Joguei o buquê longe, o som das flores batendo contra a parede ecoou como um tapa na minha própria cara.
Alice - Eu sou uma idiota! — gritei para mim mesma, encarando o espelho, os olhos marejados, mas duros.
Alice - O que eu achei que aconteceria? Que o mafioso mais temido da Itália iria se casar comigo por amor?
Soltei uma risada amarga, minhas mãos tremendo ao prender o cabelo para trás.
Alice - Mas se ele pensa que vai ser fácil viver ao meu lado… está muito enganado. Eu não sou frágil. Eu não sou uma boneca. E eu não vou me calar.
A porta se abriu com força.
Benicio
Veio como uma tempestade silenciosa. Olhos carregados de fúria contida, a mandíbula travada, a presença sufocante. Ele fechou a porta atrás de si, o silêncio pesando como uma ameaça.
Benicio - Carmem não será um incômodo. — ele disse, direto, a voz grave como um trovão abafado.
Eu ri, seca.
Alice - Eu não tô nem aí pra Carmem.
Ele arqueou uma sobrancelha, surpreso com minha insolência.
Alice - Você acha que pode me tratar como lixo e vir aqui me dizer o que vai ou não ser um incômodo? Você me expôs! Me humilhou na frente de todos! — gritei, dando um passo em direção a ele, com o peito arfando.
Benicio avançou. Rápido.
Me prensou contra a parede, os olhos queimando nos meus.
Benicio - Você é minha. Está nessa casa, nesse quarto, com esse anel no dedo porque me pertence. E vai me obedecer. Vai seguir as minhas regras. E vai entender… que não se desafia um Valentini.
Alice - Não me venha com esse discurso de poder, Benicio ! — rebati, a voz firme.
Alice- Eu não sou uma das suas garotas submissas. Eu não me abaixo pra você. E não sou um troféu quebrado que você pode esconder em um quarto quando se cansa.
Os olhos dele escureceram ainda mais.
Ele se afastou por um segundo. Um segundo.
E então agarrou o tecido do meu vestido com violência, rasgando-o de cima até embaixo em um movimento só.
O som da renda se partindo foi como um estalo no ar, me deixando ali ofegante, furiosa vestindo apenas a calcinha diante dele.
Benicio - Se não vai se comportar como minha esposa… então vai entender, do meu jeito, o que significa ser minha.
Meu corpo tremia não de medo… De raiva… De adrenalina.
Mas eu não recuei.
Alice - Me rasgar não te faz mais homem. E me ver assim não te dá mais poder. — cuspi, desafiadora.
Por um momento, ele me olhou como se nunca tivesse visto alguém como eu.Como se finalmente tivesse percebido… que a mulher diante dele não era uma moeda de troca.
Era um jogo inteiro prestes a virar.
Ele não desviou os olhos.
Ficou ali, me encarando como se o mundo ao redor tivesse congelado.Minha respiração estava acelerada, meu corpo exposto.Mas eu me mantinha firme.Porque eu precisava.
Alice - Você não vai me assustar, Benício . — murmurei, o olhar cravado no dele.
Ele se aproximou devagar, com aquele olhar predador.As mãos pousaram nas laterais da parede, prendendo meu corpo entre seus braços e o concreto frio.
Benicio - Não quero te assustar, Alice. — a voz dele saiu mais baixa, mais rouca. — Quero que entenda que ninguém toca no que é meu. Nem mesmo você.
Suas mãos deslizaram para minha cintura, firmes, quentes… possessivas.O toque me fez estremecer.Não por medo.Mas porque, mesmo odiando admitir, havia algo nos dedos dele algo que acendia uma faísca onde antes havia apenas raiva.
Alice - Eu não sou sua. — sussurrei, tentando manter o controle da voz.
Benicio - É sim. Desde o momento em que seu pai me vendeu. Desde o instante em que você entrou naquela igreja.
