Capítulo 5

Lilly...

O resgate foi concluído com sucesso, as ambulâncias chegaram pouco depois para levar tanto a mãe quanto a filha ao hospital onde poderiam receber cuidados médicos adequados. Fiquei observando enquanto as equipes trabalhavam rapidamente, embora soubesse que tinha perdido a minha entrevista de emprego naquele dia crucial, sentia-me realizada por ter feito algo verdadeiramente significativo.

A bombeira se aproximou de mim, após certificar-se de que tudo estava sob controle.

— Você foi incrível, tem um dom especial com as crianças! Sua capacidade de acalmar aquela menina fez toda a diferença...

— Que isso! — respondi timidamente.

— Foi um impacto positivo que teve na vida daquela criança em um momento tão crítico. Tantos curiosos, mas só você se interessou em ajudar!

— Obrigada! Eu não consegui ficar parada sabendo que ela precisava de ajuda! Você foi incrível... O trabalho de vocês é lindo!

— É isso que fazemos, ajudamos uns aos outros quando mais precisam! Até mais!

— Até!

Mesmo sabendo que estava tarde, decidi ir até o condomínio e arriscar fazer a entrevista.

...Quem sabe eu consigo!...

Corri e quando cheguei os seguranças na portaria não me deixaram entrar, pois as entrevistas já haviam terminado.

Eu implorei, mas se negaram a ligar para a mansão dos Peterson.

Voltei para o centro da cidade arrasada, com fome e com meus pés todos machucados.

Decidi ir até o hospital, queria ter notícias da menina e de sua mãe.

Por coincidência, encontrei com a bombeira na recepção.

— Não sabia que ficava no hospital com seus pacientes! — brinquei.

— Não! Acabei de sair do meu plantão e resolvi ver como elas estavam!

— Conseguiu ter notícias delas?

— Estão bem, fora de perigo e o pai dela está cuidando delas agora!

— Nossa que bom!

De repente, o meu estômago fez um barulho horroroso que chamou a atenção da garota e corei envergonhada.

— Está com fome?

— Sim!

— Vamos até a lanchonete aqui perto, também estou morrendo de fome!

Não sabia o que responder, então acabei aceitando.

Fomos para uma lanchonete do outro lado da rua, nos acomodamos numa mesa e ela insistiu que pagarai a conta. Não briguei, pois não tenho muito dinheiro.

— E então, qual o seu nome?

— Lilly!

— Eu sou Gislaine, mas pode me chamar de Gi!

Engraçado, que enquanto fazíamos o lanche, a conversa fluia naturalmente como se nos conhecêssemos a anos.

— E então, o que te trouxe a Nova York?

— Estou em busca de um emprego, mas desde que cheguei não tive muita sorte! Acho que o mundo está literalmente de mal comigo... Estava indo para uma entrevista de emprego na hora do acidente!

— Sério?

— Sim! Quando cheguei a entrevista já havia acabado e lá vou eu para a estaca zero! Todos exigem experiência e fica difícil se não me derem uma oportunidade!

Ela parecia me olhar com admiração.

— Olha! A minha tia está a procura de uma babá, para cuidar do seu neto... quem sabe eu não consigo uma entrevista para você?

— Aí... isso seria ótimo! Serei eternamente grata se puder fazer isso por mim! Muito obrigada!

— Que isso! Gostei muito de você, não sei... parece que somos amigas de longa data! E depois tem um dom especial com as crianças...

Forcei um sorriso, por recordar que nunca mais poderei ser mãe.

— Não posso garantir que vá conseguir o emprego...

— Nossa, mas já é um começo! Serei eternamente grata!

— A minha tia é uma pessoa incrível, tenho o pressentimento de que ela vai gostar de você!

— Tomara!

Sorrimos.

— E você? O que te levou a ser bombeira? — perguntei mudando o assunto. — Deve ser uma profissão cheia de desafios!

— Eu sempre admirei a profissão do meu pai e em como ele ajudava as pessoas, ele é policial e me ensinou sobre coragem e a importância de servir à comunidade! Mas foi em um incêndio que vi meu pai pela televisão salvando vidas... ele já tinha se tornado o delegado e isso não o impediu de ir até o local e agir! Ele arriscou tudo para tirar uma família da casa em chamas! Naquele dia eu percebi que queria fazer parte desse mundo, ser alguém que faz a diferença quando as pessoas mais precisam... confesso que também gosto da adrenalina! — sorri.

— Você é uma heroína... tanto você como seus colegas que se arriscam todos os dias para salvar vidas!

Trocamos números de telefone e ela se ofereceu para me dar uma carona até a pensão.

— Não precisa...

— Faço questão, percebi que seus pés estão machucados!

— Obrigada, andei muito...

Fiquei surpresa com carro luxuoso da garota.

Fomos o caminho todo conversando.

Ao chegarmos ficou espantada com a simplicidade.

— Não tem medo de morar aqui?

— Infelizmente é o que o meu dinheiro dá para pagar no momento!

— Você tem um currículo aí?

— Sim, sim!

Peguei um currículo na minha bolsa e imediatamente entreguei ela.

— Mais uma vez obrigada e obrigada pela carona!

Nos despedimos e entrei na pensão.

Cumprimentei a dona da pensão que estava no portão, sentada numa cadeira e fui para o meu quarto.

A mulher fica o dia todo no portão principal da pensão cuidando da vida dos outros. As vezes acho engraçado isso, pagamos para ela cuidar das nossas vidas.

Cheguei no quarto e fui tomar um banho. Após o banho, fiz curativos no calcanhar onde as bolhas estouraram e ficaram muito machucados.

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Comments

Lorena Rodrigues

Lorena Rodrigues

mas não era Los Angeles?

2025-06-15

6

Emely

Emely

Então ela é filha do Arthur mesmo?? Só não entendi o parentesco com o Arthur?? Ou é só de consideração?? Já me perdi 🥴🥴🥴🥴

2025-06-16

3

Linalva Da Silva Magalhaes Ferreira

Linalva Da Silva Magalhaes Ferreira

Vai dar certo Lilly, tu vai conseguir esse trabalho e vai recomeçar sua vida!

2025-06-15

4

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