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Clara E O Infiltrado, Livro 3.

Apresentação

Clara Monteiro

Me chamo Clara Monteiro, tenho 17 anos e moro em um lugar conhecido em todo o Brasil e que odeio, o Morro do Alemão.

Aqui no morro todos conhecem o cruel, impiedoso e desprezível Douglas Monteiro o dono do morro e também meu pai.

Meu sonho é um dia fazer faculdade de medicina e se tornar uma excelente pediatra, mas infelizmente isso está longe de acontecer e parece que à cada dia ele escorre pelas minhas mãos.

Minha realidade é totalmente diferente e vivo constantemente em um pesadelo diário, minha mãe morreu no meu parto o que faz meu pai me odiar e culpar por sua morte, segundo ele o amor da sua vida. Ele nunca superou e também não colocou outra mulher no seu lugar mesmo com elas rodeando e fazendo suas vontades.

Cada vez que ele bebe ou fica chapado isso quase todos os dias meu pai me agride verbalmente e fisicamente, não aguento mais a vida que tenho, meus dias é se lamentar e chorar por tudo que sofri e pelo que ainda vou sofrer.

Confesso que já pensei em tirar minha própria vida várias vezes e dar um basta em tudo, então percebo que dessa maneira não vou chegar a lugar nenhum.

Em meio ao caos que é minha vida sinto que tem algo bom para acontecer, só espero que não demore.

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Juliano Feltz

Me chamo Juliano Feltz, tenho 25 anos e sou um soldado do Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE), e recentemente fui nomeado Capitão do BOPE.

Minha vida eu dedico ao meu trabalho que exige muita atenção, desempenho e habilidade, me sinto na obrigação de tirar os bandidos da rua e manter longe dos cidadãos de bens da nossa cidade.

Se tem uma coisa que eu odeio é traficante, eles destroem vidas e famílias para conseguirem o que querem e não se importam em infligir as leis e destruir inocentes.

Sou de família simples minha mãe é dona de casa e meu pai era um policial honesto, justo e correto, mas infelizmente foi morto em um confronto com traficantes. Eu segui seus passos e decidi colocar os traficantes atrás das grades, só que ser um simples policial civil não me daria essa posição, então batalhei para conseguir um lugar no bope e com muito esforço e dedicação eu consegui.

Hoje com toda certeza sou um dos melhores soldados tanto que tenho minha própria equipe para comandar e darei meu suor e lágrima para sermos os primeiros a entrar no combate e os últimos a sair, porque só os vencedores conseguem concluir uma missão.

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Douglas Monteiro

Me chamo Douglas Monteiro, tenho 43 anos e sou dono do Morro do Alemão.

Eu cresci nessa vida e confesso que essa foi uma escolha que fiz desde cedo, meu pai me ensinou tudo que sei e com o tempo fui melhorando, minha mãe sempre esteve ao seu lado o apoiando em tudo, infelizmente eles foram vítimas de uma emboscada e acabaram mortos e foi dessa maneira que assumi o seu lugar.

Quando completei 23 anos me apaixonei por Clarice uma moça meiga e muito linda mesmo não querendo admitir foi amor à primeira vista, seu sorriso tímido, seu olhar encantador e seu jeito encabulado me conquistou de imediato e minha felicidade foi completa quando ela se declarou para mim correspondendo aos meus sentimentos.

Em menos de um ano nos casamos e vivíamos em uma completa lua de mel para mim nossa vida era perfeita, porém ela insistia em engravidar. Foram meses e mais meses tentando e nada acontecia e sua frustração aumentava a cada dia.

Clarice dizia não se sentir uma mulher completa sem ser mãe, eu não sentia necessidade de ter um filho sua companhia era a única coisa que eu queria e no fundo sentia que uma criança só iria atrapalhar nossas vidas. Nunca quis ser pai, mas por  medo de magoa-lá nunca consegui ser sincero e falar isso para ela.

Clarice vivia frustrada por não conseguir engravidar e depois de dois anos e várias tentativas ela finalmente engravidou. Sua alegria era contagiante e minha felicidade foi por vê-la daquele jeito, mas não consegui ter nenhuma emoção com aquela notícia.

