A Empregada do Bilionário

A Empregada do Bilionário

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...*Luna Carvalho (24 anos)...

Aparência: Cabelos castanhos longos e ondulados, olhos escuros e expressivos, pele levemente bronzeada. Traços delicados, mas com força no olhar.

Personalidade: Determinada, corajosa, resiliente e sonhadora. Apesar das dificuldades, mantém empatia e carinho pelo irmão Miguel. É leal e honesta, mas também desconfiada diante de pessoas ricas e arrogantes.

História: Cresceu em uma família humilde, perdeu a mãe e cuida do pai alcoólatra e do irmãozinho. Trabalhou em empregos temporários até conseguir a vaga de faxineira residente na mansão de Henrique. Seu passado é marcado por dificuldades, mas também por força e superação.

...*Henrique Azevedo (35 anos)...

Aparência: Alto, corpo atlético, cabelo castanho escuro, olhos azuis penetrantes. Elegante e imponente, sempre com roupas de grife.

Personalidade: Frio, autoritário e perfeccionista. CEO de uma grande empresa familiar, carrega a pressão do legado da família. Apesar de reservado, é intenso e apaixonado, e com Luna vai mostrar um lado mais humano e vulnerável.

História: Herdou a empresa da família e mora sozinho em sua mansão. Cresceu sob os rigores da mãe Helena e do legado de poder da família. Inicialmente distante, se vê atraído por Luna e envolvido em conflitos familiares e segredos do passado.

...*Miguel Carvalho (13 anos)...

Aparência: Cabelos castanhos claros, olhos grandes e atentos, corpo franzino.

Personalidade: Inteligente, sensível e estudioso. Apesar da pouca idade, demonstra maturidade e preocupação com a mãe e o pai.

História: Irmão mais novo de Luna, depende completamente dela. É seu apoio emocional e motivação para lutar por uma vida melhor.

...*Amaro Carvalho (Pai de Luna)...

Aparência: Homem de meia-idade, rosto marcado pelo álcool e pelo cansaço da vida.

Personalidade: Alcoólatra, amargurado e instável, mas ainda guarda sentimentos pelo bem-estar da filha e do filho.

História: Antigo dono de uma pequena empresa que foi destruída pelo avô de Henrique. Vive na miséria e sofre com culpa e frustração.

...*Helena Azevedo (Mãe de Henrique)...

Aparência: Mulher elegante, de postura impecável, cabelos loiros longos e olhos frios.

Personalidade: Soberba, controladora e arrogante. Defende a família acima de tudo, não tolera desobediência nem pessoas “inferiores”.

História: Matriarca da família Azevedo. É quem mais vai humilhar Luna e reforçar a diferença social, usando o segredo da empresa para ameaçar e controlar a situação.

...*Augusto Azevedo (Avô de Henrique)...

Aparência: Homem idoso, de postura rígida, rosto austero e expressões sérias.

Personalidade: Autoritário, calculista e ambicioso.

História: Patriarca que destruiu a empresa do pai de Luna, iniciando o conflito entre as famílias.

Capítulo 1 — As Contas na Mesa

O relógio velho da cozinha marcava quase meia-noite quando Luna apagou o último bico de vela. A luz havia sido cortada pela segunda vez naquele mês. O vento frio de Gaziantep, cidade antiga e barulhenta, entrava pelas frestas da janela mal vedada. Na mesa de madeira gasta, estavam espalhadas as contas atrasadas — papéis amarelados que pesavam mais do que pedras no peito dela.

Ela suspirou fundo, segurando o cabelo castanho preso de qualquer jeito, e olhou para o irmão, que ainda rabiscava algo no caderno.

— Miguel, já é tarde... — disse ela, tentando ser firme, mas a voz saiu mais suave do que queria.

O garoto levantou os olhos grandes e escuros, carregados de uma inocência que o mundo ainda não havia arrancado.

— É só mais uma página, mana... O professor disse que eu preciso treinar redação. Eu não quero tirar nota baixa.

Luna sorriu de leve, mas o coração apertou. Miguel tinha apenas 13 anos, mas já carregava preocupações que não pertenciam a uma criança.

Do outro lado da casa, ouviram-se passos arrastados e o barulho de uma garrafa caindo no chão. O cheiro forte de álcool encheu o ar antes mesmo que a porta se abrisse.

