Peter King deslizou seu cartão magnético para dentro do espaço designado e esperou que o enorme portão de ferro, na garagem do subsolo do prédio de apartamentos de sua avó, se abrisse.
A cada quinze dias, tinha o agradável compromisso obrigatório de jantar com Sadie. Aquela sexta-feira era uma dessas ocasiões.
Um jantar que ele sempre adorava e pelo qual esperava, ansioso, que acontecesse. Amava sua avó de setenta e cinco anos, uma mulher forte, determinada e amorosa, assim como também presidente da empresa Cosméticos King.
Peter deu de ombros quando pensou no que ela diria sobre o preço de Anny Evans. A senhora idosa decerto enlouqueceria e jogaria o salmão do outro lado da sala.
E em tal momento, Hannah, a gata, comeria todo o peixe temperado e poria tudo para fora em seguida, no tapete persa.
Ele achou graça do pensamento e tornou a dar de ombros. Três milhões de dólares. Na realidade, seria mais de três milhões. A propriedade na estrada Cooper River possuía quase quatro acres, o que significava quase quatro milhões.
Peter teria de optar entre pagar o preço requerido ou esquecer o assunto para sempre. Contudo, aquela propriedade, com sua localização, seria perfeita para fazer seu negócio prosperar. E a empresa tinha condições de pagar.
Quem era aquela garota inteligente e determinada, cujo cachorro urinara em seus sapatos? Como ousara colocá-lo porta afora?!
Anny Evans o empurrou para fora da casa. Ninguém nunca o expulsara daquela maneira antes! E ela, decerto, não pesava muito mais de cinqüenta quilos. No máximo cinqüenta e cinco.
Peter levou alguns segundos visualizando em sua tela mental aquele corpo delgado nu. Ei! Por que pensava numa coisa dessas?!
Mesmo sem maquiagem e com os cabelos desalinhados, Anny era muito bonita, também.
Com alguns cosméticos King, ficaria um verdadeiro espetáculo.
Porém, ela fora bem clara ao afirmar que detestava seus cosméticos.
— Sadie? Estou aqui — Peter chamou do hall de entrada, depois que fechou a porta atrás de si, usando a cópia da chave que possuía.
Chamava a avó de Sadie desde garotinho. Na certa desde que aprendera a falar.
Ela o permitia e até o incentivava, porque alegava que aquilo a fazia se sentir séculos mais nova.
— Peter, você chegou cedo! Ótimo, assim podemos tomar um drinque perto da
lareira — abraçou o neto. — Hannah já está lá esperando por nós. Ela não está se
sentindo muito bem, hoje.
Ela falou aborrecida.
— Não quero que Hannah se vá antes de mim. É uma companhia tão maravilhosa! Olhe só para ela. Está apenas sentadinha ali. Tentei lhe dar salmão antes, mas nem tocou na comida. Nem mesmo me deixa segurá-la.
O estômago de Peter revolveu-se. Se algo acontecesse a Hannah, sabia que sua avó a levaria para a cama e não se levantaria mais. Cairia em depressão, isso era certo.
Ele abaixou-se e estendeu a mão para a gata. Hannah miou. Um claro miado de resmungo.
— Hannah não está normal, mesmo, Sadie. Você a levou ao veterinário?
Sadie fez que não, suspirando.
— Ele foi esquiar em Aspen. E não confio muito nesses veterinários sofisticados que cobram por hora e não dão a mínima para os animais. Hannah é preciosa demais para que eu confie em qualquer um. Vamos nos sentar, tomar um drinque e ficar observando-a mais um pouco. Se ela não melhorar, tomarei alguma providência.
Assim que se acomodaram no sofá em frente à lareira, Sadie perguntou ao neto:
— Como foi sua reunião com a dra. Evans?
— Um fracasso. Ela quer um milhão de dólares por acre. E falou muito sério. Em seguida, colocou-me para fora.
— Jura!?
— Sim. Anny parece uma pessoa muito determinada em suas atitudes. E tenho a impressão de que é uma excelente veterinária, também. Talvez você possa pedir-lhe que dê uma olhada em Hannah. Um dos cães dela urinou em meu calçado.
Sadie riu. Em seguida, arqueou uma sobrancelha.
— É muito dinheiro. A propriedade vale isso?
— Sim. Para ser franco, mais do que ela pede. Anny ridicularizou minha oferta tão baixa.
— Bem, você tem de admitir que ofereceu mesmo uma bobagem, a princípio.
— Eu sei, vovó. Mas negócios são negócios, não é?
— Não fazemos negócios enganando as pessoas, Peter. O que é justo é justo. Se, como você diz, a propriedade da srta. Evans tem a localização perfeita para nós, então pague o preço que ela quer. A companhia tem condições para isso.
A ordem de Sadie surpreendeu Peter, que chegara a imaginar que sua avó discordaria de abrir mão de uma quantia tão alta.
..........CONTINUA........
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Atualizado até capítulo 37
Comments
Denise
Agora matei a xarada. GERTIE é, sim, avó do PETER e ela pesquisou a vida de ANNY, que, além de linda não é interesseira. Então, como quer casar o neto com uma boa moça, teve a idéia de colocar o neto para se aproximar da garota para comprar o terreno. SADIE se passaria por GERTIE, uma moradora de rua.
2024-09-10
6
Eliane Renata de Oliveira Oliveira
aí sim hein vovó.
2024-02-12
6
Wilma Marques Machado
Sadie avó de Peter é moradora de rua.
2024-01-05
4