Conforme os meses foram passando minha doce e meiga Clarice foi tendo sua saúde debilitada a gravidez ao invés de deixá-la linda e radiante foi deixando fraca e abatida, depois de meses angustiantes vendo minha Clarice definhar, um dia ela começou a passar mal e rapidamente à levei para o hospital, foram horas de impotência e angústia até o momento que o médico apareceu e deu a pior notícia de todas, a minha Clarice não aguentou e morreu me deixando sozinho.

Perdi o chão e a mulher da minha vida, sofro até hoje por sua ausência e pior do que sua partida foi ficar com a causadora da sua morte, a nossa filha. Minha vontade foi dar um fim na sua vida naquele mesmo dia, mas infelizmente enquanto eu trazia Clarice para o hospital ela me fez prometer que cuidaria daquela maldita criança e como seu último pedido de vida eu resolvi atender, durante esses anos ainda à amo e nunca coloquei outra mulher no seu lugar nenhuma pode ocupar o que pertence à ela.

Minha vida eu dedico ao morro e é por isso que até hoje a polícia não conseguiu me pegar, minha filha se chama Clara e é parecida com a minha Clarice eu a culpa por hoje não ter minha mulher ao meu lado ela era para trazer alegria, mas trouxe tragédia e eu à odeio por isso. Clara cuida da contabilidade do Morro desde seus 15 anos foi o acordo que fiz para que ela estude, pago o melhor colégio da cidade e uma mesada, ela cumpre sua parte e eu a minha, não temos nenhum contato só às vezes quando perco o controle e bato nela para sentir dor assim como eu sinto por tirar de mim a única pessoa que amei em toda minha vida.

Tem algo que Clara não sabe, eu a prometi em casamento para o Dono do Morro do Adeus e depois que se casar me livrei de uma vez por todas daquela maldita.

Essa vaga é minha/Missão dada é missão cumprida

***********Clara**************

Hoje é mais um dia que terei que ir para a porcaria daquele galpão, desde os meus 15 anos meu pai me obriga ajudar na contabilidade do morro, na contagem das drogas e armas. Tenho que deixar os balancetes organizados e atualizados toda semana essa foi a condição que tive que aceitar para continuar meus estudos.

Meu dia hoje será longo, pois ontem chegou um carregamento novo no morro e tenho que contabilizar tudo antes de ir para o colégio.

Levanto às 5 horas da manhã, tomo banho, visto o uniforme e vou para o galpão. Não me preocupo em andar sozinha, pois todos me conhecem e sabem quem sou e não ousariam a se aproximar da filha do dono do morro, chego no galpão e tem vários homens do meu pai de vigia.

Sigo para o local das armas faço a contagem e separo os modelos, confesso que tenho nojo de tocar nessas coisas sei muito bem o poder de destruição que elas têm, mas preciso fazer o que sou obrigada se quero fugir desse lugar um dia e ter uma vida normal.

Depois de tudo contabilizado e separado por modelos volto para casa tomo café, pego minha mochila e vou para o colégio. Estudo em um dos melhores colégios da cidade claro que todos me conhecem e por esse motivo não tenho amigos de vez em quando acontece um trabalho em grupo e os professores decidem em qual grupo vou ficar, só assim os alunos da minha turma interagem um pouco comigo.

Assim que fuzil um dos caras de confiança do meu pai me deixa no colégio vou direto para sala de aula mesmo não tendo amizade com ninguém esse é o único lugar que me sintoque livre e normal. A aula começa, pego meu caderno, livros e passo minha manhã ouvindo os professores, fazendo anotações e copiando as matérias deixada no quadro e quando inicia a última aula a diretora entra na sala e fala que sexta-feira haverá um provão onde o aluno que ficar em primeiro lugar ganhará uma vaga em uma das melhores universidades do Brasil, ao ouvir isso meu coração bate mais forte e digo para mim mesma.

Essa vaga é minha.

***********Juliano**************

Acordo cedo, me arrumo, tomo café e vou para o Batalhão, meu comandante falou que tem uma missão especial para mim e também muito perigosa não me preocupo com perigo acredito que quando chega a nossa hora podemos morrer até  dormindo, claro que morrer  torturado é uma morte dolorosa a qual eu não deseja passar.

Chego no batalhão e vou direto para sua sala peço permissão para entrar e ele concede, o comprimento e fala.

Comandante_   Capitão, tenho uma missão importante para você e também perigosa, exige concentração e desempenho como conheço o seu treinamento e potencial você é o cara ideal para essa função.

