha vindo aqui. – O loiro comentou, largando um livro qualquer em cima de uma mesinha. – Aposto que nem lembra de mim.
- Por que lembraria de um perdedor como você? – Sasuke falou pela primeira vez, seus olhos escuros perfurando os azuis de Naruto.
Mesmo assim, o ataque veio tão rápido, que quando deu por si estava sendo pressionado contra a parede violentamente por aquele loiro truculento.
Acontece que Naruto era do time de polo aquático da faculdade e tinha um porte físico bem desenvolvido, ao contrário de Sasuke, que ainda que não fosse fraco, tinha um corpo mais esguio.
- Do que você me chamou, seu maldito?
- Per-de-dor. – Sasuke repetiu lentamente, sem medo algum daquela intimidação.
- Sempre soube que você era esse merdinha metido e esnobe... – Disse com desprezo, uma das mãos apertando com força o braço do Uchiha, um pouco acima do pulso. – Você se acha melhor do que todo mundo, não é?
- Melhor do que você com certeza eu sou. – Ele respondeu, sem saber por que estava provocando o outro. Normalmente não dava a mínima para aquele tipo de coisa, mas para falar a verdade estava até gostando de sentir aquele corpo pressionado ao seu.
Só que sua fala irritou ainda mais o rapaz loiro, que sem medir a força, apertou mais o braço de Sasuke.
O moreno até que estava aguentando bem antes disso, mas de um jeito estranho, a dor e a pressão do corpo de Naruto contra o seu, estava o deixando mais empolgado do que deveria e ao notar isso, Sasuke tentou se afastar, irritado.
O que não adiantou muito, porque Naruto acabou o pressionando mais contra a parede, fazendo as costas do Uchiha baterem com força ali.
- Já quer chamar pelo papaizinho, é, seu bastardo? – Naruto perguntou, quase rindo enquanto Sasuke tentava afastá-lo.
- Me solta, seu imbecil! – Ordenou, mas quando o loiro pressionou o tórax contra o seu com força, se impondo, Sasuke acabou baixando a cabeça e mordendo o lábio. Aquilo não ia prestar, pensou, ao notar seu corpo reagindo a Naruto.
Tentou se soltar de forma mais enérgica, mas Naruto o pressionou contra a parede ainda mais e com a fricção percebeu justamente o que Sasuke não queria que ele percebesse.
- Mas o quê...? – Naruto olhou para baixo e se afastou um pouco, confirmando o que havia sentido o cutucar. – Oh, meu Deus você está...
Aproveitando a surpresa do loiro, Sasuke o empurrou e se afastou. No entanto antes que alcançasse a porta, sentiu seu braço ser envolvido por aquela mão firme e forte e foi mais uma vez pressionado contra a parede em uma jogada bruta.
- Quer dizer que o senhor-sou-melhor-que-todos-os-outros, fica excitado ao ser pressionado assim por um homem? – Naruto perguntou, com um sorrisinho malicioso e debochado.
- Me larga! – Sasuke ordenou outra vez, porém sua voz soou baixa e pesada.
Naruto aproximou o rosto e o moreno arfou quando ele manteve a boca a centímetros da sua.
- Tive uma ideia ainda melhor, bastardo... – murmurou, rouco e Sasuke tentou desviar os olhos e empurrá-lo.
Mas quando Naruto pressionou sua boca em um beijo forte e bruto, o moreno parou de lutar contra aquilo e se entregou quase imediatamente.
A verdade é que Sasuke já havia percebido há tempos que, além de se sentir atraído por homens, essa atração só acontecia quando se tratava de homens que conseguiam se impor a ele de algum modo. O que era bem raro de acontecer, já que ele sempre se mantinha por trás daquela máscara fria e sem expressão e nunca deixava ninguém se aproximar muito.
Só que dessa vez não tinha conseguido se controlar e estava na biblioteca da sua casa, beijando aquele troglodita idiota e absurdamente lindo, correndo o risco de ser flagrado por Fugaku.
