Lilly...
O resgate foi concluído com sucesso, as ambulâncias chegaram pouco depois para levar tanto a mãe quanto a filha ao hospital onde poderiam receber cuidados médicos adequados. Fiquei observando enquanto as equipes trabalhavam rapidamente, embora soubesse que tinha perdido a minha entrevista de emprego naquele dia crucial, sentia-me realizada por ter feito algo verdadeiramente significativo.
A bombeira se aproximou de mim, após certificar-se de que tudo estava sob controle.
— Você foi incrível, tem um dom especial com as crianças! Sua capacidade de acalmar aquela menina fez toda a diferença...
— Que isso! — respondi timidamente.
— Foi um impacto positivo que teve na vida daquela criança em um momento tão crítico. Tantos curiosos, mas só você se interessou em ajudar!
— Obrigada! Eu não consegui ficar parada sabendo que ela precisava de ajuda! Você foi incrível... O trabalho de vocês é lindo!
— É isso que fazemos, ajudamos uns aos outros quando mais precisam! Até mais!
— Até!
Mesmo sabendo que estava tarde, decidi ir até o condomínio e arriscar fazer a entrevista.
...Quem sabe eu consigo!...
Corri e quando cheguei os seguranças na portaria não me deixaram entrar, pois as entrevistas já haviam terminado.
Eu implorei, mas se negaram a ligar para a mansão dos Peterson.
Voltei para o centro da cidade arrasada, com fome e com meus pés todos machucados.
Decidi ir até o hospital, queria ter notícias da menina e de sua mãe.
Por coincidência, encontrei com a bombeira na recepção.
— Não sabia que ficava no hospital com seus pacientes! — brinquei.
— Não! Acabei de sair do meu plantão e resolvi ver como elas estavam!
— Conseguiu ter notícias delas?
— Estão bem, fora de perigo e o pai dela está cuidando delas agora!
— Nossa que bom!
De repente, o meu estômago fez um barulho horroroso que chamou a atenção da garota e corei envergonhada.
— Está com fome?
— Sim!
— Vamos até a lanchonete aqui perto, também estou morrendo de fome!
Não sabia o que responder, então acabei aceitando.
Fomos para uma lanchonete do outro lado da rua, nos acomodamos numa mesa e ela insistiu que pagarai a conta. Não briguei, pois não tenho muito dinheiro.
— E então, qual o seu nome?
— Lilly!
— Eu sou Gislaine, mas pode me chamar de Gi!
Engraçado, que enquanto fazíamos o lanche, a conversa fluia naturalmente como se nos conhecêssemos a anos.
— E então, o que te trouxe a Nova York?
— Estou em busca de um emprego, mas desde que cheguei não tive muita sorte! Acho que o mundo está literalmente de mal comigo... Estava indo para uma entrevista de emprego na hora do acidente!
— Sério?
— Sim! Quando cheguei a entrevista já havia acabado e lá vou eu para a estaca zero! Todos exigem experiência e fica difícil se não me derem uma oportunidade!
Ela parecia me olhar com admiração.
— Olha! A minha tia está a procura de uma babá, para cuidar do seu neto... quem sabe eu não consigo uma entrevista para você?
— Aí... isso seria ótimo! Serei eternamente grata se puder fazer isso por mim! Muito obrigada!
— Que isso! Gostei muito de você, não sei... parece que somos amigas de longa data! E depois tem um dom especial com as crianças...
Forcei um sorriso, por recordar que nunca mais poderei ser mãe.
— Não posso garantir que vá conseguir o emprego...
— Nossa, mas já é um começo! Serei eternamente grata!
— A minha tia é uma pessoa incrível, tenho o pressentimento de que ela vai gostar de você!
— Tomara!
Sorrimos.
— E você? O que te levou a ser bombeira? — perguntei mudando o assunto. — Deve ser uma profissão cheia de desafios!
— Eu sempre admirei a profissão do meu pai e em como ele ajudava as pessoas, ele é policial e me ensinou sobre coragem e a importância de servir à comunidade! Mas foi em um incêndio que vi meu pai pela televisão salvando vidas... ele já tinha se tornado o delegado e isso não o impediu de ir até o local e agir! Ele arriscou tudo para tirar uma família da casa em chamas! Naquele dia eu percebi que queria fazer parte desse mundo, ser alguém que faz a diferença quando as pessoas mais precisam... confesso que também gosto da adrenalina! — sorri.
— Você é uma heroína... tanto você como seus colegas que se arriscam todos os dias para salvar vidas!
Trocamos números de telefone e ela se ofereceu para me dar uma carona até a pensão.
— Não precisa...
— Faço questão, percebi que seus pés estão machucados!
— Obrigada, andei muito...
Fiquei surpresa com carro luxuoso da garota.
Fomos o caminho todo conversando.
Ao chegarmos ficou espantada com a simplicidade.
— Não tem medo de morar aqui?
— Infelizmente é o que o meu dinheiro dá para pagar no momento!
— Você tem um currículo aí?
— Sim, sim!
Peguei um currículo na minha bolsa e imediatamente entreguei ela.
— Mais uma vez obrigada e obrigada pela carona!
Nos despedimos e entrei na pensão.
Cumprimentei a dona da pensão que estava no portão, sentada numa cadeira e fui para o meu quarto.
A mulher fica o dia todo no portão principal da pensão cuidando da vida dos outros. As vezes acho engraçado isso, pagamos para ela cuidar das nossas vidas.
Cheguei no quarto e fui tomar um banho. Após o banho, fiz curativos no calcanhar onde as bolhas estouraram e ficaram muito machucados.
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Atualizado até capítulo 50
Comments
Lorena Rodrigues
mas não era Los Angeles?
2025-06-15
6
Emely
Então ela é filha do Arthur mesmo?? Só não entendi o parentesco com o Arthur?? Ou é só de consideração?? Já me perdi 🥴🥴🥴🥴
2025-06-16
3
Linalva Da Silva Magalhaes Ferreira
Vai dar certo Lilly, tu vai conseguir esse trabalho e vai recomeçar sua vida!
2025-06-15
4