capítulo 3

...Eliza Miller......

              " A noite da confrontação"

Cada segundo aqui parece uma eternidade angustiante, o meu corpo está dolorido, os meus pulmões parecem querer saltar para fora do meu peito. E diante de mim, está esse homem misterioso, que permanece em silêncio. Ele parece analisar a situação com cuidado, enquanto esse outro permanece sentado nas minhas costas, se sentindo confortável como se eu fosse apenas um sofá velho jogado no chão.

A chuva de repente começa a desabar sobre nós, lançando as suas gotas de água pesadas sobre a terra, as folhas das árvores se balançam ao soprar dos ventos, tudo ao meu redor se torna mais tenso, e eu apenas imploro na minha mente para que ele, para que esse homem encapuzado me salva-se.

— Quanto tempo vai ficar aí parado? – Ele começa a erguer a sua voz contra o homem misterioso, a sua voz se mistura a uma ordem mas também a uma zombaria — Está querendo se divertir com ela também.

De repente sinto o seu corpo deitar-se mais sobre mim, segurando os meus cabelos com força ele puxou a minha cabeça para trás e começou a beijar o meu pescoço, enquanto me debatia sentindo um nojo crescendo dentro de mim, eu queria poder levantar-me e corre ou então quem sabe bater nele com aquela pedra logo ali em frente, mas estou infelizmente imobilizada.

— Me solta!!! Seu desgraçado!!!!

— Shhh!! Não precisa ficar assutada princesa. Logo vou dar o que você precisa, mas por enquanto vou tirar esse idiota do nosso caminho e então poderemos nos divertir muito.

Quando seu corpo se afastou do meu, pude sentir um alívio nos meus pulmões, era como se cada órgão estivesse finalmente voltando ao seu lugar e o ar ao meu redor tornava se mais vivo, sentia uma sensação de liberdade e reavivamento. Pudia sentir o sangue bombear novamente o meu coração.

Enquanto sugava o ar de volta para meu corpo, meus olhos se direcionaram à cena à minha frente, o homem que antes estava sobre mim dava passos leves e calculados em direção ao homem desconhecido, sua postura exalando confiança e superioridade. E enquanto caminhava, ele proferia palavras arrogantes e desrespeitosas, sua voz ecoava ao som de zombaria, cada sílaba carregada de desprezo e escárnio. Seus olhos brilhavam com um olhar de desafio, como se estivesse se divertindo com a situação, e sua boca se curvava em um sorriso cruel, revelando uma satisfação sádica.

No entanto, o homem parado em meio a escuridão não esboçava uma reação . Então a luz da chuva que caía ao redor dele parecia criar um efeito sombrio, como se estivesse sendo iluminado por um holofote, destacando sua figura ameaçadora.E pela primeira vez sua voz ecoou de uma forma estridente e ameaçadora.

— Quem você pensa que é para invadir o meu território — o som da sua voz causou um arrepio em meu corpo,fazendo meu coração acelerar.

— Ohh! Suas terras?! Desculpa eu não sabia...

De repente uma voz estridente e furiosa interrompeu , o impedindo de continuar.

— CALE SUA BOCA IMUNDA!!

Quando a sua voz ecoou, o som do trovão rapidamente atingiu o céu, como se até a chuva estivesse-lhe ajudando a deixar as coisas mais apavorantes. Lentamente fui-me levantando, enquanto o meu corpo ainda sentia dor, mas eu não podia ficar simplesmente deitada no chão e apenas observar a cena, eu tinha que sair dali enquanto eles estivessem se enfrentando.

Agora, que estou de pé , sinto a dor no meu calcanhar se torna mais abrupta, a fratura está muito exposta e o meu tornozelo inchado. Tento dar alguns passos para longe, mas só consigo chegar até a árvore e apoiar-me nela, estou infelizmente presa nesse cenário, e terei que ver até onde essa noite chegará.

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