Sua razão gritava para chutar Naruto bem forte no meio das pernas, mas o que fez foi se entregar ainda mais naquele beijo violento, adorando a mão dele apertando sua cintura e seu braço com força, dominando-o apenas com essa imposição.
Naruto tinha conseguido submetê-lo tão rápido e com apenas um beijo, que chegava a assustar.
Nem mesmo percebeu o gemido baixinho que deixou escapar quando o loiro cessou o ósculo e pressionou o quadril contra o seu, só então abrindo os olhos e se deparando com os olhos azuis o fitando divertido.
- Quem diria, hein? Uchiha Sasuke tão excitado com outro homem, que está quase implorando pra ser fodido. – Naruto disse, zombeteiro, mas diferente do que imaginou, Sasuke não retrucou a provocação. Ao invés disso, abaixo os olhos.
Foi então que percebeu que o corpo do moreno estava um pouco trêmulo e isso fez Naruto se dar conta de que estava passando dos limites. Que apesar de Sasuke ser um idiota, metido e arrogante, não tinha nada que agir daquele jeito com o rapaz moreno.
Naruto então se afastou um pouco, um tanto confuso com aquela sua reação. Foi quando ao soltar o braço de Sasuke, notou a camisa branca e de manga longa manchada de sangue acima do pulso.
- Mas que porra... – Naruto não concluiu a frase, sem saber o que dizer diante daquilo.
O moreno, tão acostumado com a dor, nem mesmo tinha reparado que Naruto tinha feito seus cortes voltarem a sangrar quando ele apertou seu braço. Só percebeu quando escutou o loiro e o viu olhando para seu pulso. Arregalou os olhos e recolheu o braço contra o próprio abdômen, escondendo as machas de sangue.
Naruto viu o Uchiha o olhar assustado, como se tivesse sido pego fazendo algo muito grave e sem dizer nada, apenas com um olhar que beirava a suplica, Sasuke saiu da biblioteca, deixando o outro rapaz sozinho e confuso com o que havia acontecido.
Rapidamente Sasuke subiu para seu quarto, mesmo sabendo que se caso notasse sua ausência, seu pai lhe diria coisas horríveis.
Ele trancou a porta e se livrou da camisa suja rapidamente, enquanto já caminhava até o banheiro. Iria precisar lavar os cortes novamente e colocar bandagens dessa vez.
Mas antes se ajoelhou em frente a privada, quando sentiu a bile subindo por seu esôfago, debruçando-se e vomitando, ainda trêmulo.
Sua vida era mesmo um inferno, pensou, ao se erguer e começar a lavar a boca e o rosto.
Não duvidando nada que se aquele idiota loiro percebesse o que acontecera naquela biblioteca, usaria aquilo contra si.
E então Sasuke sabia que não conseguiria aguentar muito mais tempo.
Capítulo 2
Naruto chegou na faculdade com um único pensamento em mente: tinha que encontrar Uchiha Sasuke.
No dia anterior quando o jantar na mansão dos Uchiha foi servido, Sasuke não desceu mais do quarto. Fugaku tinha mandado uma das empregadas chamá-lo, mas quando a moça desceu avisou que o rapaz tinha dito que não se sentia muito bem e pediu desculpas por não poder comparecer ao jantar.
Naruto obviamente não contara nada do que ocorrera, mesmo quando seus pais perguntaram preocupados se não tinha notado que Sasuke não estava bem.
Fugaku, por sua vez, apenas fechou o semblante e disse para não se preocuparem com aquilo, porque o filho sempre teve a saúde frágil mesmo e que se fosse necessário, chamaria o médico da família para ver como ele estava.
O loiro achou tudo muito estranho. Primeiro não entendeu porque o rapaz esnobe havia sangrado. Por mais que tivesse apertado o braço de Sasuke, aquilo não seria o suficiente para abrir um corte no braço dele, o que fez chegar à conclusão de que o Uchiha já deveria estar machucado antes.
Mas então por que ele não reclamou de dor em nenhum momento?
