^^^❤️🔥 Gabriel ❤️🔥^^^
Meu nome é Gabriel Mellius.
A maioria das pessoas já ouviu falar de mim, e não digo isso por arrogância. É um fato. Está nas capas de revistas de negócios, nos sites de finanças, nos programas de televisão. Alguns me chamam de gênio, outros de frio demais. Talvez estejam certos nos dois pontos.
Sempre fui calculista. Não tomo uma decisão sem pensar três vezes, sem analisar prós e contras, sem preparar uma saída de emergência caso tudo dê errado. Essa é a forma como aprendi a sobreviver, como aprendi a vencer. Organização e controle são o que me mantém no topo.
Minha vida é milimetricamente planejada. Desde o horário em que acordo, até os minutos que gasto em uma reunião. Não suporto atrasos, nem desculpas. O que eu construí não veio por sorte, foi suor, disciplina e a incapacidade de aceitar o fracasso.
Mas, ainda assim, nem tudo na minha vida seguiu meu controle.
Meu fracasso pessoal tem nome: um relacionamento.
Eu amei uma mulher uma vez. E quando digo amar, quero dizer que entreguei tudo: tempo, confiança, planos. Fiz até concessões que nunca pensei em fazer. No fim, fui traído. Ela escolheu outro homem, alguém com menos dinheiro, menos poder, mas que a iludia com promessas de amor eterno. Eu ofereci estabilidade, ela quis aventura.
A partir daí, minha visão sobre relacionamentos mudou. Não confio em mulheres. Para mim, sempre existe um interesse escondido, um motivo oculto. Nunca sei se olham para mim ou para minha conta bancária. Nunca sei se o sorriso é verdadeiro ou calculado. Então, escolhi não confiar mais.
Não me apaixono. Não me entrego.
No máximo, passo noites com alguém, sem vínculo, sem expectativas. E, pela manhã, cada um segue seu caminho. É mais seguro assim.
Por muito tempo, esse estilo de vida me serviu. Mas ultimamente, não.
A mídia encontrou um novo alvo: eu.
Parece que viver sem escândalos amorosos, sem mulheres penduradas no meu braço em festas, sem exposições públicas de “namoros” fabricados, despertou uma curiosidade cruel. Começaram as especulações.
“Gabriel Mellius não aparece com nenhuma mulher há mais de dois anos.”
“Seria o poderoso CEO um homem reservado… ou homossexual enrustido?”
“Fontes próximas afirmam que Mellius vive uma vida dupla.”
Matérias, comentários, insinuações. Até em reuniões de negócios, já percebi olhares diferentes, como se todos estivessem me analisando, esperando por uma confirmação.
No começo, ignorei. Mas a insistência da mídia tem um peso. Afeta a imagem da empresa, afeta parcerias, afeta investimentos. Eu não ligo para o que pensam de mim como homem, mas ligo para o que pensam da Mellius Enterprise.
Meu braço direito, Omar, percebeu isso antes mesmo de eu admitir.
Ele é mais que um funcionário, é meu amigo de longa data. Diferente de mim, é espontâneo, fala demais, às vezes parece até inconsequente. Mas conhece o mercado, entende de gente, e sabe que certas coisas precisam ser feitas para manter a engrenagem girando.
Foi ele quem trouxe a ideia.
— Escuta, Gabriel. Você precisa de uma noiva. — Ele falou isso como se fosse a coisa mais natural do mundo. — Uma esposa de fachada, entende? Casamento de contrato. A mídia para de especular, você mostra estabilidade, e de quebra…
Ele fez uma pausa proposital, como sempre faz quando quer me provocar.
— … você pode ter um filho herdeiro.
Revirei os olhos na hora.
— Você está delirando.
— Estou sendo lógico. — Ele retrucou. — Pense: você casa com alguém, gera um herdeiro, mostra que tem uma vida pessoal organizada, e depois… pronto. Ela pode seguir a vida dela, e você a sua. Afinal, contrato é contrato, você paga bem. É só encontrar uma desesperada.
Omar dizia aquilo como se fosse um simples negócio. E de certa forma, era.
Eu pensei muito. A princípio, rejeitei a ideia. Me parecia absurdo escolher uma mulher apenas para calar a mídia. Mas quanto mais os dias passavam, mais eu percebia que o plano fazia sentido. Um casamento falso me daria anos de tranquilidade, blindaria minha imagem e, ao mesmo tempo, garantiria a continuidade do meu legado.
Um filho. Um herdeiro. Alguém que carregasse o sobrenome Mellius.
O contrato seria claro: ela teria conforto, estabilidade, o filho teria tudo, e eu teria minha liberdade preservada. Entre nós, apenas amizade e respeito. Nada de amor, nada de ilusões. Veria meu filho nos dias estipulados, pagaria a pensão para os dois e ponto final, todos estariamos felizes.
Eu nunca havia considerado seriamente isso. Nunca… até ontem.
Quando a secretária trouxe os currículos das candidatas à vaga que abrimos.
Olhei todos. As mulheres eram praticamente iguais em um detalhe: todas tentavam impressionar. Currículos cheios de elogios a si mesmas, de experiências em excesso, de palavras ensaiadas. Pareciam mais interessadas em um palco do que em um emprego.
Mas aí veio o dela.
Maylla Sullivan.
O currículo era quase vazio. Nenhuma experiência relevante. Uma folha fria, sem esforço para parecer brilhante. Normalmente eu descartaria sem pensar duas vezes. Mas algo naquele papel me prendeu.
Talvez tenha sido a simplicidade.
Ou talvez o desespero implícito nas poucas linhas.
Eu conheço esse olhar. Pessoas desesperadas dão tudo o que têm, porque não têm nada a perder. E isso, paradoxalmente, pode ser uma grande vantagem.
No meio de tantas candidatas preparadas demais, Maylla me chamou atenção justamente por não estar preparada. Ela parecia sincera. Não tentou me enganar, não tentou ser o que não era.
E, por incrível que pareça, isso me interessou.
Eu ainda não sei se ela serve para o emprego que abriu a entrevista. Mas já sei que ela pode servir para algo maior.
Ela será perfeita para o que eu quero.
Uma noiva de contrato.
Uma mãe para meu herdeiro.
E, acima de tudo, alguém que entrará na minha vida apenas para cumprir um papel. Depois, estará livre. É isso que preciso. É isso que quero.
E, quando olho para Maylla, vejo exatamente quem pode me dar isso sem me pedir nada além em troca.
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Atualizado até capítulo 60
Comments
Sandra Regina Castro
bora lá!!! 19.10.25...começou interessante!!!
2025-10-19
2
Fátima Elizabeth
Tenho certeza que ela vai se dar muito bem nesse contrato ❤️
2025-10-18
0
Gih
misericórdia q povo da língua grande 🤣
2025-10-20
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