Love Phantom

Love Phantom

Capítulo 1 — A salvo

Eu pensei que havia acabado, quando eles sumiram no palco, meu coração congelou por alguns segundos, mas senti alívio... Eles estavam bem, finalmente bem... Em partes, me doía muito saber que jamais veria eles de novo, jamais tocaria com eles de novo. Mas, eles haviam me deixado algo maravilhoso, haviam colocado a música de volta a minha vida. Eu não podia ser tão egoísta assim, então, ficaria feliz por eles.

Mas não aconteceu exatamente assim, ao abrir as portas do antigo estúdio da minha mãe, como uma última despedida, eu pude ouvir os gemidos de dor... Eram eles, ainda estavam ali. Ainda sofriam. Não pude conter as lágrimas, não pude conter a mistura de tristeza e felicidade... Felicidade por não terem ido embora, mas tristeza e angústia por vê-los sofrendo.

—  O que estão fazendo aqui? Não fizeram a passagem? Porque não fizeram a passagem? —  questionei de forma desesperada.

Sim, eles haviam salvado a minha vida, havia mudado tudo e todas as minhas certezas, mas nem mesmo isso eu conseguiria retribuir a eles?

—  Parece que tocar no Morpheus não era o nosso assunto pendente —  disse Alex com a voz embargada pela dor.

—  Ponto para o Call —  Diz Rick segurando-se na poltrona para se erguer aos poucos.

—  Queria que pensasse que nós fizemos a passagem... Por isso fingimos —  Luca completa com uma voz falha e uma expressão de agonia —  só que não tínhamos outro refúgio...

—  Achamos que ia direto pra cama —  Rick completa com um sorriso triste.

—  Eu sabia que ela viria aqui, mas ninguém me ouve —  diz Alex antes de todos os três gritarem de dor novamente.

—  Vocês tem que se salvar agora, vão para o clube do Call, vão, é melhor que não existir... Por favor, vão... Desapareçam... Façam alguma coisa... —  Digo em desespero —  Por favor, façam isso por mim... —  as lágrimas desciam por minhas bochechas.

—  Não vamos voltar para lá —  Rick diz negando com a cabeça.

—  Não vale a pena tocar se não for contigo, Jane —  Luca diz se aproximando de mim com uma expressão de dor em seu rosto. —  Não existe remorsos... —  As lágrimas desciam por suas bochechas e eu não pude evitar o impulso de me jogar em seus braços em um abraço apertado e para a minha surpresa... Eu realmente o abracei enquanto dizia.

—  Eu amo vocês... —  disse ainda nos braços de Luca e ao me dar conta de que o estava tocando, me afastei, vendo ele brilhar enquanto indagava —  como eu posso te tocar?

—  Eu não sei... Estou me sentindo mais forte... —  Ele responde me olhando com um sorriso.

—  Alex! Rick, Venham! —  Digo olhando para os dois, ainda ali atrás. Eles levantaram— se com dificuldade, mas logo estavam ao nosso lado, eu pude sentir o abraço deles e sorri, me sentindo feliz novamente, sentindo o ar voltar aos meus pulmões.

—  Eu já não me sinto tão fraco —  Rick diz me olhando enquanto brilhava, não tanto quanto Luca, mas ainda sim, parecendo mais vivo que minutos atrás. As lágrimas continuavam a descer pelas minhas bochechas.

—  Nem eu... —  Alex diz enquanto algo em seus pulsos brilham e eu pude ver o vislumbre de uma marca violeta saindo dos meninos e brilhando no ar.

—  O que isso quer dizer? —  questiono curiosa com a situação.

—  Que a banda está de volta —  Diz Luca me olhando com aquele sorriso de canto.

—  Acham que podemos experimentar o abraço mais uma vez? —  Alex perguntou com um sorriso sem jeito.

—  Claro que sim! —  Digo entusiasmada e nos abraçamos de novo.

—  Até que eu gosto disso

—  Tocamos no Orpheus! —  Digo sorrindo enquanto pulamos juntos.