Além disso, Naruto se sentiu mal pelo modo como havia se portado. Apesar de sempre ter pertencido ao time de polo aquático desde os tempos de colégio, ele nunca foi um daqueles valentões que praticavam bullying, já tinha até defendido alguns garotos. E o modo que agiu com Sasuke foi no mínimo infantil e sem sentido.
Queria pedir desculpas a ele e por isso estava se dirigindo a sala onde sabia que a turma de Sasuke estava tendo aula. Naruto também cursava Administração, mas era um ano abaixo de Sasuke. Só sabia quem ele era porque apesar de não ter amigos e dificilmente falar com alguém, o Uchiha era bem conhecido por conta do seu desempenho exemplar.
Chegou em frente a sala. A aula devia estar para terminar, então esperou do lado de fora. Quando finalmente os alunos começaram a sair, não se aguentava mais de ansiedade. Ainda esperou uns bons minutos e quando achou que Sasuke não tinha vindo assistir aula aquele dia, o Uchiha saiu pela porta, sendo praticamente um dos últimos a deixar a sala.
Sasuke acabou franzindo a testa e se retraindo ao ver o loiro ali em frente a sala de aula. Sem nem o cumprimentar, se virou para o lado oposto, mas isso não impediu Naruto de segui-lo e segurá-lo pelo ombro em um aperto firme.
- Ei, cara, eu preciso falar com você.
Sasuke o olhou de lado ao responder:
- Não tenho nada para falar com um perdedor como você.
Naruto bufou, irritado, mas tentou se controlar.
- Me desculpa, ok? Eu não devia ter falado daquele jeito com você, ainda mais na sua casa. – Disse, mas quando viu que Sasuke continuava a ignorá-lo sem parar de andar, Naruto não pensou duas vezes em puxá-lo com força e empurrá-lo contra a parede ao entrarem em um corredor vazio.
Aquele rapaz o tirava completamente do sério com aquele ar de quem não ligava para nada.
- Qual é a porra do seu problema? Eu estou te pedindo desculpas! – Naruto perguntou meio enfurecido. Sasuke piscou os olhos lentamente, sem expressar qualquer reação.
- Você quer ouvir eu dizer que te desculpo, dobe? Sendo que você está fazendo o mesmo agora de novo? – Sasuke indagou e Naruto o soltou ao se dar conta disso.
- Desculpa, ok? – Naruto repetiu e apesar de sua mente gritar para fugir dali, Sasuke se manteve no mesmo lugar, olhando o loiro. – Você está melhor?
- O que? – Perguntou sem entender.
- Ontem você não foi jantar porque não estava se sentindo bem. – O loiro explicou, fitando-o meio emburrado. – Não sei como te machuquei daquele jeito, não era para aquilo acontecer.
Sasuke quis dizer que não era culpa dele, mas não teve coragem. Já ia falar que tudo bem, quando Naruto se aproximou em um gesto brusco.
- Deixa eu ver? – Ele perguntou, já segurando o braço de Sasuke com cuidado. O moreno ainda tentou se afastar, completamente surpreso no quanto aquele loiro era invasivo e sem noção, mas antes mesmo que reagisse, Naruto já havia erguido a manga da sua camisa.
A mão do loiro congelou quando ele viu os cortes. Sasuke só usava as bandagens quando não conseguia parar o sangramento, então dessa vez estava com os machucados em seu braço sem curativo algum.
- Oh, meu Deus, o que foi isso? – O loiro indagou, chocado. Havia diversos cortes, alguns antigos e outros recém feitos, além de uns tão acentuados no braço branquinho do moreno, que não tinha como achar que aquilo era algo aleatório.
Sasuke puxou o braço com força e sem cuidado algum, antes de ajeitar a camisa e quando Naruto fitou os olhos ônix viu um vislumbre de desespero.
- Fique longe de mim. – Uchiha disse, recomeçando a andar rapidamente.
Naruto ficou parado no meio do corredor, vendo ele se afastar. Então ele finalmente entendeu ao lembrar sobre já ter visto algo como aquilo durante a época do colégio.
