Casamento

Pov's Laura.

Escuto eles discutirem na sala, mesmo do quartinho dos fundos, as vozes que ecoam do cômodo são tão alteradas.

— Aquela mulher tem idade para ser a sua filha, tio!— aos gritos, a sobrinha do meu patrão fala.— Por acaso, enlouqueceu do juízo? Tá na cara que ela é uma golpista, que só quer casar contigo por conta do dinheiro.

Tampo os meus ouvidos, sendo tomada por um sentimento horrível.  É muito difícil, ser acusada por uma coisa eu não sou.

— Não te dou o direito, para falar assim de alguém que você não conhece!— o tom duro do mais velho a repreende.— Respeite as pessoas, Scarllet. 

— A titia sentiria vergonha, tio — a voz feminina despeja aquilo.— Está se comportando de uma maneira tão absurda.... Eu não estou te reconhecendo.

— Você não precisa compreender, apenas aceitar a minha decisão.  Fui claro?— sinto um frio na espinha. — Irei me casar com Laura, e ponto final.

– E sua herança, vai entregar de bandeja nas mãos de uma desconhecida?— a mulher rebate indignada.

— E o que importa a minha herança? Faço o que quiser com o meu patrimônio, isso não cabe ninguém intervir.

— O senhor realmente está mudado, tio. Até ontem não aceitava visitas na sua casa, e hoje já colocou outra lugar para substituir a titia.

— Ninguém nunca vai substituir Candice.— grita bem alto.

– Nao é o que parece, essa interesseira mudou a sua cabeça.— me acusa e fecho os olhos. — Ela vai arrancar tudo de você, cada centavo e lhe deixar sem nada! 

Desencosto da porta e a tranco, indo até o armário. Começo a pegar as minhas roupas e colocar dentro da mochila, não posso permanecer neste lugar.

**********************************************

Depois de alguns minutos, a discussão deles acaba e escuto algumas batidas na porta do quartinho.

— Dona Laura, abra essa porta!— sinto um frio na barriga, quando meu patrão pede.— Abra!

Pego a minha mochila, decidida a ir embora. Destravo, puxando a maçaneta. 

Nos olhamos e seu olhar percorre para minha aparência. Estou cabisbaixa, e bastante triste por todos os julgamentos que foram levantados sobre o meu caráter. 

— Pra onde pensa que vai?

— Embora.— respondo, com o nó na garganta.— Não posso ficar aqui, senhor Arthur.  Não quero lhe causar problemas. Gracias por ter me recebido, mas devo ir.

— Largue essas coisas.— toma das minhas mãos.— Você não vai a lugar nenhum. — sua afirmação, me faz encará-lo fundo.

— Não posso ficar.— balanço a cabeça. 

— Você pode, e vai.— diz, impedindo-me. Sua mão toque em meu pulso, segurando— Troque de roupa, iremos ao Cartório. 

— Cartório?— sôo confusa.— O que faremos lá?— pergunto, e a resposta faz meu coração se acelerar;

— Nos casaremos. 

O olho surpresa e ao mesmo tempo sem reação. Entreabro os lábios, prestes a dizer:

— Mas eu não quero me casar.— recuso.— O senhor não pode fazer esse sacrifício por mim. O que as pessoas iam achar?

— Não me importo com a opinião das pessoas, dona Laura.– abaixa a cabeça, bem respeitoso.— Esse casamento vai durar até sua situação nos EUA, estiver regularizado. 

—Está se casando comigo, pra eu conseguir viver legalmente nos Estados Unidos?

– Não é esse o seu sonho?— o miro com gratidão, me emocionando.

— É  sim.— confesso, num sussurro tímido. 

— Então troque de roupa, estarei te esperando  na sala.

Ele se vira, e quando estar ao ponto de seguir o correto, acabo pronunciando:

— Gracias, senhor Arthur.

Seus olhos se cruzam os meus. E sinto uma coisa tão diferente dentro mim, principalmente quando nos olhamos.

— Não demore, dona Laura.— soa, num tom tão educado.

Fecho a porta e paro por um instante, me olhando de frente ao espelho. Faço uma trança em meu cabelo e coloco um vestido florido em meu corpo.

Calço os meus únicos tênis. 

*************************************************

Quando apareço na sala, meu patrão está interdido no sofá, cabisbaixo, lendo um livro.

Daí ergue a cabeça e quando me vê, desvio o nosso contato visual timidamente.  Pela impressão que repassa, noto ele me admirar através dos olhos, como se reparasse no meu rosto.  

— Está pronta?— assinto, sem conseguir falar.— Vamos.— se levanta do sofá.

E quando saíamos do prédio, seu carro está estacionado no estacionamento, e ele abre a porta passageiro para eu sentar.

Me sinto tão minúscula, nunca andei num carro tão luxuoso. É a primeira vez, e nem me sinto confortável. 

***********************************************

Cartório. 

Estamos aguardando sermos chamados. Estamos sentados lado a lado, é tão constrangedor, que mal o olho direito.

— Se o senhor quiser desistir...

— Já pedi para não me chamar de senhor, dona Laura.

Abro um sorriso pela primeira vez, ao seu lado. É um sorriso tão espontâneo, quando escuto.

— Da mesma forma que eu não gosto de ser chamada de dona Laura.— alego, escutando sua risada.

— Toda vez que te chamo de dona Laura, é porque você me chama de senhor primeiro.

— É difícil não chamá-lo de senhor.

— Por que eu sou velho?

Nos encaramos e ficamos fitando os olhos um do outro. Até que o tabelião  nos chama e me afasto, envergonhada. 

Quando aparecemos juntos na frente da pessoa que vai realizar o matrimônio, escutamos;

— Só posso realizar o casamento, com a presença do noivo.

Entreolho para Arthur, sem graça, vendo o quanto aquele comentário o atinge.

— Eu sou o noivo.— diz.

— Ah sim, desculpe!— o homem que trabalha no cartório, conserta.

— As partes concordam com o casamento?

— Sim.

– A noiva precisa responder também.— o tabelião olha para mim.— É de acordo?

Miro pro mais velho, dividida.

— Sou sim! Eu quero me casar com ele.— declaro, e tomo atitude de segurar na mão do meu patrão, para eliminar qualquer suspeita. 

O homem do cartório parece tão desconfiado, principalmente por conta da diferença de idade. Sempre as pessoas vão ter esse olhar de julgamento.

— Sendo assim, assinem os papéis.— estende.

Arthur assina primeiro e depois entrega para mim. Coloco meu nome e sobrenome no local.

— O noivo pode beijar a noiva.— por fim, ouvimos.

Ficamos de frente ao um outro. 

O mais velho se inclina, dando um beijo no meu rosto. Um simples beijo na bochecha, faz as minhas pernas ficarem bambas.

Nos afastamos um do outro e lentamente nossos olhos se destacam  na intensidade do momento. Não há um anel em meu dedo, e muito menos uma aliança no dedo dele.

Mas estamos casados.

Há uma insegurança dentro de mim, porque querendo ou não, Arthur agora é meu marido e será vai querer consumir o casamento ou apenas se casou comigo por pena?

Preciso conta-ló o quanto antes que ainda sou virgem.

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Comments

Naira Sousa

Naira Sousa

Estou adorando esse caso de família

2025-07-07

1

Aparecida Fabrin

Aparecida Fabrin

eita que o vovô vai se degustar numa novinha e ainda virgem m/Angry//Angry//Angry//Angry//Tongue//Tongue//Tongue/

2025-07-16

1

rafamendes

rafamendes

que homem de 70 gato. tens uns que estão uma múmia

2025-07-08

1

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