HENRIQUE
Para minha satisfação, ouço que ganhamos mais uma causa, viro-me em direção a minha cliente que respira ofegante por causa da ansiedade que lhe acometeu a alguns minutos antes do veredito, aperto sua mão para a parabenizar, ela me agradece ainda com a voz trêmula e então caminho para o estacionamento.
—Dr. Henrique.
Paro ao ouvir o chamado ao virar na direção da voz, vejo o advogado perdedor da causa vindo ao meu encontro. Merda, eu não mereço.
—Dr. Luciano
Apertamos as mãos.
—Parabéns, devo admitir que seu último argumento me pegou desprevenido.
Continuo o observando, pois sei bem que seu elogio provavelmente tem algum motivo. Como advogado sei bem ler as pessoas.
— Obrigado e sobre o argumento, um bom advogado sempre tem um para o grand finale.
Ele concorda com gestos.
— Eu sei, mesmo que esse argumento sejam milhões na conta da juíza?
Eu reviroo os olhos.
Droga, será que quem perde nunca aceita?
— Poupe-me da sua acusação, até porque isso pode te render um processo por difamação. Até!
Não fico para ouvir sua resposta sem cabimento, até porque sinto-me cansado da viagem e ainda preciso voltar a empresa. Os últimos dias foram de correria e agora com mais um caso encerrado devo me preparar para outro.
Envio uma mensagem para Maria minha governanta: "Estou de volta a cidade, por favor pegue minha pasta de número 244 na gaveta e leve ao meu escritório. "
Ao chegar no estacionamento, para minha surpresa, encontro minha cliente encostada no meu carro, ao observá-la, conheço muito bem o seu ar de felicidade, o rosto corado e ansiedade na sua respiração acelerada, a ruiva linda que acompanhei nos últimos meses por causa da
contratação está querendo aquilo. Humm!
— D-desculpa te esperar aqui, mas acho que ainda não te agradeci o suficiente por hoje.
(diz ela)
Dou mais dois passos em sua direção e observo ao olhar para baixo através da roupa seu mamilo teso e a boca entreaberta.
— Acredito que já acertamos os honorários na KingAdvogados.
Ela toca em meu ombro e aperta o local, provavelmente curtindo o que sente.
— Você sabe do que estou falando doutor... eu...
Toco em seus lábios para silenciá-la.
—Eu percebi que você quer me dar desde que assinamos contrato, mas sou profissional e não fico com clientes.
Ela geme ao ouvir que eu sei da sua vontade.
— Já que você sabe, preciso lembrá-lo que não temos mais nenhum vínculo? Caso encerrado.
Ela parece sedenta e eu apesar de cansado, seria relaxante ter algum prazer inesperado, então me aproximo colando nossos corpos após olhar que o ambiente está vazio.
— Eu preciso ser sincero.
Sussurro em seu ouvido.
— Por favor, seja.
Gosto de sentir a sua urgência na voz e respiração. Ela treme.
— Se você quer apenas sexo e sabe lidar com momentos casuais, entre no carro.
Sem excitação ela me segue até o carro e já que temos um acordo, abro a porta, Clarissa entra rapidamente, vou para o outro lado e assim que me acomodo, ela me puxa para me beijar.
— Clarissa, somos adultos, teremos apenas o que
queremos, sexo sem compromisso. Temos quinze minutos.
Ela balançou a cabeça em afirmação.
DIANA
Arrumo, passo, cozinho, lavo.
A três meses atrás vivi o pior pesadelo da minha vida, perdi tudo: Minha casa, minha única família, estou sozinha no mundo
Mas enfim consegui um bom emprego, aqui sou a faxineira e o bom de tudo é que assim que termino meus afazeres consigo estudar um pouco a apostila do cursinho.
Hoje acordei mais cedo e comecei a limpar toda casa, Maria me disse que o patrão retornou após meses a trabalho no exterior. Eu ainda não o conheci pessoalmente mas não quero ser demitida logo de cara, então aqui estou limpando.
— Diana? Diana!
Ouço Maria me gritar.
— Aqui no escritório Maria.
Ela vem ao meu encontro.
— Menina! Preciso de um favor. Estou atolada em trabalho para o jantar de boas vindas para o Sr Henrique e sua família, ele acabou me pedindo para levar um documento que está aqui para a empresa e eu não posso sair. Me faça um favor e leve pra mim, Jaime está te esperando.
Maria vai até a gaveta e pega uma pasta e entrega em minhas mãos.
Eu fico tremendo.
Uma grande responsabilidade me espera, levar esses documentos importantes e Maria confiou a mim essa missão. Eu me agarro a pasta desesperadamente a apertando contra meu peito.
— Conta comigo Maria. Não vou te desapontar.