- Você fez aquilo. – Sua voz atingiu Sasuke pesadamente no corredor vazio e o moreno paralisou. – Você mesmo se cortou. – Naruto repetiu, mais para si mesmo.
Sasuke recomeçou a andar em passos rápidos, mal lembrando qual era sua próxima aula.
Alguém tinha descoberto seu segredo.
-
Depois daquele quase confronto em dos corredores da faculdade, os dias se passaram e Sasuke não viu mais Naruto. Andava mais nervoso do que o normal e por isso não vinha conseguindo se alimentar direito, quase sempre tendo que lidar com ânsias de vômitos nas poucas vezes em que se alimentou durante esses dias.
Estava apavorado com a ideia de Naruto sair espalhando o que descobrira, mas até agora não tinha escutado nada a respeito. Mesmo assim ficou bastante atento, esperando por algo a qualquer momento.
Mas naquela sexta à noite, quando estava saindo da faculdade um pouco mais tarde, porque tinha ficado na biblioteca até àquela hora estudando só para não ter que voltar para casa logo, acabou sendo pego de surpresa.
Ele estava abrindo a porta do seu carro, um lamborghini preto que ganhara de Fugaku quando entrou na faculdade - afinal Uchiha só possuíam as melhores coisas -, quando foi surpreendido por Naruto.
O loiro apareceu do nada e assustou Sasuke ao tocar seu ombro.
- Ei, sou eu. – Naruto disse, lançando um olhar para o carro de Sasuke. Sempre quis uma belezinha daquela, mas teve que se contentar com um porsche que ganhara dos pais ao completar dezoito anos.
- Eu disse pra você ficar longe de mim. – Sasuke reclamou, abrindo a porta do carro, mas parou ao ouvir a próxima frase de Naruto.
- Andei pensando a respeito daquilo... – O loiro disse, ignorando-o e Sasuke pensou que seria agora que ele o chantagearia. – Até li a respeito...
O moreno piscou os olhos confuso.
- O quê?
- Li, sabe? Sobre aquilo... – Naruto disse, dando de ombros. – Olha, cara, não sei como dizer, mas... acho que você precisa de ajuda.
Naruto viu o moreno o olhar ainda confuso, mas quando ele entendeu, franziu a testa e pareceu enfurecido.
- Você não tem nada a ver com isso! – Disse colérico, mas nem isso abalou Naruto. E atordoando Sasuke completamente, o loiro se aproximou e puxou seu braço, afastando a camisa.
Sasuke não soube dizer a razão de não ter se afastado ou feito algo para impedir, dar um chute naquele idiota, berrar ou qualquer coisa que o fizesse tirar as mãos de si. O loiro invadia seu espaço pessoal e o tocava de um jeito tão invasivo que beirava ao absurdo. Mas ele não conseguiu fazer absolutamente nada quando Naruto deslizou os dedos suavemente pelas bandagens.
- Você fez de novo... – Naruto murmurou, quase inaudível, uma das bandagens estava até manchada de sangue já seco. – Por quê? – Ele perguntou em um tom suave ao erguer os olhos e fitar Sasuke.
O moreno se sentiu trêmulo e desprotegido com aquele olhar. Quis fugir, mas o calor da mão de Naruto não deixava e quando deu por si, respondeu tão baixo, que Naruto só ouvi por estar muito perto.
- Porque é a única dor que eu consigo suportar.
Naruto não soube dizer se foi o olhar desesperado dele ou aquele tom vazio, mas sem pensar muito, aproximou seu rosto e pressionou os lábios de Sasuke, dessa vez em um beijo gentil.
Ele só queria ajudar ao ver o quanto aquele rapaz era quebrado.
Capítulo 3
Sasuke parou aquele beijo gentil, assustado com o que pareceu um quase carinho.
Mas Naruto não se deu por vencido e dessa vez segurou firmemente o rosto do moreno, beijando-o com certa força.
