NovelToon NovelToon

O Bom Partido

Halloween

Tudo o que eu menos queria era acordar, mas meu corpo estava inquieto no sofá-cama após pensar no dinheiro da minha conta bancária indo embora como água indo para o ralo. Está acabando mais rápido do que planejei, mas lógico... O padrão de vida dessa gente é surreal, então eu deveria ter me planejado melhor para poder acompanhá-los.

Mas eu realmente não via à hora de sair daquele inferno. Uma mãe viciada em heroína e um padrasto alcoólatra que não me deixava em paz. Eu não era o seu brinquedo particular, aquele velho asqueroso também pagava seus vícios as minhas custas! Eu não podia mais ficar naquele lugar...

—Estou saindo em... —Kyle disse passando pela sala.

—Já são nove e meia? —Erguei a cabeça para olhar meu celular.

—Ainda não, mas pediram para eu treinar a nova recepcionista!

—Ah, então ta bom!

—Beijinhos de luz, baby! —Disse pegando sua bolsa e saindo porta a fora.

Kyle e eu sempre fomos amigos de infância e por conta do pai homofóbico, ele precisou sair de casa antes mesmos de ser maior de idade. Foi morar com uma tia que te ajudou a ser o profissional que é hoje! Gerente de um salão de beleza super renomado, Kyle se vê realizado longe de sua família que o humilhou de diversas formas por ser gay.

Quando Kyle foi embora do nosso bairro eu realmente o invejei, pois era tudo o que eu mais queria! Sabendo da minha vida como ninguém, Kyle me acolheu em sua casa em Nova York, mas agora que minhas economias estão se esgotando, eu preciso adiantar o plano de encontrar um bom partido.

Não quero amor, na verdade, não sei se sou capaz de me apaixonar por alguém. Gosto do sexo masculino, mas não sei me interessar romanticamente por um deles, pois sei que todos têm interesse somente em abusar daquilo que uma mulher pode oferecer. Seja pobre ou rico, são todos uns cretinos!

Peguei o meu celular e vi algumas mensagens de Cherry e Lily. Ambas comentando sobre a festa de Halloween que irá acontecer hoje á noite. Dia das bruxas não era algo que eu gostava, mas permanecer ao lado delas para tudo era importante.

Enfim, procurando por uma solução rápida, baixei um dos aplicativos e em alguns minutos estava cadastrada como sugar baby. Procurando por um velho rico que pudesse assegurar meu estado financeiro por pelo menos algum tempo!

Naveguei quase a manhã inteira filtrando homens que poderiam ser realmente uma boa escolha. Quase chegando ao fim, encontrei o senhor Chase, pai de Cherry. Sem dúvidas gargalhei e fiquei zero surpresa com a foto daquele velho rico ali! É como todos os outros! Quer apenas alguém jovem para se sentir suficiente!

Às seis horas da noite, eu havia me produzido com a ajuda de Kyle que fez meu cabelo de forma impecável! Então, quase oito e aqui estou eu vestida de pirata! Provavelmente a mais bonita daquele lugar!

Peguei um táxi e em minutos cheguei à mansão da família Chase! Aquilo tinha luzes para todos os lados e no jardim, carros estacionados por todos os cantos. A música alta já conseguia arrancar uma dor de cabeça do fundo do meu cérebro! Mas o que a gente não faz para andar com gente influente!?

Quando entrei naquele lugar, tinha gente com todo tipo de fantasia! Tinha duendes, fadas, jacaré, vaca e aquelas clássicas nada originais.

De longe, pude encontrar Lily tomando de uma só vez o ponche, como se estivesse morrendo de sede, desesperada por algo líquido. Além de ter poucos neurônios, ela certamente está a duas garrafas de se tornar uma alcoólatra!

Vestida de alguma coisa sensual, se achando a Angelina Jolie como sempre se autodenominou quase gêmea, avistei Cherry com um copo na mão e o nariz mais alto que os postes da rua. Um jeito esnobe que irá desaparecer nas próximas doses de vodka!

Ainda descendo as escadas, fui a sua direção até que vejo descer logo em seguida um homem sem fantasia. Trajando apenas uma blusa branca, tênis e calça jeans. Daquele jeito ele conseguia chamar mais atenção que qualquer outro fantasiado desse lugar!