Já dentro do carro a caminho da empresa do meu patrão, fico admirando a vista pela janela sair da rotina de trabalho é bom as vezes.
Jaime está ouvindo sua música favorita no rádio e cantando. Eu dou um sorriso.
Paramos em frente a um grande prédio de vários andares, Jaime vira para mim e diz:
— Chegamos.
Minhas pernas estão bambas, olho as pessoas do lado de fora que são bem elegantes e eu vestida simples com uma saia preta, blusa jeans de mangas longas, sapatilha preta e cabelos soltos.
Jaime e olha. Vê minha cara assustada.
— Você está belíssima menina, eles são ricos mas sem nós para trabalhar para eles, nada teriam.
As palavras de reflexão de Jaime me fazem ficar pensativa. E dou um sorriso.
— Eu volto logo Jaime.
Assim que entro no prédio, meus olhos ficam encantados com o ambiente, eu já estou acostumada com o luxo da casa do meu patrão, mas nada, absolutamente nada se compara com esta recepção, cheia de lustres que mais parecem cascatas de pedras preciosas, um chão que nem posso sonhar em andar de perna aberta pois minha calcinha pode aparecer no reflexo, uns
sofás mais largos que minha cama de solteiro e homens e mulheres que parecem ter saído de revistas de moda.
— Boa tarde, posso ajudá-la?
— Pode sim.
Respondo no automático, vou me virando em direção a voz e paro assim que observo a jovem que me tirou das minhas viagens. A elegância
dela simplesmente exala pelo ar.
— Na-na... verdade, estou procurando o Dr. Henrique, ele está me esperando, ou melhor esperando esses documentos...sou Diana, a funcionária de sua residência.
— Acabo de receber a ligação da senhora Maria me avisando sobre Você. Vem comigo.
Ela me explica que é para eu ir ao último andar, que ele já me aguarda e me dá um código para o elevador. Pelo o que ela me explicou, só funcionará duas vezes, para minha subida e descida.
— Obrigada por me ajudar.
— É o meu trabalho, sou Natália, a secretária do Dr. King.
Assim que entro no elevador rodeado de espelhos, aproveitando que estou sozinha, digito o código e enquanto o tempo passa, conto andar por andar. Ansiosa.
Até que a porta se abre, em um ambiente ainda mais luxuoso. Uma mistura de escritório com sala de reunião, onde até mesmo tem um bar. Ao olhar para os lados, observo que estou sozinha, e
curiosa, caminho pelo ambiente para olhar a vista da enorme janela de vidro que toma toda parede.
—Nossa! Dá medo.
Sussurro baixinho, minhas pernas parecem que vão falhar, fico tonta, fecho os olhos e dou três passos para trás, até esbarrar em uma parede humana enorme, e antes mesmo que eu possa raciocinar, seu perfume invade minhas narinas me deixando arrepiada.
"Aí paizinho... quem será?"
***
LIVROS DA FAMÍLIA KING
1° No amor e na guerra
2° Amor a toda Prova
3° Sr King Henrique
4 ° Lucas King O MAGNATA
HENRIQUE
Com uma mão no volante dirijo sem me preocupar em passar marchas já que meu carro é automático, com a direita aciono uma playlist sensual e para deixar Clarissa ainda mais excitada, repouso minha mão em sua coxa.
Meu celular vibra, olho para a tela sem animação escrito o nome de Patrícia; Sei que deveria atender a ligação, pois e minha namorada é insistente... não a vejo desde minha viagem ao exterior e estou com ela em prol dos negócios, Patrícia tem um pai influente e me unir a sua família irá alavancar meus negócios.
Olho para meu lado e ignoro a ligação, não quero que Patrícia interrompa minha diversão, estou sem saco para lhe dar com seus chiliques.
Clarissa me olha toda sorridente ao notar minha mão em sua perna, se tem algo bonito de se ver, é uma mulher perdendo o controle ao meu toque.
Assim que chegamos vou para o outro lado do carro, abro a porta, a ruivinha parece não se sustentar nas pernas, aciono o botão para chamar o elevador e ficamos esperando de forma disfarçada, com certeza não quero nenhum funcionário falando sobre minha vida.
Assim que o elevador chega, entramos, insiro o código que nos levará para o último andar numa porta que se abre diretamente em minha sala,
carrego a ruivinha que cruza as pernas em meu quadril, ela sente meu martelo duro, pronto para dar o veredito, rebola aproveitando a proximidade, passo minha mão por baixo da sua saia, acaricio sua coxa e em seguida a gostosa grita de prazer.
— Vamos fazer agora.
— Simmm.
Ela me dá a permissão, com certeza já está acostumada.
Ao chegar na sala, a coloco no sofá, peço para que ela fique toda empinada enquanto busco as camisinhas na gaveta.
