Don Ezra Ravelo
Se você entrou aqui só pra reclamar... calma!
Essa história foi feita com muito suor e amor.
Antes de despejar veneno, experimenta o mel — vai que você se surpreende?
💬 Não gostou de algo? 👇
...✧ PRÓLOGO ✧...
✧ Selena Leclerc
As pessoas acham que sabem o que é viver sob disfarce. Assistem séries, leem livros e acham que a pior parte é usar um nome falso ou trocar de roupa no meio de um beco escuro. Mas não é.
A parte mais difícil é ter que matar partes de si mesma. Apagar quem você era, e fingir que isso não te corrói por dentro.
Faz sete anos que deixei minha identidade real presa numa caixa trancada dentro de mim. Já usei perucas, mudei sotaques, inventei passados que nunca vivi. Já fui garçonete, estudante de psicologia, secretária de uma empresa fictícia. Já me apaixonei duas vezes — ambas mentiras. E em todas essas missões, aprendi a enganar com os olhos, com a boca, com o corpo.
Mas nada me preparou para o que estou prestes a viver.
Meu nome é Selena Leclerc. E oficialmente, sou uma Detetive Particular do Serviço Nacional de Inteligência. Oficiosamente, sou a mulher que vai colocar um fim na maior organização criminosa do sul do país.
Meu alvo?
Ninguém sabe o rosto. Nenhum nome confirmado.
Só sabemos que ele é o “chefe”. O homem por trás de tudo. Lavagem de dinheiro. Tráfico de armas. Extorsão.
E a pior parte?
Ele é invisível. Como um fantasma.
— Você vai ter que entrar como uma civil. Nada de crachá, nada de equipe. Você estará sozinha, Leclerc. — Essas foram as palavras do meu superior, quando me passou a missão.
Foi nessa hora que pensei: ótimo. Estar sozinha é o que faço de melhor.
O problema é que, dessa vez, a abordagem seria diferente. Nada de ir atrás de documentos, rastrear celulares, hackear contas bancárias. Dessa vez… eu teria que seduzir um membro da organização.
“Chegue perto de alguém do círculo interno. Alguém que fale. Alguém que seja a ponte entre você e o chefe.”
Só que eu não imaginava que essa ponte seria ele.
Ezra Ravelo.
Eu ainda não sabia o nome dele. Nem o poder que ele carregava. Eu só sabia que ele era lindo. Um homem que você sente antes de ver.
Terno escuro, barba por fazer, olhos que te analisam como se arrancassem seus segredos.
Mas também tinha o toque leve, as palavras doces, o sorriso torto que fazia qualquer mulher se render.
E eu me rendi.
Na primeira noite.
Não vou mentir, eu me entreguei a ele. Não porque a missão mandava. Mas porque ele me fez sentir.
Eu nunca tinha sentido prazer de verdade antes.
Com meu ex, o sexo era sempre sobre ele. Quando terminava, eu ficava deitada olhando pro teto, me perguntando se algum dia seria diferente.
Ezra foi diferente.
Ele me olhou nos olhos. Me despiu devagar. Me tocou como se eu fosse feita de algo precioso.
E quando ele me levou ao limite, quando minha pele queimava sob a dele, eu percebi: Isso não era atuação. Nem fingimento. Era desejo cru. Real.
Eu deveria ter parado ali. Deveria ter mantido a distância. Ter feito o que sempre fiz: me envolver só o suficiente, colher informações, desaparecer.
Mas não com ele. Com Ezra, eu quis ficar.
As noites se repetiram. E com cada toque, eu esquecia da minha missão. Com cada beijo, eu enterrava minha verdade. Com cada gemido, eu me afastava da minha razão.
Até que um dia… a ficha caiu.
Ele não era a ponte. Ele era o chefe.
Aquele que eu deveria desmascarar. Aquele que eu deveria derrubar. O mesmo homem que me fazia gozar com um toque, gemer o nome dele sem pensar, dormir deitada no peito como se o mundo lá fora não importasse.
Ezra Ravelo. O fantasma. O perigo. O meu alvo.
E agora eu me pergunto: Como se prende um homem... quando tudo o que você quer é que ele te prenda em seus braços outra vez?
✧ ✧ ✧ ✧ ✧ ✧ ✧ ✧ ✧ ✧ ✧ ✧ ✧ ✧ ✧ ✧ ✧ ✧
✧ Capítulo 01
...✧ Selena Leclerc....
