Será que eu fiz besteira?

No dia seguinte, acordo, me levanto e faço minha higiene. Assim que desço para fazer o café da manhã, vejo Asten sentado no sofá da minha sala. Sério que eu concordei com isso? Eu realmente estou sem acreditar.

Ouvindo os meus passos, ele se vira e me olha, abrindo um sorriso reluzente. Ele levanta do sofá e vem até mim.

Asten: Bom dia, Nathi. Dormiu bem? Pronta para mais um dia?

Eu bufo e reviro os olhos. Ele ri.

Eu: O que pretende fazer? Como vai fazer com que eu passe a amar alguém?

Ele sorri e faz sinal de segredo.

Asten: Os meus métodos nunca falharam. Em breve você estará livre dessa maldição.

Eu: Não sei se é maldição, mas tudo bem.

me dirijo à cozinha, e ele vem atrás de mim. É mesmo! Ele come normalmente? Tipo, ele é um anjo. Anjos dormem? Comem? Eles sentem o mesmo que os humanos sentem?

Com a dúvida na cabeça, preparo ovos mexidos e bacon. Asten faz um pouco de chá e se senta numa cadeira, pronto para beber o chá. Então ele se alimenta normalmente, hein?

Coloco o meu café da manhã num prato e pouso o prato sobre à mesa. Me sento e começo a comer. Um silêncio estranho cai sobre nós dois. Não me sinto tão desconfortável em sua presença, afinal, ele não é 100% homem. Isso é o que me deixa mais aliviada. Mas será que ele tem desejos? Será que ele sente o mesmo que os homens sentem, ao se aproximarem de uma mulher?

Ele me chama algumas vezes, mas não ouço. Minha mente está com inúmeras dúvidas. Sinto ele tocar o meu braço, e eu dou um pulo e pisco com surpresa.

Asten: Tudo bem? Te chamei várias vezes e você não ouviu.

Eu: Ah?! Mil desculpas. Não é nada.

Eu volto a tomar o meu café da manhã e ele me observa com um pouco de preocupação e curiosidade. Claro que não vou comentar o que estava pensando...

Após tomar café da manhã, ele começa com as "aulas" dele. Ele me mostra uma rosa vermelha.

Asten: Se você receber isso de alguém, o que você faz?

Eu olho entre ele e a rosa e suspiro.

Eu: Onde você quer chegar, hein?

Asten: Se algum homem te oferece uma rosa, você recebe ou aceita?

Eu: Não pergunte o óbvio.

Ele ri e guarda a rosa.

Asten: Nathi, você é como essa rosa.

Eu franzo o cenho de leve.

Asten: Uma bela rosa com espinhos à sua volta, na qual os beija-flores querem pousar, mas acabam se machucando com os espinhos.

Eu engulo seco.

Asten: Mas essa rosa também está machucada. As suas pétalas estão machucadas pelas queimaduras causadas pelo sol.

Ele me olha com um olhar de pena. O que é isso?

Asten: Tudo por conta de um passado doloroso...

Eu fecho os meus olhos, tentando me manter firme. Ele estica a mão e toca a minha.

Asten: Não tem que ser assim com você. Olha, lá fora está cheio de gente interessante que você ainda não viu. Estão esperando por você.

Eu olho para ele com surpresa. Ele tem um sorriso leve no rosto.

Eu: Como sabe disso?

Asten: Eu sei tanto sobre você, Nathi. Mas agora, chegou o meu momento de ajudá-la. Você me permite?

Ele olha para mim, esperando a minha resposta. Não que eu precise de uma companhia masculina para ser feliz. Mas eu entendo que preciso mudar a minha opinião e que nem todos eles são iguais.

Eu suspiro e aceno. Ele sorri e aperta a minha mão.

Não sei porque, mas sinto que encontrei um amigo em quem posso confiar.

Eu: Pode me ajudar com isso. Eu não preciso sair com homens, mas preciso ao menos mudar a minha opinião sobre eles.

Ele sorri e acena com a cabeça.

Asten: Isso. Ao menos isso.

É o de menos, né?

Ele vira o corpo na minha direção e me olha um pouco sério. O que é agora?

Asten: Só tem um porém.

Eu: Um? Você já disse tantos...

Ele estende a mão, como se fôssemos dar um aperto.

Asten: Tem que prometer que não vai se apaixonar por mim. Promete.

Eu pisco várias vezes tentando entender e dou risadas. Ele se mantém sério. É sério isso? Como se eu fosse gostar dele!