—AMIGA! —Cherry me notou. —Que bom que você veio!

—Não perderia essa festa! —Disse.

—Vem cá... —Me puxou pelo punho. —Deixa eu te apresentar! —Ela me parou na frente do homem sem fantasia que me olhou de cima a baixo. —Esse daqui é o meu irmão Henry, Henry, essa é a minha amiga Zoe!

—É um prazer, Zoe! —Acenou com a mão.

—... —Balancei a cabeça com um sorriso pensativo.

—Eu vou pegar uma bebida! —Disse Henry descendo o restante dos degraus. —Com licença.

Eu o observei indo em direção ao salão e me peguei pensativa, notando o quão diferente e maduro aquele homem era perto dos demais presentes, tendo em vista que nem parecia ser tão mais velho que os outros.

—Quantos anos têm o seu irmão? —Perguntei para Cherry.

—Acho que uns trinta! —Disse sem ter certeza. —Só me lembro dele já ser velho!

—Acho que eu gosto desse número! —Disse soltando um sorriso malicioso enquanto o observava de longe.

—Oi... —Cole apareceu pegando na cintura de Cherry. De onde estou pude sentir o hálito de álcool que me fez procurar abrigo longe deles.

Sem conseguir parar de tirar os meus olhos discretos daquele homem de barba castanha, notava o quão esnobe ele parecia ser. Avaliando sua postura, percebi que não se iludia com uma aparência jovem ou com uma fantasia sexy. Na verdade, ele parecia se esquivar de todas as mulheres que tentaram de alguma forma se aproximar, então eu entendi que aquele não era o jeito certo.

De qualquer forma, Henry estava chamando minha atenção. Ele parecia ser a solução perfeita para me livrar dos problemas financeiros! Mas onde esse homem estava desde que cheguei à Nova York?

Quebrando ovos

Como ele também parecia não pretender permanecer na festa, resolvi subir até o próximo andar e procurar por um lugar mais quieto e quem sabe ter mais chances de esbarrarmos.

Como todos se enfiavam para acasalar nesse andar, resolvi ir até o lugar onde a porta estaria devidamente fechada. Com um bom faro, deduzi que aquele era o quarto de Henry e sem pensar duas vezes, entrei caminhando em passos cautelosos, observando o quão enorme era o cômodo. Organizado e com cores neutras, fazia realmente o perfil de um médico. Mesmo que possivelmente aquele quarto não fosse mais utilizado com freqüência!

Havia ali uma estante de livros, mostrando que Henry tinha uma mente vasta de conhecimento. Analisando tanto o espaço que por descuido, acabei me distraindo, o que resultou em uma surpresa tanto para mim quanto para Henry que apareceu no quarto e me flagrou mexendo em seus livros.

—O que faz nesse quarto? —Perguntou ele respirando fundo em desaprovação por me ter presente em seu espaço. —Esse quarto não faz parte da festa.

—Desculpa, eu... —Disse um tanto sem jeito. —Eu vi essa estante e não pude deixar de notar os belos livros que tem!

—Ok. Mas a festa está no primeiro andar. —Disse mantendo a grosseria.

—Desculpa... É que realmente não me encaixo nesse padrão de festa infantil! —Eu disse ainda tentando conseguir arrancar atenção daquele homem.

—Se não gosta, porque veio? —Perguntou olhando em meu rosto finalmente.

—Não quis decepcionar a Cherry.

—Então, como amiguinha da minha irmã, você deve voltar para a festa! —amiguinha?

—Claro... Não quis incomodar. —Apertei o passo para sair de uma vez do quarto dele.

—Ai... Eu não disse isso. —Falou Henry ao me aproximar da porta e dele. —Só não deveria ter entrado em meu quarto.

—Eu não tive a intenção de mexer nas suas coisas. —Afirmei olhando para ele.

—Ok.

Essa então havíamos tido nossa primeira conversa. Não muito boa, mas eu não pretendia desistir, mesmo sabendo que ele não seria nada fácil.

No dia seguinte, acordei no quarto de hospedes ao lado de Lily, onde dormimos a pedido de Cherry. Após tomar um banho e colocar uma roupa limpa que trago sempre na bolsa quando venho para cá, desci para o primeiro andar onde tudo já estava devidamente limpo e organizado como se nada tivesse acontecido por aqui.