Mesmo confuso, o Uchiha acabou correspondendo, porque com aquela brutalidade ele se via mais familiarizado. Nem passou por sua cabeça que poderiam ser vistos por alguém no estacionamento até então vazio.
A única coisa que ele percebia era a dominância de Naruto sobre si com apenas um beijo.
O loiro comandava o ósculo de forma intensa e forte, massageando sua língua insistentemente. Uma das mãos pressionava a cintura de Sasuke e ele tinha passado a pressionar o corpo mais magro contra o carro.
Quando precisaram de ar, se separaram e Naruto murmurou contra os lábios de Sasuke:
- Vem comigo. – O moreno negou, desviando os olhos, mas arfou quando Naruto apertou sua cintura com um pouco mais de força e conteve um gemido ao ter seu pescoço mordido. – Você quer tanto quanto eu... Já está até duro.
O loiro estava certo. Sasuke já se encontrava com uma ereção meio incomoda e confinada na calça. Mas aquilo era loucura, não podia simplesmente ir assim com o rapaz mais novo.
Parecendo ver seu conflito interno, Naruto pressionou o pênis dele por cima da calça, massageando suavemente.
- Olha só... – Murmurou contra a boca do moreno, que sentia a respiração morna dele se misturando com a sua. – Mal te toquei e já está assim... Aposto que não vê a hora de ser fodido bem forte.
Sasuke abaixou a cabeça, sentindo cada centímetro da sua pele arrepiar e mordeu o lábio para conter um gemido.
Aquilo não passou despercebido por Naruto. O loiro já notara que o Uchiha, apesar do jeito frio, distante e arrogante, toda vez que estavam naquela situação ele assumia uma postura mais submissa, mesmo que relutante. Era como se ele não conseguisse controlar.
- Você quer, não é? Que eu te coma bem gostoso... – Sussurrou na orelha do moreno, mordendo o lóbulo. Sasuke fechou os olhos e tremeu ligeiramente, mas não respondeu. – Passei esses dias pensando em tudo que eu quero fazer com você... Você geme tão bonitinho... – Disse, antes de chupar o pescoço dele e sentindo os joelhos de Sasuke cederem um pouco. – Não estou aguentando mais, vem comigo. – Foi praticamente uma ordem e o outro não protestou quando Naruto o puxou pela mão e tirou de Sasuke as chaves do carro.
O loiro fechou a porta do lamborghini, travando o veículo. Então, ainda puxando o Uchiha pela mão, caminhou com ele para o local onde deixara seu carro.
Sasuke se sentia tão inebriado com tudo aquilo e envolvido por Naruto, que nem reclamou por deixarem seu carro no estacionamento da faculdade.
Naruto abriu a porta do seu porsche e fez Sasuke entrar. O moreno praticamente se deixava levar facilmente, algo que o loiro nunca esperou de alguém como aquele rapaz arrogante. Deu a volta e entrou no carro também, logo ligando-o e dirigindo veloz devido ao trânsito livre aquele horário.
No silêncio do carro, Sasuke percebeu que só poderia estar fora de si por ter aceitado ir com Naruto. Mas estava com tanto tesão e tudo o que o loiro dissera era verdade: Adorava ser tomado com força, só a ideia já o excitava muito.
Sua primeira vez mesmo, aos dezessete anos, tinha sido com um homem bem mais velho. Um amigo do seu pai que assim que percebeu o quanto o garoto era psicologicamente frágil, o dominou de todas as formas possíveis.
Sasuke ainda se lembrava de como se sentia bem, mesmo consciente de que aquela relação era doentia. Até que o homem cansou dele e o largou, deixando claro que só tinha usado o garoto.
Foi quando começou a se cortar. Já era difícil lidar com a rejeição de Fugaku, ter sido rejeitado com quem perdera a virgindade e a quem se entregara completamente, foi o estopim para Sasuke iniciar aquela automutilação. Ele já tinha aprendido que a dor física afastava por alguns segundos aquele vazio que sentia. Era errado e doentio, mas não conseguia parar, se dando apenas ao trabalho de esconder do seu pai e de Itachi o que infligia a si mesmo.