  Juliano_    Fico grato pela confiança senhor, e qual é minha missão?

Comandante_    Não será fácil essa tarefa Capitão.

Há muitos anos tentamos colocar nossas mãos no dono do Morro do Alemão o cara é conhecido como uma lenda, mas se depender de mim seus dias estão contados.

Todo esse tempo eu poderia ter preparado a minha equipe e ter invadido o morro, só que teria ocorrido muitas mortes de inocentes  e isso eu não quero.

  Tenho a melhor equipe e armamento só preciso de um informante lá dentro alguém que saiba de todos os seus passos e como funciona seus negócios e essa pessoa é você.

Juliano_    E como vou conseguir entrar no morro senhor?

Comandante_    Estou com tudo preparado meu primo tem família lá no morro, você vai passar um tempo com ele.

Juliano_      Senhor, acho que é perigoso para o seu primo ainda  tendo família.

Comandante_    Não se preocupe você ficará com ele alguns dias e depois disso meu primo vai se mudar para outro estado e seguirá sua vida tranquila, após sua mudança você fará da casa dele sua base para colher todas as informações necessárias.

Juliano_   Certo senhor.

O comandante pede que eu pense nos riscos antes de dar minha última palavra. Saio da sua sala e vou para o treinamento onde minha equipe me aguarda.

Após algumas horas treinando o pessoal chega o intervalo onde penso na missão que tenho em minhas mãos, por um lado tem o perigo e ter que suportar o convívio com um homem cruel e impiedoso que eu odeio e por outro tenho a chance de ajudar na prisão de um dos maiores traficantes do país.

  Sei dos riscos que vou ter que enfrentar e estarei exposto, mas conheço minhas habilidades e sei dos meus limites e para mim, missão dada é missão cumprida.

Missão/ Conversa

***********Juliano**************

Depois de muito pensar entre os positivos e negativos dessa missão decido aceitar e sem perder tempo começo os preparativos.

Passo o tempo me dedicando aos detalhes da missão, o que falar, como agir e a nova identidade que assumirei no morro, tudo tem que sair como foi determinado pelo comandante.

Meu nome será o mesmo mudarei apenas o sobrenome, para todos no morro acabei de sair da cadeia e meu primo foi o único que aceitou me ajudar.

Vou precisar fazer um mapa de todo o morro com os possíveis locais de fuga, descobrir onde ficam o depósito de armas e drogas do morro, fazer um levantamento de quantos traficantes tem no total e principalmente onde é o esconderijo de Douglas. Várias vezes o morro foi invadido por outros comandantes, mas falharam nas tentativas e em uma dessas invasões um dos seus vapores contou entre risos que Douglas tem seu esconderijo particular que só ele e seu homem de confiança sabem onde é.

Após horas ouvindo atento às orientações do comandante decidimos que minha missão vai começar daqui a uma semana, nesse tempo me afastei do BOPE e me concentrarei exclusivamente na minha missão que exige todo meu treinamento de anos.

Nessa missão o que eu odeio é ter que conviver com traficantes sem expressar a minha ânsia de estar perto de um ser desprezível como eles, minha função é tirar das ruas esses distribuidoras de lares e famílias.

Durante o dia sigo a minha rotina normal, academia pela manhã à tarde verifico os arquivos de Douglas.

Arquivo

Nome:  Douglas Monteiro,

Idade:   43 anos

Estado civil:   Viúvo, sua esposa morreu no parto da sua filha,

Descrição:   Dono do Morro do Alemão,

É cruel com quem o desafia e traí,

Torturador,

Corta língua de X9 e deixa morrer agonizando,

Corta dedo de ladrão,

Mata a sangue frio, gosta de causar dor e sofrimento,

Dependente:   Clara Monteiro,

Idade:   17 anos,

Estuda no Colégio x, um dos mais renomados da cidade,

Sem envolvimento com brigas,

Suas notas são uma das melhores do Colégio.

Confesso que isso não me abala sei ser cruel ou mais que ele.  Nessa missão não posso falhar e errar não está em meu dicionário.

Depois de alguns dias me preparando chegou o dia de começar a missão.

