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4#Nightfall — Anoitecer

Livro 1 - Lua Nova Capítulo 1

*A Lua é um símbolo quase universal de feminilidade, passividade, fertilidade, periodicidade e renovação. Enquanto espelho da luz do sol, a Lua atravessa as suas quatro fases visíveis para a Terra e, neste contexto, é sinónimo de transformação e evolução, pois o seu movimento é de um eterno crescimento, de lua nova a lua cheia.

A Lua define-se em relação ao Sol e este em relação à Lua, já que ambos simbolizam respetivamente as polaridades feminina e masculina.

...Aparentemente, a sua importância é secundária em relação ao Sol, mas na verdade a Lua é tão fundamental como o Sol porque rege a água, fonte de fertilidade e de vida....

Símbolo da fecundidade, a lua está associada às águas que provocam o início da criação. A Lua simboliza o tempo presente e para muitas culturas ela foi a medida do tempo, como é o caso dos índios da América que mediam o tempo pelos ciclos da Lua, que completos traduziam uma unidade mensal.

Para certos povos, a fase oculta da Lua simboliza a passagem da vida para a morte e o renascimento subsequente traduzido pelo crescente lunar. A Lua simboliza ainda a vida imortal, que só é acessível aos heróis e aos reis.

Nas culturas da Antiguidade, a Lua estava associada às deusas Ísis, Istar, Artemisa, Diana ou Hécate.

No hinduísmo, a Lua representa a vida dos antepassados e também a faceta transformadora de Shiva, que tem como emblema o crescente lunar.

Entre os Maias, que adoravam o deus Sol, a Lua era a sua consorte e o seu aspeto negativo.

Entre os Astecas, a Lua era filha do deus das chuvas e, para os Incas, era simultaneamente deus das mulheres, consorte do Sol, deusa feminina e esposa incestuosa do seu irmão Sol, já que ambos eram filhos de Viracocha. Tanto na América do Sul como na Europa, as crenças populares atribuíam as manchas da Lua aos ciúmes do Sol, que lhe teria deitado poeiras para ofuscar a sua beleza. Nas culturas etíopes, árabes e sul-arábicas, o Sol é de natureza feminina e a Lua é de natureza masculina, simbolizando a noite apaziguante e repousante para as tribos nómadas do deserto. Para uma tribo de índios do Brasil, a Lua é uma divindade masculina que nada tem a ver com o Sol.

O primeiro calendário céltico era de natureza lunar e a lua fazia parte das fórmulas de juramento. Para Plutarco, a Lua era a morada dos mortos de boa índole antes da sua segunda morte, que seria um novo nascimento. Na astrologia, a Lua simboliza o subconsciente, a noite, a passividade, o sonho, a imaginação ou o psiquismo e tudo o que é inconstante, transitório e instável. Antes do atual Zodíaco de doze casas, existiam outros mais antigos baseados no ciclo da Lua, com vinte e oito casas, que correspondiam ao número de dias do seu ciclo completo. A carta número 18 do arcano maior do Tarot, a Lua, diz respeito à tristeza, à solidão, às doenças, ao fanatismo, à magia e à falsidade.

Na minha concepção ela é apenas um satélite do sol, que não tem luz propia e simplemente ilumina a escuridão da noite.

Certamente ela tem sua beleza e talvez, só talvez tenha alguma influência sobre a terra.

Enfim, minha vida não poderia girar entono de um planeta a quilômetros de distância da terra, ou poderia? *

— Escrevendo no seu caderno novamente Diana? Já é a segunda vez que te vejo com ele nas mãos.

— Não é um caderno Theo, é um diário! Depois de um tempo sem amigos, aprendi a colocar meus pensamentos aqui. E confesso que é satisfatório. — Theo ri me entregando um copo de leite.

— Fui dar uma volta, conhecer a cidade sabe.

— Não sei se vou aguentar mudar novamente. Isso é muito cansativo, isso impossibilita a gente de ter uma vida normal.

— Eu também não gosto irmãzinha, mas é nescessário. — Fecho meu diário o colando de lado.

