Capítulo 4

^^^❤️‍🔥 Gabriel ❤️‍🔥^^^

Estava terminando de abotoar minha camisa nova, já que a outra havia sido molhada. Para situações assim, tenho uma área adaptada dentro da minha própria sala, uma porta discreta que leva a um espaço onde mantenho roupas sobressalentes, sapatos alinhados e tudo o que preciso para não depender de ninguém. Organização é o que me define, e eu gosto de estar preparado para qualquer imprevisto.

Enquanto ajustava o colarinho, ouvi a porta da sala se abrir sem sequer bater. Só uma pessoa tinha essa liberdade: Omar.

Ele entrou como se fosse o dono do lugar, se jogando no sofá de couro com a naturalidade de quem cresceu comigo e sabia que eu tolerava suas intromissões.

— E então? — perguntou, cruzando as pernas e olhando para mim com um sorriso malicioso. — No meio dessas beldades encontrou alguma que fez seu tipo? Para aquele plano que te dei a ideia?

Soltei um suspiro e caminhei até minha mesa, apoiando as mãos sobre o tampo de madeira.

— Esse seu plano está me saindo caro, Omar. Muito caro.

Ele ergueu as sobrancelhas, interessado.

— O que houve? Isso significa que encontrou alguém. — O sorriso aumentou nos lábios dele, como se estivesse prestes a comemorar.

Revirei os olhos e me sentei na cadeira, puxando um copo de uísque da bandeja ao lado.

— Encontrei uma maluca desesperada por emprego. Mas ela não aceitou o que eu propus. Ou seja, você estava errado. Nem todas as desesperadas aceitam o que eu proponho.

Omar soltou uma gargalhada alta, inclinando o corpo para frente.

— Então ela disse não? Justo para você? — Ele balançou a cabeça, divertido. — Isso é inédito.

— Não é engraçado. — retruquei. — Eu coloquei diante dela o que qualquer outra teria aceitado de olhos fechados. Conforto, estabilidade, segurança. E o que ela fez? Rejeitou como se eu fosse um lunático. E ainda teve a audácia de jogar água no meu rosto enquanto me chamava de maluco.

Omar bateu a mão na perna, rindo ainda mais.

— Essa eu queria ter visto! Gabriel Mellius, o homem que manda em tudo e todos, levando um banho na cara de uma candidata. Amigo, essa mulher é ouro. — Omar gargalhou.

— Ouro? — revirei os olhos.

— Sim. — ele insistiu, divertido. — Porque você realmente parece um robô às vezes. Frio, calculista, cheio de regras. Essa garota só fez o que qualquer pessoa normal faria diante de uma proposta absurda. Não se curvou ao seu dinheiro. E, convenhamos, isso mexeu com você.

Olhei firme para ele.

— Não se trata de dinheiro, Omar. — corrigi. — É lógica. Eu ofereci um contrato claro, sem brechas. Ela teria tudo que precisa e, em troca, me daria apenas o que eu quero: um herdeiro e um pouco de paz diante da mídia. Será que sou tão feio assim? Qual mulher não se deitaria comigo? Qual rejeitaria levar meu filho na barriga?

Omar ergueu as mãos, como quem se rendia.

— Não é questão de feiura, Gabriel. Você sabe que tem mais mulheres atrás de você do que pode contar. Mas talvez ela não seja como as outras. Talvez justamente por isso tenha te intrigado.

Fiquei em silêncio por alguns segundos, girando o copo de uísque entre os dedos.

— Só isso, né? — Omar continuou, com ironia. — Só casar, engravidar e ser a boneca perfeita de fachada. Fácil demais.

Fechei os olhos por um instante, respirando fundo.

— Você acha que é fácil zombar, mas sabe que meu nome está sendo arrastado em especulações ridículas. A cada semana inventam algo novo sobre mim. E eu não vou permitir que isso afete a imagem da Mellius Enterprise.