Seu rosto estava tão próximo do meu que senti sua respiração tocar minha boca.
Quente. Exigente.Ele desceu a mão pelas minhas costas nuas até parar na curva da cintura. Apertou.E, mesmo com o coração martelando no peito, minha pele reagiu.
Maldição.
Benicio - Você sente. — ele disse, como se lesse meus pensamentos.
Benicio - Seu corpo pode mentir menos que sua boca.
A raiva crescia em mim… misturada ao fogo que ele plantava com cada toque.Eu me odiava por isso.
Alice- Não confunda reação com consentimento. — respondi, entre dentes.
Benicio sorriu de lado. Um sorriso perigoso.
Benicio - Você pode me odiar, Alice. Pode me xingar, me desafiar… — sua mão subiu por meu pescoço, até tocar levemente meu queixo.
Benicio - Mas vai sentir cada maldito segundo do que eu fizer com você. Porque eu sou o homem que vai te ensinar o que é ser mulher ..
Meu coração gritava pra lutar.Minha alma pedia distância.Mas meu corpo…Maldito corpo… queimava sob o toque dele.
E naquele instante, eu percebi a pior parte:
eu estava sentindo. Mesmo sem querer. Mesmo com nojo. Mesmo com raiva.Porque havia algo em Benicio Valentini que me puxava para o abismo…E eu não sabia se queria escapar.
Ele ainda estava ali.Tão perto que eu podia ouvir o som da sua respiração, firme e ritmada, como se estivesse no controle de tudo.Mas eu não deixaria que ele visse mais do que já tinha visto.
Seus olhos desceram, devorando cada centímetro do meu corpo com aquela calma arrogante, como se eu fosse um território já conquistado.
Senti o calor subir pelas bochechas. Não era vergonha.Era ódio.Instintivamente, subi as mãos até meus seios, cobrindo o que ele parecia querer tanto olhar.Ele não merecia.
Mas, em vez de se irritar… ele riu.Um riso debochado, lento… cruel.
Como se soubesse que eu podia tentar me esconder, mas nunca conseguiria de verdade.
Seu olhar então subiu, parando bem no centro do meu peito.
No medalhão.
Aquela corrente de prata antiga, com o pequeno pingente em formato de flor.Era da minha mãe. Era tudo que me restava dela.O único pedaço do meu mundo antes de Jean.
Ele ergueu a mão e segurou o medalhão entre os dedos.Seu toque era leve. Mas sua intenção, não.
Alice - Por favor… não. — minha voz saiu fraca, como um sussurro carregado de desespero.
Alice - É importante pra mim.
Seus olhos encontraram os meus.
Escuros. Duros. Impiedosos.Eu coloquei as mãos sobre as dele, tentando impedir.Mas ele não hesitou.Com um puxão seco, arrancou o medalhão do meu pescoço.O som da corrente se partindo foi como um trovão dentro de mim.
Benicio - Mulher minha só usa o que eu der. — ele rosnou, a voz baixa e afiada.
Benicio - Considere isso um lembrete… pra nunca mais me desafiar.
E então ele jogou o medalhão longe, com um movimento brutal.Ouvi o metal bater contra a parede e cair no chão com um tilintar triste.
Como se até ele tivesse chorado.
Benicio se virou de costas, andando até a porta.
Antes de sair, lançou uma última sentença:
Benicio - E nunca mais cubra seu corpo na minha presença.Nunca mais.E então ele se foi.
Me deixando ali.Com a alma sangrando.
Com o peito ardendo.
E o coração… tão dilacerado quanto o colar no chão.
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Atualizado até capítulo 52
Comments
elaine rodrigues fomm fomm
quem é Jean, quem é o protagonista afinal...Benicio ou Jean?
2025-06-21
1
Carol
To em dúvida Benício ou Jean é o mafioso
2025-06-22
0
Patrícia Aparecida Silva
essa mistura de nomes me confunde
2025-06-24
0