Minha mala está pronta, com roupas neutras, documentos falsificados, dispositivos de escuta, câmeras escondidas e um celular criptografado conectado diretamente ao canal de emergência da agência em Milão. Tudo o que eu posso carregar sem levantar suspeitas.
Meu nome é Selena Leclerc. Tenho vinte e oito anos, nasci em Los Angeles, e, atualmente, minha profissão é fazer o que ninguém quer fazer: me infiltrar, mentir, manipular, seduzir, e sair viva disso. Sou detetive do Serviço Nacional de Inteligência e estou há sete anos envolvida em uma missão que muitos já chamaram de “impossível”.
Meu trabalho exige mais do que armas ou inteligência. Exige controle emocional, sangue frio e a capacidade de apagar a própria identidade toda vez que um novo disfarce começa. A cada missão, uma nova persona. Uma nova história. Uma nova vida. E, acima de tudo, o mesmo objetivo: derrubar estruturas criminosas que o sistema comum não consegue alcançar.
Faz sete anos que trabalho para descobrir quem está por trás da maior organização criminosa do sul da Europa. Um fantasma. Um nome que ninguém conhece. Um rosto que ninguém viu. O "chefe", como todos chamam.
Essa organização movimenta milhões com tráfico de armas, lavagem de dinheiro, extorsão e subornos a políticos em cargos estratégicos. As investigações oficiais não conseguiram sequer arranhar a superfície. Diversos agentes foram enviados. Todos falharam. Alguns desapareceram. Outros foram corrompidos. Alguns simplesmente não voltaram.
Até que a missão foi colocada em minhas mãos.
— Você será a última. Se não der certo com você, o caso será arquivado. — Essas foram as palavras do diretor da agência, duas semanas atrás.
Aceitei sem questionar.
E então viajei.
Agora, estou em Roma. O disfarce é simples: Camille Deneuve, recém-chegada à Itália para estudar arquitetura. Natural, elegante, reservada. O suficiente para chamar atenção sem parecer uma ameaça.
Estou hospedada em um apartamento discreto no centro de Roma, alugado por seis meses sob o nome falso. As câmeras internas foram desativadas e substituídas pelas minhas. A porta está equipada com sensores de movimento e trava magnética codificada. Nada entra ou sai sem meu controle.
No momento, estou diante do espelho, finalizando os últimos ajustes no vestido preto que escolhi para esta noite. Corte reto, costas nuas, uma fenda discreta. Suficiente para me inserir no ambiente sem parecer vulgar. O cabelo está solto, caindo como cascatas sobre o ombro. Maquiagem leve. Perfume francês suave.
Debaixo do vestido, preso à minha coxa direita por uma cinta elástica sob medida, está um coldre fino com uma pistola compacta. Leve, silenciosa, precisa. Ninguém notaria a menos que soubesse exatamente onde procurar. É o tipo de detalhe que nunca uso — a não ser quando o alvo pode se tornar um problema real.
A escuta já está posicionada discretamente em um pingente do meu colar, praticamente imperceptível até para olhos treinados.
A voz de Richard, meu superior direto, rompe o silêncio no exato momento em que finalizo o batom.
— Selena, está me ouvindo?
— Sim. Tudo certo. — respondo sem tirar os olhos do meu reflexo.
— Ótimo. A foto do homem que você deve abordar foi enviada para seu dispositivo seguro. Nome: Ezra Ravelo. Empresário de fachada, possivelmente o contato mais próximo do chefe. Se não for o próprio.
Ezra Ravelo.
O nome aparece no canto da tela do celular criptografado. A imagem mostra um homem com cerca de trinta e poucos anos, cabelo escuro penteado para trás, barba bem-feita, olhar firme. Terno sob medida. Estatura alta. Aparência imponente. E olhos verdes esmeralda.
— Você tem certeza que ele não é apenas um intermediário? — pergunto.
— Certeza absoluta, não. Mas ele é a conexão mais limpa e sólida que temos até agora. Já cruzou contas com três empresas fantasmas usadas pela organização. Ele vai estar na festa hoje. Queremos que você se aproxime. Faça o que for necessário. Se for para ir pra cama com ele, que seja. Mas terá apenas 6 meses para pegar esse miserável. Me entendeu?
Richard é direto. Gosto disso. Sem floreios, sem promessas. Missões assim exigem foco. Nada além disso. Mas ele exagera em certas coisas. Não posso dormir com um estranho. Além do mais, tenho um noivo, nos casaremos assim que eu voltar dessa missão. Mas, eu não preciso entrar em detalhes com ele, só pioraria as coisas e começariam uma discussão.
— O local? — pergunto.