— Até quando isso vai durar? Nossos pais vivem fugindo, é só aquele garoto aparecer que mudamos.

— Olha não vamos ficar pensando nisso ok! Olha o que me entregaram enquanto andava por aí. — Theo me entrega um folheto.

— Festa da colheita? Isso parece meio inapropriado para nós, parece festa de gente velha.

— Parece uma festa comum pra mim, estamos no interior Diana e será bom pra nós dois sair um pouco.

— Não sei , acabei de desfazer as caixas e estou exausta.

— Vamos fazer o seguinte, você se arruma e damos uma passada lá, se não nos agradar vamos para um bar sei lá. Você só não pode ficar aqui sozinha, desolada, tristonha .... — O interrompo.

— Ei, não estou triste e muito menos desolada. Se eu aceitar você me deixa em paz por algumas horas? — Theo sorri erguendo as sobrancelhas por vezes. — Okay , mas se for um fiasco pego minha moto e te deixo lá.

— Claro que não, vamos juntos, voltamos juntos.

— Certo, saímos em três horas!

— Aposto que vai voltar pro seu caderno de anotações. — Jogo uma caneta em Theo.

— Vai logo antes que desisto, e fecha a porta.— Theo sai do quarto fechado a porta, pego meu diário um pouco pensativa. — Ele pode estar erado em dizer que estou triste, mas não posso dizer o mesmo de estar sozinha.

Respiro fundo olhando pela janela onde estou sentada, o pequeno Vilarejo de Laigné tem seus encantos.

Mas não posso chamar aqui de lar, volto a escrever em meu diário.

* Sentada aqui em meu quarto, se é que pelo menos posso dizer que é meu, gastando tinta pra escrever sobre algo que nem mesmo faz diferença pra mim.

Mas pelo menos a lua tem as estrelas a noite, enquanto a mim terei que atender os caprichos do meu irmãozinho está noite.

Pelo menos é ele que me distrai e anima minha vida de fugitiva.

Se pelo menos eu soubesse de quê fugimos tanto. *

— Quem sabe aqui possamos ficar até eu ser dona de mim mesma. Só mais alguns meses e posso fazer o que quiser. — Me levanto guardando meu diário dentro do meu baú. — Sei que eles vão ficar chateados mas não quero mais fugir.

Livro 1- Lua Nova Capítulo 2

Término de me arrumar e pego minha jaqueta, não consigo sair de moto sem ela.

Desço as escadas e minha mãe já me olha desconfiada, ela não gosta muito quando saio sem avisar, Concerteza Theo não disse nada a nossos pais, isso é bem a cara dele.

— Vai sair Diana? — Ela me questiona olhando indiretamente para meu pai. Não entendo essa proteção excessiva que os dois têm em me manter sempre por perto. Afinal sou bem crescida e sei como me cuidar.

— Theo vai me levar a uma festa local mãe. Não é nada de mais!

— Esse garoto não tem jeito mesmo. Onde é essa tal festa? — Theo entra na sala beijando nossa mãe por trás .

— É aqui perto senhora super protetora! Não precisa se preocupar , vou cuidar bem dela.

— Já conversamos sobre isso Theo, acabamos de chegar e não sabemos como é aqui!

— Exatamente, por isso vou levar a Dia pra dar uma olhada. Vamos, antes que ela nos impeça. — Theo me puxa pela mão.

— Não vamos demora mãe eu prometo.

— Só tome cuidado Diana. E se ver aquele garoto já sabe o que fazer!

— Está bem mãe.

— Você lembrou de tomar seu remédio ?

— Eu tomei mãe, não se preocupe.

Saímos de casa bem rápido, Theo monta na moto e me mostra o caminho até a tal festa.

Fica em um viendo ao norte da nossa casa, nada muito esplendoroso.

Estaciono entre os carros prendendo os capacetes a moto.

— Espero que ninguém tente rouba-la.

— Você já olhou ao redor Diana? O povo daqui gostam de scooters e bicicletas. Acho que não terão interesse em sua Kawasaki, só você mesmo pra gostar de um mostro deste.