Eu achava que havia sido a primeira a acordar, mas quando fui a cozinha, Henry estava a frente do fogão, preparando algo para o seu café.

—Bom dia... —Eu disse um tanto introvertida.

—Bom dia. —Ele disse daquela forma seca, sem desviar a atenção do fogão.

—... —Ao pegar um pouco de água, pensava em como poderia chamar a atenção de um médico. Ao seu lado, resolvi tentar pegar os copos na parte superior do armário e tentando encenar da melhor forma possível, derrubei o copo que se quebrou em diversos pedaços. “DESESPERADA”, me ajoelhei no chão para juntar os cacos e propositalmente me corpo ao pegar um dos vidros na mão.

—Ei... —Ele se agachou até mim e pegou na minha mão. —Não deveria ter colocado a mão nisso. —Afirmou, colocando-se de pé e me levantando junto enquanto segurava minha mão. —Vem comigo. —Ele disse segurando em meu pulso, enquanto minha mão sangrava levemente.

Henry me levou até um dos corredores do andar de baixo, próximo a um dos banheiros, onde abriu um armário e pegou um curativo no meio da gaveta.

—... —Eu apenas o olhava discretamente, percebendo o quão em forma Henry está.

—Aqui... —Ele colou o curativo após retirar a proteção da parte adesiva. —Não tinha nenhum pedaço de vidro, então isso vai parar o sangramento.

—Obrigada...

—Imagina. —Soltou a respiração. —Está com fome? —Olhou em meu rosto.

—Ah, sim... Estou! —Eu disse tentando parecer sem jeito.

Retornamos para a cozinha e aqueles pedaços de vidros eram recolhidos por uma pessoa que trabalhava na arrumação da casa. Lá, Henry retornou para frente do fogão e com a espátula, desligou seus ovos mexidos para um prato no balcão.

—Gosta de ovos mexidos? —Perguntou ele me lançando um rápido olhar.

—Uhum... —Balancei a cabeça como uma doce menina.

Ele fez aqueles ovos mexidos com um tipo de queijo diferente e logo o colocou em um dos pratos.

—Espero que goste!—Ele disse se mantendo de pé e com o prato em uma das mãos e o garfo na outra.

—Parecem deliciosos! —Eu disse os observando no prato por alguns instantes e pegando um garfo sob a bancada.

—... —Um silêncio tomou conta da cozinha enquanto comíamos os ovos mexidos. Realmente ele parecia com zero interesse em ser mais do que educado, então não buscava puxar assunto e se eu quisesse que aquele avanço não morresse ali, precisava me empenhar.

—Então... Você se chama... —Fiz-me de pensativa, tentando lembrar-me do seu nome que estava na ponta da minha língua.

—Henry... —Ele soltou um sorriso de lado.

—Isso, me desculpa! —Eu abri um sorriso todo sem jeito.

—Bom, foi muito bom te conhecer Zoe! —Ele disse colocando o prato sob a pia.

—Que bom que se lembrou do meu nome! —Eu realmente achei aquilo um bom sinal.

—É um nome simples! —Afirmou quase desmanchando o sorriso do meu rosto. —Mas de qualquer forma eu ainda tenho uma boa memória! —Soltou um sorriso sínico que me fez encher os pulmões de ar. —Eu vou pedir licença agora! —Disse ele indo em direção a porta de vidro nos fundos da cozinha. —Fique á vontade! —Disse saindo porta á fora e caminhando pelo jardim a caminho da academia que tem ao fundo.

Enquanto eu comia os meus ovos mexidos em velocidade mínima, pude degustar não o alimento, mas sim o atraente homem ao começar a se exercitar. Ele retirou a regata branca que vestia e deixou o seu tronco a mostra, trajando somente a bermuda leve na cor azul marinho. Pude ter ainda mais certeza de que conquistar aquele homem seria como unir o útil ao agradável! Sua roupa íntima de marca CK aparecia durante seus movimentos e eu podia me pegar suspirando ao desejar aquele corpo bem definido.

Enquanto admirava-o boquiaberta, sou despertada pela vibração do celular dele e vejo a imagem de uma mulher loira. Abaixo da foto seu contato estava escrito como Hazel. Lógico que fiquei preocupa, mas quando terminou a chamada, aproximei o aparelho de mim sem retirá-lo da bancada e pude ver as notificações pela tela de bloqueio.

