Capítulo 5

A manhã chegou fresca e luminosa quando dona Maria e Victoria se prepararam para ir ao dispensário do outro bairro. Victoria, no entanto, sentia um turbilhão de nervos em seu estômago. À medida que se aproximavam do lugar, sua mente fervilhava de perguntas e temores sobre o que ia acontecer.

O dispensário era um edifício modesto, com uma fachada pintada de branco que havia se desgastado com o tempo. Uma placa de madeira pendia sobre a porta, anunciando o nome do lugar em letras azuis. Ao entrar, o cheiro de desinfetante e medicamentos a envolveu. A sala de espera estava cheia de pacientes, alguns com crianças pequenas, outros com expressões de preocupação. As cadeiras eram de metal, frias e um tanto incômodas, mas ao menos ofereciam um lugar onde se sentar.

—Lembre-se, Victoria, tudo ficará bem —disse dona Maria, notando a inquietude em seu rosto—. É só um check-up. A doutora vai te ajudar.

Victoria assentiu, mas suas mãos tremiam levemente. Aproximaram-se da recepção, onde uma recepcionista de cabelo cacheado e óculos sorriu amavelmente.

—Bom dia, em que posso ajudar? —perguntou a recepcionista.

—Olá, viemos nos registrar. Minha neta precisa de atenção —respondeu dona Maria, usando a palavra "neta" com firmeza, como se isso desse mais peso à situação.

—Claro, qual é o nome da paciente? —perguntou a recepcionista, digitando em seu computador.

—Victoria Torres —respondeu Victoria, sentindo um pequeno alívio ao dizer seu nome.

Uma vez registradas, sentaram-se nas cadeiras de espera, rodeadas de murmúrios e o som de crianças brincando. Embora sua mente estivesse cheia de ansiedade, a presença de dona Maria lhe trazia consolo.

—Tente respirar fundo, querida. Não há razão para ficar nervosa. A doutora é muito amável —disse dona Maria, dando-lhe uma leve palmadinha na mão.

Depois de uns quinze minutos que pareceram eternos, seu nome foi chamado.

—Victoria Torres, por favor —anunciou a recepcionista, e ambas se levantaram.

Entraram no pequeno consultório, onde uma doutora de uns trinta e poucos anos as recebeu com um sorriso caloroso.

—Olá! Sou a doutora Beatriz Fernández. É um prazer conhecê-las —disse, estendendo a mão em um cumprimento.

—Olá, doutora. Sou Victoria, e esta é minha avó, Maria —apresentou-se Victoria, sentindo que seu nervosismo começava a desaparecer um pouco.

—Olá, Maria! —saudou a doutora, antes de voltar sua atenção para Victoria—. Sentem-se, por favor. Qual é o motivo da sua consulta?

Victoria tomou um momento para reunir coragem antes de responder.

—Estou grávida e quero saber como vai minha gravidez —disse, mordendo o lábio.

A doutora mostrou um pouco de surpresa em seu rosto por quão jovem Victoria parecia, mas não demonstrou nenhum tipo de julgamento.

—É muito importante que se sinta à vontade aqui. Vamos fazer algumas perguntas —disse, pegando seu lápis e um caderno—. Quando foi a última vez que você menstruou?

Victoria lhe deu a data, e a doutora começou a fazer cálculos em sua mente.

—Parece que você está entre sete e oito semanas de gravidez. É um momento lindo, embora possa ser assustador. Tem algum sintoma que te preocupe?

Victoria negou com a cabeça.

—Só um pouco de náuseas, mas minha avó Maria tem me ajudado com isso —respondeu, olhando para dona Maria com muita gratidão.

—Isso é normal. A doutora fez mais perguntas de rotina enquanto anotava tudo. Agora, aqui estão algumas indicações. Você vai precisar fazer alguns exames e uma ultrassonografia para nos assegurarmos de que tudo esteja bem e saber o tempo exato de gestação —disse a doutora, enquanto anotava em uma folha—. Vou te dar uma ordem para o hospital, e também alguns conselhos sobre alimentação e cuidados durante a gravidez.

—Obrigada, doutora —disse Victoria, sentindo-se aliviada ao ouvir que a doutora não a julgava por sua idade e estava disposta a ajudá-la.

Uma vez terminada a consulta, Victoria e dona Maria saíram do dispensário, sentindo um peso a menos em seus corações.

—Agora vamos ao mercado comprar algumas coisinhas para a cozinha —disse dona Maria, animada.

Enquanto caminhavam, Victoria viu uma barraca que vendia espigas de milho assadas, e de repente lhe deu vontade de uma com muita manteiga.

—Podemos comprar uma espiga? —perguntou com um sorriso.

—Claro, filha. Um capricho não fará mal a ninguém —respondeu dona Maria, rindo.

Victoria se dirigiu à barraca e pediu uma espiga para ela e uma para dona Maria. Desfrutaram de suas espigas enquanto passeavam pelo mercado, e Victoria sentiu que o calor da comida e o amor daquele anjo a enchiam de felicidade.

Ao retornar à pensão, o dia avançou em um ambiente de tranquilidade e proximidade. Prepararam o jantar juntas e compartilharam momentos de riso, o que fortaleceu ainda mais o vínculo entre elas.

Antes de dormir, Victoria se sentiu pronta para enfrentar o dia seguinte, quando realizaria os exames e a ultrassonografia que lhe permitiriam ver e saber sobre seu bebê. Com um coração cheio de esperança, se acomodou em sua cama, sorrindo ao pensar no novo capítulo que estava por começar. Essa noite também não chorou, embora ainda sentisse um vazio em seu peito, pediu a Deus por sua mãe e também por seu bebê, agradeceu por Azucena e Maria, desejando muitas bênçãos para elas por tê-la ajudado.

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