— Olha só a inveja ambulante! Quem vive me pedindo pra pilotar? — Theo ri.

— Foi só uma vez, obrigado.

— Está bem, me leva até onde estão as pessoas deste lugar estranho.

Theo me leva até onde realmente está acontecendo a festa, e pra minha surpresa tem bastante gente nova, há algumas barracas montadas com especiarias como tortas de frutas, doces, bebidas e comidas típicas.

A música em som ambiente até é legal, não faz muito meu estilo musical mas é suportável.

— Fica aqui, esse lugar é perfeito, temos visão total do lugar. Vou pegar uma bebida pra gente.

— Não demore.

— Já volto.

Me sinto incomodada em ficar sozinha em meio a desconhecidos, não que eu seja antissocial, não é isso.

Mas é que me acostumei a afastar as pessoas ao longo destes anos.

Enquanto espero Theo voltar com nossas bebidas, um rapas aparentemente um pouco mais velho que eu se aproxima de mim.

Até bonito por sinal, traços italiano, Alto , olhos e cabelos escuros, pele clara, e caminha querendo seduzir alguma idiota que não sou eu é claro.

— Olá bela dona!

— Oi. — Sorrio sem graça, enquanto ele parece querer mostrar todos os dentes perfeitamente brancos.

— Você é nova aqui, é a primeira vez que te vejo. — E será a última também.

— Sou, nos mudamos ontem.

— Eu sou Pietro!

— Diana. — Ele pega minha mão e beija, o que é super estranho.

— Lindo nome. Está gostando da festa?

— Acabamos de chegar, mas até que está razoável. Qual é desta festa? — Pietro ri.

— Os agricultores se reúnen depois da colheita e demonstram como sua terra foi fértil.— Ele se aproxima do meu ouvido. — É mais uma disputa do tipo "meu gado é mais gordo que o seu " sabe!

— Entendi. Você é um deles ou apenas veio aproveitar a disputa?

— Os dóis! Esse vinhedo é meu, mas não ligo pra essa bobagem. Eu sei que meu vinho é bom, não preciso provar nada a ninguém.

— Oi! — Theo cumprimenta Pietro me entregando um copo de vinho. — Quem é você?

— Pietro. — Theo o examina de cima a baixo.

— Ah, Theo irmão dela.

— Vamos ver se tem razão no que diz Pietro. — Tomo um pouco do vinho.

— Vai em frente.

— Interessante, suave mas bem encorpado. É bom sim admito. — Pietro sorri, prece satisfeito com o que disse.

— Eu te disse. Foi um prazer conhecer vocês, aproveitem a festa.

— Obrigado. — Pietro se distância.

— Não posso me afastar que já faz amigos novos?

— Não foi pra isso que nos trouxe aqui? — Theo ri.

— Exatamente irmãzinha.Mas parecia que ele queria te devorar, percebi nos olhos dele.

— Não seja escroto Theo, você está vendo coisas.

— Foi o que vi.

— Mudando de assunto.Você não acha estranho nossos pais estarem sempre fugindo de um lugar pro outro ?

— Eu já meio que me acostumei, não questiono eles.

— Mas deveríamos Theo, tem alguma coisa errada nisso tudo. Eles sempre fogem do assunto quando os pressiono.

— Eles só estão nos protegendo Diana.

— Nos protegendo de quê? — Suspiro. — Eu fiquei pensando, se encontra, quer dizer, se aquele garoto nos encontrar novamente eu não vou fugir.

— Não estou entendendo.

— Vou falar com ele, quero saber porque ele está sempre nos perseguindo. O que ele quer de fato e porque fugimos dele.

— Não acho que seja uma boa ideia Diana. Na verdade é uma péssima idéia.

— Se você não vai me ajudar eu vou ter que fazer sozinha.

— E se ele quiser te machucar? Ou pior levar você ? Já pensou que ele pode te matar?

— Não acredito que seja isso Theo. Ele já poderia ter feito isso da última vez que o vi.

— Ele não fez porque eu estava lá pra te proteger lembra?

