Joyce e Jocelynd

**Seis anos depois

Estou na casa de meu irmão, faz 14 anos que não nos víamos, depois que ele saiu de casa brigado com nosso pai para casar.

 Há dois dias, recebi a mensagem de meu advogado avisando que meu irmão se suicidou e deixou a guarda das minhas sobrinhas para mim.

Estou aqui com o bilhete que ele deixou nas mãos e sem saber o que fazer, nunca quis ser pai e agora tenho duas meninas para cuidar.

Meu irmão, você sempre começou as coisas e deixou para eu terminar, mas desta vez você foi longe demais.

"Meu irmão, não consigo mais viver assim, estou deixando Joyce e Jocelynd aos seus cuidados, sei que a mãe delas vai me buscar no inferno para onde vou, mas assim terei a chance de ver seus olhos mais uma vez.

 Juro que tentei, mas cada vez que olho para as meninas, principalmente para Joyce, me dói a alma, sinto tanta falta da minha esposa, agora vou ao encontro dela, cuide bem das meninas, adeus, meu irmão."

Meu advogado me chama:

— Sr. Adrien, achamos o bilhete ao lado do corpo de seu irmão e junto está o documento assinado, lhe passando a guarda das meninas.

 O que o senhor quer fazer com as meninas?

"Adrien"

Fiquei pensando por um momento.

Adrien Maier 's, sou um solteirão convicto, líder de uma das mais fortes indústrias automobilísticas do mundo, nunca quis me casar ou ter filhos, agora sou tutor legal de duas garotas.

Cheguei a pensar na possibilidade de colocá-las em um colégio interno, mas no momento vou levá-las para a mansão, e depois do enterro resolvo.

Falei para meu advogado:

— Leve-as para a mansão e peça para a Leslie cuidar delas por enquanto.

 — O senhor não quer conhecê-las?

— Não…, vou fazer minha parte cuidando para terem uma boa educação, mas não vou ser o pai que elas perderam, não sei como fazer isso e também não quero, se meu pai fosse vivo, elas iriam ficar na rua porque ele não as reconheceu como netas dele.

Este meu irmão idiota e egoísta largou um fardo e um problema para eu resolver. 

Como sempre, desde a infância, ele iniciava as coisas e eu era quem tinha que finalizar.

Ser o mais forte em uma casa não é uma coisa boa, sempre nos deixam os assuntos inacabados para resolvermos.

Dr., veja alguns colégios internos e manda a ficha para que eu dê uma olhada.

— O senhor vai colocá-las em um colégio interno?

— Não resolvi ainda, mas vamos estudar a possibilidade.

— Vou pesquisar e mandar os melhores, para o senhor avaliar.

Joyce fica sabendo que seu tio está na casa e resolve ver para quem seu pai deixou o destino dela e da irmã, mas só o escuta irritado, falando que elas são um fardo.

Do outro lado da porta, escuta seu tio falando e fica magoada.

Fala para si mesma:

“Fique tranquilo, tio, assim que der pego minha irmã e sumo da sua vida perfeita, nós não vamos atrapalhar.”

Viajamos o dia todo, até que chegamos na tal mansão que o advogado disse pertencer à família, minha irmã não parava de chorar, não sei mais o que fazer, agora além de sermos órfãs, perdemos nossa casa e tudo o que conhecíamos como lar e família.

O advogado nos deixou com a dona Leslie, uma mulher de uns 50 anos, muito sorridente e amável, nos abraçou e nos levou para dentro. Gostei muito dela, pena que não vou ficar muito aqui, logo minha irmã havia parado de chorar e estávamos comendo biscoito com leite.

— Vamos, meninas, vou levar vocês ao vosso quarto. O senhor Aidren destinou dois quartos para vocês, mas se quiserem, podem ficar em um só até se acostumarem com as mudanças.

Eu, como sempre, tomei as rédeas da situação.

— Não quero deixar minha irmã sozinha neste momento, D.Leslie, ficaremos em um quarto só.

Jocelynd intervém:

— Joyce, prefiro ter o meu quarto, vamos estar uma do lado da outra, não precisa se preocupar tanto comigo, qualquer coisa te grito.

— Jocelynd, se você prefere assim, está bem. D.Leslie me fala a rotina da casa, não queremos atrapalhar nada, sei que ficaremos pouco aqui, mas mesmo assim não queremos incomodar.