— Eu sei. — Omar assentiu, mas sério agora. — Foi por isso que eu sugeri esse plano. Um herdeiro resolve tudo. Mostra que você é homem de família, cala a boca da imprensa, e ainda garante a continuidade do seu legado.

— O plano é bom. — admiti, encarando o copo em minha mão. — Mas a execução… essa é a parte complicada.

Omar me estudava em silêncio, como se tentasse adivinhar o que estava por trás da minha expressão. Ele sempre foi assim, decifrava minhas entrelinhas melhor do que qualquer outra pessoa.

— Você gostou dela, não é? — ele disse de repente, como quem solta uma bomba no meio da sala.

Meu corpo ficou rígido.

— Não seja idiota.

— Ah, Gabriel… — Omar se levantou do sofá e caminhou até a mesa, apoiando-se nela de frente para mim. — Você está irritado porque ela disse não. Se fosse qualquer outra candidata, você já teria esquecido. Mas não, você está remoendo. Isso significa que alguma coisa nela chamou sua atenção.

Passei a mão pelo rosto, exasperado.

— Não é isso. É que ela parecia perfeita para o contrato. Simples, sem ambição desmedida, desesperada por um emprego. Achei que teria encontrado a candidata ideal.

— E mesmo assim, ela disse não. — Omar completou, como se fosse um lembrete que me cutucava.

— Exato. — concordei. — Isso me mostra que ela tem algo diferente. Não é como as outras que estendem as mãos na primeira oportunidade. Ela me desafiou, Omar. E eu não gosto de ser desafiado.

Omar abriu um sorriso satisfeito.

— Então você vai insistir.

— Vou esperar. — corrigi, recostando-me na cadeira e cruzando os braços.

— Esperar?

— Sim. — continuei. — Ela pode ter dito não agora, mas vai pensar. Vai sair daqui, olhar para a vida que tem, para as contas atrasadas, para as portas fechadas. E quando perceber que minha proposta é a única saída… vai voltar. Eu tenho certeza que ela vai voltar. É isso que as pessoas desesperadas como ela, fazem.

— Esse é o Gabriel Mellius que eu conheço. — Omar bateu na mesa, rindo. — O homem que nunca perde. O homem que nunca corre atrás.

— Eu não perco, e nunca corro atrás — confirmei, frio. — Apenas adio a vitória quando necessário.

Ele riu baixo e voltou a se jogar no sofá, relaxado.

— E se ela continuar dizendo não? — ele provocou. — Vai atrás de outra?

— Não. — respondi de imediato. — É ela. Tem que ser ela. Vou fazer ela pagar pelo desaforo.

Omar arregalou os olhos, surpreso.

— Nossa, que honra para a moça. Gabriel Mellius, que não acredita em relacionamentos, decidiu que só uma serve.

— Não distorça. — falei firme. — Não é emoção. É estratégia. Ela se encaixa melhor no que eu preciso. Ela me deve um copo de água.

— Claro… — ele riu de canto, como se não acreditasse totalmente. — Estratégia.

Ficamos em silêncio por um momento. Mas dentro de mim, ainda havia um incômodo. Não era só a recusa dela. Era a lembrança da forma como ela me olhou. Não tinha medo, nem submissão. Havia uma indignação verdadeira. De fato, ela ficou irritada e ofendida pela proposta.

E isso me deixou curioso. Porque, pela primeira vez em muito tempo, encontrei alguém que não se curvou ao meu poder.

Talvez fosse isso que me prendia tanto a ela.

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Comments

j. alves

j. alves

admita q vc gostou dela 😏🤭🔥

2025-10-18

2

Vilma Teixeira Roquete

Vilma Teixeira Roquete

Mais que gostou, já está interessado nela.....🤭🤭🤭🤭🤭🤭.....💘💘💘💘💘💘💘

2025-10-19

1

Gih

Gih

essa foi boa 🤣 ela vai Jogar de novo água na tua cara 🤣🤣🤣

2025-10-20

0

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