Naruto entrou em uma garagem a poucas quadras da faculdade. Era um prédio luxuoso e ganhara o apartamento de presente dos pais assim que foi aceito na universidade. Por isso morava sozinho.
Eles desceram do veículo e ao entrarem no elevador, Naruto voltou a beijar Sasuke após apertar o botão do décimo quinto andar. Ele prensava o moreno contra a parede metálica e para sua surpresa, Sasuke segurou seu rosto com força ao corresponder ao contato, chupando a língua do loiro e gemendo dentro do beijo.
Se afastaram apenas para saírem do elevador. Segundos depois já estavam dentro do apartamento de Naruto, mais uma vez beijando-se e começando a se livrarem das roupas apressadamente, ambos ansiosos pelo que viria.
Naruto mordeu o pescoço de Sasuke com força e o moreno gemeu deliciado. Estava tão fora de si naquela excitação que após o loiro se livrar da própria camisa, o Uchiha se ajoelhou na frente dele e começou a desabotoar a calça jeans que ele usava.
Sasuke só sabia que queria, precisava satisfazer aquele homem de todas as formas possíveis e assim que envolveu o pênis de Naruto e o puxou para fora da boxer preta, salivou ao ver a glande rosada e inchada, sentindo-o quente e pesado contra seu tato.
Mas antes que tivesse a chance de envolvê-la em sua boca como queria, Naruto segurou seus cabelos com força, impedindo-o. O Uchiha o olhou confuso e o Uzumaki ao notar toda aquela necessidade dele, ordenou:
- Pede.
Sasuke desviou os olhos um pouco envergonhado. O pior é que estava mesmo louco para implorar por aquilo, para sentir aquele pau enorme e grosso em sua boca, prová-lo com a língua, mas ainda tinha aquele restinho de orgulho o impedindo.
Então Naruto puxou seus cabelos com mais força e Sasuke teve que morder o lábio para não gemer em êxtase, ao mesmo tempo em que se odiava por se render tão fácil assim.
- Olha pra mim e pede! – O loiro ordenou outra vez, em um tom bem mais firme e que fez Sasuke se arrepiar por completo.
Todo aquele restinho de orgulho evaporou e o Uchiha se viu dizendo, suplicante mesmo que sua voz saísse baixa:
- Me deixa te chupar... por favor...
Naruto sorriu safado e esfregou a glande na bochecha de Sasuke. Bateu ali de leve com seu pau e viu o moreno fechar os olhos e gemer baixinho. Aquilo fez o loiro ficar ainda mais duro. Ele até gostava de um sexo mais bruto, mas nunca tinha agido daquela forma com nenhum dos seus parceiros e costumava ser cuidadoso.
Mas aquele Uchiha... Céus, aquele Uchiha era uma perdição com esse jeito tão necessitado e submisso.
- Me diz que quer que eu foda essa sua boquinha gulosa. – Falou austero e Sasuke abriu os olhos ao responder, ainda mais entregue ao escutar aquilo:
- Quero seu pau fodendo a minha boca... Preciso tanto... – Seu tom era no mínimo necessitado e ele não desviou dessa vez os olhos dos de Naruto. – Bem fundo... até senti-lo na minha garganta...
Aquilo foi demais para Naruto. Segurando Sasuke pelos cabelos, guiou sua ereção até a boca faminta e gemeu alto quando Sasuke o recebeu, chupando sua glande como se fosse a melhor coisa que já havia provado.
O Uchiha fazia aquilo com maestria, se mostrando bem dedicado em sua tarefa. Ele sequer reclamava quando Naruto puxava suas mechas e se afundava mais em sua boca, só se afastando quando começava a ficar sem ar. Mas logo voltava a chupar aquele pênis grosso que enchia sua boca, pouco se importando com a saliva que escapava pelo canto do seus lábios.
