A Droga do Amor
Universidade Blackmore – Curso de Medicina
A Universidade Blackmore era mais do que prestigiada. Era amaldiçoada. Quem estudava ali não era só inteligente — era frio, calculista e, muitas vezes, perigoso. Os que não eram assim… não duravam.
A sala 208 era a mais temida pelos calouros. Não por causa das aulas de anatomia, mas por causa da energia sombria que se acumulava ali. Uma força invisível que apertava o peito e fazia a pele formigar.
Era a sala de Helena e Dante.
Ela chegou com o mesmo andar firme de sempre, jaleco impecável, olhos azul-escuros delineados por uma sombra preta que parecia absorver luz. Os cabelos negros, lisos e longos, estavam presos em um coque frouxo. Ao seu lado, vinha Luna, a única pessoa viva que suportava estar próxima dela por mais de alguns minutos.
— Vai se sentar onde, Helena? — Luna perguntou, tentando soar casual, embora sentisse a tensão no ar.
— Longe daquele maldito. — ela respondeu, seca, como se o nome de Dante deixasse um gosto ruim na boca.
Do outro lado da sala, Dante já estava sentado. Alto, pálido, de postura relaxada mas alerta. Usava lentes para esconder os olhos vermelho-escuros, herdados de seu pai. Seu jaleco estava aberto, e havia algo perigoso demais em seu sorriso contido. Ao seu lado, o inseparável Axel, tão mudo quanto sombrio, observava tudo.
— Olha só quem chegou... — Dante murmurou, sem tirar os olhos de Helena.
— A bruxinha surtada. — Axel disse com um sorriso torcido.
Dante riu, baixo, mas com gosto.
Odiá-la era um vício que ele não queria curar.
Eles se conheciam desde o primeiro semestre. Tinham se enfrentado desde o início. Helena era uma feiticeira poderosa, herdeira de uma linhagem antiga de mulheres que manipulavam a magia como armas. Mas ninguém além de Luna sabia disso.
Dante, por sua vez, era muito mais do que um simples aluno de medicina. Vampiro por herança, assassino por escolha, e — o que ninguém sabia — chefe silencioso de uma máfia que comandava tráfico de sangue, informações e morte. Nem Axel sabia de tudo. Era um segredo que Dante enterrava fundo… assim como os corpos.
— Não encoste em mim, monstro. — Helena sussurrou ao passar por ele.
— Sempre um prazer sentir o seu perfume, bruxa. — ele respondeu, sem mexer um músculo sequer.
A turma evitava ficar entre os dois. A guerra fria era constante. Já tinham discutido em aulas, trocado ameaças silenciosas, olhares mortais e, por pouco, feitiços e estacas.
Mas naquela manhã, algo no ar estava errado.
Helena sentiu a pele coçar, o sangue vibrar. Um encantamento? Uma presença oculta? Ela não sabia. Só tinha certeza de uma coisa: a energia mágica estava agitada.
— Helena, tá sentindo isso? — Luna sussurrou, nervosa. — Tem magia demais no ar.
—Eu sei. E não é minha.
Dante também estava diferente. Os olhos ardiam sob as lentes. Seu corpo reagia como se estivesse diante de uma ameaça... ou de um desejo proibido.
O professor entrou.
— Aula de hoje: dissecação prática. A lista de duplas já foi feita.
Helena já sabia. Sentia no osso.
— Helena e Dante. Mesa quatro.
A respiração da sala parou.
Ela se levantou devagar, cerrando os punhos.
Ele se levantou como quem fosse saborear uma refeição cara.
— Vamos cortar carne juntos, docinho? — ele disse com a voz baixa e provocante.
— Tenta me tocar, e te transformo em pó. — ela respondeu, mas a voz... saiu rouca.
Eles se encararam.
Algo invisível e profundo vibrava no ar entre eles. Era magia? Era sangue?
Não. Era algo pior: laço.
E nenhum dos dois sabia que aquele dia marcaria o começo de algo que não poderia mais ser desfeito.
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Atualizado até capítulo 50
Comments
Thaina Juliana
nossa muito bom e tem bastante suspense amei❤️viciei no primeiro capítulo já
2025-06-22
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