Naquele simples momento, me senti completa. Ali, no estúdio da minha mãe... Abraçada com três fantasmas que haviam mudado a minha vida...

E agora? Bom, agora estou em minha cama, digitando o meu trabalho de química enquanto Luca e Alex mexem nas minhas coisas.

—  Luca, para de xeretar a minha caixinha de segredos! —  Digo fechando o notebook com certa veemência.

—  Mas, tem ótimas letras aqui! —  Ele diz com certa revolta —  E você me deixa curioso falando que não posso fazer algo...

—  Vai ter que continuar curioso e achei que tínhamos conversado sobre limites, não é? —  questiono com uma sobrancelha erguida.

—  Olha... Você deveria estar ensaiando agora —  ele diz se jogando na cama ao meu lado enquanto me olha com o rosto apoiado nas mãos.

—  Claro, mas lembre-se, se eu tirar notas baixas, adeus banda —  digo olhando para aquele rostinho levemente tentador que ele possuía.

—  Ta... Mas, você teoricamente não fez a parte mais importante? —  Ele continua me olhando com aquela carinha de cachorro sem dono que ele costumava fazer quando olhava para a geladeira.

—  A parte de por o meu nome? —  Questiono com uma sobrancelha erguida —  Alex, me ajuda...

—  Am? Ah! Então... A gente podia voltar lá pra baixo e continuar aquele último arranjo, enquanto a Jane encerra o trabalho de química —  ele diz tentando convencer o Luca, que faz bico enquanto se levanta da minha cama para acompanhar o Alex.

Sabe? Não posso reclamar, mesmo com os dramas do Luca, os choros do Rick e Alex e a emoção de ter que mentir para todos, dizendo que eles são apenas hologramas... Tirando essa parte, é maravilhoso ter eles ali e ainda mais, poder tocá- los... Essa parte em específico é complicada, eles precisam se concentrar para acontecer. Mas é sem dúvidas uma evolução.

Era essa a minha vida atual, eu estava distraída terminando de digitar a finalização do trabalho, que quase não notei a campainha. Desci correndo, esperando que fosse a Fann, com alguma nova maluquice e me deparo com o Gab... Ele tinha um buquê em mãos.

—  Ah! Oi Jane... Eu... Queria te dar parabéns por ontem. —  ele diz com um sorriso sem jeito.

—  Ah... Obrigada, Gab. —  digo de forma gentil.

—  Eu... Queria saber se você não aceitaria, sabe... Sair comigo essa semana. —  ele questiona com um pequeno sorriso de canto.

—  Então... É que, eu meio que estou ocupado com os ensaios e os trabalhos da escola, sabe? Mas... Eu agradeço o convite. —  digo um tanto quanto sem jeito e consigo ouvir uma leve risada ao fundo. Eu conhecia bem aquela risada...

—  Ah... Tudo bem... —  ele diz com o rosto meio corado enquanto se vira de costas para sair. Quando viro para olhar de onde vinha a risada, me deparo com os três, ali, na cozinha... Rick sentado na mesa, Alex jogado no sofá e Luca sentado na bancada, rindo.

—  O que foi tão engraçado? —  questiono.

—  O fora que você deu no Gab? —  Rick responde rindo.

—  Usar a gente de desculpa chega a ser cruel —  Alex pontua.

—  Nós não somos uma desculpa, somos inevitáveis —  Luca diz rindo e se aproximando de mim, sinto seu braço por meu ombro —  agora que você se livrou do loirinho sem sal, podemos conversar sobre novas composições e como seguir a nossa carreira! Eu consigo ver novos shows vindo aí! Agentes! Empresários famosos!

A empolgação do Luca era tamanha que nem pude ficar emburrada por ele estar tirando sarro do Gab... Ele era absurdamente fofo as vezes. Quase sempre na verdade... Eh... Talvez Fan tenha razão, eu talvez esteja apaixonada por ele. Oh Fuck.

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Comments

Michelecyllo

Michelecyllo

massa alguém que pensou no final de Julie and The Phantom

2022-09-03

1

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