— Vocês ainda acordados? — a voz rouca de Amaro, o pai deles, ecoou no silêncio. Ele encostou no batente da porta, o olhar perdido, os ombros caídos.

— Pai, o senhor deveria descansar... — Luna respondeu baixinho, já prevendo a discussão.

— Descansar... — ele riu sem humor. — Descansar do quê? Da vida que não deu em nada?

Luna fechou os olhos por um instante. Essa era a mesma frase que ele repetia quase todas as noites, junto com a bebida barata que comprava na mercearia do bairro.

Miguel abaixou a cabeça, fingindo se concentrar no caderno, mas ela viu a mãozinha dele tremer.

— Já chega por hoje, Miguel. Vai deitar. — ordenou, colocando a mão no ombro do irmão.

Ele a olhou com relutância, como se tivesse medo de deixá-la sozinha com o pai, mas obedeceu e seguiu para o quarto pequeno.

Quando ficaram a sós, Amaro se aproximou da mesa, pegou uma das contas e a amassou.

— Eu já fui dono de uma empresa, Luna. Você sabia disso? Eu tinha homens que trabalhavam para mim, eu tinha respeito! — sua voz aumentou, misturada com o bafo de álcool. — E agora olha pra mim... um miserável!

Ela respirou fundo, tentando controlar as próprias lágrimas.

— Pai, eu sei da sua dor... mas eu não posso mais ver o senhor se destruindo. O senhor tem o Miguel, tem a mim... nós precisamos do senhor sóbrio.

Ele riu, um riso amargo.

— Vocês não entendem. Aquele maldito... aquele maldito Azevedo roubou tudo de mim!

O nome ecoou no peito dela como um soco. Ela ouvira isso desde criança: Azevedo, o sobrenome dos homens que o pai culpava por terem arruinado a vida deles.

Amaro largou a conta amassada e cambaleou de volta para o quarto. A porta bateu com força.

Sozinha, Luna sentou-se à mesa, apoiou a testa nos papéis e deixou as lágrimas escorrerem.

— Eu não vou deixar isso ser o fim da nossa história... Eu prometo, mãe. — sussurrou para si mesma, lembrando da mãe falecida, da única que acreditava que ela podia ser mais do que as circunstâncias diziam.

O silêncio foi interrompido pelo celular simples que vibrou em cima da mesa. A tela iluminou a escuridão e mostrou uma mensagem de Tainá, sua única amiga próxima:

"Luna, achei um anúncio pra você. Trabalho fixo, salário bom, moradia incluída. É de faxineira, mas parece coisa grande. Quer que eu te mande?"

O coração de Luna bateu forte. Trabalho fixo. Moradia incluída. Era como uma luz no meio daquela noite interminável.

Com dedos trêmulos, ela respondeu:

"Manda sim, por favor."

Segundos depois, um link apareceu. A descrição era simples:

“Procura-se funcionária para serviços domésticos. Discrição e dedicação são exigidas. Moradia e alimentação incluídas. Mansão localizada em bairro nobre de Gaziantep. Entrevistas presenciais amanhã.”

Luna leu e releu as palavras, o coração disparado. Uma mansão. Bairro nobre. Aquilo parecia um outro mundo, um mundo ao qual ela jamais pertencera. Mas precisava tentar. Por Miguel. Por ela mesma.

Levantou-se, foi até o quarto do irmão e o encontrou deitado, mas ainda acordado, encarando o teto.

— Miguel... — ela chamou suavemente.

— O que foi, mana? — ele se virou, preocupado.

— Eu acho que amanhã... nossa vida pode começar a mudar.

O garoto arregalou os olhos, esperançoso.

— Você arrumou um emprego?

— Ainda não... mas eu vou tentar. E vou conseguir.

Ela deitou ao lado dele, abraçando-o com força. Miguel encostou o rosto no ombro dela.

— Promete que não vai me deixar, Luna?

O coração dela se quebrou um pouco mais.

— Nunca, Miguel. Nunca.

Naquela noite, enquanto o vento frio soprava do lado de fora e o som distante das ruas de Gaziantep lembrava que a cidade nunca dormia, Luna fechou os olhos com uma única certeza: no dia seguinte, daria o primeiro passo rumo a um mundo que ela ainda não conhecia.

Um mundo de luxo, vidro e mármore.

Um mundo com o sobrenome Azevedo.

E nada seria fácil dali em diante.

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Maria Alves

Maria Alves

Começando a ler hoje,27/08

2025-08-28

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