— Você não vai me fazer mudar de ideia. Eu sinto que o conheço, mas não consigo me lembrar como.

— Já percebi que realmente não vai desistir não é?

— Não, com ou sem você vou descubrir o que está acontecendo.

Na manhã seguinte acordo com uma terrível dor de cabeça, não poderia ter sido o vinho, pois tomei apenas um copo.

Me levanto indo ao banheiro, lavo o rosto e o seco, mas ao olhar perto dos meus produtos vejo o copo com água e o comprimido que deveria ter tomado na noite anterior.

— Merda, esse é o problema.

Quando pego o comprimido para levá-lo a boca, uma voz masculina ecoa em minha cabeça.

"Não tome o remédio."

Não sei como mas aquela voz era familiar, me olhei através do espelho respirando fundo.

Tentei puxar da memória de quem era aquela voz, mas mesmo com todo meu esforço não conseguia me lembrar de nada.

Joguei o comprimido no vazo dando descarga, poderia estar cometendo um erro em ouvir aquela voz, mas queria entender o porquê de não tomar os comprimidos.

Tomei um analgésico e desci para tomar meu desejum, apenas Theo ainda não havia acordado.

— Bom dia princesa. — Beijo meu pai.

— Bom dia . — Me sento.

— Se divertiu na noite passada?

— Não muito, as pessoas daqui não são tão estranhas como nós. — Meu pai ri.

— Certo, e seu irmão onde está?

— Da forma que ele estava creio que dormindo.

— Não , já estou de pé. — Theo senta ao meu lado. — Só com uma baita ressaca.

— Estou cansada de pedir pra você não beber quando estiver com sua irmã Theo.

— Foram só dois copos ou três mãe, não estava bêbado.— Ela respira fundo.

— Mãe estamos bem, era só uma festa idiota de fazendeiros, nada demais.

— Vamos tomar café em paz Okay. Theo depois conversamos.

— Está bem pai. Mais tarde você faz seu sermão do dia.

Meus pais pegam muito no pé de Theo, estão sempre cobrando que ele fique em alerta ou me protegendo, imagino que até ele esteja cansado de tudo isso.

* Estou determinada em saber tudo que estão escondendo, não me importo com as consequências.

Afinal o que poderia acontecer de tão ruim?

Decidi ouvir a voz na minha cabeça. Ela insiste em pedir para que não tome o remédio, e não irei tomar está noite também.

As dore de cabeça estão aumentando, mas vou aquentar firme, afinal isso não pode piorar as coisas.

Me sinto deslocada aqui, sinto que essa não é minha vida de verdade.

Um mundo imenso lá fora pra ser explorado e preciso ficar presa neste quarto a maioria do tempo.

Vai chegar o momento que eles não vão poder mais decidir o que preciso e o que tenho que fazer.

Posso parecer uma garota rebelde, mas não é está a verdade, eu apenas quero ser livre.*

Theodor

— Você sabe o que está em jogo aqui garoto?

— Eu sei mãe, mas eu não quero mais ter que mentir pra ela. Estou cansado de tudo isso, e ela também.

— Sua função é só uma Theo, protege-la e assegurar que ela não descubra nada.

— Ela deveria saber, não é justo com ela, vocês estão errados em mentir esse tempo todo. É da vida dela que estamos falando.

— Ela é impulsiva, vai querer ir atrás daquele garoto e de tudo Theo. Não é seguro pra ela!

— Como podem saber se não tentarem?

— Não é isso que a Sophie iria querer. Ela nos pediu que a mantivéssemos em segurança, e é o que estamos fazendo.

— Isso não é manter alguém em segurança, é priva-la da verdade de quem ela realmente é. Eu sei que vocês só querem protege-la mas isso só vai afasta-la de vocês.

— Não vai ,ela ira enteder.

Como estes dois podem ser tão teimosos e ingênuos assim?

— Ela já está desconfiada que vocês escondem algo dela, e esta determinada em descobrir.

— Você vai tirar isso da cabeça dela.

— Me desculpe mãe , mas não posso.

