Jogo do Amor

Jogo do Amor

Prólogo

A festa de Halloween acontecia com músicas da Taylor Swift e Shawn Mendes. Nem um pouco macabra. Gwen revirou os olhos. Queria algo mais de terror. Numa floresta, uma fogueira grandiosa... Mas ia sair do controle.

E sabia que o daemon com que trabalhava também  estava entediado em ter que ajudá-la nas tiragens, uma voz no ouvido, uma intuição certeira e uma aura que só os mais sensíveis sentiam.

Talvez uma Lady Gaga rolasse às vezes nas músicas e trhiller do Michael Jackson certamente só por moda. Jovens dançando com fantasias sensuais, exemplo, enfermeira sexy sangrenta e Frankenstein sem tanta maquiagem.. Alguns com cantis de bebidas alcoólicas escondidas misturando ao ponche não alcoólico ofertado pela escola.

Havia decorações de esqueletos, bruxas, teias de aranha no ginásio.  Atrações como ela e uma menina que sabia fazer acrobacias com fogo. Os copos eram crânios, os ponches colocados em caldeirões, na cor vermelho sangue  com olhos de mentiras monstruosos e comestíveis boiando como a poção nojenta de uma bruxa. Biscoitos de esqueletos, docinhos que pareciam ovos de aranhas e bolos como se fossem cemitérios e covas.

A moça se mantinha na mesa com o baralho de tarô. Quieta e na dela. Halloween era como o natal para Gwen. Ninguém a convidou e foi ali para trabalhar e como monitora também do professor que era seu crush.

Alguns professores se voluntariaram para vigiar as festas da escola, assim como alguns pais de alunos.

O professor de Literatura, Jason Aimos, escolheu estar perto de Gwen e cuidar da parte da organização do espetáculo dela. Era um homem bonito nos seus vinte e nove anos e havia terminado com a namorada.

Jason e Gwen eram próximos, mas ele nunca foi além com ela, por respeitá-la e querer esperar que não fosse algo criminoso. Apesar de também corresponder o sentimento dela ou dela o ter obrigado com uma amarração  a corresponder. Detalhes.

Gwen, era  uma menina alternativa, de cabelo curto preto com mechas vermelhas, baixinha, gordinha, de unhas pretas e vestidos sempre escuros, uma tatuagem de serpente no braço para cobrir os cortes antigos de automutilação e uma de escorpião no pescoço. Ela era alguém que passava um mistério e aura intimidante diariamente e não só naquela festividade.

Fosse a roupa estilo Morticia Adams, que não usava só no Halloween. Ou o fato de tirar as cartas, também as previsões certeiras e o evidente fascínio pelo oculto  seguida pela paixão por Lord Byron que a uniu ao professor,  Havia em si, algo de sinistro e intimidante.

E pessoas que já fizeram bullying com ela já se deram muito mal. Como uma garota que a chamava de satanista e sofreu um acidente que quebrou o pulso e o osso ficou exposto. Depois disso ninguém mais disse uma única palavra sobre Gwen. Ninguém!

Então, quando o capitão do time de basquete, Thomas Grayson, se sentou na frente dela na mesa e colocou os cinco dólares que ela cobrava,  e que estavam escritos numa plaquinha como o valor da tiragem, ela estranhou muito, mas não disse nada.

— Sua pergunta é sobre amor, trabalho... dinheiro? — pergunta automática da cartomante já entediada.

— Minha ex... a Sam... Ela volta pra mim? As suas cartas podem dizer isso?

Gwen mirou Samantha Summers dançando com o capitão do time de futebol americano, bem feliz, e nem precisava tirar as cartas para ter uma resposta.

Mas, mesmo assim, ela o fez, por respeito ao consulente. Mas já intuía que a resposta não ia agradar.

Cortou o baralho roxo com desenho de estrelas em três montinhos. Cada montinho representava passado, presente e futuro.

— Vá em frente, faça sua pergunta mais detalhadamente.  Pensando nela tire três cartas de cada montinho.  — Incentivou Gwen.

Ele perguntou ao baralho:

— A Samanta ainda me ama? Ela volta para mim?

Ele  tirou as cartas sem virá-las só colocando já frente dos montinhos. Gwen as virou.

No passado, saiu:

Rainha de Paus, Sete de Espadas, Três de Espadas.

Era óbvio. Samantha o havia traído.

No presente, saiu:

Morte, Julgamento e Mundo.