Havia duas chamadas perdidas de Hazel, uma de sua mãe, uma de outra pessoa chamada Katy e três de alguém chamada Olivia. Percebi que logicamente não só eu tive a capacidade de perceber nele um bom partido, então precisava melhorar essas estratégias, tendo em vista que ele parecia ter o menor interesse em se comprometer com alguém.

Resquícios de esperança

—Bom dia! —Cherry apareceu na cozinha indo em direção a geladeira cinza chumbo.

—Bom dia amiga! —Desejei para Cherry.

—Tem muito tempo que acordou? —Perguntou colocando leite desnatado em um dos copos de vidro.

—Alguns minutos eu acho! —Respondi e então ela olhou o meu prato.

—Henry passou por aqui? —Perguntou após olhar o meu prato.

—Ah... Sim! Como sabe? —Perguntei curiosa.

—São os ovos de pré-treino dele! —Revelou. —Ele fez um prato desses pra você? —Agora ela perguntou intrigada.

—Sim... —Esperava atenta por suas palavras.

—Ele não faz café nem para as que ele come! —Revelou com um sorriso debochado no rosto.

—E seu irmão teve muitas namoradas? —Perguntei mesmo supondo que sim.

—Namoradas não né! —Soltou o sarcasmo. —Ele conhecia na balada e ficava com elas, no outro dia era tchau e até nunca mais! —Ela ergueu o celular dele. —Isso aqui é cheio de mulher querendo um segundo encontro! —Deixou o aparelho de volta na bancada. —Não sei o que as mulheres enxergam no meu irmão!

—Ele parece ser alguém legal... —Eu disse olhando que me fitou de volta intrigada.

—Pelo contrário! —Declarou. —Você acredita que ele é tão canalha ao ponto de não dormir com a mesma mulher?

—Como assim? —Franzi a testa me sentindo preocupada naquele momento.

—... —Ela se aproximou de mim, inclinando-se na bancada. —Ele não transa com a mesma mulher.

—Eu entendi... Mas tipo! Nem se for o melhor sexo da vida dele? —Perguntei intrigada.

—Pelo que eu sei do meu irmão, nem se for à melhor foda! —Afirmou. —Ele tem tanta mulher aos pés dele que chega a ser ridículo! Acho que isso o deixou mal acostumado.

—Que loucura... E ele nunca disse que se interessou por alguém de verdade?

—Nunca! —Afirmou. —E digo mais! Ele não sai com garotas da nossa idade!

—Nunca? —Engoli seco ao ver minhas chances descendo pelo ralo.

—As mulheres que ele fica são normalmente médicas, cirurgiãs, dentistas, farmacêuticas... Todas bem sucedidas e totalmente independentes! —Explicou. —E olha, sempre foi uma mais linda que a outra!

—... —Após aquelas palavras eu realmente comecei a cogitar minha desistência. Estava muito bom para ser verdade! Solteiro, bonito, rico... Jamais seria tão simples!

—Não agüento mais esse telefone vibrando! —Disse Cherry. —Leva para o meu irmão, por favor, amiga! Antes que eu arremesse na parede!

—Ok... Vou entregar a ele e já volto! —Eu disse me levantando um tanto desanimada.

Caminhei pelo gramado um tanto pensativa ao perceber que Henry não poderia ser mais uma opção. Quando cheguei ao espaço onde Henry se exercitava, engoli seco e o chamei pelo nome.

—Henry... —Ele olhou para mim e automaticamente encaixou o halter de volta nas barras de ferro. —Seu celular estava vibrando no balcão e Cherry pediu que eu viesse te entregar.

—Deixe-me adivinhar... —Sentou-se no lugar onde antes se exercitava deitado. —Ela disse que iria jogá-lo contra a parede? —Olhava para mim com um sorriso sínico no rosto.

—Exatamente! —Soltei um sorriso de lado. —Acho que salvei a vida do seu telefone! —Ele abriu um sorriso e então se levantou.

—Obrigado por isso! —Entreguei o aparelho em suas mãos e o mesmo me olhava no rosto.

—Ah... Já vou indo, não quero atrapalhar seu treino. —Disse e me virei pronta para caminhar de volta no jardim.

—Vai ficar para o almoço? —Ele perguntou me fazendo virar para trás e lhe responder.

