CAPÍTULO 4

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Capítulo 4 — Helena

Quando atravessei o corredor em direção ao setor de Recursos Humanos da empresa senti que todos os olhares me acompanhavam. Talvez porque a notícia do divórcio já tivesse se espalhado talvez porque minha nomeação como vice presidente tivesse causado burburinho ou talvez porque todos esperassem me ver fragilizada. Mas eu caminhava de cabeça erguida como quem sabe exatamente o que vai dizer.

A porta do RH estava aberta e a gerente levantou o rosto assim que me viu. Ela pareceu surpresa mas logo escondeu atrás de um sorriso profissional.

— Senhora Helena não esperava a sua visita hoje.

Sentei me diante dela calmamente. — Estou aqui para formalizar algo simples. Tenho duas férias vencidas dois períodos completos. Quero registrar oficialmente que tirarei trinta dias a partir da próxima semana. O outro período avaliarei quando será mais conveniente.

Ela piscou os olhos surpresa mas assentiu rapidamente. — É claro senhora. Vou providenciar toda a documentação e ajustes.

— Preciso que esteja registrado de forma clara — acrescentei — não é um pedido é um direito. Estive anos sem usufruir por escolhas da própria diretoria e não aceitarei que seja colocado como ausência indevida.

A mulher assentiu de novo mais séria. — Fique tranquila será feito conforme a lei e seus direitos.

Assinei os formulários sem pressa e quando devolvi a caneta senti um peso sair dos meus ombros. Eu não estava apenas marcando férias. Eu estava assinando o início da minha liberdade.

 

Na semana seguinte parti para o spa. O lugar ficava afastado da cidade em meio a montanhas cercadas de árvores altas e jardins bem cuidados. Assim que cheguei fui recebida com uma toalha quente perfumada e um chá de ervas. O cheiro de lavanda dominava o ambiente e a calma parecia tocar minha pele antes mesmo de qualquer tratamento começar.

No primeiro dia passei por uma avaliação completa. Uma nutricionista ouviu minha história, analisou exames, perguntou sobre meus hábitos. Eu quase ri ao responder porque percebi que não tinha hábitos meus apenas horários adaptados à rotina de Eduardo. Pela primeira vez alguém me olhava não como extensão de outro mas como indivíduo.

— Aqui você vai aprender a se alimentar por você mesma — disse a nutricionista com um sorriso firme. — Nada de restrições absurdas apenas equilíbrio.

E assim começou meu programa. Café da manhã com frutas coloridas iogurte natural granola mel. Almoço com legumes frescos carnes leves temperos suaves. Nada de pratos pesados à noite apenas sopas quentes saladas bem preparadas. No início estranhei sentia falta do café amargo que me sustentava em dias intermináveis de relatórios e da taça de vinho que me anestesiava em noites solitárias. Mas meu corpo começou a responder. A pele ganhou viço os olhos clarearam e até meu humor pareceu despertar.

As manhãs eram dedicadas à academia. Eu nunca fui fã de exercícios mas o personal do spa sabia como conduzir. Esteira leve no início depois bicicleta, pilates alongamentos. O suor escorria pelo meu corpo e cada gota parecia levar embora uma lembrança dolorida. Às vezes fechei os olhos e pensei em desistir mas lembrava do que Maísa me disse. Eu precisava fazer isso por mim. Então continuei.

À tarde vinham os tratamentos estéticos. Banhos de argila envolviam minha pele em frescor renovador. Massagens longas dissolviam a tensão acumulada nos músculos. Máscaras faciais devolviam a luminosidade que eu acreditava perdida. A cada sessão me olhava no espelho e via traços meus ressurgindo. Não a mulher fria que Eduardo moldou mas a mulher que eu sempre escondi.

Os cabelos também ganharam atenção. Óleos essenciais hidratações cortes sutis que deixaram meus fios leves. Eu passava a mão e sentia como se cada fio tivesse se libertado de um peso invisível.

No terceiro dia participei de uma sessão de meditação. Sentei em silêncio respirei fundo e pela primeira vez em anos ouvi o som do meu próprio coração sem a interferência de pensamentos sobre alguém mais. Era estranho dolorido mas também libertador. Descobrir que dentro de mim ainda havia vida.

Com o tempo comecei a sorrir mais. Conversava com outras mulheres que estavam ali por razões diferentes mas que no fundo buscavam o mesmo que eu reencontro consigo mesmas. Cada história me lembrava que não era a única que havia desistido de si por alguém. Cada riso compartilhado me curava um pouco mais.

Na segunda semana percebi que meu corpo estava mais forte. Conseguia correr sem perder o fôlego levantar pesos que antes pareciam impossíveis. Minha pele estava clara minhas olheiras desaparecendo lentamente. Eu não me via como uma mulher tentando provar algo para um ex marido ou para rivais. Eu me via como alguém finalmente cuidando da própria essência.

As noites eram reservadas a terapias emocionais. Um psicólogo me guiava por perguntas difíceis. Por que aceitei tanto tempo de silêncio e frieza? Por que deixei que meu amor próprio fosse apagado? Por que precisei chegar ao fundo para decidir voltar à tona? As respostas doíam mas cada lágrima que derramei era diferente daquelas que chorei no passado. Não eram lágrimas de impotência eram lágrimas de libertação.

Ao final da terceira semana minha postura havia mudado. Eu me olhava no espelho e via uma mulher ereta segura com olhos que não baixavam diante de ninguém. Eu havia aprendido a cuidar do corpo mas principalmente havia lembrado como cuidar da alma.

Na quarta semana senti que a transformação estava completa. Não porque me tornei alguém perfeita mas porque me tornei alguém inteira. Helena havia voltado. Não a esposa submissa não a sombra de Eduardo. Apenas eu.

No último dia do spa caminhei pelo jardim sozinha. As flores estavam em plena cor o sol aquecia levemente minha pele. Respirei fundo e fechei os olhos. Por muito tempo pensei que precisava ser vista reconhecida validada por alguém mais. Agora eu sabia que bastava eu me enxergar.

Quando parti do spa sabia que a vida não seria fácil que Eduardo ainda estaria lá que os olhares da sociedade ainda me cobrariam respostas. Mas havia uma diferença essencial. Eu não me importava mais. Eu não precisava provar nada a ninguém. Eu precisava apenas provar a mim mesma que estava viva e havia conseguido.

E consegui.

HELENA CASTELLAN 28 ANOS.

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Comments

lua 🌙

lua 🌙

achei os dois personagens lindos

2025-09-05

1

Dulce Gama

Dulce Gama

Helena e bonita tem que se valorizar e não ligar pro Eduardo ele vai levar um baita de um chifre aí ele vai enchergar a mulher que perdeu 👍👍👍👍👍🌹🌹🌹🌹🌹🎁🎁🎁🎁🎁❤️❤️❤️❤️❤️🌟🌟🌟🌟🌟

2025-09-01

0

Maria Luísa de Almeida franca Almeida franca

Maria Luísa de Almeida franca Almeida franca

autora querida vc está de parabéns pela história maravilhosa não vai deixar de atualizar os capítulos

2025-08-30

1

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