  Arrumo minha mochila com poucas roupas, guardo na carteira os documentos falsos e sigo para o meu destino.  Meu comandante passa as últimas instruções antes de me deixar próximo à favela, desço do carro e caminho até entrada, como esperado um cara me aborda e pergunta se pedir algo naquele lugar digo que meu primo está me aguardando, ele pergunta quem é, digo de quem se trata, ele passa o rádio e após alguns minutos liberam minha entrada. Sigo até a casa do primo do comandante e a todo momento percebo que estou sendo monitorado, ao chegar sou recebido com aperto de mão e vários sorrisos para disfarçar o quanto estamos contentes com nosso reencontro.

Converso com Rogério e sua esposa  Brenda que expressa o seu descontentamento naquele lugar.

O morro está cada dia pior vivemos monitorado o tempo todo e sempre invadem nossas casas armados para verificar se estão todos aqui__ Brenda fala.

O casal ainda disse que estão se mudando aos pouquinhos que quase todas as roupas já foram levadas para casa do comandante e que saíram do morro com a roupa do corpo para não levantar suspeitas.

Conversamos e fiquei sabendo que os carregamentos de drogas acontecem uma vez por semana, mas o carregamento de armas acontece uma vez ao mês.

Passamos o dia falando sobre o morro e a vida deles, contaram que a chegada do seu primeiro filho está a caminho e não permitirá que ele nasça nesse lugar e naquelas condições rodeado de bandidos.

Após ouvir de Rogério e Brenda algumas coisas sobre o morro sou direcionado ao meu quarto onde penso como darei início a minha missão.

*************Clara**************

Depois de alguns dias que pareciam meses a tão esperada sexta-feira chegou, finalmente vou fazer esse provão e garantir minha vaga para à  tão sonhada Universidade de Medicina e meu pai não pode imaginar que estou concorrendo a uma vaga para realizar meu sonho.

Acordo cedo, me arrumo, tomo café e sigo para o colégio. Ao chegar vou direto para minha sala e uns minutos depois a diretora entra e pergunta quem vai fazer a prova, a maioria diz que não e ela pele que esses alunos fiquem no pátio até que os outros alunos terminem o provão.

Fiz a prova e para minha felicidade eram questões que eu havia revisado durante a semana, após o fim das aulas entrego minha prova com o gabarito preenchido e sigo para a saída, como todos os dias tem alguém esperando para me levar para casa.

Chego em casa e vou direto para o quarto e passo o restante do dia lá concentrada nos livros. Com o dia indo embora penso em como será a minha vida, não posso continuar vivendo assim rodeada de drogas e armas com um pai que me odeia e despreza.

Sofro durante anos com sua rejeição e maus tratos, mas o pior de tudo é ouvir que matei minha mãe, isso acaba comigo saber que minha mãezinha morreu por minha culpa me destrói por dentro. Preciso sumir desse lugar, um lugar de amargura e solidão.

Às vezes penso como seria minha vida se minha mãe estivesse viva, será que meu pai iria me amar?

Acho que não porque ele sempre fala que me odeia e nunca quis ser pai. Mãe, como queria ter você ao meu lado.

Pensando em minha mãe eu choro por saber que nunca serei amada e cuidada por ela.

Decido tomar banho e em seguida comer algo, saio do meu quarto caminho até a cozinha, mas quando estou se aproximando da sala ouço  meu pai falar ao telefone e me assusto com a conversa dele.

Douglas-    Fica tranquilo cara quando Clara completar 18 anos vocês vão se casar, ainda falta alguns meses.

Tenho um acordo com ela por isso ela estuda, depois que se casarem você decide o que fazer sobre os estudos dela, esse casamento é uma aliança irmão, vamos estar mais fortes assim que unirmos nossas forças.

Nem espero ouvir o final da conversa saio desesperada para o meu quarto, tranco a porta e desabo no choro.

Falo para mim mesma,

Não, não,

Não pode ser que meu próprio pai me odeie tanto para me casar com um qualquer.

Hoje mais do que nunca eu odeio meu pai é a primeira vez que admito que ele é um monstro e não posso mais viver assim preciso fugir para bem longe, mas como sem ninguém para me ajudar.

Saio do meu quarto devagar e sem fazer barulho saio de casa preciso pensar o que vou fazer da minha vida não posso mais viver assim, estava chorando e distraída quando sinto alguém esbarrar em mim e me derruba no chão.

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