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Noiva Substituta. Livro 1.

Noiva substituta.

Anne corria desesperada pelos corredores do grande palácio.

Desesperada pensava nos atos da louca da sua irmã que aceitou a proposta de casamento de um sheik do deserto.

O seu pai era um diplomata inglês que tinha a difícil missão de mediar os conflitos do Vale do petróleo. Uma região marcada por conflitos guerras e miséria. 

Charles Pai de Anne era um diplomata reconhecido pela capacidade de mediar conflitos assegurando comercio em zonas problemáticas, bem-quisto entre os membros do parlamento e pela coroa.

 Sua irmã Marie aceitou os presentes do sheik de corte pensando ser uma brincadeira. Mal sabia ela que aquilo era o sinal de concordância com o noivado.

Resumo da ópera a maluca de Marie se mandou do país deixando o pai e ela em grande apuros.

Pensava Anne entrando pelas pesadas portas do escritório do pai. Que se encontrava imerso no seu desespero na mesa de trabalho.

_ O que posso fazer?

Murmurava o velho desesperado apoiando a cabeça entre as mãos.

Sentando a frente do pai na mesa tomou a decisão mais difícil de sua vida, ponderando o preço a ser pago por sua escolha.

_ Tomarei o lugar de Marie.

O homem assustado olhou para sua adorada filha dividido entre o dever e o amor paternal.

_ Minha filha, como poderei viver com seu sacrifício?

Balbuciou o homem em desespero, com o coração mutilado.

_ Pai, não tema.

_ Aprendi com o senhor que o dever com o povo é maior que os desejos do coração. Sei que se esse casamento não acontecer teremos o fim das relações diplomáticas dos nossos países, fato que pode iniciar uma guerra entre os sheiks, que impactará os anos de trabalho e sacrifício do senhor.

_Como poderei viver com isso pai amado?

Disse ela com coragem tomando as mãos do velho entre as suas.

O mesmo a fitava com orgulho e devoção.

_Quanto tempo tenho antes que a comitiva do Sheik chegue ao Palácio? Indagou ela ao pai.

_ Receio que a metade de um dia.

_ Pois bem chame os preparadores. Irei ao encontro do sheik.

O pai apavorado indagou:

_ Tens certeza menina?

Fechando os olhos com um suspiro respondeu com coragem.

_ Claro meu pai.

Marchando para o quarto engolindo os seus medos e sonhos, passou a sua tarde em tortura profunda.

Foi massagiada até a pele doer, óleos aromáticos foram postos sobre ela horas a fio, depilação, unha maquiagem e trocas insistentes de roupas até achar a perfeita, não aos seus olhos mais aos olhos da equipe de preparação que a fitava como um animal exótico. Cansada no final da tarde bateu o pé sobre a pintura exagerada posta na sua face, retirando a mesma alegando querer ser vista como ela mesma de forma natural. A maquiagem foi feita conforme o solicitado por ela, realçando os seus grandes olhos de corça.

Na grande sala de refeição os homens conversavam com o anfitrião tentando sondar o caráter da jovem casadoura.

Charles político nato respondia às perguntas com outras e neste jogo de gato e rato passaram vários minutos até o jantar ser iniciado.

E os homens comiam em meio a discussões políticas.

Anne mantinha a postura calma e focada ao ser chamada pelo pai para passar na inspeção dos conselheiros do destino.

Ao entrar na sala a jovem fitava ao chão como sinal de obediência às autoridades presentes. Todos se calaram ao observar a jovem mulher com um vestido marfim cravejado de pedras brancas.

Os cabelos loiros da cor do trigo estavam soltos cheio de flores do deserto presas na fronte com uma presilha de pedras brancas.

_ Ande até mim!

Disse uma voz autoritária em um idioma antigo do deserto.

De leve levantou o queixo até o pai que lhe deu permissão silenciosa. Com tranquilidade seguiu até a cabeceira da mesa parando a frente daquele que ordenou.

_ Olhe para mim.

Com tranquilidade a jovem o fitou nos olhos deparando com dois olhos dourados que a fitavam com um olhar que desnudava sua alma.

Anne não desviou o olhar um só momento dos olhos que a examinava, cada canto do seu rosto com um olhar crítico.

_ Vejo que domina minha língua. Sabes outras?

Com voz firme respondeu.

_ Sheik sou poliglota. Falo cinco línguas diferentes além dos dialetos do deserto.

_ Vá!

Disse ele dispensando a jovem com um aceno de mão.