— Não se preocupe com isso, Joyce, devagar vocês vão se acostumando, vamos desfazer suas malas para vocês poderem descansar.

Na parte da tarde, vocês têm o enterro do vosso pai, e o senhor Aidren me mandou ir com vocês.

“Joyce”

— Tudo bem, estaremos prontas e, quanto a desfazer as malas, acho que não será necessário, logo iremos embora daqui.

Onde papai será enterrado?

— Na cripta da família, aqui na propriedade mesmo, Joyce.

-Eu achei que, como ele foi deserdado, ia para o cemitério da cidade.

Jocelynd agradecida, dá um abraço na senhora Leslie, nunca tivemos mãe e nada parecido e nosso pai era distante, então aquela atenção e carinho daquela empregada era o que minha irmã precisava, mesmo sendo paga para isso.

Mas tenho que me manter atenta, ela não pode se apegar senão sofrerá de novo com a separação. 

A Leslie saiu do quarto, eu e Jocelynd tomamos banho e ficamos esperando a hora do almoço.

Eu não comi as bolachas e agora estou me arrependendo.

Meu estômago está doendo de fome.

Se fosse lá em casa, já seria hora do almoço, mas aqui eu não sei. 

Não sei se devemos descer na cozinha ou se alguém vem nos buscar. Resolvi chamar Jocelynd e descer. Minha irmã normalmente é tímida, mas está tão animada com as mudanças que saí do quarto correndo e dá de frente com nosso tio.

Fiquei gelada, meu pai não nos agredia, mas também não era a melhor pessoa do mundo. Se meu tio for igual, vai dar uma bronca em Jocelynd.

A primeira coisa que vi quando olhei para ele foram os olhos tão azuis quanto os meus. Mas ele abaixou a cabeça e falou ríspido com minha irmã.

 — Nossa, menina! Precisa correr tanto? Desse jeito, você pode se machucar ou machucar alguém.

Adrien estava segurando minha irmã pelo braço, ela ficou paralisada de medo, ele é tão grande, não se parece em nada com papai, como podem ser irmãos e terem o mesmo pai e a mesma mãe? Eu, por instinto, puxei minha irmã, Aidren soltou-a e caímos no chão, me levantei e o encarei. Ele pode até ser grande, mas não é dois.  Alinhei minha postura e disse:

— Não encosta na minha irmã, ela não fez por mal. Só está sendo a criança que é.

“Adrien”

Olhei a cena e meu coração parece que vai explodir no peito. Aquela menina me lembrou da minha infância, eu defendendo meu irmão das agressões do meu pai. Vou fazer diferente, não posso deixar esta criança ter a mesma infância que tive.

Falei com a voz mais tranquila:

— Me desculpe, não foi minha intenção assustar vocês, não estou acostumado a ter alguém correndo pela casa feito doido.

Aquela pequena criança levantou-se em pé e, com a cabeça erguida, me encarou, me olhou de cima para baixo, querendo me intimidar.

Os olhinhos tão azuis quanto os meus parecem soltar faíscas. Estou quase caindo na risada, mas me contive.

Fiquei sério e a deixo achar que me intimidou.

Falei:

— Vamos descer para almoçar, senão tomaremos uma bronca da Leslie, por chegar tarde e comer a comida fria.

Elas vão descendo na minha frente e posso observá-las melhor. Joyce tem os olhos azuis como duas safiras e Jocelynd olhos verdes como esmeraldas. Joyce é um pouco mais baixa e Jocelynd mais gordinha.

Se olhar rapidamente, não dá para diferenciar ambas, mas eu já não vou confundir. Joyce tem um fogo no olhar que Jocelynd não tem.

Leslie deve ter nos escutado e veio apressada tentando corrigir sua falha em não buscar as meninas, e com medo do que vou pensar, fala.

— Senhor Aidren preparei tudo para as meninas comerem na cozinha e não incomodarem o senhor.

— Leslie, ponha mais dois lugares na mesa, elas comerão aqui comigo.

-Vão comer com o senhor?

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Comments

Joelma Oliveira

Joelma Oliveira

sempre tem 1 mais afoita nas gêmeas, mas minha mãe não teve essa sorte kkk as 2 eram afoitas até demais

2025-06-20

1

Irene Saez Lage

Irene Saez Lage

As sobrinhas estão com ele na casa mas elas tem temperamentos diferentes vamos ver o que vai acontecer

2025-06-20

0

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