Capítulo 4: A sinceridade é o melhor caminho...

Izabella...

Quando a Senhora nos mandou entrar, sentou-se no sofá e perguntou se havíamos comido algo, e eu disse que não, e era verdade ainda não comemos... Deu dinheiro a uma das moças para ir comprar sandes e sumo para nós ali perto. E indicou-nos para sentar no mesmo sofá que ela. Ela não parecia ter nojo, nós estávamos sujos, há dias que não tomávamos banho, por isso fiquei exitante, mas ela insistiu. Então nos sentamos.

Senhora (Carlota Rivera): Então meninos! O que fazem aqui sozinhos, onde estão os vossos pais, fugiram de casa?

Izabella: "Aquela pergunta me deixou sem opção, não sabia se mentia ou falava a verdade, mas todos nos olhavam esperando respostas eu tinha que dizer algo, então abaixei o olhar e caiu lágrimas de desespero, se ela nos mandasse de volta para nossos pais nossa vida ia acabar, mas eu precisava ser verdadeira para ela confiar em mim, julgo que, ela entendeu que precisávamos de privacidade então disse vamos para o carro, não chores eu quero te ouvir, ela era muito atenciosa, apesar de ser linda elegante…

E fomos para o carro dela, abriu a porta para nós, eu fiquei no banco da frente e o Sebastián atrás, e ela disse, conta-me o que aconteceu? Acalmei-me e disse meu nome e anos e também do Sebastián, e contei a nossa história, e tudo o que os meus pais faziam conosco e o que pretendiam fazer, por isso que decidimos fugir. A senhora ficou mudando de cor e as expressões confusas dela e de raiva... Quando terminei de contar ela perguntou se eu fui na polícia? Eu disse que não, porque alguns polícias frequentavam a nossa casa por isso não ia dar em nada.

Então ela perguntou, o que pretendiamos fazer agora? E ela disse que não podia nos levar a casa dela por enquanto.

Eu disse que apesar de ser menor de idade eu podia trabalhar, nas coisas simples do salão como varrer e limpar o chão e assim aproveito para aprender o resto das coisas em troca só queria que nos deixasse dormir ali. Era um salão de cabeleireiro grande e tinha a área de depilação e massagem, uns quartos ao fundo poderia dormir lá. Ela olhou-nos e caiu-lhe lágrimas e disse, baixinho, como uns seres humanos se tornam pais para fazerem isso com os filhos?

E respondeu-nos a seguir assim: Vamos fazer o seguinte, vocês fazem isso que disse, e a comida diária é por minha conta, 3 refeições por dia, aquela pastelaria ao lado trará comida para vocês. E sim podem dormir no quarto dos fundos, trarei lençóis mais tarde para não passarem frio de noite, mas sem bagunça, sejam organizados, e quando as meninas chegarem o salão tem que estar limpo entendido? Pago-vos 500 pesos por mês assim podem economizar para o futuro, e vou trazer algumas roupas dos meus filhos que ainda estão em boas condições, agora vão tomar um banho w comam as sandes que a Rosália ( a menina que foi comprar) trouxe, que eu volto daqui a umas 3 h, o trabalho começa amanhã, e não contem a ninguém o que me contaram, nem todas as pessoas são boas, para confiar. Vão lá sejam sempre gentis assim com esse coração e sempre sinceros, mas não confiem em ninguém…

Entramos, e as meninas olhavam-nos, e eu disse, a tia disse que podíamos tomar banho, poderia me mostrar onde fica o banheiro por favor? Uma delas disse é por ali, e vosso almoço está aqui quando acabarem, e eu agradeci e fomos tomar banho junto... E vestimos as roupas limpas e gastas,que estavam nas nossas mochilas. Mas aliviados por ter um lugar para ficar, comida e trabalho. Eu sei que nada é de graça por isso que me ofereci para trabalhar, nem que fosse para ter onde dormir, somos crianças e na rua estamos sujeitos a todo tipo de perigo, e eu tenho que proteger o meu bem mais precioso que é o meu irmão, não me perdoaria se algo acontecesse com ele.

Senhora Carlota...

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