Eu olho para o fogo na lareira queimando, enquanto as chamas dançam e crepitam na cabana aconchegante em meio à floresta de Juneau, no Alasca. A madeira range suavemente sob o calor, e o aroma de pinheiro e fumaça preenche o ar. Fora, a neve cai silenciosamente, cobrindo as árvores e criando um manto branco sobre a paisagem. Eu me sinto isolado do mundo, mas em paz, enquanto observo as chamas dançar e sinto o calor da lareira me envolver.
Ao meu lado, meu companheiro fiel, Buddy, um cachorro grande preto, está deitado no tapete, seu olhar fixo em mim com olhos castanhos e leais. Ele suspira suavemente e apoia a cabeça nas patas, fechando os olhos enquanto o fogo crepita e estala. Eu estendo a mão e acaricio seu pelo macio, sentindo um senso de conforto. A cabana é simples, mas é meu refúgio, meu santuário. Aqui, posso escapar das pressões do mundo e simplesmente ser.
A solidão não me incomoda. Pelo contrário, ela me traz paz. E Buddy parece sentir o mesmo, pois está sempre ao meu lado, observando-me com seus olhos castanhos e leais. A única ligação com o mundo exterior é o rádio, que eu ligo ocasionalmente, esperando ouvir alguma voz familiar ou notícia do mundo exterior. Mas a maior parte do tempo, o silêncio é total. E é assim que eu gosto.
Eu me sinto grato por este momento de paz, com o fogo crepitando e Buddy ao meu lado. A cabana é lar, e com ele aqui, eu sinto que posso enfrentar qualquer coisa. O rádio pode estar silencioso, mas nós dois sabemos que estamos vivos. E isso é tudo o que importa.
Eu me levanto e vou até a janela, olhando para fora para a neve que continua a cair suavemente. A paisagem é serena e pacífica, e eu sinto uma sensação de calma que não encontro em muitos outros lugares. A cabana é um refúgio, não apenas do mundo exterior, mas também das minhas próprias preocupações e medos.
Eu volto para a lareira e me sento novamente ao lado de Buddy. Ele está cochilando, e eu decido fazer o mesmo, mas antes, eu pego um livro da estante e começo a ler. A luz do fogo ilumina as páginas, e eu me perco na história. O som das páginas virando e o crepitar do fogo são os únicos sons que quebram o silêncio.
Depois de algum tempo, eu fecho o livro e pego um charuto da caixa que está na mesa ao lado. Eu o acendo, sentindo o sabor do tabaco e o aroma que se espalha pelo ambiente. Buddy abre os olhos e me olha, mas logo volta a dormir. Eu sorrio, sabendo que ele está acostumado com meus hábitos.
A noite avança, e eu me perco nos meus pensamentos, observando as chamas dançar e crepitar. O charuto se apaga lentamente, e eu o deixo morrer na cinzeiro. A cabana está em silêncio, exceto pelo som do vento lá fora e o crepitar do fogo. É um momento de paz, um momento de reflexão. E eu sinto que estou exatamente onde devo estar.
Ao amanhecer, eu ligo o rádio e entro em contato com Jack, meu amigo e mentor. "Bom dia", eu digo, quando ele atende o chamado.
"Bom dia", ele responde, com a voz meio triste. "Como você está, Mark?"
Eu faço uma pausa, pensando em como responder. "Estou bem, Jack. A neve está caindo suavemente aqui. E você, como está?"
Há uma pausa do outro lado da linha. "Estou... lidando com as coisas, Mark. A situação está difícil por aqui."
Eu sinto uma pontada de preocupação. Jack não é do tipo que reclama ou se queixa, então eu sei que algo está errado. "O que está acontecendo?" eu pergunto, tentando manter a voz neutra.
"É complicado", ele responde. "Desculpa, Mark, não sou bom com palavras... Uma moça me ligou ontem à noite e me disse que seu irmão faleceu."
Sinto como se tivesse sido atingido por um soco no estômago. Meu irmão? Falecido? Não pode ser. Eu não acredito. "O que... o que aconteceu?" eu consigo perguntar, tentando manter a voz firme.
"Não sei muitos detalhes, Mark. A moça não quis entrar em detalhes pelo rádio. Ela apenas disse que você precisava saber e que entraria em contato com você em breve."
Eu fico em silêncio, tentando processar a notícia. Meu irmão, meu irmão mais velho, meu parceiro de infância... Como isso pôde acontecer? Eu sinto uma dor profunda no peito e uma sensação de perda que eu não consigo explicar. Buddy, sentindo minha dor, se aproxima e põe a cabeça no meu colo, olhando-me com olhos preocupados. Eu acaricio sua cabeça, tentando encontrar algum conforto.
"Será que você não ouviu errado, Jack?" eu pergunto, incrédulo. "Meu irmão? Falecido? Não pode ser." Eu sinto como se estivesse em um sonho, como se tudo isso fosse algum tipo de piada cruel. Meu irmão e eu não éramos próximos, não tínhamos contato há mais de dez anos, mas ainda assim, a notícia me atinge com força.
Eu fico em silêncio por um momento, tentando processar a notícia. Eu não sei o que sinto, é uma mistura de choque, tristeza e culpa por não ter mantido contato com ele. "Eu entendo que isso seja difícil de aceitar, Mark", Jack responde, com uma voz suave. "Mas a moça que me ligou parecia muito séria. Ela disse que entraria em contato com você em breve com mais detalhes."
Eu preciso saber mais. "Ela disse como ele... como ele morreu?" eu pergunto, tentando manter a voz firme.
"Não, Mark. Ela não disse. Desculpe."
Eu assinto, mesmo sabendo que Jack não pode me ver. Eu preciso saber mais. Eu preciso descobrir o que aconteceu com meu irmão. E eu vou fazer tudo o que for necessário para descobrir a verdade.
"Mark, eu posso dar uma ideia", Jack diz. "Eu posso ligar para a moça e colocar o telefone ao lado do rádio, para que vocês possam conversar diretamente."
Eu hesito por um momento, pensando se é uma boa ideia. Mas eu preciso saber mais. "Sim, por favor", eu digo.
Jack concorda e liga para a moça. Depois de alguns minutos, ele volta à linha. "Mark, eu estou colocando o telefone ao lado do rádio. Você pode conversar com ela agora."
Eu respiro fundo e me preparo para falar com a moça. "Obrigado, Jack", eu digo.
A moça atende ao primeiro toque, e eu começo a falar com ela, esperando ansiosamente por respostas sobre o destino do meu irmão.
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Atualizado até capítulo 28
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