A Herdeira Mancini (A Chefe)

Recomeço

Central Park... um dos meus lugares favoritos desta cidade, aqui é silencioso e tranquilo, diferente do resto da cidade que é barulhenta, com buzinas e agitação das pessoas apressadas com trabalho.

Falando em trabalho, eu trabalho... quero dizer trabalhava nas empresas CNC, mas fui demitida nessa manhã, o motivo... bem, não teve motivo, eles simplesmente me mandaram embora e disseram que a empresa estava fazendo corte de custos, e eu fui selecionada.

Vocês podem dizer que é azar, mas eu digo que é destino.

Eu odiava trabalhar nas empresas CNC, era muita pressão sobre mim e as pessoas desta empresa são todas amarguradas.

Ser demitida foi a melhor coisa que me aconteceu, agora não tenho nada que me prende a essa cidade, posso muito bem recomeçar em outro lugar.

Eu perdi meu pai faz cinco anos, eu nunca tive uma mãe, então morava somente meu pai e eu no México, éramos felizes juntos, mas um dia de repente ele foi assassinado por dois homens.

Memórias...

Meu pai e eu estamos fazendo o jantar juntos, estamos conversando e rindo muito, até que ouvimos um barulho estranho vindo da porta dos fundos, imediatamente ficamos quietos.

Malcom_ vai para seu quarto e se esconda.

Laura_ eu não vou te deixar sozinho.

Malcom_ me obedeça agora.

Eu faço o que ele disse, antes de fechar a porta vejo meu pai pegando uma arma, meu sangue gela na hora, é óbvio que tem alguém invadindo a casa, não posso deixar meu pai fazer isso sozinho, mas se eu for até lá, posso acabar atrapalhando meu pai em vez de ajudar.

Tranco a porta do quarto e entro no armário, logo em seguida ouso tiros vindo da sala. Inconscientemente pego minha pistola, que meu pai me deu quando eu era ainda criança, e vou correndo para a sala. A cena que vejo em frente aos meus olhos me faz perder o ar, mas para sobreviver esqueço por um tempo meu pai e me concentro nos homens diante de mim, eu atiro nos dois e eles caiem sem vida no chão. Ainda em choque vou me aproximando lentamente do cadáver de meu pai, ele levou dois tiros um na testa e outro no peito, esses homens eram profissionais, alguém mandou eles para nos matar.

fim das memórias...

Depois da morte de meu pai saí do México e vim para Nova Iorque, não era mais seguro viver lá. Desde então nunca mais saí daqui, fiz faculdade de design e marketing, entrei nas empresas CNC e aluguei um apartamento, foi isso que aconteceu nos meus últimos cinco anos, nada mais do que isso.

E agora como se fosse destino, não tenho mais um trabalho, posso ir para qualquer lugar e eu já sei para onde. Sempre foi meu sonho visitar a Itália, não sei exatamente o porquê mas aquele país me encanta, então porque não morar lá.

Esses cinco anos em Nova Iorque não foram tão ruins, mas a ideia de ir morar na Itália me deixa em euforia. A única coisa que vai me deixar saudades é esse parque lindo que está diante de mim.

Vinha todas as manhãs no Central Park, para correr e relaxar um pouco antes de ir para o trabalho, sempre gostei da natureza e do ar livre, o que é estranho para alguém que mora em Nova Iorque.

O bom é que não tenho ninguém com quem me importo, então está sendo fácil sair dessa cidade, diferente de quando eu tive que sair do México. Quando eu parti para vir para essa cidade, não deixei apenas minha casa, mas também meus amigos de escola e o homem que eu amava.

No meu coração só existe dois homens com quem me importo e gosto, um ocupa todo o meu tempo livre e o outro todos os meus pensamentos...

O primeiro é carinhoso tanto quanto é babão e peludo, o que ele mais gosta de fazer é mastigar bolinhas de borracha ou outros objetos para depois me devolver eles bem babados e nojentos.

Esse é o Beyle, depois da morte do meu pai fiquei muito sozinha, então decidi adotar um cão.

Beyle estava na rua abandonado quando o encontrei, ele era apenas um filhote que estava assustado e sozinho, assim como eu quando cheguei em Nova Iorque. Eu o levei para casa e desde então não ficamos mais sozinhos, temos um ao outro.

Beyle me olha com esperança pela milésima vez.

Laura_ Não, seu bobo, eu não vou tomar banho com você nessa água suja.

Beyle está brincando na margem do lago, mas logo ele para e vem até mim, eu jogo a bolinha de borracha para ele ir buscar. Ele se joga para buscar sem saber para onde foi, caio na risada toda vez que ele faz isso.

Fico sentada com os braços no encosto do banco observando Beyle brinca. De repente, do nada, como sempre, meus pensamentos são tomados por lembranças. Você sabe... o segundo homem, o que ocupa todos os meus pensamentos.

Ele se chama Lucca, éramos namorados e melhores amigos quando eu morava no México. Por eu estar sendo perseguida, não consegui nem me despedir dele naquela época.