Um cliente sombrio

O sino da Valthor’s Vintage tilintou quando a porta se abriu, mas o ar que entrou não tinha o cheiro habitual de livros antigos ou madeira polida. Um jovem alto, cabelos escuros impecáveis e sorriso confiante entrou na loja. Havia algo no ar, um magnetismo perigoso que fez Agatha erguer os olhos imediatamente.

— Boa tarde — disse ele, com voz calma e controlada, mas carregada de arrogância. — Estou procurando um livro chamado Nefari.

Agatha franziu a testa. Nefari? Nunca tinha ouvido falar.

— Não conheço esse título. Respondeu, mantendo a calma.

O jovem arqueou as sobrancelhas, sorriso carregado de charme e autoconfiança.

— Ah, claro, você não conhece. Que pena.

O ar da loja ficou tenso. Agatha sentiu sua telepatia captar fragmentos de pensamentos de Orion: confiança extrema, intenção de manipular e obter vantagem. Mas ela sabia que o livro estava realmente lá, escondido no sótão, fora de alcance, mesmo que não soubesse o verdadeiro valor do livro, ele sentia que devia protegê-lo.

Valentim entrou nesse momento, atravessando a loja com o habitual sorriso confiante. O garoto negro de dois metros de altura colocou-se discretamente perto de Agatha.

Pequenos reflexos de fogo dançaram nas pontas de seus dedos, protegendo sutilmente a área ao redor da loja.

— Parece que temos um visitante interessante. Disse Valentim, mantendo o tom leve, mas pronto para intervir.

Orion notou a presença de Valentim, mas não se intimidou. Sua habilidade com metais era evidente: uma pequena caixa de cobre na prateleira tremeu levemente, como se obedecesse a um comando invisível. Agatha respondeu rapidamente com telecinese, estabilizando os objetos sem que ele percebesse.

— Vocês Elemantors sempre têm algo escondido, não é? — disse Orion, com um sorriso predatório. — Sempre há algo que querem manter para si.

Nesse instante, Alex entrou na loja. Irmão de Louise, Elemantor com a habilidade de manipular memórias alheias, aproximou-se com calma, observando Orion de cima a baixo como se mandasse um recado.

Orion sorriu, indiferente à advertência no olhar de Alex, e começou a circular pela loja, avaliando cada objeto e tocando levemente algumas peças metálicas. Agatha sentiu a tensão subir: precognição avisava que Orion poderia causar problemas se algo saísse do controle. Ela usou telecinese para ajustar discretamente prateleiras e objetos de metal próximos de Orion, mantendo-os firmes.

O resto da visita transcorreu sem incidentes diretos. Orion perguntou por outros livros antigos e artefatos raros, tentando sondar Agatha e os outros, mas nunca soube que Nefari estava no sótão, completamente escondido de todos. Depois de alguns minutos, provavelmente frustrado por não encontrar o que procurava, ele sorriu novamente, deixando um rastro de arrogância antes de sair da loja:

— Eu voltarei. Disse em tom de promessa.

Quando a porta se fechou, o silêncio voltou à Valthor’s Vintage. Agatha apoiou-se no balcão, sentindo o peso da tensão. Valentim soltou um pequeno suspiro, apagando com um gesto minúsculo as chamas das velas que tinham dançado com sua energia. Alex permaneceu alerta, observando cada canto da loja, pronto para qualquer movimento.

— Ele não sabe — murmurou Agatha, baixinho para si mesma. — Ele não faz ideia de que o livro está aqui.

Ela ainda não sabia, mas a verdade aguardava no sótão. Ao final do expediente, com a loja finalmente vazia, Agatha, Valentim e Alex subiriam para investigar a antiga área de armazenamento. E lá, escondido entre caixas e volumes esquecidos, Nefari aguardava para revelar a história completa das entidades, um segredo que mudaria tudo.

O encontro com Orion tinha terminado, mas a sensação de alerta permaneceu: ele voltaria, e a busca pelo livro acabaria por colocar todos em uma rota de colisão que ninguém poderia prever.

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