Quando estou pronto para meter, ouço o aviso do elevador, sei que alguém foi liberado para subir, então lembro-me de uma coisa:
"Maria. E os documentos. Droga! "
— Vá para banheiro, alguém está subindo.
Clarissa fica inconformada, vai quase chorando pela frustração, vou junto para me ajeitar, livro-me do preservativo, aguardo algum tempo para meu membro voltar ao normal, apronto-me e após lavar a mão, volto para sala.
Para minha surpresa, não vejo Maria minha governanta e sim vejo uma jovem caminhando em direção a enorme janela. Com pernas gostosas de apertar, usa uma sapatilha preta e uma saia mostrando suas coxas que me enlouquece, o movimento de andar dela me hipnotiza. Ao levantar minhas vistas, vejo seus longos cabelos de tons claros pegando quase em sua cintura.
"Quem é ela? Uma cliente? Talvez!"
Caminho em sua direção, ela está tão concentrada ao olhar para baixo que não
me nota.
Quando chego bem perto, ela dá alguns passos para trás e seu delicioso quadril vem em direção ao meu, fazendo com que minha parte sensível masculina acorde novamente.
"Droga!"
—Ahhh, me desculpa.
(fala ela)
Ela se vira desesperada, no mesmo instante se embola em suas próprias pernas e eu a seguro rapidamente. Evitando sua queda eminente, por causa da aproximação, seus seios acabam roçando meu peitoral e minha mão aperta sua cintura.
"Que mulher é essa, é extremamente linda"
Recobrada minha sanidade falo:
—Se tem medo de altura, não deveria se aproximar da janela. Está bem? Se machucou?
Ela continua respirando ofegante, com a boca entreaberta me enlouquecendo. Fico louco para morder seus lábios.
— E...eu nem sabia... eh! Obrigado.
Ela se afasta de mim, e eu apesar de saber que ela fez o certo sinto uma leve pontada de decepção. A moça olha para a pasta que segura com tanta força que até amassa.
— O senhor é o Dr. Henrique?
Ela volta a me olhar, meus olhos percorrem seu rosto, seus olhos perfeitos tons cinza quase azul encontram os meus e eu tento controlar meu
desejo que está ficando incontrolável.
—Sim sou, e quem é você?
Ela se ajeitando estende a mão direita a me cumprimentar e diz:
— Eu sou Diana e vim a mando da senhora Maria sua governanta. Trabalho na sua casa.
Eu aperto sua mão e noto que são delicadas.
Ela rapidamente retira me deixando sedento por tocá-la mais.
— Trouxe isso para o senhor.
Ela me estende a pasta e agora olhando atentamente reconheço que é minha.
— Obrigado Diana. A quanto tempo trabalha em minha casa?
— Bom eu estou à...
Sua frase é interrompida pelo som de saltos. Caramba, tinha esquecido completamente de Clarissa.
—Desculpa atrapalhar, mas cansei de ficar no banheiro, Henrique.
Diana abre bem os olhos e coloca a mão na boca sem saber disfarçar o que acaba de perceber enquanto eu, fico surpreso de forma bem negativa.
— Me desculpe interromper eu...é, e eu realmente não sabia que...
Diana passa bem perto de mim, enlouquecendo-me com seu cheiro gostoso.
— Espere Diana!
Ela para de caminhar e timidamente me olha.
— Eu realmente não queria atrapalhar... Com licença Doutor e Senhorita.
Para meu descontentamento Diana entra no elevador e a porta se fecha. Clarissa fica ao meu lado me abraçando, depois do que aconteceu eu perdi o total interesse em continuar nossa brincadeira, e para piorar na mesma hora meu celular vibra e vejo que é Patrícia novamente.
Reviroo os olhos.
— Eu preciso ficar sozinho.
Digo me desvencilhando do abraço de Clarissa.
Ela me olha furiosamente.
— Mas? Henrique e nós?
— Acabou.
Ela pega sua bolsa e sai pisando duro.
Eu olho meu celular e atendo a ligação.
— Fale Patrícia!
DIANA
"Eu vou ser demitida, vou ser demitida... preciso tanto desse emprego."
— Diana? Diana.
— Oi... sim Jaime.
Eu me encontrava dentro do carro, perdida em meus próprios pensamentos. Não notei Jaime a me chamar.
— Você chegou correndo e pálida como se tivesse visto um fantasma. Aconteceu alguma coisa?
Minha boca ficou seca apenas por lembrar do ocorrido. Não poderia ser indiscreta mesmo confiando em Jaime, não posso contar oque vi.
— Não aconteceu nada. Só fiquei tensa com a missão mas correu tudo bem.
Jaime me olhou pelo espelho do parabrisa e não comentou nada, ele sabia que eu estava mentindo.
