Outro ano, algo aconteceu na escola, em uma prova em duplas e Sidney puxou uma carteira ao meu lado, sem me perguntar ou pedir permissão da minha colega, ele simplesmente sentou, pega de surpresa por sua audácia o encarei.
— O que foi? Preciso de nota na matéria, e se for o caso, pago pela sua ajuda! Sidney sussurrou próximo.
Senti seus amigos no fundo da sala nos encarando. E me sentia estranha com ele próximo, Talita nos olhava perto. Sempre fazíamos duplas.
— Se importa de trocar? Sidney perguntou a minha colega dando sorriso faceiro com seus dentes brancos e alinhados. Talita assim como outras garotas tinham uma quedinha pelo garoto, em um ano Sidney tinha crescido mais, seus cabelos lisos estavam mais longos e negros, tinham um charme de um personagem asiático, com a sua pele clara e rosto quadrado.
Talita não se impôs a pergunta e a olhei feio, mas ela estava derretida no garoto falando e correu indo sentar com outra colega na sala.
— Vou cobrar, não vou te dar nota de graça! Falei meio chateada com a atitude de Sidney.
— Tudo bem, mas não disse que não sei nada, acho que posso responder algumas questões! Sidney disse.
— Então por que não conta com ajuda do seu amiguinho? Pergunto indicando Adriano.
— Ele não sabe nada! Você não gosta muito dele, não é? Pergunta.
Me viro vendo Adriano rindo e nos olhando e faz umas caras debochadas a Sidney rir.
— São uns idiotas! Falo e não dou atenção. Quando a prova começa deixo para ele que responda o que sabe. Quando devolve a prova fico surpresa que respondeu quase toda e estava bem coerente com que sabia. Me faz franzir a cara, ele seria capaz de tirar acima da media, então não precisava da minha ajuda.
Começo a responder, mas fico curiosa se ele realmente precisa de nota e não pergunto. Terminamos a prova antes que muitos na sala de aula. A professora corrigiu na hora sorrindo com nossa nota máxima, e deixou sair da sala quando os outros estavam ainda fazendo a prova.
Fui para quadra da escola. Sentando na arquibancada vendo outra turma jogando, adorava jogar futebol, até fazia parte de um time da escola a dois anos. Treinava duas vezes na semana depois da escola e alguns finais semanas.
— Valeu pela nota! Sidney falou subindo a arquibancada e sentando ao meu lado, outro movimento estranho dele.
— Qual foi a sua ultima nota? Pergunto.
— Não muito, agora posso ficar tranquilo com a próxima prova no fim do ano, não vou ficar de recuperação. Diz.
— É inteligente pensar assim. Sua mãe agradece. Lembrei da sua mãe falar que queria viajar nas férias, mas se Sidney ficasse em recuperação, teria que adiar.
— Ah ela contou de ir viajar? Pergunta e confirmo com aceno olhando as garotas jogando e quase xingando dos passes ruins. — Não estou muito afim de ir de qualquer forma! Diz e se encosta na arquibancada de um jeito despreocupado.
— Novidade, só se importa com você mesmo! Acabo falando. A mãe dele era mulher boa e muito empenhada no trabalho, quase não tinha descanso, o marido sempre fora, sem falar dos boatos que ele a traia.
— Você acha que sou um filho ruim? Sidney pergunta desinteressado.
— É ingrato, mimado, egoísta...
— Já entendi! Ele me corta quando não seguro a língua. E tem uma carranca.
— Mas não é de todo ruim, já vi piores! Falo baixo ainda olhando para o jogo e lembro dos meus irmãos.
— Você joga no time da escola? Sidney pergunta mudando de assunto.
— As vezes! Concordo e reclamo das jogadas ruins no jogo.
— E você gosta das garotas? Pergunta.
— Nem todas, algumas são muito difíceis! Falo com a atenção na professora reclamando das meninas não jogando direito. — Mas, são minhas colegas de time, respeito! Falo.
Escuto rir. — Quis perguntar outra coisa Lo! Diz.
Volto a atenção a ele, primeiro que nunca me chamou pelo apelido que a mãe dele falava, segundo não entendia o que ele estava falando. — Do que estava falando? Questiono.
Ele me olhando. — Por que você não usa seus cabelos soltos na escola? Pergunta ao em vez de me responder. Minhas amigas também questionava. — É que são bonitos! Diz me olhando e sinto minhas bochechas quentes, ao mesmo tempo que me deixa desconfortável, não gostava que olhassem para mim da forma como ele fazia agora. Vejo os amigos dele entrando na quadra e nos vendo, tanto as garotas como os meninos eram rudes comigo. Levanto rápido.
— Não é da sua conta! Falo de modo rude e afasto descendo a arquibancada.
— Ei molequinho onde vai correndo? Adriano debocha os outros rindo, nesse momento percebo em que sentido Sidney estava perguntando, se gostava de garotas? Passo pela turma não dando muita bola.
No mesmo dia precisava ficar com Antony depois da escola, passei na mercearia no caminho pegando pão de forma, tinha se tornado uma rotina fazer sanduíches de lanche quando estava a tarde com Antony, ou ate levar frutas, a senhora Cláudia até deixava pago, não me atrevia a gastar.
Acabei demorando um pouco esperando os pães saírem do forno, sendo estranho o silêncio do rapaz da mercearia que as vezes estava no caixa.
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Atualizado até capítulo 163
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