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Meu Sonho Com Um Vampiro

Prólogo 1

Nos tempos medievais...

Geofrey era o mais novo de dois irmãos, Gawain, além de mais velho, era o mais forte, sonhava em entrar para o exército real e era o mais querido pelos pais. Geofrey não se importava com o tratamento especial com seu irmão, ele sempre ajudava sua mãe em casa e cuidava dos animais. Apesar de muitas vezes ser menosprezado, ele não reclamava de sua vida.

Ao ver que o mais novo pendia para levar a mesma vida que eles, os pais dos irmãos decidiram que Geofrey deveria se casar com a única filha do comerciante de verduras, era uma jovem loira, bela e prendada. Em uma reunião com a presença das duas famílias a notícia foi dada, para Geofrey foi o dia mais feliz da sua vida, conteve-se para não demonstrar tanta empolgação. Ele era grande parte do tempo bem reservado mas sempre observador e não pôde deixar de notar que duas pessoas no ambiente não pareciam satisfeitas com a notícia.

A relação entre os dois irmãos não era das mais amistosas, cada um era feliz em seu canto e não incomodava o outro, com a maturidade chegando isso se tornou bem mais evidente. Apesar disso, após o jantar Geofrey resolveu conversar com seu irmão:

(Toc toc)

-Gawain, posso entrar?

-Pode.

A porta abre.

-Algum problema?

-Nenhum, eu só não pude deixar de reparar que algo te incomodou com a notícia do noivado, estou certo?

Gawain olha nos olhos de Geofrey por alguns segundos.

-Por que você acha que eu estaria incomodado?

-Eu não sei, mas preferi vir perguntar a você do que ficar imaginando coisas.

Geofrey se aproxima de Gawain.

-Eu sei que não somos tão próximos, mas eu acredito que o diálogo pode resolver qualquer conflito, então se quiser conversar sobre algo me procure.

Geofrey se afasta desejando boa noite, Gawain não diz nenhuma palavra, até porque o mais novo sempre sabia articular melhores argumentos.

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Nos meses seguintes, uma gripe se alastrou por todo o reino e os pais dos irmãos foram atingidos. Devido a velhice, acabaram não enxergando esperança de recuperação. Após duas semanas de sofrimento eles veem a falecer. Como último desejo, pediram aos filhos que cada um buscasse ser feliz mesmo com o pouco que tivessem.

Nas próximas semanas Geofrey tentou conciliar o luto com a organização do casamento juntamente com o pai da noiva. Ela não demostrava muito interesse em participar e não opinou em nenhum detalhe da cerimônia. Gawain passava o dia fora em treinamento para o alistamento que estava próximo.

Buscando uma intimidade maior com sua noiva, Geofrey pediu permissão ao seu futuro sogro para periodicamente visitá-los e levá-la para andar a cavalo nos fins de tarde. Em uma dos passeios:

-Cecília, posso fazer uma pergunta?

-Pois não, meu senhor.

-Por favor, não seja tão formal. Serei seu marido em alguns dias e quero que confie em mim.

Ela fica em silêncio.

-Por que não me olha nos olhos?

-Se o senhor não se importar, prefiro que seja assim.

-Tem algo errado? Você é contra o casamento? Por favor, se há algo que a incomoda me diga.

- Não meu senhor, não há nada.

Ele para os cavalos desce do seu e em seguida a ajuda a descer do dela. Então ele se aproxima de sua noiva, que tenta recuar mas se vê encurralada entre ele e a lateral de um dos cavalos.

- Meu senhor, por favor, o que está fazendo? Não me machuque.

-Por que eu a machucaria?

Ele a observa por alguns segundos.

-Olhe nos meus olhos, pelo menos uma única vez ao me responder e não a questionarei mais. Você quer mesmo se casar comigo?

Ela olha em seus olhos, visivelmente angustiada e responde:

-Tenho outra escolha?

Uma lágrima escorre do rosto dela.

-É só isso que vai dizer?

Cecília desvia o olhar dele e se mantém em silêncio. Se afastando dela, ele diz:

-Pois bem. Como prometido não a incomodarei mais. Nos casaremos amanhã. Suba em seu cavalo.

-Mas o casamento não era na próxima semana?

-Por que tando trabalho para tornar algo especial para quem não se importa? Suba em seu cavalo e vamos, tenho que conversar com meu sogro.

