As Teias Douradas da Mansão Sterling

A propriedade em Long Island era menos uma casa e mais um complexo. Imponente, com arquitetura clássica misturada a toques modernistas, a mansão Sterling se estendia por hectares de jardins meticulosamente cuidados e estruturas anexas, como uma galeria de arte privada e uma biblioteca que rivalizava com a de uma universidade. Lívia foi recebida por um motorista discreto, que a levou da cidade até aquele santuário de riqueza e segredos.

Ao adentrar a biblioteca, o aroma de livros antigos e madeira polida a envolveu. Era um espaço de tirar o fôlego, com estantes que se estendiam do chão ao teto, repletas de tomos raros e manuscritos. Mas Lívia não estava ali apenas para admirar. Seus olhos, sob a fachada da historiadora de arte, calculavam as vulnerabilidades, os potenciais pontos de acesso para suas habilidades como hacker.

Victor já a esperava, de pé, perto de uma lareira acesa, mesmo com o dia ameno. A postura imponente, a aura de poder que o envolvia era quase visível. Ele vestia uma camisa de seda escura, desabotoada nos primeiros botões, revelando um vislumbre da pele tonificada. Seus cabelos estavam levemente despenteados, dando-lhe um ar mais relaxado, mas não menos perigoso. A luz dançava em seus olhos escuros, que pareciam absorver a própria escuridão.

[Victor]: "Senhorita Alaric. Bem-vinda ao meu refúgio."

Sua voz, agora sem a formalidade do escritório, era mais grave, quase um sussurro que se espalhava pelo vasto ambiente. Lívia sentiu a premonição do leilão retornar, a imagem do quarto escuro e a sensação da pele dele contra a sua. O calor subiu por seu pescoço.

[Lívia]: "É impressionante\, senhor Sterling. Um verdadeiro templo do conhecimento."

Ela se aproximou, e a proximidade dele era palpável, como uma força gravitacional. Lívia notou a linha forte de seu maxilar, a forma como seus lábios se curvavam minimamente quando ele estava pensativo, as mãos grandes e bem cuidadas que ela sabia serem capazes de tanto poder quanto controle. Ele era a personificação da beleza masculina dominante, e a ironia de ser atraída por seu "predador" a atingiu em cheio.

[Victor]: "Conhecimento é poder\, senhorita Alaric. Especialmente o conhecimento que poucos possuem." Seus olhos a esquadrinhavam\, como se ele estivesse lendo cada um de seus pensamentos. "Estou curioso para ver o que sua perspicácia desvendará aqui."

Ele gesticulou para uma seção de livros antigos, alguns sob vitrines. Lívia iniciou seu trabalho, usando seu conhecimento técnico e suas ferramentas disfarçadas. Enquanto ela examinava um volume empoeirado, Victor se movia pela biblioteca, observando-a. Em um dado momento, ele parou atrás dela. A respiração dele em sua nuca fez os pelos de Lívia se eriçarem.

[Victor]: "Este volume em particular\, de alquimia bizantina\, é uma peça rara. Alguns dizem que contém segredos para transformar não apenas metais\, mas destinos."

A mão dele estendeu-se para pegar o livro, e sua palma roçou o braço de Lívia. O toque, casual para qualquer um, para eles foi um jorro de eletricidade. Uma nova premonição atingiu Lívia: desta vez, não um flash de intimidade, mas um sentimento esmagador de desespero e perda, seguido pela imagem nítida do dragão de jade em sua mão, banhado em sangue, e a figura de Victor, não como CEO, mas como o "Senhor das Sombras", com um olhar de dor profunda. A visão foi tão intensa que ela ofegou.

[Lívia]: "Destinos... são mais difíceis de controlar do que metais\, senhor Sterling." Sua voz estava um pouco rouca.

Victor percebeu a mudança nela. Seus olhos se estreitaram levemente, uma chama perigosa acendendo neles. Ele se inclinou mais perto, seu perfume amadeirado agora envolvendo-a completamente, os lábios perigosamente próximos ao ouvido dela.

[Victor]: "Nem sempre. Às vezes\, basta saber os segredos certos para moldá-los. E eu sei muitos segredos\, Lívia."

A menção de seu primeiro nome, dita com aquela voz rouca e sedosa, fez seu estômago revirar. Era uma violação sutil de seu espaço, um teste de seus limites. A proximidade era quase sufocante, o desejo e o perigo se misturando em uma dança tentadora.

[Lívia]: "Espero que não use esses segredos para... manipular os destinos alheios\, Victor." Ela usou o primeiro nome dele\, em um desafio de igual para igual.

Um sorriso lento e perigoso surgiu no rosto dele. Era um sorriso que prometia tanto prazer quanto tormento. Ele se afastou um pouco, mas o efeito de sua proximidade permaneceu.

[Victor]: "Manipulação\, ou proteção? A linha é tênue\, Lívia. E você está prestes a descobrir como ela é tênue no meu mundo."

Ele a deixou ali, voltando a observar os livros, mas a tensão entre eles preenchia a biblioteca. Lívia sabia que cada hora passada na mansão Sterling seria um passo mais fundo na teia de Victor. E a premonição do sangue e do dragão a deixou com um medo frio, mas também com a determinação de desvendar a verdade antes que o destino de seu familiar se tornasse o seu próprio. A dominação dele era um convite perigoso, e ela estava prestes a aceitá-lo, para descobrir o que se escondia sob as camadas de sua beleza e poder.

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