Já tive todo tipo de desejo. E sempre que quis alguma coisa — fosse um contrato, uma cidade, um inimigo morto, ou uma mulher gemendo sob mim —, eu tive. Simples assim.
Quando eu quero, eu tomo.
E geralmente, eu tomo no mesmo instante. Sem hesitação. Sem promessas. Sem arrependimentos.
Mas Selena Leclerc... Ela não seria minha naquele momento.
Por mais que meu corpo ardesse por ela. Por mais que meus sentidos gritassem para partir ao meio, aquele maldito vestido preto e me perder entre suas pernas. Eu não cedi.
Porque ela não é apenas uma mulher. Ela é um campo de guerra. E eu sou paciente quando o prêmio vale o estrago.
O toque da arma em sua calcinha úmida ainda vibrava nos meus dedos. O modo como ela mordeu os lábios, como prendeu a respiração, como o corpo traiu a mente... Tudo aquilo me alimentou. Ela é linda, até gemendo e revirando os olhos, dava até pra ver o branco dos olhos dela, parecia estar espíritada. Mas não, era prazer mesmo, e mesmo assim era linda demais aos meus olhos.
Mas não era o bastante.
Eu queria mais do que vê-la se contorcendo.
Eu queria vê-la quebrando. Apaixonando-se. Percebendo tarde demais que o coração dela já não era dela. Que era meu. Só meu.
Então, com um controle que quase me matou, soltei suas mãos.
Vi como os joelhos dela cederam por um segundo. Como ela apoiou-se no vidro com o antebraço para não desabar. O vestido colado ao corpo, a respiração falha, o olhar em conflito.
Ela estava abalada. E eu? Eu me sentia invencível.
Desci a mão e guardei a arma dela na minha cintura, logo abaixo do paletó. Era simbólico, e ela sabia disso. Eu estava dizendo: “Você está desarmada agora. Literal e emocionalmente.”
Depois a encarei, com o olhar fixo, direto, provocador.
— Você é bem fácil de se dobrar. — falei baixo. — Uma mulher como você... morre facilmente. Porque é só um homem te tocar, que se derrete como um sorvete no sol quente.
Foi a minha forma de machucar. Não o corpo. O orgulho. E funcionou.
O tapa veio seco. Rápido. Quente.
A bochecha ardeu. A pele queimou.
E eu sorri.
Porque quando uma mulher reage assim, não é por ódio. É por medo de estar sentindo mais do que deveria.
— Seu cretino! — ela rosnou. — Devolva a minha arma!
Inclinei o rosto para o lado, massageando a mandíbula com os dedos.
— Essa arma agora é minha. Como o resto de você será, muito em breve.
Ela abriu a boca para rebater, mas eu levantei um dedo.
— Shhh. Não estrague o momento. Está perfeita assim. — olhei pra ela de cima a baixo.
Ela recuou dois passos. O suficiente para parecer que ainda tinha dignidade. Mas eu já tinha visto tudo. Os olhos dilatados. Os mamilos endurecidos sob o tecido fino do vestido. A respiração entrecortada. Ela estava viva. E assustada com isso. Arriscaria até em dizer, que sua intimidade está bem molhada de prazer.
Ela cruzou os braços, tentando se recompor.
— Eu sou uma agente. Você pode brincar o quanto quiser, mas isso não muda o fato de que vou te derrubar. Vou esperar só um erro seu, pequeno que seja para te colocar detrás das grades.
— Claro. — respondi com deboche. — Você veio me derrubar… e agora está tremendo. Admiro o esforço. Mas tenha cuidado com o que vai me perguntar no seu interrogatório. É um aviso.
Ela me olhou como se quisesse me queimar com os olhos.
— Isso é só o começo.
— Eu espero que seja. — me aproximei mais uma vez, e murmurei próximo ao seu rosto. — Porque o fim, Selena… vai ser você me implorando pra continuar. Quando nem você souber mais se quer me prender ou ser fodida.
Ela estremeceu. A luta era visível no corpo dela.