—Não sei... —Respondi. —Talvez! Por quê? —Perguntei intrigada.

—Nada... —Ele disse sentando-se de volta no aparelho. —Mas talvez seja bom ficar mais um pouco por aqui! —Disse se posicionando novamente para retirar o halter do encaixe.

Então, aquilo acabou ficando no ar e minha cabeça em confusão, não sábia se poderia interpretar aquilo de forma maliciosa, já que Cherry mesmo havia dito que seu irmão não se interessava por garotas da minha idade.

Quando voltei para a cozinha, encontrei Lily ocupando o espaço ao lado de Cherry.

Tomando sua vitamina de morango, Cherry logo me questionou o assunto interessante que Henry e eu conversávamos.

—Quanta conversa em... O que tanto conversavam?

—Ele só perguntou se eu ficaria para o almoço! —Revelei procurando não me iludir com aquelas palavras. Sentei-me então ao lado de Lily.

—Ele te perguntou isso? —Cherry perguntou intrigada, chegando até mesmo a franzir a testa.

—Sim... —Respondi pegando uma das uvas de Lily.

—Ele perguntou com todas essas palavras mesmo? —Lily espremeu seus olhos em minha direção, achando que por algum motivo eu pudesse estar mentindo.

—Desculpa pela Lily, mas ela tem ciúmes do meu irmão! —Declarou Cherry revirando rapidamente seus olhos. —Algo que é extremamente patético já que ele olha pra ela e enxerga uma criança de fraldas! —Caçoou Cherry. —Vamos sair dessa cozinha, por favor! —Disse ela caminhando na frente para fora da cozinha.

—Olhe só, eu não tenho culpa se o seu irmão é um belo de um gostoso! —Declarou Lily enquanto seguíamos Cherry.

—Ai que nojo! —Cherry resmungou. —Só falta me dizer quantas vezes você se toca pensando no meu irmão!

—Três vezes por dia!

—Ah Lily! —Tentei segurar as risadas. —Aceita que nunca vai dá para o meu irmão! —Revirou seus olhos.

—Nunca irei dizer nunca! —Ela parou no meio do caminho.

—Bom Cherry, a esperança é a última que morre! —Disse passando por Lily. —Deixe-a sonhar! —Soltei um sorriso de lado e continuei a caminhar ao lado de Cherry.

Como era final de semana, após o feriado de Halloween, Cherry, Lily e eu ficamos na sala assistindo um reality que revela os melhores estilistas e pior que aquilo realmente era interessante! Ficamos assistindo diversos episódios até o participante preferido de Cherry ser eliminado e ela querer assistir outra coisa. No final das contas, acabei ficando para almoçar respondendo então a pergunta de Henry.

Quando saíamos da sala, fui até o segundo andar até o meu celular que ficou recarregando a bateria no quarto de hospedes. Fiquei em silêncio no cômodo enquanto lia algumas notificações que chegaram enquanto estive sem ele. Ao sair do quarto ainda em passos leves, escutei a voz de Cherry e Henry no quarto dela.

—Mas ela vai ficar? —Perguntou Henry.

—Fala logo o que você está querendo com ela! —Cherry intimou seu irmão.

—Nada... —Disse. —Só a achei interessante! Isso te incomoda?

—Como se você se interessasse por alguém da nossa idade!

—Não é assim que funciona...

—Então porque a pobre da Lily você rejeitou?

—Porque a Lily é a Lily! —Afirmou. —E eu não estou dizendo que estou interessado nessa menina, só que...

—Só que... ?

—Só que eu gostaria de saber mais sobre ela. —Declarou. —Realmente você não enxerga um problema nisso?

—Você já é bem adulto para saber o que pretende da sua vida! —Afirmou. —Mas não sei se vai conseguir alguma coisa, pois desde que a conheci nunca a vi se interessar por ninguém.

—Hum... Ninguém? —Perguntou em um tom parecendo pensativo.

—É... —Os passos de Cherry se aproximaram me fazendo voltar de imediato para o quarto de hospedes. Escutei de dentro daquele cômodo a porta do quarto bater e então estampei um sorriso no rosto que não pude evitar após escutar aquela conversa.

Para mais, baixe o APP de MangaToon!

novel PDF download
NovelToon
Um passo para um novo mundo!
Para mais, baixe o APP de MangaToon!