A relação dela com Thomas realmente morreu. Ela teve um novo começo com o novo rapaz, se sentia mais viva mesmo sendo julgada por todos. E com o mundo era fim de ciclo com Thomas e o começo com Aeron.

No futuro, saiu:

Quatro de Paus, Dois de Copas e Roda da Fortuna.

Comemoração. União. Destino. Samantha e Aeron eram mesmo  destinados.

Ela não sentia mais nada por Thomas. Talvez nunca tenha sentido.

— E aí, vai encarar a noite toda essas cartas aí? — exigiu o idiota impaciente.

— Ela te traiu. — Soltou Gwen  sem pensar. O garoto gelou. Ele e Sam falavam para os amigos em comum só que tinham terminado amigavelmente; ninguém sabia da traição exatamente como uma certeza para não ser mais humilhante ainda. — Não vejo volta. Mesmo com todo mundo a julgando por namorar tão rápido depois do término de vocês,  ela está feliz com ele. Eles dois estão destinados a ter um futuro...

Ela mal terminou de falar, e ele virou a mesa dela, desesperado. O desespero chamou a atenção da sombra que seguia Gwen, que estava bastante entediado antes.

Contudo, também causou comoção num monte de gente. Inclusive do professor Jason, que era quem ajudava na fila para o tarô.

— Você não sabe de nada... fica bancando a mística e... —  Acusou balbuciando um Thomas, angustiado. Amava mesmo Sam. Ela foi a primeira namorada dele. Tinham planejado tantas coisas juntos.

— Tenha respeito com ela, rapaz. — O professor se colocou no meio deles, mantendo Thomas longe dela.

Mas Gwen acertou tudo. E o Thomas, ele  estava com medo e assombrado, e ao mesmo tempo com raiva e com ego ferido.

O professor de Literatura, que assistia a tudo, ia intervir mais profundamente  e o tirar da festa, mas Gwen fez um movimento de “pare” com a mão, se lembrando do Três de Espadas que viu no passado de Thomas. Então, empática pela dor de cotovelo dele, deixou a explosão para lá e respirou fundo.

— Eu não minto para satisfazer seu ego e não faço devoluções. Você queria saber, e eu disse. Não me culpe. Não mate o mensageiro ou algo assim. — Falou severa, recolhendo as cartas com a ajuda do professor dela. E também   o dinheiro que caiu da cestinha. Ia até a vela dourada que acendeu para o rei Paimon, que caiu, mas se mantinha acesa, contudo, notou algo.— Mas, caso queira interferir no destino deles... posso te dar uma opção.

Disse ela de repente ao escutar um sussurro e ver um tremular na vela que caiu, e ainda acesa,  a cera que escorreu fez um sinal de corte apontado justamente para Samantha e Aeron. Gwen aprendeu a interpretar sinais. O destino podia ser cortado em prol de Thomas. Rei Paimon queria isso.

Ela terminou de recolher as cartas, agitada pela possibilidade. Apagou a vela com saliva e os dedos.  A cera no chão formado uma reta dourada que apontava para onde Samanta  Aeron dancavam.

O professor entregou algumas cartas que recolheu a  Gwen.  Para o desespero e angústia suprema, na mão dele tinham , dois de Copas, enamorados, julgamento e a Roda da Fortuna. Eles eram destinados, mas era difícil.

Gwen corou quando viu as cartas, engoliu em seco e sorriu em gratidão ao professor, que apenas sorriu de volta, mesmo aflito que alguém pudesse perceber. Ele tinha prometido: depois da formatura, quando ela fosse maior de idade e estivesse na faculdade. Foi o que ele disse.

Thomas a estudou e resmungou, ainda ouriçado:

— Do que está falando? Seja mais específica, Williams.

Gwen pegou a mão dele e o puxou para fora da festa de Halloween, para conversarem sobre a proposta que o rei Paimon queria fazer longe da baderna. Então, só pararam no armário do zelador.

Ela guardou o tarô e o dinheiro na caixa sob o olhar atento dele e colocou na mochila de lado que usava.

Ela parecia tão destoante de todo mundo que Thomas conhecia.

— Podemos fazer um feitiço de corte entre eles, depois um para fazer você ser o destino dela e não ele... Você parece desesperado... O... meu... Guardião... me sussurrou essa opção e... Mostrou sinais que pode me ajudar a fazer.