— Galeria Vivanti. Evento de arte contemporânea, início às vinte horas. Entrada restrita. Já cuidamos do convite no nome de Camille Deneuve. Seu nome está na lista. Ezra também confirmou presença. Ele nunca falta a esse tipo de evento.
— Entendido. — fecho o celular e deslizo ele pela lateral da bolsa pequena.
Richard faz uma pausa antes de continuar.
— Atenção redobrada. Ele pode estar esperando por algo. Ezra não se expõe sem motivo. Pode ter segurança disfarçada. Fique em alerta.
— Deixarei o canal aberto. Qualquer movimento suspeito, aviso.
— Boa sorte, Leclerc. Lembre-se: você é a arma mais precisa que temos.
A escuta silencia. Canal fechado.
Respiro fundo. Estou acostumada a entrar em lugares onde não sou bem-vinda. A diferença, dessa vez, é que o alvo sabe jogar. E o campo é dele.
...✧ ✧ ✧ ✧ ✧...
O táxi me deixa a poucos metros da Galeria Vivanti. O prédio é antigo, restaurado, com colunas de mármore branco e luzes direcionadas para a fachada. Do lado de fora, um tapete cinza e recepcionistas com pranchetas recebem os convidados com discrição. Nada chamativo. Luxo silencioso.
Caminho até a entrada com passos calculados, entrego o convite. O segurança confere o nome e permite a entrada sem perguntas.
Lá dentro, o ambiente está bem iluminado, o ar condicionado em temperatura controlada, e o cheiro suave de perfume caro e vinho tinto preenche o espaço.
As paredes são tomadas por quadros modernos — a maioria com formas abstratas, algumas com tons sombrios, outras com cores gritantes. Um reflexo perfeito da elite romana: caótica, mas refinada.
Caminho entre os convidados, absorvendo rostos e escaneando os grupos. Procuro por alguém com a descrição de Ezra. Nada ainda. Pego uma taça de champanhe da bandeja de um garçom. Finjo interesse em uma escultura de metal retorcido. Espero.
E então vejo.
No centro da sala, em frente a uma tela imensa de tons vermelhos e pretos, está ele.
Ezra Ravelo.
Exatamente como na foto. Terno escuro, cabelo alinhado, mãos nos bolsos, postura firme, um leve sorriso ao conversar com dois homens mais velhos. Ele parece... calmo. Mas atento. Como se tudo estivesse sob seu controle — inclusive quem entra e sai daquela sala. E como eu não esperava, é mais bonito pessoalmente, mas do que nas fotos.
Eu não me aproximo. Ainda não. Observo. Registro.
Richard volta a falar no ponto, a voz baixa e precisa:
— Posição confirmada. O homem ao centro, de frente para a tela vermelha. É ele. Você tem luz verde para iniciar contato.
— Entendido. — murmuro, virando o rosto levemente para o lado, mantendo a boca próxima ao colar que oculta o mini microfone.
Deixo a taça de lado e caminho em direção ao outro lado da sala, me posicionando estrategicamente ao lado de uma obra de arte onde posso ser vista sem parecer que quero ser vista. A regra é simples: se ele for quem dizem, ele virá até mim.
Minutos depois, Ezra Ravelo levanta os olhos. Ele me vê. O olhar é fixo. A análise é direta. E então, como previsto, ele se despede do grupo com uma desculpa elegante e começa a andar em minha direção.
Aproxima-se com passos tranquilos, mãos ainda nos bolsos. O sorriso é mínimo, mas existe. Confiança pura. Frieza calculada.
— Primeira etapa concluída. — murmuro no ponto, antes de desconectar discretamente o canal de áudio. O próximo movimento é meu.
E o jogo acaba de começar.
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 40
Comments
Marlene Reis
OMG! EZRA RAVELO,DE ONDE SURGIU ESSE DEUS NÓRDICO.... AUTORA DO CÉU ! ESSA HISTÓRIA VAI ARRASAR IGUAL AS OUTRAS PARABÉNS 👏🏻👏🏻👏🏻🖤🤘🏼
2025-06-19
4
Maria Sena
Olá, autora querida, olha eu aqui de sempre para prestigiar mais uma obra sua que com certeza será sucesso como sempre. Começando hoje 25/06/25 e já tô sentindo que vamos ter grandes emoções e muuuiiiitos hots quentes. E vamos de leitura minha gente!!! 🏃🏃🏃😅😅😅🥰
2025-06-25
1
Maria Santos
Amando, acho que ela vai ser pegue envés de pegar hahahaha
2025-06-18
1