Queria que Naruto viesse em sua boca, poder sentir o gosto dele, mas então o loiro o puxou antes que isso acontecesse e o moreno chegou a protestar visivelmente querendo mais.
Naruto sorriu diante disso. Estava adorando ter o outro ajoelhado a sua frente, chupando-o com bastante entusiasmo, imaginando o que os outros diriam ao saber que Uchiha Sasuke não só gostava de homens, como ainda por cima gostava de receber ordens na hora do sexo. Só que no momento ele tinha outros planos.
Viu a confusão nos olhos do moreno ao ser erguido, mas antes que ele dissesse algo, Naruto o beijou e em seguida, deixou que as línguas batalhassem obscenas fora da boca.
Suas mãos tratavam de tirar as roupas do Uchiha afoitamente: camisa, sapatos, calça social, boxer e meias. E quando ele já estava completamente nu, Naruto o empurrou em direção ao sofá, ordenando:
- De quatro.
Sasuke se posicionou no sofá como Naruto queria e o loiro não chegou a notar os cortes finos e cicatrizados nas coxas dele.
Ele observou o outro naquela posição tão vulnerável e se aproximou. Sua mão deslizou pelas costas macias no que pareceu ser um carinho e quando apertou uma das nádegas com bastante firmeza, viu o Uchiha fechar os olhos e suspirar.
- Você sabe o que eu quero que faça, não é? – Naruto perguntou enquanto roçava um dedo no meio das nádegas dele, tocando a entrada enrrugadinha e já palpitante.
Sasuke virou o rosto de lado, querendo olhá-lo. Mordeu o lábio com certa força, suspirando quando sentiu o toque naquele lugar tão íntimo. Iria enlouquecer se não tivesse aquele bastardo loiro de uma vez.
- Por favor... me fode... – Pediu. – Porra, seu maldito, só me fode logo... Eu preciso...
Queria dizer como precisava daquilo, de sentir o loiro fundo em si, quando Naruto afastou o dedo. Suplicaria se fosse preciso, mas então o outro se inclinou em suas costas e mergulhou três dedos em sua boca um tanto brusco.
O Uchiha chupou os dedos com bastante vontade, de forma que chegava a ser obscena. Fechava os olhos e gemia deliciado, fazendo Naruto achar que iria gozar só de assistir aquela cena. E antes que isso acontecesse, o loiro retirou os dedos da boca rosadinha e de lábios cheios.
A preparação foi rápida e um pouco dolorosa, mas Sasuke gemeu e apertou o estofado com ainda mais força quando já tinha três dígitos em seu interior, o dilatando. Seu corpo todo parecia implorar para ser tomado de uma vez.
- Porra, você é muito apertado. – Naruto falou, sentindo a paredes internas apertando e tentando expulsar seus dedos. – Mas tenho certeza que já fez isso antes.
Sasuke assentiu meio vagamente, suspirando quando ele afundou ainda mais os dedos em seu ânus. Já estava prestes a voltar a implorar, quando Naruto retirou os dedos e roçou a glande em sua entrada meio úmida e começou a penetrá-lo ao forçar um pouco.
O moreno arqueou as costas e abriu os lábios em um gemido mudo. Era tão bom sentir aquele pau grosso e pulsante invadindo seu corpo, tentado ganhar espaço e o alargando por dentro. Rebolou um pouco como se quisesse que Naruto se afundasse de uma vez e foi o que o loiro fez ao perceber isso.
Ele ainda deu um tempo para que o moreno se acostumava e quando passou a investir incessantemente, foi em estocadas fundas e um pouco brutas, do jeito que ficou claro que Sasuke gostava. O Uchiha tentava rebolar, mas quando Naruto estapeou uma de suas nádegas, ele quase gozou mesmo que ainda nem tivesse tocado seu pênis.
Naruto ainda desferiu mais alguns tapas contra as nádegas macias e branquinhas, mas que agora começavam a se tornarem rosadas devidos as palmadas que recebia. Em nenhum momento parou de estocar contra o corpo de Sasuke, segurando-o pelo ombro firmemente para mantê-lo naquela posição, percebendo o quanto o outro estava rendido aquele prazer meio bruto.