Só que Thomas estava quente de repente, com ela tão perto,  preso com ela ali. Uma quentura na pele e na alma. De repente, com os braços e as palmas das mãos na parede prendia aquela menina estranha contra a parede, e conversavam no cubículo do zelador de luz apagada, cuja única iluminação vinha da penumbra do corredor da escola. A pele dele ardeu por toque. Pelo toque dela.

Ela tinha algo tão magnético... o corpo era mais encorpado, mas não menos atraente, inclusive com os vestidos colados e sensuais góticos com espartilho. E os seios pareciam tão macios naquele decote... Aquele colar choker o fazia fantasiar coisas estranhas de sufocá-la e a ter de quatro. Era difícil orbitar perto dela. Sufocante.

A respiração dele pesou, e quando deu por si já estava a beijando violento, cheio de tesão, murmurando desculpas por ter desfeito a mesa dela contra os lábios gostosos dela... e a puxando pelo cabelo curto com brutalidade que Samantha odiava porque ia além de ter uma boa pegada, porque era mais doentio e primitivo, mas Gwen não protestou.

— Desculpa... Hm... — Murmurou mordendo os lábios dela, maldoso e cruel,  como sempre quis ser com Sam. — Só me irritou que você disse que eles eram destinados.

—  Desculpo... Sei como isso dói. Eu também já passei por isso. — respondeu ofegante e descabelada pelos puxões dele.

— E o que você fez a respeito? — Questionou curioso.

Ela sorriu travessa e maldosa.

— Os separei. — Respondeu simplória e deu de ombros. — Mas agora ele quer esperar um tempo para ficar comigo. Depois da escola.

— O professor Jason... — Murmurou Thomas incrédulo. — Você foi a culpada dele ter se separado da professora Anderson...

— Isso não vem ao caso. — Respondeu Gwen com o pescoço altivo. — Eu quis algo e peguei para mim.

Thomas ria incrédulo da insanidade, mas fazia sentido. Mesmo com todo o visual, ela ainda parecia inofensiva. Então saber que ela era capaz de algo assim era estranhamente atraente.

— Seus lábios são tão macios, sabia... Mas você é venenosa? Eles dizem que você é uma bruxa... Você é? — murmurou rendido e enfiou a língua na boca dela, a língua dela encontrou a dele sem timidez enquanto o beijo ardente continuava.

— Sou e não das boazinhas. — Confirmou sem medo e a mão dele subiu a coxa dela, tocando a pele na meia arrastão.  — Mas o truque dos lábios... eu esfolio os lábios com açúcar e canela. Açúcar ajuda a tirar a pele morta e a canela os pinica um pouco e os deixa mais inchados e atraentes. Mas isso não vem ao caso... você quer o feiti...

A respiração dela também estava pesada... Ele roubou outro beijo dela, a calando e alucinado. Era só um amassar de lábios no início, para se conhecerem. As vezes tentava com a língua e ela começou a tocar a calça dele também, quando sentiu o volume.

— Vai querer o feitiço...? —  Repetiu contra a boca dele, mordendo o lábio inferior dele e o segurando pelo queixo com pegada, o parando. — Responde, lindo. Quer o feitiço para ela ser só sua? Eu faço...

— Me acha lindo? — perguntou ele, escondendo o rosto no decote dela. A autoestima dele estava um lixo depois de ser traído. Isso ajudou um pouco e acabou beijando os seios dela. — Quer que eu te coma?

— Boa parte da  escola inteira gosta de você e quer ser comida ou comido por você.  Não sabia disso ou se faz de tolo? — respondeu o ajudando e sem hesitar.

Ele guiou a mão pela saia dela e depois para dentro da calcinha dela.

— Perguntei se você quer....

Thomas guiou a mão entre as pernas dela, a calcinha úmida, enfiou os dedos, tremeu quando sentiu a umidade entre as pernas dela e a masturbou no clitóris depois enfiando os dedos.

Um gemido.

Tinha algo selvagem nela. Ele viu uma sombra com chifres ao redor dela, achou que estava louco. Mas continuou mesmo assim, movendo os dedos, tendo o balanço dos quadris e lambendo os seios alucinado enquanto o fazia querendo entrar nela também.

Já estava atiçado demais. Não conseguia raciocinar.  Um mistério, era algo além do corpo. Uma escuridão atraente, má e viciante. Um ímã. Mas o estopim foi quando Thomas viu Samantha saindo com Aeron Thompson da festa, rindo e o beijando de mãos dadas no corredor para se pegarem também.