Com tranquilidade deixou o recinto com o olhar de aprovação dos conselheiros reais. Com o coração aos saltos fechou a porta atrás de si selando seu destino.

Destino.

Anne acordou com o chamado da serva que trazia um recado urgente do pai.

Ela devia o encontrar no escritório imediatamente.

Anne largou o livro que estava a ler a pouco ajeitando os óculos no rosto.

Achou estranho ser chamada as oito da manhã já que o seu pai levantava as nove.

Seguiu ao escritório com rapidez entrou pelas pesadas portas lutando para fechar as mesmas de modo a preservar a intimidade da conversa.

_ Bom dia meu pai o que deseja?

Indagou ela ao fechar a porta atrás de si. Mas para sua surpresa quem a esperava era outra pessoa.

Sheik  Samir a fitava com aprovação. A jovem respondeu imediatamente o chamado, fato que demonstrou prontidão em servir e responsabilidade.

A mesma estava trajada com roupas simples como um vestido branco com um laço de fita azul-claro.

O cabelo estava trançado e nas orelhas trazia somente duas gotas de luz. O rosto não, trazia qualquer marca de maquiagem e os óculos de metal realçam os seus grandes olhos de corça.

_ Desculpe Senhor. Creio que tenha ocorrido um engano. Recebi um recado de meu pai para encontrá-lo aqui.

_ Não houve engano. Solicitei sua presença.

Disse ele ao fitar a jovem que demonstrava desagrado com sua atitude autoritária e desrespeitosa.

_ Desculpe, mas creio que seja inapropriado estar em um ambiente, sozinha com você.

Disse ela demonstrando um certo desagrado com a postura do sheik que a fitava com os braços cruzados em frente ao peito largo.

_ Inapropriado?

Indagou ele levantando a grossa sobrancelha em ar de deboche.

_ Caro sheik, o senhor está na casa do meu pai e deve respeitar as suas regras.

Não tem justificativa sua atitude e essa tocaia armada. Deve respeitar a honra do meu pai como o seu anfitrião. Sendo inapropriado esse encontro. Desculpe, mas não negócio os valores que recebi na minha educação. Tenha um ótimo dia senhor.

Disse ela virando e saindo pela porta.

O sheik ficou surpreso com atitude da jovem, que não se deixou intimidar por sua presença e ainda teve a coragem de recriminá-lo por sua atitude.

_ Gosto dela.

Exclamou o conselheiro do destino.

Que se mantinha escondido atrás das pesadas cortinas de modo a preservar a honra da jovem. Viu em sua atitude caráter e honra sendo requisitos básicos para uma excelente esposa.

_ Demostrou coragem fibra de caráter, lealdade ao pai e os valores recebidos. Quando for sua esposa será fiel e leal a você e ao povo.

Disse o velho feliz pela sorte do sheik.

_ Tenho que admitir gostei da atitude dela. Foi positivo ver que não terá medo em dizer o que pensa. Creio que a escolha foi assertiva.

Feche o acordo dê ao pai o triplo do que estava previsto no dote.

Anne entrou o quarto queimando de raiva, frustrada se jogando na cama.

_ O que foi menina?

Perguntou sua babá, uma senhora idosa que servia aquela casa muitos anos. Soltando algumas almofadas que afofava com as mãos.

_ O sheik foi quem me chamou ao escritório.

_ O que foi que ele disse?

Falou a velha se sentando na frente da jovem com olhos curiosos arregalados.

Com calma Anne narrou os fatos que ocorreu a pouco e a bronca que deu no sheik.

A serva a fitava com horror pela ousadia de ambos.

_ Aparência dele te agrada? Perguntou a velha com malícia.

Anne fechou os olhos e viu a imagem do sheik a pele dourada oliva, o nariz bem-feito, rosto quadrado. Peito forte, corpo perfeito e os olhos de Falcão.

_ Sim.

Respondeu à menina corando.

_ Você está perdida menina. Disse a velha num sussurro.

_ Por que babá?

_ Não sabes que os sheiks têm o costume antigo de ter uma esposa troféu destinada a ser mãe do herdeiro e um exército de concubinas para satisfazerem suas necessidades.

Anne absorvia a fala da velha com horror e tristeza.

Olhando decidida para velha falou:

_ Está sorte não terei! Não dividirei meu marido com outra.

_ Como fará isso criança?

Perguntou a velha preocupada com atitude da jovem que não compreendia o modo de vida de uma sociedade patriarcal.

Temia que ela sofresse por não se adaptar as regras e costumes do seu povo. Anne tinha um espírito livre e determinado.

