Capítulo 14 - A história de um guerreiro desertor.

Depois de várias horas deitada nos braços de Dom, Jenni não queria mais assistir, queria saber do homem deitado ao seu lado, ele ainda era um total mistério para ela, não sabia nem seu nome de verdade. Então levantou o queixo e apoiou no peito de Dom.

Ficou olhando para seu rosto, estudando cada pequena parte.

- O que foi? Está entediada? Não quer mais assistir?

- Não quero mais.

- E o que você quer fazer?

A pergunta a pegou desprevenida, ela pensou em várias coisas obscenas em relação a ele e isso a deixou vermelha.

- Por que está vermelha?

- Não e nada não.

- Me fale.

Resolveu mudar de assunto, não estava pronta para dividir seus pensamentos libidinosos com ele, ainda mais que ele era o alvo de tais pensamentos.

- Que tal a gente jogar um jogo de perguntas.

- Me explique melhor.

Dom se interessou pelo jogo, afinal se fosse do jeito que ele estava pensando poderia descobrir muitas coisas sobre ela.

- Eu faço uma pergunta e você responde, aí é a sua vez. Mas tem que responder somente a verdade e não pode pular a pergunta.

- Ok. Pode começar.

- Tudo bem. Então... Hummm. Qual seu nome verdadeiro?

- Dominic Solomon, somos da Romênia.

- Uau e a quanto tempo estão aqui no Brasil?

- Epa epa, agora é minha vez.

- Oh desculpe hahaha pode perguntar.

- Você já teve algum namorado?

- Essa é fácil, não nunca namorei, na verdade nunca nem tinha beijado.

- Agora minha vez, a quanto tempo estão aqui no Brasil?

- Ha 300 anos.

- Aquele foi seu primeiro beijo?

- Sim. Você tem família?

- Sim, tenho mãe, irmão, irmã e um pai.

- Quais os nomes deles? A tá, desculpe.

- Você gostou?

- Do que?

- AFF, do seu primeiro beijo?

- Simmm, mas não tive muito material para estudo hahah

- Quais os nomes deles?

- Minha mãe se chama Mihaela, meu pai Velkan, minha irmã mais nova Dayana e meu irmão mais novo Demian. Sou o filho mais velho, e antecipando sua próxima pergunta, 450 anos.

- Uau...

- Agora é minha vez de perguntar, qual o nome da sua mãe?

- Clair

- Porque você não mora com eles?

- Porque eu fugi.

- Você não tem mais nenhum familiar?

- Não.

- E porque você fugiu?

- Porque fui contra as ordens de meu pai, ele é o alfa, ninguém pode desobedecer.

- Quando eu troquei suas roupas, reparei em suas cicatrizes, todas elas foi seu padrasto que fez?

- Não, tem uma que corta minhas costas que não foi ele.

- Cansei desse jogo, eu quero saber a história por trás dessa sua cicatriz.

- E eu quero saber o que aconteceu para você fugir, da última vez fui eu que contei a história triste, agora é você.

- Tá, ok, vou contar mas depois quero saber tudo.

- Tudo bem.

- tá bom, lá vamos nós " minha família é de uma linhagem muito antiga da Romênia, somos uma família da aristocracia romena, todos os machos são alfas. Meu pai é o atual alfa e grande líder no comando, eu era general do grande exercito do nosso clã. Acontece que os lycans estão em guerra com os vampiros a muitos séculos, mas nem nós nem eles sabem ao certo o porque que essa rivalidade começou, eu já tinha demonstrado minha insatisfação quanto a isso, mas meu pai sempre achou que deveríamos aniquilar todos eles, sendo culpados ou não. Eu já tinha travado mais batalhas pelo meu pai do que conseguia contar, mas isso por si só não era suficiente, quando nos mudamos para cá, ele ficou sabendo que havia uma cidade com um clã de vampiros próxima a esse floresta, então ele me mandou investigar, eu fui, e o que eu vi foi uma cidade comum, assim como a nossa todos vivendo tranquilamente, não tinha animosidade lá, e então eu voltei e relatei exatamente isso a ele, mas ele não acreditou, disse que eu era um fraco. Mandou uns capangas dele capturar alguns moradores desse cidade, eles foram e trouxeram uma família, de pai mãe e filho. Meu pai me fez observar enquanto seus capangas os torturavam, e quando não descobriram nada, porque não havia nada a se descobrir, ele mandou mata-los. e foi aí que eu me mandei, não posso participar disso, ele quer genocídio, e quer que eu faça parte disso, mas eu não posso, então sai procurando um lugar seguro e longe dele. No começo ele mandou seus homens atrás de mim, mas como eu sou o primogênito de um alfa, minha força é quase comparada a dele, ninguém foi capas de me levar embora, quando ele percebeu que força bruta não seria suficiente, ele mandou minha mãe, mas ela estava do meu lado, aí encontrei esse lugar, pedi a um oráculo para proteger minha localização, e desde então estou aqui. Isso já faz 5 anos, não quero vê-lo novamente, meu irmão é a favor do meu pai, só tenho contato com a minha irmã e minha mãe. E é isso, eu nem sei o porquê ele quer acabar com uma espécie inteira sem motivo, eu sei que temos uma rixa milenar mas isso é coisa do passado, eu não fiz nada para esses vampiros e nem eles a mim, não tenho motivo para caca-los..."

- Eu sou um desertor. Um covarde que não quer enfrentar o próprio pai.

- Dom, você pode ser tudo menos covarde, você fez o certo, não conseguiu ver a brutalidade de seu pai e ficar observando, e sozinho não tinha mesmo como você fazer alguma coisa. Estou orgulhosa da sua atitude, você tem um coração bom. E se algum dia eu ver seu pai, promete que falarei tudo isso pra ele.

- Ele é um alfa poderoso e respeitado.

- Tudo bem, mas isso não quer dizer que ele está certo ou que ele é invencível.

- Você tem razão. Obrigado.

Jenni teve um pensamento, os dois eram fugitivos de seus pais, ou padrasto, e acabaram se encontrando, se aquilo não era o destino lhes dizendo que ambos não estavam sozinhos, ela não sabia o que era. Só sabia que os dois estavam destinados a travar uma batalha perigosa, mas que podiam fazer isso juntos, e ela não sairia do lado do seu grande lobo amado e protetor.

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