E o amargor e as lágrimas involuntárias o fizeram beijar os lábios doces e venenosos de Gwen mais uma vez, buscando consolo e enfiar os dedos com mais força e arrancar sons altos dela.

E a raiva pela traição e por tudo se desfez como mágica, como se ela se alimentasse de sua dor e o desse êxtase em troca.

A encostou contra a parede, os seios e o peitoral forte dele  juntos, e respirou contra o pescoço dela. Queria mesmo transar com Gwen... Ela gozou abafando os sons manhosos contra  a boca dele. Ele deu uma risadinha. Se deu conta de que ficou de pau duro e queria agora só se enfiar nela e esquecer a traição fodida da menina que amava.

— Ela tá olhando pra cá, se serve de consolo... — riu Gwen, pensando que ele fazia isso para causar ciúme na Samanta. — Eu posso ajudar você. Meu guardião... deu permissão...

— Ele é Satã? — Puxou conversa, enquanto guiava a mão dela a sua ereção e a fazia mover como queria. Ela fez isso sem hesitarm

Ele fechou os olhos, relaxando, quando ela enfiou a mão dentro da calça dele e tocou seu membro livremente e o masturbou, num vaivém, retribuindo o favor.

— Um dos diabos, não o próprio... — não mentiu ela.

A honestidade dela o pegava desprevenido, quando todos mentiam para se dar bem. Ele abriu os olhos, tremeu e veio na mão dela. Ficou com vergonha. Ela limpou sua esperma na parede e beijou o rosto dele.

— Melhor agora, lindo?

Ele assentiu com o rosto nos seios dela.

Ele não teve medo. Parecia hipnotizado como uma serpente ao som de um flautista habilidoso, ainda a abraçando e a cheirando. Ela tinha um cheiro doce, mas não enjoativo, amadeirado e forte. Ficava na pele. Não era adocicado e floral como o de Samantha. Era forte e inesquecível.

A beijou de novo, faminto e irracional, querendo aquela troca em que a dor da traição de Samantha sumia e só sobrava prazer.

A puxou para dentro da salinha de vez, cheia de vassouras e rodos, a jogou contra a parede, queria foder ali. Fechou a porta, trancando. Procurou o interruptor, o apertou.

Uma luz branca e intensa neles. O fez ver a maquiagem pesada com mais detalhes, era selvagem, mas a dona era fofa, um contraste estranho de fofura e agressividade. Mas olhos escuros e sombrios.

Subiu a saia do vestido preto e sensual dela, com as meias de arrastão e as botas de salto alto, expôs a calcinha e desafivelando o cinto da fantasia do terno roxo do coringa, se roçou nela  e notou o colar com o pentagrama no pescoço que começou a beijar. Lambeu o colar e o puxou, ferindo a pele dela. Notando que ela gostava de sexo duro como ele.

A viu morder o lábio inferior pela puxada no colar. Masoquista, percebeu alucinado, o que era perfeito para um sádico. Quando tentou uma vez com Samantha, mesmo que um sofrimento leve... ela ficou furiosa.

— Deixa eu te comer de costas e te dar umas palmadas... Prometo que vai ser gostoso para nós dois.

— Hm... Sim... Me pune! — Concordou ela entregue.

Thomas tremeu rendido estapeando as nádegas dela.

Até que algo o empurrou. Não foi ela, ela também curtia ao que parecia, mas  era algo forte. Ele bateu a cabeça na parede oposta e feriu, o rapaz ficou zonzo. Um pouco de sangue na parede a qual ele foi lançado. Ele viu um pouco de sangue na parede quando se virou.

“ Fique longe dela.”

A voz era rouca e sinistra. Real e irreal.

— Mas que porra é isso?  De quem é essa voz?

— Você escutou ele também? — Perguntou Gwen, incrédula.

A sombra gigantesca na parede não era dela, engolia a dela e tinha chifres, Mas Thomas via. Ele não devia ver. Gwen notou o olhar assombrado dele e como ele se embaralhou nos rodos e vassouras derrubando tudo e foi para a porta que ele mesmo trancou querendo sair.

O garoto estremeceu inteiro de horror e medo... mas não correu. Mas Gwen não conseguia dizer nada ao notar que ele também via.  Que ele também foi escolhido pelo daemon que ela quase morreu tentando invocar. Que injusto.

Thomas viu a sombra a engolir como num abraço, mesmo na luz e tremia atordoado.

A  lâmpada estourou. Os deixando no escuro.

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