– Carla narrando (6 anos atrás)
A manhã estava linda. O tipo de dia que parecia sussurrar no meu ouvido: "Hoje é um bom momento para recomeçar ou correr atrás do que você mais quer." E eu sabia exatamente o que eu queria.
Meu objetivo era claro: terminar a faculdade de Administração e conseguir um emprego em uma grande empresa, daquelas conhecidas mundialmente. Eu queria fazer a diferença, ocupar um cargo importante, me destacar.
Tomei um banho morno, fiz minha higiene pessoal e me vesti para o trabalho. Penteei o cabelo com pressa, enquanto olhava o horário no celular. Peguei minha mochila, cheia de livros e cadernos. Saindo do trabalho, ia direto para a faculdade — e só voltava para casa à noite, exausta, mas determinada a fazer meu jantar e estudar mais um pouco, nem que fosse só para revisar.
Dividia o apartamento com minha melhor amiga da faculdade. A gente se dava super bem, embora quase não nos víssemos. Ela estava sempre saindo, curtindo festas e vivendo aquela loucura universitária que nunca me atraiu. Mas eu não a julgava — pelo contrário. Eu sabia que ela levava os estudos a sério. Sair era só a forma dela de aliviar o estresse.
Quando saí do quarto em direção à cozinha, dei de cara com ela.
— Pensei que você estivesse dormindo — falei, animada por vê-la tão cedo.
— Não vem com essa animação toda logo de manhã! — resmungou, colocando a xícara na cafeteira.
— Acordou cedo por quê? — perguntei, surpresa. Ela raramente era vista antes das nove.
— Tenho três provas hoje. Esqueci completamente de estudar e ainda fui pra uma festa ontem. Foi lá que lembrei delas — disse, tomando o café recém-passado.
— Tenho certeza de que você vai conseguir tirar notas ótimas — falei com um sorriso, tentando passar positividade.
— Obrigada. Gostei da sua roupa — ela inclinou a cabeça, analisando meu visual — É, ficou ótima mesmo.
— Obrigada! Agora estou indo trabalhar. Te vejo mais tarde!
Ela assentiu, ainda com a xícara na mão.
— Ei, espera! Às nove eu passo lá no seu trabalho. Talvez eu consiga estudar melhor cercada de comida boa e do cheiro maravilhoso de café.
Trabalhar em uma cafeteria perto da Universidade Harvard era a melhor coisa que poderia ter me acontecido. Tinha conseguido uma bolsa com muito esforço, e após aplicar para Harvard e Yale, fui aceita nas duas. Meus pais choraram de orgulho. A caçula da casa tinha entrado em uma das universidades mais difíceis do mundo.
Saí do apartamento — presente do pai da minha amiga — onde eu morava graças ao convite dela. Dividíamos os custos de supermercado e pequenos gastos.
Com meu salário, pagava livros que a faculdade não oferecia, comprava minhas roupas, ajudava meus pais sempre que podia. Era puxado, mas valia a pena.
Cheguei à cafeteria cerca de dez minutos depois. Ela ainda estava fechada. Entrei pelos fundos, guardei minhas coisas no armário, coloquei o avental e fui para o balcão, me preparando para mais um dia de trabalho.
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Autora: Mais um livro dessa série, espero que gostem.
Atualização: 09/05/2024
Mais tarde, já com a cafeteria funcionando...
Os primeiros clientes começaram a chegar. Eu os atendia com um sorriso no rosto, revezando entre o balcão, o caixa e o serviço de mesa. Fazia um pouco de tudo ali, e isso me deixava ocupada o tempo todo.
Ajustei o nó do avental que estava frouxo quando vi um homem entrar pela porta. Ele olhou ao redor, como se estivesse observando cada detalhe do lugar, e sorriu. Nunca o tinha visto antes — nem ali, nem na faculdade. Talvez já tivesse se formado.
Usava um terno impecável e uma gravata vermelha que chamava atenção de forma sutil, mas marcante. Respirei fundo e fui em sua direção. As palmas das minhas mãos estavam suando.
Quando nossos olhos se encontraram, ele sorriu — e meu coração acelerou de um jeito que parecia até audível.
— Mesa para um, por favor — sua voz era firme e ao mesmo tempo suave, quase como um sussurro que me atravessou inteira.
— Por aqui, por favor — respondi, tentando manter a compostura.
Ele me acompanhou até uma das mesas perto da janela. Indiquei onde ele podia se sentar, e ele agradeceu com um sorriso antes de se acomodar. Entreguei o cardápio, ainda tentando esconder meu nervosismo.
— Nunca vim aqui antes — disse, observando o ambiente — Você pode me recomendar o melhor café da manhã?
— Claro — respondi, apontando para as especialidades da casa com uma ponta de orgulho.
— Vou querer esses, então. Obrigado pela dica — seus olhos estavam nos meus. E só então percebi que eu o observava há tempo demais.
Afastei-me rapidamente, levando o pedido até a cozinha. Voltei ao balcão, mas meus olhos insistiam em voltar para ele. Ele mexia no celular, ajeitava a gravata com elegância... até o modo como respirava me causava arrepios e um friozinho no estômago.
