Capítulo 3 : A verdade

Vitoriano

— Eu saí às pressas, depois de ajudar ela, cheguei no bordel e já fui tomar minha tequila. Mandei meus capangas continuarem a observar ela.

_E ela nem sabia meu nome. Como pode termos sido prometidos quando ela tinha 2 anos e eu 4? Lembro de meu pai querer nos unir tão cedo, que eu mal sabia falar. Um Vitoriano só casa com um Fernandes. Mas tudo aconteceu tão rápido… Seus verdadeiros pais morreram em um acidente cruel quando ela tinha apenas 2 anos. Ela não entende a responsabilidade de seu nome, e a máfia não perdoa. Seus pais verdadeiros, Vitória e Daniel, eram os donos do segundo império de mafiosos, e no seu último deleito pediram para que ela fosse criada longe de tudo, e que quando tivesse 18 anos, iria ser minha — como foi prometido. Meu pai era melhor amigo de seu pai e, como prometido, ela viveu ausente, sem ninguém saber dela. Ao menos, eu não a vi — a não ser no dia da festa da cidade.

___Eu, Vitoriano Alvez, não aceitava essa união. Iria ser capaz de fazer tudo para ela não acontecer. Ela nunca vai ser dona do maior império que a máfia já viu. Logo vai descobrir que é prometida, e vou fazer de tudo para ela desistir e sumir de nossas vidas.

Já deixei o bordel e fui pra casa de armas. Uma noite sangrenta de acertos de contas. Preciso descontar o ódio do meu destino sendo roubado por aquela meretriz. Não que almejei — fui criado para não sentir isso — mas pensar em relacionamento me abomina. Nunca fui fiel e nem serei. Que se dane as regras da máfia, afinal, serei o Don.

Jean, meu comparsa, chegou:

— Chefe, o cara que estava roubando nosso carregamento de armas chegou. Esse desgraçado tentou fugir, quebrando o próprio braço.

— Cadê esse desgraçado? Ele vai conhecer a fúria de um Don essa noite. Vai implorar por misericórdia.

— Me fala, seu desgraçado, quem te passou essas informações do carregamento? — Se quiser continuar inteiro, eu sugiro que fale agora. Porque nem meus cães terão piedade se eu soltar a coleira. Sabino. Não aceito traições, e não direi novamente.

— Me perdoe! Eles me ameaçaram, eu juro! Mostre misericórdia. Eu o traí apenas uma vez, Vitoriano. Faça o que seu pai faria… Poupe ao menos a vida das minhas filhas.

— Não tem perdão, Sabino. O que você fez ultrapassou todos os limites.

— Vou usar meu velho método — um presente da Itália. Você vai entender por que ninguém me trai impunemente.

Levo comigo um dispositivo antigo, pesado, feito para situações como essa. Não preciso nem usá-lo inteiro. Basta o som… e o medo faz o resto.

— Três segundos, Sabino. Me diga o que quero saber… ou a dor começará pelos lugares que você mais valoriza.

— Vitoriano, por favor… não me machuque… Eu conto! Foi o Eduardo Martins! Ele está por trás de tudo. Tenha piedade…

— Misericórdia não é algo que você encontrará aqui.

Faço um sinal. Ele desaba.

— Mas já que foi sincero… sua partida será rápida.

Um gesto meu, e meus homens encerram tudo.

— Limpem isso.

— Preciso me limpar. Vou embora para meu apartamento. Entro na minha Porsche.

Passo direto para o banho. Estou cheirando droga. Minha maior fonte de renda era o tráfico. O tráfico humano… eu abri mão. Não sou tão sujo assim.

Mais populares

Comments

Sophia

Sophia

Sou suspeita pra falar, mas esse é meu episódio favorito

2025-07-03

0

Ver todos

Baixar agora

Gostou dessa história? Baixe o APP para manter seu histórico de leitura
Baixar agora

Benefícios

Novos usuários que baixam o APP podem ler 10 capítulos gratuitamente

Receber
NovelToon
Um passo para um novo mundo!
Para mais, baixe o APP de MangaToon!