— Eu sei o que eu vi, Melina. Ele ficou sem ar por dois segundos. Dois. E você sabe que Eduardo Lacerda não perde o controle nem com paciente infartando na frente dele.
— Ok, ok, respira. Você tá falando do mesmo Eduardo que foi no seu aniversário de quinze anos e te deu um livro sobre “Mulheres na Medicina”?
Isis riu, jogando o cabelo pro lado.
— Sim. O mesmo. Só que agora ele me olhou como quem... perdeu o compasso. E eu? Adorei.
As duas estavam sentadas no sofá do pequeno apartamento que dividiam desde que Isis começou a pós-graduação. Entre pipoca e vinho branco, o assunto da noite era um só: Eduardo Lacerda.
Melina arqueou uma sobrancelha.
— Você tem certeza que quer entrar nessa? Ele é o seu crush proibido, o tipo de homem que vem com manual de riscos.
— Exatamente — respondeu Isis, mordendo um grão de pipoca. — E eu adoro viver perigosamente.
Melina suspirou, dramática.
— E o seu pai?
— Vai surtar. Vai querer me internar num convento. Vai tentar matar o Eduardo com bisturi. Mas até lá... — ela deu um sorriso afiado — já vai ser tarde demais.
— Você tá falando sério, né?
— Com todas as células do meu corpo, amiga. Eu vou conquistar ele. Eduardo Lacerda vai se render. É só questão de tempo.
Melina tentou manter a expressão cética, mas logo caiu na gargalhada.
— Eu vou adorar assistir isso. Mas me diz, estrategista... qual o plano?
— Primeiro: provocar sem parecer que estou provocando. Segundo: aparecer no hospital com alguma desculpa besta. Terceiro: me fazer presente. No olhar, no pensamento, na respiração dele.
— E quarto?
— Quarto: fazer ele implorar pra quebrar todas as regras.
Silêncio. E então Melina, como sempre, resumiu tudo:
— Você é um perigo de vestido, Isis.
— E ele... é o desafio mais delicioso da minha vida.
— E tem mais uma coisa que eu nunca te contei — disse Isis, agora com a voz mais baixa, quase como se confessasse um pecado num confessionário de vinho e sofá.
Melina franziu o cenho.
— Lá vem bomba.
Isis respirou fundo, fitando o copo de vinho nas mãos. Depois olhou diretamente nos olhos da amiga, sem rodeios.
— Eu nunca transei com ninguém.
Silêncio.
Longo silêncio.
— O quê? — Melina quase engasgou. — Você tá me dizendo que... que você ainda...
— Sim. Virgem. Intacta. Zerada. Só flerte, uns amassos aqui e ali, nada mais. Nunca senti vontade de passar disso. Até agora.
Melina ficou boquiaberta.
— E... e você quer que seja com o Eduardo?
Isis assentiu. Sem um pingo de vergonha.
— Não quero qualquer um. Nunca quis. Mas ele... ele me tira do eixo. O jeito que ele me olha tentando não olhar. A voz dele, grave. A elegância, o autocontrole. Ele é homem de verdade, Melina. Experiente, intenso, seguro. E quando ele me olha, eu me sinto mulher. Desejada. Viva.
— Uau...
— Quero que minha primeira vez seja com alguém que me faça tremer só de encostar. Que me toque como se cada pedaço de mim fosse precioso. E eu sei que o Eduardo faria isso. Com ele, não seria só uma transa. Seria algo que eu jamais esqueceria.
Melina levou um tempo pra responder. E então soltou, com um sorrisinho cúmplice:
— Você está completamente perdida por ele.
— Talvez. Mas perdida com GPS e objetivo claro. Eu sei o que quero.
— E se ele resistir?
Isis deu de ombros, os olhos brilhando com malícia e determinação.
— Então eu vou fazer ele deixar de resistir. Eduardo pode ser médico, racional e cheio de ética... mas ele é humano. E humanos têm limites. O dele? Sou eu.
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Atualizado até capítulo 77
Comments
Silvanete Melo
essa eu quero ver menina terrível 🤣🤣
2025-06-15
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