— Theodor Demon , não me tira do sério.

— Você se quer se importa como me sinto não é? Você sabe o que é pra mim fazer o que vocês dois mandam?

— Querido a vida dela é o que importa agora.

— Viu só? Pra mim já deu está conversa mãe, meu pai já foi bem claro mais cedo.

— Eu sinto muito por você, mas ela corre riscos e você é quem ela mais confia aqui.

— Está bem, só não digam que eu não avisei.

Livro 1- Lua Nova Capítulo 3

Diana

* Está noite tive um sonho estranho, ele foi até bom, mas foi tudo muito real.

Eu estava em uma casa diferente de que vivi com meus país.

Eu era pequena , e brincava em um balanço próximo a casa, meus pais estavam no sonho e Theo também, estávamos felizes .

Eu sei disso porque eles conversavam em meio a risos, havia uma mulher, ela me balança enquanto falava comigo.

Eu ouvia o som doce de sua voz mas não podia ver seu rosto.

Eu falava mais alto ,mas alto , e sua voz respondia como melodia em meus ouvidos.

— Assim você vai acabar voando meu amor.

Ouvir sua voz era algo que me deixava bem, provocava sensações que não sei explicar.

Mas um pouco antes de acordar eu o vi, aquele garoto estava próximo a casa .

Não sei explicar se ele estar lá era devido eu querer que ele me encontre novamente para questiona-lo ou se tudo que sonhei foi real e ele realmente estava lá.

Eu preciso descobrir se aquilo realmente foi real ou apenas um sonho como qualquer outro.

Posso dizer que estou muito confusa com tudo isso. *

— Posso entrar querida?

— Entra mãe.

— Estou preocupada com você Diana! — Ela se senta em minha cama.— Eu sei que você não gosta que mudamos de uma cidade para outra, mas é uma decisão que temos que tomar.

— O que me incomoda é vocês não me dizerem o real motivo de sempre sairmos as pressas de um lugar pra outro.— Ela suspira. É sempre assim, depois de um longo suspiro vem as desculpas e ela foge do assunto.

— Nós vamos te contar querida.— Isso é novidade pra mim.

— Vão? Então me diz mãe.

— Mas não agora! — Eu sabia, era muito bom pra ela falar sério. — Você não está preparada pra ouvir, mas precisa confiar em nós.

— É um pouco difícil confiar quando se esconde as coisas mãe. — Me levanto colocando o diário em meu baú. — Só queria que pelo menos uma vez vocês dois não escondesse a verdade de mim.

— Não escondemos a verdade querida, só não queremos que se sobrecarregue de preocupações, é isso.

— Não precisa se preocupar comigo OK! Eu estou bem, acho que você e o papai podem se focar mais no Theo.

— Por quê deveríamos? O que seu irmão está aprontando?

— Nada mãe, mas as ações dele mostra que talvez estejam focando muito em mim e deixando ele de lado.

— Tudo bem querida, só me promete que não vai fazer nenhuma bobagem e que terá paciência.

Paciência? Eu já tive paciência estes anos todos , me desculpe mas não posso mais esperar mãe.

— Está bem. — Ela se levanta pra sair do quarto.

— Porque não aproveita que o dia está lindo e chama seu irmão para dar uma volta?

— Talvez. — Ela sorri e sai do quarto. — Se ela pensa que pode continuar escondendo as coisas de mim, está enganada. — Pego minha jaqueta. — Quer saber, eu vou sair sim, mas sozinha.

Pego a chave da minha moto e desço em silêncio, pé por pé, minha mãe está na cozinha e parece conversar com meu pai.

Theo deve estar no quarto como sempre em frente ao videogame.

Fecho a porta silenciosamente , monto em minha moto colocando o capacete, eles vão ouvir quando sair,mas já não poderão me impedir.

Sigo para o sul sentido a Riccia, são apenas onze minutos até lá, tem uma torre aos pedaços em uma colina, decido ficar ali e pensar um pouco.

Me sento em meio as pedras dos destroços da torre decadente.