— Ok
Eu suspirando pesadamente foquei minha atenção na paisagem e tentei não chorar de desespero. Meu emprego estava em jogo e realmente se o Sr King me demitir não teria para onde ir. Sem casa, sem emprego, sem perspectiva... O salário que eu recebo ali ajuda a pagar meu curso, e logo estarei preparada para realizar o vestibular e entrar em uma faculdade.
Não posso perder o emprego, quando eu ver de novo o patrão irei me desculpar, antes que ele fale que estou no olho da rua.
Não tenho ninguém na vida, minha família se foi assim dependo de mim mesma para seguir adiante. Não tenho moradia se ele me demitir de lá nem terei a onde morar... não posso dar brecha tenho que pedir perdão por ter o interrompido.
Uma lembrança vem a minha mente.
Eu quase caindo pelo susto que levei e o Dr Henrique me segurando em seus braços. Ainda sentindo o toque na minha cintura da enorme mão dele.
De repente um alarme soa na minha cabeça: Acorda, por favor acorda mulher, o advogato tem namorada, ou várias e pelo o que ouvi e vi, uma delas deve ser aquela linda ruiva, sem falar que você é uma pobre doméstica, não dá para competir, nem se você tivesse coragem.
Minha mente grita comigo, tento disfarçar, suspiro e volto minha atenção para a estrada.
HENRIQUE
EM LIGAÇÃO TELEFÔNICA.
— Esqueceu que tem uma namorada? Você chegou de viagem e eu fico sabendo pelos outros, nem para me ligar Henrique. Nem veio me ver.
Eu coloquei uma das mãos na cabeça e com movimentos circulares pressionando minhas têmporas na região lateral da testa, tentei tirar a dor latente. Falar com Patrícia me dava dores de cabeça.
Inalando o ar pelo nariz e soltando pela boca tentei acalmar meus nervos. E disse:
— Cheguei a pouco tempo Patrícia, nem vi meus pais e irmãos ainda. Do aeroporto fui direto para o tribunal, sabe que estava acompanhando um caso e cheguei a tempo para a audiência. E antes que pergunte sim venci. Satisfeita?
Patrícia ficou muda durante alguns segundos e depois já com a voz melosa falou para mim.
— Eu estava com saudades Henrique. Hoje a noite toda sua família vai estar reunida, e levarei meus pais também para o jantar... amor seria uma ótima oportunidade para firmamos um compromisso mais sério, num acha?
Lá vem Patrícia me pressionando para realizar um noivado, me sinto sufocado.
Eu bem sei que a culpa disso tudo é minha, mas não gosto de receber ordens e nem que fiquem me manipulando. Odeio isso!
— O jantar de hoje é de boas vindas Patrícia, não tem cabimento nenhum vincular uma coisa a outra. E eu já te falei que não necessita de pressa, nosso casamento irá acontecer algum dia.
Eu olhei pela janela e lembrei que mesmo que tente evitar, um dia terei que resolver esse assunto com Patrícia e pedi-la em casamento, pelo bem dos meus negócios. Não sou homem de acreditar no amor mas na lógica.
Sou um homem intelectual e viso oque é mais raciocínio racional do planejamento assertivo, e com Patrícia e sua família ao meu lado serei muito mais feliz nos negócios.
— Tudo bem Henrique. Mas é que aguardo ansiosamente para enfim ser sua esposa. Eu te amo.
Essa emoção débil de sentimentalismo me irrita profundamente. Não amo Patrícia e nunca amarei ninguém. Meus avós, meus pais, meus irmãos todos tem uma história linda mas eu ah! não sou de amar e sim de calcular probabilidades corretas.
— Patrícia fica tranquila que em breve iremos oficializar nossa união. Agora preciso trabalhar nos veremos a noite.
— Ok! Henrique até a noite meu amor.
— Até.
Encerro a ligação.
Fico admirando a vista pela janela e lembro oque aconteceu minutos atrás.
— Se tem medo de altura, não deveria se aproximar da janela. Está bem? Se machucou?
— E...eu nem sabia que tinha medo ... eh! Obrigado.
Os olhos dela, a boca entreaberta e seu corpo colado ao meu me levaram a loucura. Mas mesmo meu corpo pedindo para tocá-la desesperadamente, tenho que manter distância e esquecer Diana, tenho uma política rigorosa contra relacionamentos entre funcionários.
Isso evitará processos de assédio futuramente.
Mas nada me impede de imaginar, minha mente é livre.
Ainda sinto o toque da sua cintura, seu cheiro gostoso o olhar inocente. Pelo visto Diana deve ser de cinco a oito anos mais nova que eu, e isso é mais uma razão para mantê-la distante... mas agora que sei que ela trabalha em minha casa, será difícil ignorar.
Dou um passo em direção a minha mesa me sento e fico tentando reorganizar meus pensamentos.
— Diana... linda Diana.
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