Viu Sasuke levar a mão ao próprio membro na intenção de se satisfazer. Então se inclinou contra a ele, colando seu peito nas costas do moreno e mordendo a nuca suada. Os movimentos dos seus quadris continuavam rápidos e fazendo aquele barulho molhado a cada vez que seu quadril se chocava contra o bumbum do moreno, estocando-o forte.
O loiro acabou mergulhando mais uma vez seus dedos na boca de Sasuke, dessa vez apenas dois e o Uchiha passou a chupá-los, abafando os gemidos. Estava prestes a gozar e não conseguia mais manter os olhos abertos, adorando sentir o corpo de Naruto contra o seu.
Ele acelerou o movimento da mão no próprio pênis e quando atingiu o orgasmo, apertou o membro de Naruto dentro do seu corpo. O loiro ofegou e mordeu o pescoço dele com força quando gozou fundo no interior de Sasuke, que sem conseguir sustentar o próprio peso nas pernas doloridas devido a posição, acabou se largando no sofá, um ofego escapando quando o corpo pesado de Naruto caiu sobre o seu.
O Uchiha não protestou nem nada, mas gemeu baixinho quando sentiu Naruto sair do seu interior.
Logo em seguida, o loiro se sentou no chão, meio ofegante. Sasuke sabia que precisava ir embora, mas ainda não tinha recuperado as forças, por isso continuou deitado no sofá e fechou os olhos. Ficou quieto daquele jeito por pelo menos uns três minutos. Até que se sentou com cuidado, ignorando o olhar avaliativo do outro rapaz.
Naruto percebeu que uma das bandagens no braço dele estava suja de sangue, mas dessa vez era algo recente. Imaginou que em algum momento do sexo, Sasuke devia ter atritado o braço no estofado, provavelmente sem nem perceber. Também notou os cortes fininhos nas coxas pálidas.
O cara devia ser uma verdadeira bagunça por dentro e isso mexeu com Naruto. Seu cérebro gritava para se afastar, mas algo dentro dele o deixava completamente envolvido por aquele Uchiha.
Sem pensar muito quis puxar Sasuke para o chão, mas o moreno protestou e tentou afastá-lo.
- Não... eu preciso ir embora... Meu pai... – Sasuke tentou dizer, mas Naruto o tinha puxado para o colo, o surpreendendo e o segurando pela cintura com firmeza.
- Você já é bem grandinho pra ter toque de recolher. – Sasuke se remexeu, tentando sair do colo dele, irritado e sem compreender o que aquele maldito tinha na cabeça para agir desse jeito após a forma como fizeram sexo.
Mas Naruto não ligou para nenhum dos seus protestos, pegando o moreno de surpresa ao beijar sua nuca e suspirar ao roçar o nariz ali, sentindo o cheiro bom de Sasuke.
- Fica aqui hoje, amanhã é sábado... não tem aula. – O loiro pediu, ainda sem soltá-lo.
- Não, eu-
Ele parou de falar ao ver Naruto deslizar uma das mãos por sua bandagem suja de sangue. Nem mesmo notara que tinha voltado a sangrar e travou no lugar quando o mais novo começou a desfazer o curativo em seu braço com muito cuidado, como se Sasuke fosse quebrar.
Se fosse qualquer outra pessoa, Sasuke jamais deixaria que visse ou mexesse em seus cortes, mas nunca conseguia impedir Naruto, por mais que achasse aquilo tudo muito estranho da parte de ambos e sem compreender o que se passava na cabeça do outro rapaz.
Entendeu menos ainda, completamente confuso quando o loiro murmurou enquanto desfazia a bandagem, expondo os cortes meio inflamados:
- Não se preocupa... Agora eu vou cuidar de você. – Naruto sentenciou em um tom que soava estranhamente carinhoso para os dois.
E Sasuke não soube dizer o porquê, mas por um segundo desejou que aquilo fosse verdade.
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