A vista daqui é linda, nesta área da Itália há muitas colinas e montanhas que nos faz encher os olhos.

Simplesmente fico ali, olhando a paisagem, tentando me sentir um pouco mais livre.

— Desta vez foi mais fácil te encontrar. — Me levanto rapidamente.

— Não pensei que me encontraria tão rápido assim! — Dou alguns passos para trás enquanto ele caminha em minha direção.

— Não fuja desta vez, eu não vou te machucar Ivy. — Ele para onde está.

Ivy? Porque este nome não me soa estranho? Eu não intendo.

— Quem ? Meu nome é Diana.

— Certo, Diana, entendi! Mas não fuja.

— Não era minha intenção fugir desta vez.

— O que te fez mudar de ideia?

— Cansei de fugir e quero respostas. — Ele sorri.

— Isso facilita muito pra mim.

— Então pode começar garoto. Eu só não intendo como você parece o mesmo durante estes anos todos! — Ele suspira.

— Isso é simples, mas vamos de vagar. Foi bom ter me ouvido e não tomado o remédio que te dão.

— Eu não tinha certeza se a voz na minha cabeça era a sua, mas decidi arriscar.

— Isso foi o primeiro passo para te encontrar.

— Acho que mereço saber seu nome.

— Alec Barton, eu sei que você se lembra de mim de alguma forma.

— Eu não me lembro, mais de alguma forma eu sei que te conheço.

— Você precisa se lembra e eu posso te ajudar, mas precisa confiar em mim.

— Como?

— Eu vou me aproximar. — Theo aparece do nada.

— Diana fica longe desse cara! Não coloca as mãos nela.

Como ele me encontrou? E como chegou aqui tão rápido?

— Você sabe que não vou machuca-la Theodor. — Theo entra em minha frente ficando entre nós dois.

— Theo você não vai me impedir de saber tudo.

— Diana não me coloca nesta situação.

— Ela precisa saber a verdade, quanto mais tempo ela perde mas fácil os arcanjos irão encontrá-la.

— Arcanjos? Como assim?

— Não escuta ele Diana. Apenas confie em mim.

Alec parece se preparar para correr até minha direção, mas Theo percebe suas intenções e como um piscar de olhos estamos em meu quarto.

— O quê? Como você fez isso? O que você está me escondendo Theo?

— Escuta, — Ele olha o corredor e fecha a porta. — nossos pais ainda não voltaram, estão te procurando.

— Você vai me dizer o que sabe e fará isso agora. — O seguro pelo braço. — Desembucha!

— Eu vou dizer Diana, mas agora não é uma boa hora! Eles vão voltar.

— Já chega . — Eu grito, Theo arregala os olhos. Eu nunca se quer alterei a voz com ele, por isso o espanto, talvez agora ele entenda que não estou brincando. — Você vai me levar de volta ou eu mesmo volto a pé.

— Certo, mas se acalme.

— Estou cansada de mentiras, e tudo que você e nossos pais fazem é mentir pra mim. Até agora acho que só Alec disse a verdade.

— Você confia mais nele do que em mim Diana?

— Nem sei se este realmente é meu nome. — Ele suspira.

— Certo.

— Theo você está aí em cima? Encontrou Diana? — Meu pai grita do primeiro andar.

— Me leva de volta Theo, por favor. — Theo me olha pensativo, mas o tempo está passando e vamos acabar na mesma redoma.

— Vou te levar a um lugar e explicar o que sei, mas confie em mim.

Concordo com a cabeça, Theo segura minha mão e me puxa , como da forma anterior estamos em outro lugar, me sinto um pouco zonza mas nada significativo.

O lugar para onde Theo me leva é um lago, não sei porque mas me parece familiar.

— Que lugar é este ?

— Vínhamos muito aqui quando éramos pequenos, mas você não deve se lembra agora.

— Então me ajude a recordar Theo.

— Quando éramos crianças morávamos aqui perto. Você amava vir aqui comigo, brincávamos bem alí com um barco de controle remoto. — Ele sorri se recordando. — O barco era meu mas você não deixava ele de lado.

