Os dias de Lívia na mansão Sterling tornaram-se uma complexa rotina de fachada e infiltração. Durante o dia, ela era a historiadora de arte dedicada, mergulhando em volumes raros e artefatos antigos. À noite, sob a luz fraca de seu laptop, ela se transformava na hacker, explorando as vulnerabilidades da rede de Victor com a precisão cirúrgica de uma aranha tecendo sua teia. A segurança era formidável, um testemunho do poder e da paranóia do homem que a possuía.
[Lívia]: "Impressionante. Quase impenetrável."
Ela murmurou para si mesma, suas digitais voando sobre o teclado. A cada parede de código que ela derrubava, uma nova se erguia. Era como um desafio pessoal de Victor, mesmo que ele não soubesse. As informações sobre o "Senhor das Sombras" eram ainda mais esquivas. Nenhuma menção direta, apenas sub-redes criptografadas que ela ainda não havia conseguido acessar.
A joia do dragão de jade, Lívia descobriu, não era apenas um artefato. Seus olhos de rubi, quando expostos a uma certa frequência de luz ultravioleta que ela replicou com seu equipamento de hacker, revelavam minúsculas inscrições em uma língua antiga, quase um mapa estelar, que parecia se correlacionar com as coordenadas no dispositivo de sua tia.
[Lívia]: "Um mapa para quê? Um tesouro? Ou um túmulo?"
As premonições de Lívia se intensificavam, muitas vezes desencadeadas por objetos ou informações dentro da própria mansão. Em uma tarde, ao tocar um antigo mapa-múndi no escritório pessoal de Victor (ao qual ela havia obtido acesso discreto), ela teve uma visão clara: uma figura sombria, a silhueta inconfundível do Dom, erguendo a joia de jade em uma câmara subterrânea iluminada por uma luz fantasmagórica. O som de um sino antigo e o cheiro de incenso invadiram seus sentidos. Quando a visão se dissipou, ela ofegou, o mapa parecendo queimar em suas mãos.
[Lívia]: "Essa câmara... onde é isso?"
Victor parecia ter um sexto sentido para sua presença. Ele surgia em momentos inesperados, sua figura imponente preenchendo o batente de uma porta, seus olhos a observando com uma intensidade que a desarmava. Não havia pressa em seus movimentos, apenas uma calma calculada.
[Victor]: "Encontrou algo interessante\, senhorita Alaric?"
Sua voz era um fio de seda, envolvendo-a. Lívia sentiu o ar de dominação dele em cada sílaba, um convite para o jogo perigoso que eles estavam jogando.
[Lívia]: "Apenas a vastidão do conhecimento\, senhor Sterling. É sempre fascinante." Ela o desafiou com um olhar\, escondendo o tremor de sua premonição recente.
Ele se aproximou lentamente, parando a centímetros dela. O cheiro de seu perfume amadeirado e luxuoso a envolveu, quase a sufocando com seu magnetismo. Victor era uma escultura de poder, seus músculos definidos sob o tecido fino de sua camisa. Os olhos dele percorreram o rosto dela, demorando-se em seus lábios.
[Victor]: "Fascinante\, sim. Mas nem todo conhecimento está nos livros\, Lívia." Ele estendeu a mão e gentilmente removeu um fio de cabelo que havia caído sobre o rosto dela\, um toque suave\, mas que carregava uma promessa perigosa. "Alguns segredos... são compartilhados de outras formas."
O toque foi um fogo elétrico. Lívia sentiu a premonição do quarto escuro, agora mais vívida, mais real do que nunca. A pele dele contra a dela, o som de respirações ofegantes, a sensação de rendição e paixão avassaladora. Era um desejo ardente que colidia com a prudência, uma tentação irresistível de se entregar ao perigo que ele representava. Ela prendeu a respiração.
[Lívia]: "E outros... são guardados a sete chaves\, senhor Sterling. Pelo bem de todos."
Sua voz saiu mais rouca do que o esperado. Ele sorriu, um sorriso lento e sedutor que acendeu um fogo na barriga dela. Era o sorriso de um predador que sabia que sua presa estava exatamente onde ele queria.
[Victor]: "As chaves certas podem abrir qualquer porta\, Lívia. E eu tenho todas elas."
O momento foi interrompido pelo toque discreto do celular de Victor. Ele se afastou um passo, quebrando o feitiço, mas os olhos dele prometeram que a conversa não havia terminado.
[Victor]: "Tenho um assunto urgente. Sinta-se à vontade para continuar seu trabalho. Mais tarde\, poderíamos discutir suas descobertas... talvez durante o jantar?"
Era um convite formal, mas o subtexto era claro. Jantar, no seu território, era mais uma rodada do jogo. Lívia sabia que não podia recusar. Aceitar era a única maneira de se aprofundar em seus segredos. Ela sentiu uma mistura de medo e excitação pela perspectiva.
[Lívia]: "Aceito com prazer\, senhor Sterling."
Victor assentiu, um último olhar demorado em seus olhos antes de se retirar. Lívia permaneceu ali, sua mão tocando o lugar onde o cabelo dela havia sido tocado. A premonição da câmara subterrânea e do Dom se misturava com o calor do toque de Victor e a promessa de uma intimidade perigosa. Ela estava cada vez mais perto da verdade, mas também cada vez mais envolvida em uma teia de desejo e segredos da qual talvez não pudesse escapar.
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Atualizado até capítulo 30
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