Logan Paulin
A tarde chegou, e a tensão no ar era palpável. Eu estava sentado no escritório, o contrato na mesa à minha frente. Megan ainda não tinha assinado, mas sabia que o momento estava próximo. Eu já estava exausto dessa situação, e a raiva que sentia por ela não me deixava pensar direito. O que eu sabia era que aquilo não seria fácil para nenhum dos dois.
A porta se abriu, e Megan entrou, parecendo mais séria do que nunca. Ela não me olhou diretamente, mas eu sabia que ela estava sentindo o peso do momento.
— Sente-se, Megan. — Falei, já com a mão sobre o contrato, empurrando-o um pouco na direção dela. — Aqui estão os termos. Se você está disposta a seguir em frente, vamos finalizar isso.
Ela olhou para o contrato, e depois para mim, com uma expressão de quem estava decidida, mas, ao mesmo tempo, hesitante. Sabia que ela precisava disso, mas havia algo mais ali — algo que ela estava tentando esconder.
— Vamos direto ao ponto, Logan. — Ela disse, com a voz firme. — Eu aceito as condições, mas tenho algumas exigências.
Eu arqueei uma sobrancelha, curioso e um pouco surpreso. Aquilo estava ficando cada vez mais interessante.
— Exigências? — Repeti, inclinando a cabeça para o lado. — Acho que você já sabe o que está assinando, Megan. Não estamos jogando um jogo aqui.
Ela não se intimidou. Megan nunca foi do tipo que recuava, e eu sabia que ela tinha um plano.
— Primeira exigência: — Ela começou, os olhos fixos nos meus. — Você assume um relacionamento sério comigo até o bebê nascer. Meu pai precisa acreditar que não estou "me vendendo", e ele vai querer saber que estou sendo bem tratada.
Eu engoli em seco. Aquilo era mais complicado do que eu pensava. Não queria me envolver com ela emocionalmente, mas sabia que era um sacrifício necessário para que tudo fosse mais "real" aos olhos dela e do pai dela.
— Segunda exigência: — Ela continuou, sem parar para respirar. — Quando o bebê nascer, quero visitá-lo todos os dias. Eu não vou ficar afastada dele. Não vou deixar que ele cresça sem a presença da mãe.
Eu já estava ficando impaciente. Isso estava se tornando mais um jogo de poder para ela, mas, no fundo, eu sabia que ela estava apenas tentando controlar a situação da melhor forma que podia.
— E a terceira exigência? — Perguntei, a voz tensa, tentando me manter no controle.
Ela respirou fundo, como se estivesse ponderando o que dizer. Quando olhou nos meus olhos novamente, suas palavras vieram rápidas, quase sem pensar.
— Se for uma menina, o nome é meu. Eu vou escolher. Não quero que você interfira nisso.
Eu quase ri, mas sabia que ela estava falando sério. O que mais ela iria pedir? O controle total sobre a situação? O que mais ela queria de mim?
Eu me inclinei para frente, apoiando os cotovelos na mesa, e deixei escapar uma risada seca.
— Então você quer tudo, não é? — Falei, sem esconder o sarcasmo. — E o que mais? Um castelo? Meus bens?
Ela me olhou com uma intensidade que me fez sentir desconfortável, mas não desisti de mantê-la sob controle.
— Eu só quero garantir que meu filho tenha o melhor. Não sou uma pessoa fácil de lidar, Logan. E você também não é. — Ela se levantou da cadeira, caminhando até a janela, olhando para fora como se estivesse tentando escapar do confronto. — Eu só quero que você cumpra sua parte. Tudo o que pedi é para o futuro do meu filho, e você sabe disso.
Eu estava prestes a protestar, mas me calei. Ela estava certa, no fundo. O que ela estava pedindo não era tanto assim. Eu também queria garantir que meu filho tivesse o melhor, mesmo que isso significasse abrir mão de uma parte de mim. Mas isso não significava que eu iria ceder facilmente.