Fui até a bancada, servi mais uma dose de vinho, dessa vez só para mim. Virei o líquido em um único gole. Respirei fundo. O cheiro dela ainda impregnado em mim. E mesmo assim, continuei afastado.
Porque esse é o verdadeiro poder. Saber que posso tomá-la e ainda assim escolher esperar.
Porque o que quero dela não é apenas físico. Isso seria fácil demais. E tenho isso de qualquer outra mulher.
Quero que ela me deseje, quero que ela me tema, que ela me ame.
E quando esse momento chegar… não haverá mais Richard, missão ou patriotismo no mundo que a faça lembrar quem ela era antes de mim.
Ela será minha. Não por força. Mas por rendimento emocional.
Ela me observava agora, ainda tensa, mas visivelmente desorientada. Ela entrou para a sala, pegou a bolsa com raiva e caminhou até a porta.
— Eu sempre cumpro o que digo, não se ache demais. — ela disse tão confiante, que até achei que já estava preso.
— Boa noite, agente Leclerc.
— Isso ainda não acabou. — ela rebateu, firme.
— Eu sei. — sorri. — Por isso mesmo... é tão excitante.
Ela bateu a porta com força.
Caminhei até a varanda.
Ainda sentia o gosto dela na minha pele — mesmo sem tê-la tocado como queria. A tensão grudava no ar, como a eletricidade antes da tempestade.
Com a taça em uma mão e a arma dela presa na cintura da minha calça, respirei o ar da noite romana. O vento cortava a pele com suavidade.
Eu estava diferente.
Por mais que odiasse admitir, aquela mulher havia acendido algo em mim. Não era só desejo. Era algo mais sujo. Mais psicológico. O prazer de domar alguém inquebrável.
Dei um gole no vinho. Chianti envelhecido, equilibrado. Forte, mas redondo. Como eu gostava. Como ela era.
Do alto da varanda, vi o portão da entrada do hotel abrir. Ela bateu a mão para um táxi, entrou e foi embora. Virei o restante do vinho. O gosto agora parecia mais quente, mais pessoal.
Ela me perguntou se eu já tinha trazido outras mulheres pra cá, embora eu tenha dito que trouxe muitas, eu não sou o único que menti nessa história.
Mas a verdade? Nunca trouxe ninguém aqui.
Essa cobertura, esse rooftop com vista pro Coliseu, esse vinho, essa noite, tudo isso foi só dela.
Já fodi muitas mulheres, claro. Não sou santo. Nem pretendo ser.
Mas foram em hotéis, em festas, em jantares que acabaram na parede de algum corredor escuro.
Foi rápido. Sem nome. Sem história. Sem nenhuma lembrança que valesse a pena guardar.
Já vi mulheres me abordarem na rua dizendo que se lembram de mim. Que “foi uma noite inesquecível”.
E eu? Eu nem lembro o rosto. Nem o nome.
É sempre assim. Uma noite e acabou.
Nada que se repetisse. Nada que eu quisesse repetir.
Até agora.
Selena é diferente.
Não porque me enfrentou com uma arma.
Mas porque ficou nos meus pensamentos mesmo depois que o táxi dela sumiu no trânsito romano.
E isso, pra mim, já é perigoso.
Porque eu sou um homem acostumado a controlar tudo. E talvez ela seja o primeiro erro que vou cometer de propósito, o único nome que memorizei.
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Atualizado até capítulo 40
Comments
Maria Sena
Aí é que a história vai ficando mais interessante, mais um idiota, gostoso, mas idiota que acha que tem o controle de tudo. E é nessa certeza que vai se ferrar, quando diz que vai fazer ela se apaixonar, sendo que ele.que já tá com os quatro pneus arriados por ela.😅😅😅😅
2025-06-26
1
GAMER W (TITANS BR)
meu querido você fisgado, agora não tem volta vai enfrente e aproveita muito
2025-06-19
2
Gislaine Duarte
ele já tá rendido e nem se dá conta 🤣
2025-06-21
2