Geofrey percebe que deixou Cecília apreensiva, mas desde então resolveu ser indiferente a qualquer um de seus comportamentos. Em seus pensamentos ele permace confiante de que buscou esclarecer as coisas da melhor maneira possível e isso lhe bastava.

Prólogo 2

Ao chegar na casa de seu sogro, Geofrey imediatamente o procura e diz:

-Meu senhor, se for de seu agrado, gostaria de me casar com Cecília amanhã.

-Aconteceu alguma coisa?

Geofrey encara Cecília que estava encostada em uma das paredes da casa sem fazer contato visual com nenhum dos dois e responde:

-Não, meu senhor. Como tudo já está preparado, não há necessidade de perpetuar a ansiedade para todos. Nos vemos amanhã no fim da tarde, se o senhor não discordar.

-Por mim tudo bem, a ansiedade só aumenta mesmo. Nos vemos amanhã meu jovem.

-Até mais meu sogro e... minha noiva.

Com a saída de Geofrey da casa, Cecília não consegue conter as lágrimas e vai em direção ao seu quarto mas é impedida pelo pai que a segura pelo braço.

-Cecília!

-Sim, meu pai.

-Você sabe todo esforço que estou a fazer para conseguir para você alguém com princípios? Coisa que você deixou de dar importância a bastante tempo! Não sei quem é pior, você ou a sua mãe.

O pai dela diz irritado enquanto solta o braço dela.

Se me considera ao menos um pouco, case-se com Geofrey. Não me faça morrer de desgosto.

-Mas meu pai, o senhor sabe que eu amo Gawain.

-SE ELE TE AMASSE TAMBÉM, TERIA FEITO AS COISAS DO JEITO CERTO! Vá para o seu quarto e eu espero que tenha um bom descanso, você devia estar chorando de alegria.

Cecília vai aos prantos para seu quarto. Em sua mente os momentos ao lado de Gawain são lembrados. Quatro meses atrás, foi o tempo que Gawain levou para a seduzir com elogios, promessas e juras de amor seguidas de total desprezo. Ela só revelou esses acontecimentos ao seu pai após receber a proposta de casamento. Seu pai achou por bem omitir, pois depois que descobrissem que ela já havia se deitado com um homem, provavelmente nunca se casaria. Cecília se via destinada a sofrer pelo resto da vida, a não ser que tomasse a decisão de seguir apenas uma vez os passos de sua mãe...

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-Essa mulher está sendo acusada de se envolver com bruxaria. Meu rei, essas são as provas da acusação, esses pertences foram encontrados dentro de uma árvore oca na floresta por um soldado. Ele relata que estava caçando com alguns companheiros quando encontrou a árvore. Eles aguardaram para saber a quem pertencia esses objetos impuros e ela apareceu, antes de iniciar seu ritual eles a prenderam e trouxeram para que fosse julgada por vossa majestade.

-Onde estão os soldados que encontraram os objetos?

-Aproximem-se.

-É verdade o que o padre diz?

Eles respondem em conjunto: Sim meu rei!

-Sendo assim eu a sentencio a morte.

Um homem se aproxima da acusada.

-Margaret, por que?

-Eu não fiz por mal, querido. Cuide de Cecília por mim, me perdoe, me perdoe...

Os guardas a levam para morrer queimada. Cecília corre em direção a sua mãe, mas seu pai a segura.

-Não! Soltem a minha mãe! Mãe! .

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Cecília acorda suada em sua cama:

-Mãe.

Seu pai havia queimado tudo que pertencia a sua mãe depois que ela foi morta, mas Cecília sabia onde encontrar ajuda para fazer o que planejava. O sol nem havia nascido e ela saiu de casa sem que seu pai soubesse em direção a floresta. Uma vez, quando mais nova, brincando na floresta, encontrou a mesma árvore que sua mãe usava para guardar os objetos, ela sabia que era aquela árvore porque os guardas deixaram cair uma das pulseiras que eram da sua mãe, próximo a ela.

Ela planejava fugir, mas quando se aproximou da árvore, o cenário mudou. O ambiente anteriormente tranquilo com o som dos pássaros, foi tomado por nuvens escuras e um vento forte balançava as árvore. Cecília ouviu um sussurro chamar por seu nome.

- Cecília...Cecília...minha filha...

-Mãe! Mamãe é você?

-Venha... Toque na árvore... Não tenha medo...

Ela hesitou por alguns segundos e então tocou na árvore.