— Está bem, Megan. — Falei, finalmente, com a voz mais baixa. — Eu vou aceitar suas condições, mas não pense que vou deixar você ter o controle total. Vamos fazer isso, mas com regras claras. Eu estou no controle.
Ela olhou para mim, com uma expressão que era uma mistura de satisfação e vitória. Ela sabia que, apesar de tudo, havia conseguido o que queria. Ela assinaria o contrato, e tudo seguiria em frente.
— Bom, então. — Ela pegou a caneta que estava sobre a mesa e, com uma calma que me irritou, assinou o contrato. — Agora, estamos de acordo.
Eu olhei para a assinatura dela, o nome dela no papel, e senti uma sensação estranha de que isso ainda era só o começo. Eu não sabia o que o futuro nos reservava, mas sabia que, de alguma forma, nossas vidas estavam irremediavelmente entrelaçadas. E por mais que eu tentasse me manter distante, algo me dizia que isso seria mais complicado do que eu jamais imaginei.
Megan Renault
Eu assinei o contrato, mas não estava aliviada. Algo em mim me dizia que isso ainda iria ser muito mais difícil do que qualquer coisa que eu já tenha vivido. Logan parecia calmo, mas eu sabia que ele estava se segurando. Ele não ia deixar isso fácil, e eu também não ia facilitar.
— Então, agora que fizemos isso... — Ele disse, se recostando na cadeira. — O que vamos fazer com esse contrato? Assinado, embaixo de tudo o que aconteceu. Não é só um papel, Megan. Agora estamos de fato ligados por isso.
Eu encarei ele, sentindo um nó na garganta, mas também uma sensação de que finalmente estava tomando o controle da minha vida.
— Agora, Logan, o mais importante é o futuro. O resto, a gente resolve depois. — Respondi, tentando ser mais firme do que me sentia.
Ele me olhou por um momento, sem dizer mais nada. Só com os olhos fixos em mim, talvez tentando decifrar se eu estava jogando ou se era realmente isso que eu queria. E, por um instante, nem eu mesma sabia mais.
...****************...
Logan Paulin
Duas semanas se passaram desde que a Megan foi inseminada, e até agora, nada. Nenhuma novidade. Não sei se fico aliviado ou mais ansioso. A cada dia, ela fica mais insuportável. Ignora todo mundo, me evita o tempo inteiro. E eu, que pensei que ia ser o mais difícil disso tudo, acabo ficando mais irritado do que eu esperava.
A coisa que mais me incomoda? O fato de ela achar que pode desaparecer do mundo quando bem entende, mas quando ela precisa de algo, ali está ela, bem na minha frente, com aquele sorriso forçado. Se eu não soubesse do que ela está passando com o pai, talvez eu não fosse tão compreensivo, mas...
Aos poucos, fui descobrindo o que ela realmente estava por trás de toda aquela confusão. O dinheiro, a necessidade, o pai dela... A história do câncer me pegou de surpresa, mas, sinceramente, foi a última coisa que me fez agir. O que me fez agir foi ver o homem que me viu crescer, o pai dela, enfrentando a batalha mais difícil da vida. Na hora, coloquei ele no melhor hospital da cidade, e, claro, não foi por ela. Foi porque eu sentia uma enorme gratidão por ele, uma coisa que ela, provavelmente, não entenderia.
Hoje, mais uma manhã começou, e, apesar de eu ter duas reuniões pela frente, a única coisa que estava me consumindo era saber onde diabos estava a Megan. Mais uma vez, fui descer as escadas para o trabalho e, claro, como sempre, Antonella e ela estavam na mesa de café, conversando em sussurros. Aquelas duas... nada que eu fizesse as faria se afastar. Respirei fundo e, tentando manter o controle, falei, jogando uma piada:
— Ah, quem é vivo sempre aparece. — Tomei meu lugar à mesa, me servindo do café. — Onde você estava ontem, Megan? Posso saber?
Antonella, sempre a defensora da amiga, logo se colocou na frente, como uma parede.
