CAP. 4 - A PROPOSTA IRRECUSÁVEL; CAMINHO SEM VOLTA

No dia seguinte antes do horário marcado, Valéria e Eloísa chegam ao restaurante; sentam-se num canto meio escondidas; próximo a entrada e começam a conversar.

Eloísa: Amiga porque nós chegamos tão cedo?... E estamos assim de óculos escuros e com lenços, escondendo a cabeleireira... Precisa disso?

— Lola... Vai por mim... Não estou totalmente segura com esse encontro... E temos que ver com quem.... E de que forma o senhor Leonel Maldonado vai dar as caras... Disfarça ele acabou de chegar... Que amigo mais gatinho... Me amarro em homens altos... Que homão mara!

Eloísa: Aí que emoção amigaaaaa... Senhor Jesus! Não posso crê... Que gatooooo... O Leonel é lindíssimooooo.... Quanto ao amigo sinto lhe informar... Mais ele é gay... Amiga para de se esconder atrás do cardápio... Que assim, está chamando mais atenção ainda... Como se o cosplay de..., Tieta na volta pra Santana do agreste... Ou da icônica viúva Pocina... Não fossem o suficiente

— Não vejo essas graças todas no Leonel... Apenas um rostinho padrão e ainda por cima é um político... Zero atratividade... Deve fazer discursos até na hora H... Que homem mais tedioso viu... Quanto ao amigo; como assim gay? Imagina! Serio? Você segui ele?... É isso?

Eloísa: Não sigo amiga e muito me admira você assim pegadora... Olha bem! A forma de segurar o copo, a forma de mexer no cabelo, o jeito de sorri, de gesticular com os braços e na forma de andar, assim que chegaram... O moreno grandão estava rebolando sutilmente

— Será que são um casal?... Não creio que desperdício de homem... Desculpa as migas do vale... Mais a competição está injusta... Será que eles são de fato um casal e estão querendo-me contratar como; sei lá..., uma possível barriga de aluguel?

Eloísa: Olha não sei amiga! Mais tem pra mais de vinte minutos que eles chegaram e o Leonel não para de olhar o relógio..., e olhar pra porta... Daqui a pouco ele levanta e vai embora..., estou te falhando... E vamos ficar na curiosidade eterna... Está esperando o quê mulher? Vai logo lá

— Estou valorizando o meu passe... Homem tem mais é que esperar mesmo... Mais você tem razão... Eu vou lá... Toma segura o, óculos e o meu lenço!

Enquanto isso na mesa do Leonel

— Vamos embora! Afonso... Detesto atrasos... Quem ela pensa que é... Para me fazer esperar! Se fosse só atraso..., já não era tolerável..., mais ela está aqui faz tempo já!

Assessor: Aqui! Como assim? Calma Leon... Acredito que ela deva está estourando por aí... Deve ter se atrasado por conta da produção meu caro... E falar nela olha quem está se aproximando fazendo uma entrada triunfal em câmara lenta... Amei a make..., a diva tem carão

Val: Olá! Valéria Medeiros em pessoa... Uma das publicitárias mais requisitadas do país... Me desculpem pelo atraso... Em que posso ajudá-los?

— Começamos mal! Porque eu detesto atrasos..., senhorita Medeiros... E eu não estou interessado no seu serviço como publicitária... Mais na sua imagem e cooperação em algo... Afonso lhe entregue o contrato por favor! Diz ele visivelmente aborrecido.

Val: Que grosso! Aff..., a minha imagem? Que eu saiba..., não sou nenhum modelo ou atriz... Vai estampar as suas campanhas eleitorais com um rosto feminino e escolheu o meu? Porquê? O senhor Maldonado pode me explicar?

Assessor: Bem! Valéria… Não leve a sério o tom do Leonel..., ele está um pouquinho estressado... O negócio é o seguinte nesse contrato..., que estou lhe passando agora; o Leon requer a sua participação de forma contundente na digamos... Encenação de um relacionamento entre os dois... De modo quê pareça bastante real... O quê quero dizer é...

— Que estou lhe pagando um montante significativo em dinheiro... As cifras estão logo abaixo..., no finalzinho do contrato... Para que você se passe por minha namorada e consequentemente esposa. Pois, teremos que nos casar legalmente... Óbvio não teremos nada de fato..., digo fisicamente... Mais você terá que se comportar como se tivéssemos apaixonados um pelo outro... E seguir as cláusulas do contrato a risca... Fui claro? Disse ele a olhando de maneira fria.

<>- Óbvio que não teremos nada meu bem... Sabia que eram um casal... O eu tenho a ver com isso? Que louco arrogante, prepotente esse Leone!

Val: Não só claro... Mais arrogante também... E o que te faz pensar que eu vou aceitar... Porque me escolheu?... Que vocês sejam felizes! Sem mim... Espera..., dois milhões e meio... É esse o meu valor? Porque não dez milhões..., senhor Maldonado?

— Primeiro baixe a sua bola, que você está desempregada! Segundo, você acha dois milhões e meio; pouco? Que audácia a sua em me chamar de arrogante... E você é uma soberba... Se achando a última bolacha do pacote... Dez milhões, não me faça rir... Está louca por acaso?

Val: Pelo que vejo... Está sabendo muito ao meu respeito..., senhor Leonel Maldonado... Eu sei muito bem que todos nós..., temos um preço nessa vida... E, porque tenho que valer tão pouco? Se você pode pagar muito mais?

<> - Realmente estou cogitando essa proposta maluca... Onde coloquei a minha dignidade... Esse infeliz tá querendo me comprar! Resolveria o problema das minhas dívidas, ajudaria a minha amiga..., os meninos do abrigo... Principalmente o theozinho..., que provalmente irá precisar mesmo de uma cirurgia.

— Ok! O dobro senhorita Medeiros... Cinco milhões e não se fala mais nisso! O que me diz... Topa ou não?... Se a resposta for um sim... Teremos o nosso primeiro compromisso de casal..., comprometido com o bem-estar do povo daqui a quinze minutos! Diz Leonel com um tom mais brando nesse momento.

Val: Como? Cinco? Milhões? Disse cinco? Compromisso? Povo? Mais eu nem almocei ainda!

— Não almoçou!... Porque não quis... Tempo suficiente você teve... Eu bem vi quando levantou-se ..., deu a volta no salão... Fingindo que tinha acabado de chegar... Nem adianta procurar a sua amiga..., porque sim, ela já foi embora! Temos a inauguração da creche de um político amigo meu... Onde farei um breve e importante discurso... Vamos?

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