Inspiração para Gawain

Prólogo 3

Ela hesitou por alguns segundos e então tocou na árvore. Uma senhora bem velha encapuzada saiu por detrás da árvore e disse:

-Parece que você deseja seguir os passos de sua mãe.

-Quem é você?

-Não importa quem eu sou, mas sim o que você deseja. Está disposta a qualquer coisa pela sua felicidade?

Cecília pondera por alguns segundos mas responde com ímpeto.

-Sim, eu preciso...

-Eu sei do que você precisa, mas tem um preço a ser pago.

-O que eu devo fazer?

-Um sacrifício, você deve trazer alguém aqui a noite e ele deve morrer para que você seja feliz.

-Morrer? Eu jamais mataria alguém!

-Sua mãe recebeu o que queria mas não cumpriu a parte dela do acordo, por isso teve um fim tão trágico.

-Minha mãe...

Cecília não sabia o que pensar. O preço era muito alto e estava disposta a recusar quando a velha lhe disse:

-Como prova de que realizarei seus desejos, de agora até pouco antes do início do seu casamento você terá uma prova do que deseja, mas minha proposta encerra a meia noite. Faça bom proveito.

A velha passou por detrás da árvore e sumiu. O ambiente voltou ao normal e Cecília voltou para casa pensando em tudo que tinha vivido nesses últimos minutos, sem saber o que iria fazer.

Ao chegar em casa seu pai lhe diz:

-Bom dia minha filha, onde você estava? Venha tomar café com seu pai.

-Eu fui à floresta...

-Tudo bem, o que importa é que você está aqui. Hoje é o seu grande dia, peça o que quiser que se estiver ao meu alcance lhe darei.

Fazia tempo que Cecília não era tão bem tratada assim por seu pai, pelo menos não depois que ele descobriu o que ela vinha fazendo escondido.

-Não desejo nada meu pai, só quero ficar sozinha. O senhor se importa se eu der uma volta com o cavalo?

-Não, inclusive vou preparar a sela para você agora mesmo, enquanto você se alimenta.

O pai dela se coloca ao seu lado.

-Me desculpe pelo que eu disse ontem, eu só quero que você seja feliz minha filha.

-Oh pai.

Os dois se emocionam e se abraçam.

-Vou preparar a cela e comprar algumas uvas já que são suas frutas favoritas.

-Obrigada pai.

Assim que ele sai do ambiente, Cecília se lembra do que a velha havia lhe dito alguns minutos atrás e começa a refletir sobre a proposta enquanto come. Apesar de tudo ela sabia que o preço ainda era muito alto e estava decidida a recusar.

Assim que terminou de se alimentar, pegou o cavalo e foi em direção às planícies. A paisagem era de tirar o fôlego, era o seu santo remédio para esquecer os problemas. Entre as planícies e a floresta haviam frondosas árvores, Cecília resolveu sentar junto ao tronco de uma delas. Enquanto a brisa acariciava seu rosto suavemente, ela fechou os olhos para sentir mais intensamente. Ao abrí-los novamente avistou ao longe a silhueta de um homem que vinha em sua direção, ela não podia acreditar no que via...

-Gawain?! Como me encontrou? O que está fazendo aqui?

-O casamento vai ser hoje não é?

-Sim.

Gawain olha profundamente nos olhos de Cecília e segura as duas mãos dela.

-Eu não posso deixar vocês se casarem. Eu ainda amo você, sei que fui rude anteriormente, mas por favor me perdoe.

Cecília se emociona e começa a chorar.

- É claro que perdoo, nunca deixei de te amar.

Gawain toma Cecília em seus braços e a beija com muito vigor. Eles passam o resto da manhã juntos.

-O que faremos? Eu não quero me casar com o Geofrey.

-Eu queria que tivesse um jeito de ficarmos juntos, eu pagaria qualquer preço por nós dois.

Ao ouvir isso, imediatamente Cecília se lembra do que a senhora lhe disse e rapidamente se põe de pé.

-Meu amor, acho que tem um jeito.

-Qual?

-Encontre o seu irmão e traga-o à entrada da floresta, eu encontro vocês lá.

-Mas o que eu digo para ele?

-Invente uma desculpa, não sei, mas leve-o até lá.

-Está bem.

Cecília se deixou levar pela sua noção de felicidade, colocando-a acima de tudo e de todos. Estava decidida a pagar o preço.

Inspiração de Cecília

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