A ordem de Arthur de sumir atingiu Elara como um choque. Ela cambaleou. Ela sentiu a vergonha sufocar, como um véu de sujeira. A dor da humilhação a deixou muda; o pânico era um gelo, um terror que a fez desejar que a mãe aparecesse.
Ela subiu as escadas em histeria silenciosa. No quarto, ela estava em pânico puro, a mente gritando em negação. Isso não aconteceu. Eu não sou aquela garota do vídeo. Ela pegou sua mala de viagem, tremendo. O cheiro dos lençóis do hotel parecia estar em sua pele. Ela não estava apenas arrumando as malas, estava tentando apagar as últimas horas. Jogou documentos e roupas, sem olhar, com mãos desesperadas. O colar Pássaro de Prata estava em seu pescoço.
Lá embaixo, Arthur estava no seu escritório, com o rosto pálido e rígido, consumido por uma dor amarga. A fúria tinha dado lugar à profunda decepção e angústia.
Viviana e Camille mal se continham, afastadas, celebrando. Elas eram a encarnação da maldade que Elara não sabia que existia.
— Viviana: O futuro é nosso — diz, com um sorriso malicioso.
— Camille: Eu vou direto para a Sterling & Warwick — responde. — Finn terá que casar comigo.
Elara desceu as escadas, arrastando a mala. Abriu a porta principal. Com os movimentos lentos e desorientados do choque, ela saiu e começou a andar pela rua. O ar fresco da manhã foi um alívio. Ela estava na rua, sozinha e sem rumo. Olhou para trás, para a mansão que a havia rejeitado, sentindo um desespero esmagador e a ruína de seu abandono. Sua alma estava em frangalhos, carregada apenas pela injustiça sofrida. Aquela porta nunca mais se abriria para ela.
Ela continuou andando sem rumo até avistar a praça central. Arrastou-se para um banco de pedra, exausta, sentindo que suas pernas não a sustentavam mais. Ela permaneceu ali por muito tempo, inerte, com os sentimentos à flor da pele, cada toque da brisa matinal parecendo uma faca em sua ferida aberta. O terror do futuro disputava espaço com o terror do passado. Ela abraçou a mala, a única coisa que lhe restava, e se permitiu desabar em um silêncio sufocante.
Ali, no banco da praça, ela apertou o colar Pássaro de Prata com força.
— Elara: Mãe! — sussurra, a voz se quebrando em um soluço mudo. — Me ajuda! O que eu faço? Para onde eu vou? Eu não consigo... por favor!
O pânico foi esmagado por um instinto de sobrevivência. Abriu a carteira: estava cheia de dinheiro vivo. A quantia trouxe um medo novo e adulto, o de estar por conta própria.
Seu olhar encontrou o colar, e a memória a atingiu: sua mãe sempre disse que Paris era o lugar para recomeçar, onde ela se sentia livre.
Naquele momento, nasceu a decisão forçada pela necessidade de distância e pela última lembrança de amor.
— Elara: Paris.
Longe de Oxford.
Ao mesmo tempo...
Finn Sterling acordou no hotel, sozinho e confuso, com a cabeça latejando. Ele se virou, mas o lado da cama estava vazio, com a mancha escura nos lençóis de seda ainda visível. A visão trouxe flashes imediatos: a urgência forçada, um cheiro de pêssego e a pele macia sob seus dedos. O pânico era puro. Ele cambaleou para fora da cama, vestindo-se apressadamente. Ele mal se importava com o nó na cabeça ou com a dor da ressaca; a única coisa que importava era a prova em seu lençol e a total falta de memória de quem havia estado ali.
Na recepção, ele parou no balcão. A recepcionista, uma mulher mais velha, manteve uma expressão profissional.
— Finn: Bom dia. Eu... eu quero o checkout do quarto 703, por favor.
— Recepcionista: Senhor, o pagamento foi processado no nome de Camille Farrow. Aqui está o seu comprovante. Tenha um bom dia.