A porta se abriu com o som familiar da campainha, e minha amiga entrou carregada de livros e bolsas.
— Diz que ninguém sentou na minha mesa! — disse ofegante, quase implorando.
— Relaxa. Tá livre. Corre antes que o chefe apareça — levei-a até sua mesa de sempre, que ficava em frente à mesa do cliente novo.
Ela largou seus livros sobre a mesa e fez o pedido habitual antes de se afundar nas leituras.
Enquanto eu me afastava, percebi o cliente novo olhando... ora para mim, ora para a mesa da minha amiga. Quando ele notou que eu o peguei no flagra, desviou o olhar.
Meu coração disparou. Voltei para a cozinha para tentar recuperar o foco.
Peguei o pedido dele e caminhei até sua mesa.
— Com licença — disse, colocando os pratos à sua frente. Ele recuou o braço e me deu um sorriso gentil.
Logo em seguida, deu um gole no café ainda quente, sem hesitar.
— Realmente... esse café é incrível — comentou, saboreando.
— A casa agradece — respondi, sorrindo.
— Qual é o seu nome?
Arregalei os olhos, pega de surpresa. Senti meu coração martelar no peito como se tentasse escapar.
— Carla — respondi, tentando não gaguejar.
Segurei a bandeja com as mãos trêmulas, mas ainda assim mantive o sorriso.
— Nome bonito. Me chamo Alexandre Davis — disse, estendendo a mão.
Apertei, sentindo sua pele macia. Era um toque leve, porém marcante. Um nome simples. Mas ele parecia tudo, menos simples.
Notas da autora:
Carla Brown, 19 anos, estudante bolsista de Harvard, trabalha em uma cafeteria próxima à universidade. É doce, focada, sonhadora e inteligente. Nunca teve um relacionamento, pois dedicou sua juventude aos estudos e ao sonho de uma vida melhor. Mas algo em Alexandre Davis balançou suas certezas. E ela ainda nem sabe o quanto isso vai mudar tudo...
Carla Narrando
- se me der licença - Ele acena tirando sua mão da minha ,ele pega sua xícara de café voltando a bebe - lá
Volto para a cozinha me tremendo toda não acreditando que ele perguntou meu nome , pego o pedido da minha amiga e levo para ela - ela tira alguns cadernos da mesa para eu colocar sua comida .
- Obrigada mana , eu estou morrendo de fome e se eu não comer , eu não vou conseguir colocar nada na cabeça - rimos da sua situação e a deixo estudando, quando ia voltar para o balcão, eu vejo o senhor Alexandre olhando para a mesa aonde eu estava.
Ele desvia seu olha logo quando me pega olhando e volta para seu café da manhã.
Atendo vários outros clientes e quando se passa alguns minutos eu vejo o Alexandre me chamando.
Vou na sua direção imaginando que ele vai querer pedi a conta.
- O que deseja ? - Pergunto com o bloco de notas na mão.
- Queria agradecer pela sua recomendação, o café estava maravilhoso, queria pedir a conta por favor - Aceno saindo da sua mesa e indo para o caixa.
Volto de novo com a conta e o entregando, ele dar o dinheiro e quando eu vou sair ele me chama .
- Você poderia me fazer um favor ? - Diz se levantando.
- Claro que sim , o que o senhor deseja ? - meu coração está a mil ,ele nunca bateu tão forte como agora.
- Queria que você levasse esse papel para sua amiga , fala que é o meu número - Olho para ele toda sem graça, quando eu vi ele me entregando o papel eu imaginava que era pra mim.
Até parece que alguém iria querer fala comigo , olha para ele e agora olha para mim.
- Sem problema, volte sempre - digo colocando o papel no bolso do avental e saio da sua mesa indo colocar o dinheiro no caixa.
Vejo o seu Alexandre saindo da cafeteria, mas antes de sair ele olha para minha amiga e sai do estabelecimento.
Vou para sua mesa escutando ela reclamando que não está entendo nada da matéria.
- Um cliente deu seu número para eu entregar para você - digo estendendo o papel para ela .
ela olha para o papel e levanta a sobrancelha.
- Não vai me dizer que é um velho barrigudo, pois se for pode jogar fora - sorrio do seu jeito é me sento na sua mesa.
- Não, ele era o cara que estava sentando de frente para você, um de terno bem bonito e com uma gravata vermelha - Ela olha para o teto pensando nele
- Ah sim lembro dele , eu pensava que ele estava olhando para você e não pra mim - É eu também pensei a mesma coisa.
- Não mana , ele estava olhando para você e não tirava os olhos , ele quer que você chame ele - Ela guarda o papel na capinha do seu celular e volta a olha para o seu caderno
- Depois eu vejo isso , agora eu tenho que estuda para essas provas e não tenho dúvidas que esse homem veio mandado pelo capeta, porque eu estava concentrada na minha tarefa e o capeta vem querer me atenta - Rir do seu drama e saio deixando ela estudando.
Alexandre Devis, tem 26 anos e começou a trabalhar na empresa do logan.
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