— Logan, agora não. — Ela disse com uma calma que mais me irritava ainda.
Eu já estava sem paciência, mas segurei o impulso de soltar um comentário ácido.
— Eu só queria saber onde estava a mulher que vai dar à luz ao meu filho, só isso. — Tentei manter a calma, mas o tom que saía da minha voz traía o que eu realmente estava sentindo. E a cara de "coitada" de Megan me dava nos nervos. Eu sabia que ela estava apenas se fazendo de vítima.
Ela suspirou e, como se tentasse se controlar para não gritar, respondeu:
— Se você não sabe, meu pai teve um surto ontem à tarde. Fiquei até madrugada com ele. Desculpa se eu não fico te esperando o tempo todo, Logan. Eu também tenho um pai internado. — Ela olhou para o prato, que sequer foi mexido, uma expressão de culpa visível na cara dela.
Eu sabia que estava errado, que ela tinha razão, mas a irritação se misturava com a preocupação. Passei dos limites, e uma parte de mim queria realmente corrigi-la, mas outra queria apenas desistir disso tudo.
— Desculpa. Você está certa. Vou falar com os médicos mais tarde sobre a situação dele. — Tentei me acalmar, mas podia sentir a satisfação dela por ter me colocado no lugar.
Passaram-se alguns minutos, e a Megan ainda não tocava no prato. O olhar dela fixo, mas vazio, me incomodava. Eu não sabia o que fazer.
— Megan, você tem que comer. Vai acabar passando mal, você sabe disso. — Falei, tentando não ser tão insistente, mas já estava começando a ficar frustrado.
— Não tô com fome. — Ela desviou o olhar, como se quisesse desaparecer ali mesmo.
Aquela cara de desprezo me deu nos nervos. Não consegui ficar calado, então peguei uma fatia de bolo e coloquei no prato dela. Enchi o copo dela com Nescau — que, por algum motivo, ela sempre amou.
— Coma, por favor. — Olhei para Antonella, que me observava com uma mistura de surpresa e preocupação.
Megan pegou o garfo, parecia que ia comer, mas de repente, parou. Levantou e saiu correndo para o banheiro. Antonella e eu nos olhamos, e sem perder tempo, fomos atrás dela. Quando chegamos no banheiro, encontramos Megan vomitando tudo, o que nem havia digerido ainda. Antonella foi a primeira a ir até ela, segurando o cabelo dela com cuidado.
Ela me olhou rapidamente, com um misto de preocupação e um certo brilho nos olhos, como se tivesse chegado a uma conclusão repentina.
— Isso só pode ser uma coisa... — Antonella disse, com um sorriso que tentava ser animado, mas havia preocupação na sua voz.
Eu congelei. Olhei para Megan, ainda de cabeça baixa, apoiada contra a pia. Tudo fazia sentido agora. A reação dela, o fato de não querer comer, o comportamento estranho... Eu já sabia a resposta, mas não queria acreditar.
— Megan... você está... — Falei, quase sem ar, o coração batendo forte no peito. — Você está grávida, não está?
Megan se virou devagar, ainda pálida, e olhou para Antonella e para mim. Sua expressão estava vazia, mas algo brilhava nos olhos dela. Ela não disse nada, apenas assentiu. O silêncio entre nós três parecia mais pesado do que qualquer palavra que ela pudesse dizer.
A tensão crescia, mas agora eu sabia que não tinha mais volta. Eu não fazia ideia do que fazer, mas sentia que minha vida estava prestes a virar de cabeça para baixo. Megan, por outro lado, parecia apenas se segurar, tentando entender o que fazer a seguir.
E eu... eu estava tentando entender como isso tudo iria mudar a minha vida.
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 101
Comments
Sandra Busnello
E lá vou eu ler toda saga da família Paulin novamente 👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼
2025-04-08
0
Fatima Gonçalves
ela está grávida
2024-05-31
2
Mary Lima
Estou ansiosa para ver este amor desabrochar
2024-05-16
2