Anne fitou a velha segurando suas mãos e com calma falou:

_ Não temas por mim babá. Pensarei em algo para mudar a sorte.

As boldas

No quarto de preparação do grande palácio do sheik Anne suava frio enquanto as mulheres a vestiam. Sentia a pele queimar de medo de não dar conta do futuro.

Seus sonhos estavam sendo enterrados naquele momento. Seria a esposa de um homem que trocou meia dúzia de palavras.

...Sentia o peso de sua escolha. Seu destino estava traçado sem amor. Seu jovem coração sentia medo pelo futuro e com grande força de caráter cumpriria sua palavra mesmo que isso custasse sua liberdade. Determinada a não sucumbir levantou o queixo de maneira altiva....

...A velha babá a olhava com lágrimas nos olhos fitava sua criança sendo entregue como um cordeiro ao abatedouro. Seu coração amoroso doía com a sorte da jovem que estaria entrando em um casamento e em um mundo bárbaro, forjado com sangue e ferro....

Anne observava o seu vestido de noiva que era composto por um corpete cravejado de pedras brancas e perolas. O noivo exigiu a ausência de pinturas no rosto somente a beleza natural da jovem. Seus cabelos foram enfeitados com rosas do deserto e seus pés calçados com um par de sapatilhas de fita.

_ Chegou a hora criança.

Disse a babá estendendo a mão velha para ela. Anne fitou a velha de maneira profunda e carinhosa, abraçando com todo carinho e admiração. Afinal com aquela mulher que aprendeu a ternura de uma mãe.

_ Não tema por mim. Somente abençoe esse momento.

Disse ela abraçando a senhora com toda gratidão de seu coração juvenil.

Determinada seguiu pelo corredor com a cabeça erguida e o peito acelerando a cada passo seu destino estava sendo desenhado.

Anne marchou para o grande salão onde vários rostos a fitavam com alegria e outros com inveja. Sentia os olhos de todos pousados nela, fato que lhe causou um pequeno desconforto. Se encheu de coragem e levantou o pequeno rosto e seguiu com passos firmes.

Podia sentir toda pressão do ambiente lotado de autoridade da região. Lá na ponta da sala, estava seu sheik vestido com um traje preto bordado com fios de ouro trazendo nas mãos uma espada com o símbolo do Falcão.

Anne caminhou até ele pelo corredor de flores e tochas que estabeleciam no ambiente uma atmosfera mítica e aconchegante, Samir fitava o caminhar da jovem com atenção. Ali estava a sua esposa, esperança de seu povo, promessa de sua vida.

A cerimônia demorou horas com leituras de contratos e de cláusulas de leis. Anne estava atenta as leituras de modo a se manter informada de seu destino.

  No final da cerimônia o sheik falou:

_ Como prometido foi entregue ao pai de minha noiva três vezes o peso dela em diamantes e pedras preciosas.

Todos da sala ficaram chocados com a notícia.

_ Como prova de minha estima dou a Anne o direito de me pedir três coisas.

_  Honrarei minha palavra até morte.

Falou o homem segurando a mão da jovem que se levantou com o queixo altivo e determinada falou:

_ Prometa que serei tratada como uma igual. Sendo ouvida e respeitada em minhas opiniões.

Aquilo desagradou vários dos presentes, pois onde já se viu uma mulher exigir um espaço que não é dela. Pensavam vários dos sheiks do conselho do destino.

_ Prometo.

Respondeu ele para o espanto de todos.

_ Prometa que serei a única em sua cama! Não dividirei meu marido com concubinas.

Aquilo foi uma bomba no ambiente. Todos estavam chocados pela audácia da jovem. Era um direito do sheik de ter suas concubinas.

_ Prometo. Disse ele em voz firme para o desgosto dos presentes que irritados assistiam a cerimônia.

_ Não haverá divórcio entre nós ou traição. Somente a morte pode nos separar. Disse ela com uma ferocidade que espantou até o pai.

Já que o destino lhe pregou essa peça, ela jogaria a partida com suas regras. De modo a evitar desabores futuros.

O sheik abriu um sorriso predatório e respondeu: _ Aceito. Que este tratado seja selado com nosso sangue para que não seja quebrado.

Disse ele cortando a mão com o fio da espada seguindo até ela que abriu a pequena palma para ele. A espada cortou sua pele e as mãos entrelaçadas  cheias de sangue foram apertadas e uma fita amarrada selando o destino de ambos.

Anne não desviou em momento algum o olhar dos olhos dele. Samir via nos olhos dela determinação e coragem.

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