Ela entregou a ele o comprovante de pagamento. Ele pegou as chaves do carro e saiu do hotel sem olhar para trás. Finn dirigiu de volta para seu apartamento em Oxford, onde de fato morava. A velocidade era a única coisa que conseguia silenciar o coro de culpa e terror em sua mente. Ele precisava de um banho, de um café e de rotina para tentar limpar a bagunça em sua cabeça e descobrir o que, exatamente, havia feito.
Ele mal parou em seu luxuoso apartamento. Bárbara, sua governanta, estava na cozinha, preparando o café matinal.
— Finn: Barbie, bom dia. O café já está pronto, certo?
— Bárbara: Oh, meu querido, bom dia! Está fresquinho, como você gosta. Eu não vi você, meu menino. Onde você dormiu essa noite?
Bárbara:
— Finn: Eu fiz uma coisa terrível, Barbie. E agora? Eu passei a noite no hotel onde aconteceu a festa, com a Camille. Eu bebi demais, Barbie, eu não me lembro bem do que fiz a noite. O problema é que ela... ela era virgem. E agora, se ela me procurar e quiser que eu assuma a responsabilidade casando...
— Bárbara: Meu Deus, Finn! Você conhece essa moça?
— Finn: Não, Barbie. Eu só lembro de ter conversado mais intimamente apenas com a enteada do Arthur Sinclair, mas a mulher no quarto parecia ser completamente diferente dela, mais baixa, além de ser loira. Mas o nome do quarto era o da Camille. Tem algo muito estranho nessa história! Preciso de um banho rápido e de ir para a editora.
Ele subiu e foi tomar um banho rápido. Ao descer, ele engoliu o café forte.
— Bárbara: Vá com Deus, meu menino. Mas depois volte, precisamos conversar sobre isso!
Ele seguiu diretamente para a Editora Sterling & Warwick.
O prédio da Sterling & Warwick era a personificação do luxo contemporâneo. Uma estrutura imponente de vidro e aço em estilo minimalista, que se elevava no centro de Oxford. Sua fachada refletia o céu em painéis polidos, transmitindo uma sensação de poder discreto.
Lá dentro, no lobby de mármore branco e iluminação clean, ele encontrou Camille, esperando por ele.
— Camille: Bom dia, Finn.
Finn, com uma expressão de irritação fria, não parou.
— Finn: Bom dia, Camille. O que você está fazendo aqui? Vamos subir para o meu escritório.
Eles subiram até o escritório. Camille não conseguiu esconder o sorriso de satisfação ao ser conduzida para o escritório de Finn. Ele fechou a porta com firmeza, a confusão e a fúria controlada evidentes em seu rosto.
Sua voz estava baixa e tensa:
— Finn: O que aconteceu ontem à noite?
Camille sorriu, um sorriso calculado.
— Camille: A noite passada foi inesquecível, e para evitar o escândalo que afundaria a Sterling & Warwick e mancharia o nome de Arthur Sinclair. Teremos que nos casar.
Finn recuou, o rosto rígido pela realização da armadilha. Ele olhou para Camille, absorvendo o golpe com frieza.
— Finn: Como você é engraçada, Camille! Eu não vou me casar com você. Mesmo eu estando bêbado, você transou comigo porque quis. Você não é uma adolescente menor de idade, então eu não tenho responsabilidade com você. Mesmo que você fosse virgem, você deveria escolher com quem vai para a cama. Ninguém sabe o que aconteceu entre a gente. Se você quiser tornar público, vá em frente. Você não vai passar de mais uma das mulheres que eu levei para a cama. A vergonha vai para a sua família. Agora, suma da minha frente. Ah, obrigado por pagar a conta do hotel. Tchauzinho.
Camille ficou pálida, a máscara de confiança rachada. O sorriso de vitória desmoronou em uma expressão de horror e humilhação.
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Atualizado até capítulo 23
Comments
Marilena Yuriko Nishiyama
toma sua cobrinha de jardim,pensou que levaria a melhor que o Finn iria prontamente se casar com vc.....Finn vc deveria investigar o que realmente aconteceu,pois vc foi drogado e acabou tirando a virgindade da Elara e não dessa falsiane,pois essa é mais rodada
2025-10-22
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Bianca🌹
O que elas fizeram com dois foi criminoso
2025-10-23
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Hope
Adorei.
2025-10-23
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