— E onde fica a casa ?

— Vou te levar até lá.

— Espero que seja caminhando! — Theo ri.

— Okay, vamos caminhando.

Enquanto andamos entre as árvores , vejo que Theo está pensativo e cabisbaixo.

— Sabe, eu nunca quis mentir pra você, mas meus pais sempre disseram que era para proteger você.

— Seus pais ? Você sempre se refere a nossos pais Theo. — Ele da um longo suspiro.

— Isso não cabe a mim te contar, e por favor, não me obrigue a dizer.

Por mais que eu queira descobrir tudo, não posso força-lo ainda mais. Já foi uma vitória imensa faze-lo falar.

— Eu não vou, só que cada vez mais eu fico confusa. Por que não me lembro de nada?

— Isso também são eles que devem te dizer , só o que eu sei é que o remédio te ajuda não se lembrar e a não ser manipulada por certas pessoas.

— O que tem nos comprimidos Theo?

— Verbena e orquídea negra.

— Não faço ideia pra que estás ervas servem.

— A verbena te afastava de Alec e a orquídea pra você não se lembrar. Pra eu te explicar exatamente a função de cada uma iria apenas te confundir ainda mais.

Ao sairmos de entre as árvores pude avistar a casa, meus batimentos aumentaram.

Era a casa com que sonhei a noite passada, estava mal cuidada com grama alta e um pouco desgastada pelo tempo,mas tinha certeza que era a mesma casa.

— Ela existe, então era real!

— O que é real Diana?

— Essa casa Theo, eu sonhei que estive aqui. — Corro em direção a árvore. — O balanço ainda está aqui. — Começo a ri e a chorar ao mesmo tempo. — Isso é surreal.

— Você não está pensando... — Me sento no balanço. — ele vai . — Começo a gangorra e a corda se arrebenta. — arrebentar! Você está bem? — Disparo a rir ainda no chão, Theo me estende a mão.

— Estou bem, muito bem a propósito. — Pego sua mão para me levantar. — Podemos entrar ?

— Não sei se é uma boa ideia. Ela ficou fechada por muitos anos .

— E do quê está com medo? De ratos e cobras? Vamos entrar.

Theo pega uma pedra em meio as plantas e retira uma chave de dentro dela abrindo a porta.

— Só tome cuidado está bem!?

Entramos e tudo está coberto de poeira, há alguns porta retratos sobre a lareira imunda.

Pego um deles o limpando, na foto estão todos nela, estou de frete a uma mulher que repousa sua mão em meu ombro com carinho. Seus traços são semelhantes aos meus, cabelo, tom de pele, apenas meus olhos são de ton diferente.

Enquanto os dela é um tom intenso de azul levemente arroxeado os meus são azuis esverdeados.

— Quem é ela Theo? — Theo respira fundo mordendo lábio. — Não vai me dizer não é?

— Você precisa perguntar para nossos pais.

— Me diz você Theo, quem é está mulher? Na floresta você disse meus pais, Theo me responde . Eles não são meus pais?

— Diana acho melhor voltarmos. — Me afasto de Theo.

— Você ... Como pode me enganar também? Eu confiava em você.

— Dia por favor, vamos voltar pra casa.

— Essa é minha casa. Vai embora!

Saio correndo em direção a saída , mas não chego muito longe, Theo aparece em minha frente nos levando de volta pra casa, mas desta vez na sala de estar.

Mel e Rael nos olha aliviados, mas Mel percebi o porta retrato em minhas mãos.

— Theo o que você fez?

Subo correndo para o quarto trancando a porta.

Sei que ele pode entrar sem usar a porta, mas espero que respeite meu espaço.

# Música do capítulo : " Hurricane - Fleurie"

# Meus amores, devido a muitos comentários que a aparecia dos personagens deveriam ser deixados para a imaginação de vocês, decidi não postar fotos. Mas deixo a critério de vocês! Então vocês decidem.... Boa leitura e bjs no coração 😘❤️.

# Ah e estarei disponibilizando a play liste na dizzer pra quem quser ☺️

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