Alex Borisov
Sai da casa de Francesco, furioso. Eu tinha vindo da Rússia, apenas para conversar com ele. Minha intenção era convencê-lo a levar a filha dele comigo. Eu precisava de uma esposa, uma mulher, para assumir o papel de mãe da minha filha.
Cheguei ao hotel escoltado por meus homens de confiança. Quando entrei no quarto, tirei a gravata e o terno, e abri alguns botões da camisa. Me servi de um pouco de uísque e me sentei numa poltrona.
Eu tinha aprendido a amar a minha filha, mesmo ela sendo gerada em circunstâncias que eu não queria, mas eu nunca amei a mãe dela, muito menos quis aquele casamento. Afinal, desde os meus dezoito anos, eu sabia com quem deveria me casar e esperei pacientemente, até tudo dar errado.
Talvez por esse motivo, eu ainda esteja insistindo nesse acordo, que foi selado entre o pai dela e o meu. São negócios. Eu nunca gosto de perder e sou insistente.
Ainda há muitas coisas para resolver e descobrir. Principalmente sobre a morte misteriosa da mãe da minha filha, isso tudo tem me deixado ainda mais estressado.
Suspiro, e tomo mais um gole da bebida, fecho os olhos e saboreio o líquido enquanto me questiono, porque sai do meu país, para vim atrás de alguém que não me pertence mais? Na verdade, ela nunca pertenceu.
Eu poderia escolher qualquer filha de mafioso Russo solteira e fechar um acordo, para me casar novamente, porque é fato que eu não posso ficar sem uma esposa, agora que comando uma máfia e sou o Don, e também quero uma presença feminina e materna para a minha filha.
Mas, porque eu só pensei nela para me casar novamente, depois de ter ficado viúvo?
Quando o pai dela fechou o acordo de casamento com o meu pai, eu tinha dezoito, quase dezenove e ela tinha apenas doze anos. Imaginei encontrar uma menina infantil, mas me surpreendi com sua postura. Ela tinha um jeito determinado de agir, sem hesitação, mas também tinha uma doçura e delicadeza para falar com as pessoas. Aquilo me deixou intrigado e...interessado, não posso negar. E por um momento, fiquei empolgado com a ideia de que ela se tornaria minha esposa um dia, eu só precisava esperar ela completar dezoito anos.
Aquele dia eu a observei de longe, no entanto, ela só percebeu a minha presença, quando eu a livrei de um Pitbull e até levei uma mordida, a qual eu carrego a cicatriz até hoje. O olhar que ela me lançou naquele dia, eu nunca consegui esquecer. Me senti estranho...
E quer saber...eu acho essa merda uma baboseira. Eu tinha apenas dezoito anos, não sou mais aquele garoto de antes, só nos vimos uma única vez, por que eu vim pra cá insistir nesse car4lho? Quando eu posso escolher qualquer mulher para ser minha esposa? Muitas filhas de mafiosos aliados, se sentiriam sortudas em se tornar minha mulher.
Me levanto determinado da poltrona, pegando o telefone pronto para ligar e pedir para preparar o jatinho para eu voltar para meu país. Antes que eu disque o número, o nome de Francesco acende na tela em uma ligação.
Fico sem entender, há menos de uma hora atrás, ele insistiu dizendo que não aceitaria voltar com o acordo. O que ele quer agora?
A curiosidade fala mais alto e eu atendo.
— Borisov...podemos conversar um minuto? — a voz dele soa tranquila do outro lado.
— Não entendo o que quer comigo, agora. Se não formos falar de negócios, não tenho nada para conversar.
— Bom...eu sei que foi ideia sua colocar no nosso contrato que sua identidade só fosse revelada quando minha filha fizesse dezoito e fosse acontecer o casamento. — respiro fundo, sentido a irritação crescer.
— Onde quer chegar? Não tenho tempo para enrolação.
— Eu cumpri o acordo, minha filha nunca soube do contrato e muito menos quem é você. Mas, ela acabou escutando parte de nossa conversa hoje e veio me questionar e eu contei a ela...
— E deixa eu adivinhar? Ela também não aceitou, por eu ter uma filha. Não precisa me ligar para reforçar que esse acordo não existe mais, eu já aceitei e hoje...
— Espere... Ela me propôs conhecer você e sua filha e assim irá aceitar o casamento.
Prendi a respiração, meu coração quase parou. Merda!
— Ela mesmo quis isso? — fiquei em dúvida.
— Minha filha sabe a importância de uma aliança para a nossa família. Não posso negar que um acordo com a máfia Borisov é muito vantajoso, são negócios e ela sabe disso.
Claro! São negócios. Isso causou algo estranho dentro de mim. Talvez uma parte minha, ainda quisesse saber se ela sentiu o mesmo que eu quando nossos olhos se encontraram pela primeira vez naquele dia. Mas, essa merda de romantismo e amor não existe. Se de fato nos casarmos, será apenas negócios, um acordo, nada mais.
— Minha filha nunca viajou, iria demorar demais para organizar tudo e trazer ela aqui, eu preciso me casar essa semana ainda. Estou voltando para a sua casa e iremos conversar novamente, agora com a sua filha junto. Posso oferecer apenas uma foto da criança, já que ela quer conhecer a menina.
— Eu já te disse algumas vezes, que Caterina tem um gênio forte e um temperamento difícil...
— Não me importa.... — o interrompi. — Esses são meus termos, ela que aceite ou não. Não tenho mais tempo para perder.
Desliguei, embora algo dentro de mim se animou com a ideia de ela aceitar. Não entendo o que está acontecendo comigo.
Vesti novamente meu terno e minha gravata, me olhei no espelho para verificar se eu continuava apresentável.
Era fim de tarde, estava quase anoitecendo. Entrei no carro e dirigi até a casa de Francesco novamente, escoltado por meus homens. Eu iria resolver isso ainda hoje.
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Atualizado até capítulo 35
Comments
Deusa Alves Alves
mas a caterina só viu ele de costas,mas acho que ela só vai lembrar dele quando ver ele sem camisa,ou seja na noite de núpcias
2025-09-11
4
Deise
Eu até pensei em te avisar mas vou deixar tu descobrires lá mais para frente
2025-09-11
1
Claudia
Será que Caterina vai se lembrar?
Agora se ela vê a cicatriz 🤭🤭🧿♾
2025-09-10
1