O sol entrou pelas frestas da janela como uma invasão silenciosa.Minhas pálpebras se abriram devagar, e por um instante, desejei que tudo tivesse sido um pesadelo.
Mas o vestido rasgado jogado no canto do quarto era a lembrança viva de que não foi.Nada daquilo foi um sonho.O casamento não aconteceu.
Mas isso não quer dizer que eu esteja livre para ir.
Sou uma prisioneira em pele de noiva.
Levantei da cama com o corpo ainda dolorido não fisicamente, mas emocionalmente partida em camadas. Caminhei até o closet improvisado com uma raiva contida nos dedos. Vesti um vestido preto curto fechado até o pescoço mais com as costas abertas deixei os cabelos soltos e coloquei um salto no pé ..
Nada como se esconder por fora quando se está em guerra por dentro.Respirei fundo antes de sair do quarto.
A mansão estava silenciosa, como se todos pisassem em cacos de vidro depois do escândalo da noite anterior. Desci as escadas com o coração acelerado, o som dos meus próprios passos me acompanhando como um tambor de alerta.
Na sala de jantar, havia silêncio. Pratos arrumados, a comida quente.Mas eu não tinha fome.
Tinha curiosidade.Um murmúrio baixo vindo do escritório me chamou a atenção.A porta entreaberta revelava Benício, de costas para mim, de pé diante de sua escrivaninha. A postura firme, a camisa branca já com as mangas dobradas, o relógio dourado reluzindo em seu pulso.
Benicio- Ela assina ou assina. Não me importa se vai sorrindo ou esperneando. Essa separação sai hoje. — sua voz era firme, sem qualquer sinal de hesitação.
Ele estava falando de Carmem.
Fiquei parada ali por um segundo. Só observando.Ele então virou levemente o rosto. Me viu. E parou de falar.
Benício Dormiu bem, esposa que não foi? — disse com ironia, os olhos escuros cravados em mim.
Alice - Muito melhor do que esperava. — respondi no mesmo tom, entrando devagar no escritório.
Ele apoiou as mãos na mesa e me olhou como se ainda tentasse entender quem eu era.
Mas o problema era esse:
nem eu sabia mais.Cruzei os braços e encarei aquele homem com toda a força que ainda me restava.
Alice - Bom… já que sua “esposa” não quer te dar o divórcio… não tem por que me manter aqui, não é? — soltei, firme, tentando soar mais indiferente do que me sentia.
Ele ergueu os olhos lentamente, como se saboreasse cada palavra que eu dizia com desprezo.
Benício - Você não manda nada aqui, Alice. — respondeu, calmo demais.
Benicio - E você sabe muito bem disso.
Alice - Eu posso não mandar… mas também não sou sua prisioneira.
Ele fechou o laptop com força e deu a volta na mesa, vindo em minha direção como um predador que já sabia exatamente onde iria morder.
Benicio - Por que insiste em me desafiar? — a voz saiu rouca, grave, arranhando meu autocontrole.
Benício - Você quer me testar até onde, hein?
Alice - Talvez até o ponto em que você perceba que não me controla. — rebati, mesmo sentindo as pernas tremerem com a proximidade dele.
Ele parou tão perto que pude sentir o calor do seu corpo invadir o meu espaço, o cheiro amadeirado do seu perfume me envolvendo como um veneno lento.Suas mãos, fortes, tocaram minha cintura com firmeza, puxando meu corpo até colidir com o dele.
O ar fugiu dos meus pulmões.
Benício- Você acha que pode me provocar com essa boca afiada… e sair ilesa? — ele sussurrou perto demais, sua mão subindo lentamente pelas minhas costas, me fazendo arquear involuntariamente.
Meu corpo respondeu antes da minha razão.
Meu peito subia e descia, traindo minha resistência.Meu coração batia tão alto que era impossível ignorar.
Alice - Você acha que pode me tocar e que isso te dá poder sobre mim? — sussurrei, quase sem voz.
Ele sorriu de lado, aquele sorriso perigoso que me dava raiva… e um arrepio.
Benício- Eu não preciso de poder, Alice. — sua mão agora estava em minha nuca, firme, dominando meu pescoço como se soubesse exatamente como me deixar vulnerável.
Benício - Porque, mesmo quando me odeia… você sente.
Fechei os olhos por um instante.
Só por um.Porque o toque dele era uma maldição que meu corpo parecia clamar mesmo que minha mente gritasse para recuar.
Alice - Não confunda desejo com rendição, Benício. — murmurei, os olhos cravados nos dele.
Benicio - E você não confunda ódio com imunidade, princesa. — ele retrucou, os dedos deslizando por minha pele exposta no pescoço, me fazendo esquecer como se respira por um segundo.
Ficamos ali… Tão perto… O tempo parado.
E pela primeira vez… eu quis que ele me beijasse.
E isso me assustou mais do que tudo.
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Atualizado até capítulo 48
Comments
Maria Joana
se não pode com o diabo fuja dele
e Alice vc tá brincando com fogo menina
2025-06-22
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Dulce Gama
esse Benício é um homem obssecado por Alice ele quer de qualquer jeito não importa eu Hem 🌟🌟🌟🌟🌟🌹🌹🌹🌹🌹🎁🎁🎁🎁🎁♥️♥️♥️♥️♥️👍👍👍👍👍👍
2025-06-23
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